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Todas as matérias publicadas neste espaço são de responsabilidade do jornalista BETO FUSCÃO.

Casal planta maconha em floreira de apartamento e vai preso

Drogas eram plantadas em floreira e em vasos dentro de apartamento no bairro Bacacheri, em Curitiba

O casal Leandro Tournier Tassi, 33 anos, e Ana Paula Guarnier, 39 anos, decidiu dar um novo sentido às floreiras, comuns em apartamentos. Moradores de Curitiba, no bairro Bacacheri, eles resolveram usar o espaço para cultivar 15 mudas de cannabis, mais conhecida como maconha.

O casal foi preso na noite desta quinta-feira (9) acusado de tráfico de drogas. A Polícia Militar foi acionada para checar diversas denúncias sobre o local e encontrou 15 mudas da planta. Além disso, os policiais também encontraram um quilo da droga já separada para venda.

Para a polícia os dois acusados disseram que eram apenas consumidores da droga e ainda não tinham passagens pela polícia. Eles estão detidos pelo crime de tráfico de drogas.

Informações da Banda B.

 


MAIORIDADE PENAL 2

Muito se tem discutido sobre a MAIORIDADE PENAL. E você, é a favor ou contra?

Eu, Valdomiro Nenevê, sou a favor da redução da maioridade penal para 16 anos.Analisemos dois aspectos, um a favor e outro contra:

1) A favor. Há mais de dez anos o Código Civil reconheceu a evolução mental do adolescente brasileiro, sobretudo após a chegada das tecnologias digitais, a internet e as novas mídias. Hoje um adolescente, a partir dos 16 anos, assume responsabilidades que eram exclusivas de adultos: pode casar, votar, assinar contrato de aluguel de imóvel, ser sócio de empresa, filiar-se a sindicato, fazer testamento, ser titular de conta bancária, outorgar procuração, adquirir emancipação, ser testemunha, ser autor de ação popular, viajar para qualquer cidade do país sem autorização dos pais, aos 14 anos pode legalmente ter relações sexuais com outros adolescentes.

Mas, se cometer um crime, subitamente é infantilizado, tratado como pessoa sem discernimento do bem e do mal, sem autonomia nem capacidade de decisão. UMA CONTRADIÇÃO INJUSTIFICÁVEL.

 

2) Contra. A discussão sobre a maioridade penal desvia o foco das verdadeiras causas do problema da violência, colocando a culpa no adolescente. As pesquisas realizadas nas áreas social e educacional apontam que, no Brasil, a violência está profundamente ligada a questões como: desigualdade social (diferente de pobreza), exclusão social, impunidade (as leis existentes não são cumpridas, independentemente de serem “leves” ou “pesadas”), falhas na educação familiar e/ou escolar, principalmente no que diz respeito à chamada educação em valores ou comportamento ético, e, finalmente, certos processos culturais exacerbados em nossa sociedade como individualismo, consumismo e cultura do prazer.

Valdomiro Nenevê.


“DEMOCRACIA BRASILEIRA ESTÁ CONTAMINADA”


 

Em um artigo bastante claro, o jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva explica por que o sistema político brasileiro gera corrupção; "O Estado brasileiro está na mão das doações lícitas e ilícitas. A política brasileira é feita por aqueles que, na maioria, conseguem arrecadar doações legais e ilegais", diz ele

DO SITE BRASIL 247 – O jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva explica claramente, em sua coluna no Estado deste sábado 21, como nasce a corrupção no sistema político brasileiro: por meio das doações às campanhas eleitorais. "No jogo partidário atual, se elege quem tem caixa abastado, grana pra campanha, marqueteiro caro...", exemplifica.

"Portanto, grande parte dos políticos eleitos no Brasil é de ladrões e achacadores diretos ou indiretos", diz ele, acrescentando que "o Estado brasileiro está na mão das doações lícitas e ilícitas. A política brasileira é feita por aqueles que, na maioria, conseguem arrecadar doações legais e ilegais".

"Seu prefeito, governador, senador, deputado federal, estadual e vereador foram eleitos por campanhas que só alcançaram grande visibilidade porque foram financiadas por doações legais e ilegais. O presidente da Câmera e do Senado foram citados na Lava Jato. Sobram poucos", afirma.

Para Rubens Paiva, "a democracia brasileira está contaminada, não é representativa, não é democrática, é um negócio". "A Pátria é no fundo uma oportunidade de negócio. Nem todo político é ladrão. Mas no sistema político eleitoral brasileiro a maioria que se elege é. Matemática pura", conclui.

Leia aqui a íntegra:

Achacadores da Democracia Contaminada

http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,achacadores-da-democracia-contaminada-imp-,1655234


Racismo, xenofobia e tráfico de pessoas cresceram na internet

Os dados foram divulgados hoje (10), Dia Mundial da Internet Segura, que é lembrado simultaneamente em 113 países

As denúncias relacionadas a conteúdos ilícitos na internet aumentaram 8,29% em 2014, revela levantamento da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da organização não governamental (ONG) SaferNet Brasil. Foram recebidas 189.211 reclamações, envolvendo 58.717 páginas distintas da web. A SaferNet Brasil destaca que as eleições e a Copa do Mundo contribuíram para o aumento do número de denúncias relacionadas a racismo, xenofobia e tráfico de pessoas. Os dados foram divulgados hoje (10), Dia Mundial da Internet Segura, que é lembrado simultaneamente em 113 países.

O levantamento mostra aumento de 34,15% das páginas indicadas como racistas e de 365,46% de conteúdos relacionados à xenofobia. De acordo com a SaferNet Brasil, a maioria desses sites foi criada no período eleitoral, entre 6 de julho e a semana seguinte ao segundo turno. Apenas no dia 27 de outubro, um dia após o turno final da eleição, foram recebidas 10.376 denúncias anônimas contra 6.909 links diferentes nas redes sociais. “Destacam-se as manifestações contra nordestinos”, informou Thiago Tavares, representante da SaferNet.

Segundo a ONG, na comparação com 2013, no ano passado, houve crescimento de 192,93% nas denúncias envolvendo páginas suspeitas de tráfico de pessoas. “O objetivo era recrutar pessoas, principalmente mulheres, inclusive adolescentes, para a prostituição em cidades-sede da Copa do Mundo”, disse Tavares. As capitais mais citadas foram São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza.

Entre os 1.225 pedidos de ajuda e orientação psicológica atendidos pela SaferNet, no ano passado, 222 forampor causa de vazamentos de fotos íntimas, situação chamada de sexting. Isso significa um aumento de 119,8% em relação a 2013, quando 101 casos foram atendidos. Mais da metade das vítimas tinha até 25 anos, das quais 25% tinham entre 12 e 17 anos. Cerca de 40% tinham acima de 25 anos e 8% não informaram a idade.

Os casos reportados à SaferNet são feitos voluntariamente pelos próprios usuários da internet, quando se deparam com conteúdos que evidenciam crimes contra direitos humanos na web. Para fazer a denúncia, o internauta deve acessar o portal da organização e enviar o link do site onde identifica o ato ilícito.

Informações da Agência Brasil.


Receita está de olho em correntistas brasileiros do HSBC na Suíça

A Receita Federal já investiga brasileiros com indícios de movimentação financeira no Banco HSBC na Suíça. A lista foi divulgada pelo International Consortium of Investigative Journalism (Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo) e pode indicar fraude fiscal.

“São 6,6 mil contas bancárias abertas no banco no período de 1988 a 2006, supostamente relacionadas a 4,8 mil cidadãos de nacionalidade brasileira, que totalizariam saldo, em 2006 e 2007, no valor de US$ 7 bilhões”, destaca a Receita.

O Fisco informou ainda que, por meio de sua unidade de inteligência, teve acesso a parte da lista contendo o nome de pessoas que teriam relacionamento financeiro com a instituição. “As análises preliminares de alguns contribuintes já revelam hipóteses de omissão ou incompatibilidade de informações prestadas ao Fisco brasileiro, entre outros casos”, acrescenta.

A Receita Federal diz também que está aprofundando as pesquisas sobre o tema para obter mais informações, inclusive mediante a cooperação internacional, para a correta identificação do maior número possível de contribuintes relacionados e o levantamento de possíveis valores não declarados. Caso tenha ocorrido, os investidores são passíveis de autuação e de representação fiscal para fins penais em razão da ocorrência de crime contra a ordem tributária.

“É relevante notar que alguns desses contribuintes já haviam sido investigados anteriormente pela Receita Federal, a partir de outros elementos constantes em suas bases de dados”, diz o órgão.

A Receita articula com outras Instituições estratégias conjuntas para a identificação e responsabilização desses contribuintes por eventuais crimes contra o sistema financeiro, além da lavagem de dinheiro.

Informações da Agência Brasil


Deputado reproduz promessas de campanha de Dilma

Líder da minoria na Câmara Federal, deputado Bruno Araújo reproduziu promessas de campanha de Dilma e questionou cumprimento das medidas

Imagens veiculadas pela TV Câmara e repercutidas pelo site da revista Veja mostra o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da minoria na Câmara Federal, reproduzindo o áudio com promessas de campanha da presidente Dilma Rousseff (PT). No áudio, a então candidata garante a redução de 18% na conta de luz, impostos e juros. O parlamentar critica a presidente, afirmando que ela descumpriu as promessas de campanha.

Nas imagens, ainda é possível observar os demais deputados da oposição dando risada e aplaudindo o líder da minoria, enquanto os parlamentares da situação pedem a palavra ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), tentando interromper o discurso de Bruno Araújo.

“O que nós assistimos neste começo de ano é um país absolutamente enganado”, disse o tucano em seguida. “Nós assistimos ao longo desse período a maior traição e trapaça eleitoral da história republicana.”

O vídeo também teve repercussão nas redes sociais, com usuários criticando e outros concordando com a atitude do parlamentar.

Fonte: http://m.arede.info/cotidiano/deputado-reproduz-audio-com-promessas-de-campanha-de-dilma/


Anvisa coloca canabidiol como substância de controle especial

Resolução da Anvisa publicada hoje no Diário Oficial da União inclui o canabidiol na lista de substâncias sob controle especial

Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada hoje (28) no Diário Oficial da União atualiza a lista de substâncias sob controle especial, que passa a incluir o canabidiol.

A reclassificação foi anunciada pela diretoria colegiada da Anvisa no último dia 14. Por unanimidade, a agência decidiu que o canabidiol passaria a integrar a lista de substâncias de uso controlado e não mais a lista de substâncias proibidas.

 

Entenda o que é o canabidiol

A maior parte dos diretores da Anvisa ressaltou que não há relatos de dependência relacionada ao uso de canabidiol e que há diversos indícios registrados na literatura científica de que a substância auxilia no tratamento de enfermidades como a epilepsia grave.

Os diretores também ressaltaram que a reclassificação permite que os parentes atuem na legalidade, além de incentivar pesquisas sobre o tema.

A Anvisa iniciou a discussão sobre a possibilidade da reclassificação da substância em maio de 2014. Na época, não houve decisão terminativa sobre a questão. Desde então, a agência vinha autorizando a liberação de importação do canabidiol em caráter excepcional.

Em dezembro do ano passado, o Conselho Federal de Medicina já havia autorizado neurocirurgiões e psiquiatras a prescrever remédios à base de canabidiol para crianças e adolescentes com epilepsia e que não tiveram resultado com tratamentos convencionais

Extraído da Cannabis sativa (maconha), o canabidiol, também conhecido como CBD, vem sendo usado no combate a convulsões provocadas por diversas enfermidades, entre elas, a epilepsia. Para os pais de crianças com a doença, a substância é sinônimo de qualidade de vida.

Informações do portal EBC.

 


Secretário ataca colunista em rede social

O secretário estadual de Segurança, Fernando Francischini, usou sua conta no Facebook para atacar o colunista Celso Nascimento, da Gazeta do Povo, no último domingo. Nascimento havia publicado uma coluna na edição daquele dia criticando a política de segurança no estado com base numa conversa que teve com oficiais da Polícia Militar na quinta e na sexta-feira. No texto, ele alertava para o risco de uma “cultura da violência”na gestão do secretário. Em resposta, Francischini divulgou na rede social que a coluna de Celso Nascimento teria sido motivada por uma abordagem policial sofrida dois dias antes.

 

Nascimento conta que, na noite da quinta-feira passada, por volta das 21h30, se dirigia com sua mulher a um restaurante quando entrou, por engano, na contramão de uma rua. O colunista, então, foi abordado por um carro da PM. “Dois soldados saltaram da viatura apontando pistolas para mim e me mandando descer do carro”, afirma. Eles teriam revistado Nascimento e mandado que ele calasse a boca, ameaçando prendê-lo por desacato.

O colunista diz que teve de ficar no local até por volta de meia-noite. Nesse período, telefonou para o coronel aposentado da PM Eliseo Furquim.

Naquele mesmo dia, à tarde, Nascimento havia conversado com o coronel, que passou a informação abordada na coluna. Furquim confirma a informação e afirma ter procurado o colunista para alertar sobre o risco de cultura de violência. Após a conversa, uma reunião foi agendada com membros da PM para a sexta-feira.

“Quando abordado por policiais, arrisquei-me a ligar para o coronel Furquim para contar-lhe o quão profética tinha sido a afirmação que me fizera naquela tarde. Nada lhe pedi.”

Furquim falou com um policial para questionar o motivo de o colunista ser retido por tanto tempo, já que a multa havia sido registrada. “Esperamos ainda mais meia hora para que me apresentassem o auto de infração e nos liberassem. Pergunto: havia necessidade de tanto abuso e desrespeito?”, questiona o colunista.

No domingo, às 15h24, Francischini publicou no Facebook: “O suposto colunista Celso Nascimento dirigindo seu veículo em uma contramão de direção com as luzes apagadas (...) não obedeceu à ordem de parada de uma viatura do BPTran, tentou dar uma carteirada ligando para uma autoridade para não ser autuado e, ao final, ainda ameaçou os soldados”.

O secretário compartilhou uma cópia do boletim de ocorrência, registrado no dia 16, às 10h26, onde não consta que Nascimento tentou fugir ou que o carro estivesse com os faróis apagados. Um segundo documento foi registrado pela polícia às 00h15 de domingo (após a publicação da coluna, que começa a circular no sábado à tarde). Nesse documento consta declaração de um policial que afirma que o jornalista tentou dar uma “carteirada”. Furquim nega que Nascimento tenha telefonado para evitar ser multado ou pedir punição aos policiais. O coronel diz que conversou com o policial e pediu para que ele multasse Nascimento e o dispensasse.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?id=1527693&ch=


O atentado à liberdade de opinião nas ações contra blogs

do site GGN

Por Luis Nassif

Não vou discutir sentença judicial através do Blog. Digo isso a propósito da condenação que me foi imposta pela justiça do Rio de Janeiro em ação movida pelo jornalista Ali Kamel, das Organizações Globo.

Mas é evidente que a série de ações de grupos de mídia contra jornalistas blogueiros são não apenas um atentado à liberdade de expressão, como um profundo fator de desequilíbrio em um dos pilares da democracia brasileira: o mercado de opinião.

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Em uma democracia, um dos pressupostos básicos são os freios e contrapesos – o sistema de equilíbrio que impede o exercício do poder absoluto.

Quando, a partir de 2005, os grupos de mídia resolveram atuar em forma de cartel no mercado de opinião, acabaram criando um poder quase absoluto de construir ou destruir reputações.

Não se trata de um poder trivial. No mercado de opinião movem-se todos os agentes sociais, políticos e econômicos. É nele que se constroem ou destroem-se reputações. E é também o palco para embates corporativos, para grandes disputas empresariais. Todos são afetados positiva ou negativamente por ele, juízes, ministros, políticos, celebridades, médicos, líderes populares.
E os grupos de mídia reinam de forma absoluta nele.

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Ora, grupos de mídia são empresas com interesses próprios, nem sempre transparentes. E com prerrogativas constitucionais de atuação garantidas pelos princípios da liberdade de imprensa – frequentemente confundido com garantias constitucionais, como liberdade de expressão e direito à informação.

Na maioria das vezes esses interesses se escondem por trás de reportagens enviesadas, de escândalos fabricados, de fatos banais transformados em grandes escândalos, quase todos imperceptíveis a quem não seja do meio jornalístico.

Em um ambiente competitivo, espera-se que funcionem mecanismos de auto regulação. Quando os grupos montaram a cartelização, esse controle deixou de existir. E o resultado foram abusos de toda espécie. Basta conferir “O Caso de Veja” onde descrevo vários episódios da revista.

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Nos últimos anos o único contraponto existente foi o da blogosfera e das redes sociais, mesmo com todos os abusos de um sistema difuso e não controlável.

Foi a blogosfera que primeiro acudiu em defesa da juíza Márcia Cunha, alvo de um crime de imprensa, uma tentativa de assassinato de reputação, do ex-Ministro do STJ Edson Vidigal, ambos os assassinatos a serviço dos interesses do banqueiro Daniel Dantas.

Se não fosse a Blogosfera, a Abril teria esmagado um concorrente no mercado de cursos apostilados; a Globo e a Editora Santillana (que controla o jornal El Pais) teriam liquidado com editoras nacionais independentes, que concorriam em áreas de seu interesse (http://tinyurl.com/n6h97rd).

Dessa
 falta de limites não escaparam presidentes de Tribunais de Justiça, Ministros do Supremo, como Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. E levaram o então presidente do TRF3, Newton de Lucca, a pregar um “habeas mídia, justamente para evitar o poder absurdo e as interferências das notícias plantadas.

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O conforto trazido pela cartelização levou grupos de mídia a se associarem até a organizações criminosas, como foi o caso da revista Veja com Carlinhos Cachoeira.

Antes, sem o contraponto das redes sociais, a maioria dos grandes grupos de mídia logrou acordos espúrios com governos de plantão, que os livraram de condenações fiscais, renegociaram débitos com bancos públicos em condições vantajosas, blindaram grandes anunciantes, esconderam mazelas de aliados.

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Mesmo com exageros de uma luta radicalizada, foi a ascensão da blogosfera e das redes sociais que permitiu o contraponto, o freio necessário para impor limites às ações abusivas dos grupos de mídia.

A possibilidade de contrapontos ampliou o direito do público à informação, à liberdade de expressão, permitiu ao leitor confrontar opiniões, bater informações para chegar às suas próprias conclusões.

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A tentativa de generalizar, tratando todos os críticos como “chapa branca”, é manobra ilusionista, para não explicitar a razão do verdadeiro incômodo: os limites impostos às jogadas comerciais, às guerras empresariais, aos assassinatos de reputação.

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) criou um grupo de trabalho para impedir ações judiciais danosas contra grupos de mídia; o mesmo fez a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), cujo atual presidente foi vítima de ataques vis de jornais.

Seria importante que se abrisse o debate sobre os atentados à liberdade de expressão e ao direito à informação por parte dessa massa de ações judiciais impondo montantes elevados nas condenações.

Espelho da sociedade

João Carlos da Costa

Uma Delegacia de Polícia é como um clínica médica. Ela reflete praticamente todos os problemas da sociedade. Passa por ali a maior variedade de crimes que são apresentados à autoridade policial, que lavra o flagrante ou instaura inquérito para averiguações.

Algo que pode ser observado nitidamente nas delegacias de municípios onde o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH – é considerado baixo,  é que alguns tipos de ocorrências são mais comuns.  O que não é novidade nenhuma. Violência doméstica, furtos, tráfico e uso de drogas, lesão corporal, ameaça, direção perigosa por uso de bebida alcoólica são os crimes e infrações de maior incidência. As pessoas envolvidas nessas categorias criminais, geralmente são pobres, da classe média e baixa, a maioria sem qualquer tipo de instrução, alguns sequer sabem assinar o próprio nome. Mesmo assim é possível distinguir alguns casos em que pessoas são conduzidas à delegacia e tentam demonstrar  esperteza, principalmente quanto ao tráfico de drogas, que acende a ganância e o interesse pelo lucro rápido e fácil e envolve adolescentes. Para evitar ser indiciado como traficante sempre tem algum que alega ser menor de idade, ser apenas usuário, ou diz que foi alguém que passou a droga, assim por diante, só para se livrar de uma pena maior quando da lavratura de um flagrante. Há os inocentes, que às vezes são usados como “laranjas” e entram no mundo das drogas por curiosidade, desconhecimento e até por necessidade e acabam virando freguês de delegacia. Inicialmente todo mundo é inocente. Ao menos esta é uma das primeiras alegações e a lei fortalece isso, até prova em contrário.

Nos casos de violência doméstica os motivos são vários: ou o companheiro ou marido é violento por natureza, ou é viciado em algum tipo de droga e quanto faz ou deixa de fazer se transforma em outra pessoa. Mas hoje, a Lei Maria da Penha está mais conhecida e muitas mulheres que anteriormente aceitavam a situação pacificamente estão denunciando e colocando atrás das grades pessoas do seu convívio, mas que não respeitam os seus direitos, embora também haja casos em que  a mulher, para se livrar do seu acompanhante porque se interessou por outro ou não quer mais saber do “dito cujo”, registra ocorrência e, em alguns casos o acusado até é vítima. Em outras circunstâncias, ainda existem mulheres que denunciam a violência, o marido ou acompanhante vai preso em flagrante, depois se arrependem, ficam com pena, perguntam quando o marido vai ser libertado, dão um jeito de pagar fiança e a vida continua...

Os casos de furtos, boa parte é realizada por adultos ou adolescentes envolvidos com drogas. Às vezes furtam para sustentar o vício e pagar débitos  gerados pelo consumo que, se não o fizerem estão fadados perder a vida, de acordo com a lei do tráfico.

Há muitos casos de  ameaça, que geralmente envolve vizinhos ou pessoas que se conheceram por algum motivo incidental que gerou discussão e, por  medo ou precaução, resolvem registrar um boletim de ocorrência. Existem também aquelas que por qualquer coisa coisa procuram uma  delegacia  apenas pra se sentir mais segura ou para buscar aconselhamento acerca de determinada situação.

Fica muito evidenciado através dessas ocorrências, o arraigamento de certas culturas e também a falta de de educação e informação no sentido de orientar as pessoas, pois quando alguém procura ou é conduzido a uma delegacia de polícia o que deve ser feito é o cumprimento da lei de forma imparcial e isso poucos entendem.  Para muitos, falta o ensinamento e a prática do que é certo ou errado. Coisas simples, mas para quem vive uma vida num local onde o descaso é rotina, tudo é considerado normal, mesmo para aqueles que se acham espertos. A superlotação das cadeias públicas, dos presídios e o crescimento da marginalidade é reflexo disso, pois são problemas que poderiam ser amenizados se houvesse mais interesse político e da sociedade, principalmente em relação aos cuidados com as crianças,  adolescentes e com a falta de informação preventiva nos casos de violência doméstica. 

Os jovens e crianças precisam de atividades recreativas e socioeducacionais que incluam o respeito ao próximo e noções de cidadania. É necessário também investir em programas de orientação e acompanhamento às famílias, alfabetização e conscientização para adultos, principalmente quanto ao esclarecimentos sobre leis que regem o comportamento e a disciplina social, de modo que não se possa alegar desconhecimento para o cometimento de crimes e infrações penais. A sociedade está doente e precisa ser curada!

João Carlos da Costa

Bel. em Direito (aprovado na OAB), Bel. Químico, Professor e Escrivão de Polícia. F. 9967-3295
e-mail: joao_22@terra.com.br


RUBENS VALENTE BRASÍLIA, DF - Duas orientações enviadas aos procuradores da República de todo o país pela 7ª Câmara de Coordenação e Revisão da PGR (Procuradoria Geral da República) no último dia 10 abriram um novo foco de atrito entre procuradores e delegados da Polícia Federal. Uma das medidas, que são assinadas por três subprocuradores da Câmara que cuida do controle externo da atividade policial e do sistema prisional, determina que os procuradores atuem “pelo não conhecimento” de pedidos formulados por delegados diretamente aos juízes federais para obter medidas cautelares. Alguns dos pedidos do gênero são bloqueios de ativos de investigados e quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico. Na prática, a medida esvazia a iniciativa de delegados de ditarem os rumos da investigação. Caso a orientação seja acolhida, o Ministério Público passará a desautorizar as representações formuladas pelos delegados aos juízes. No texto da orientação, os subprocuradores afirmam que o Ministério Público é “o titular privativo da ação penal pública”. Os delegados dizem que as orientações são inconstitucionais e ilegais, uma vez que o inquérito policial antecede a ação penal e a legislação em vigor abre à polícia a possibilidade de apresentar representação direto ao juiz. O presidente da ADPF (Associação dos Delegados da Polícia Federal), Marcos Leôncio Ribeiro, disse que as orientações da 7ª Câmara “são ilegais e ferem a autonomia” da polícia. O Código de Processo Penal prevê, no parágrafo 2º do artigo 282, que as medidas cautelares serão decretadas pelo juiz “de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público”. Também o artigo 311 da mesma lei, no ponto que trata das prisões preventivas, estabelece que “caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial”. “O Ministério Público Federal busca erguer um muro entre a Polícia Federal e o Poder Judiciário com a finalidade de transformar-se na ‘Polícia Ministerial’. O MPF quer uma Polícia Federal subjugada e dominada. Um simples braço operacional da vontade ministerial, sem direito a pensar ou discordar. Que somente deve se reportar ao MPF”, disse Ribeiro. A medida da 7ª Câmara pretende estender para todo o país a mesma relação estabelecida entre a PGR e os ministros do STF sobre os casos que tratam de autoridades com foro privilegiado no STF, como parlamentares federais e ministros. Hoje, a PGR combate e desautoriza qualquer representação encaminhada por um delegado a um ministro do STF. A PF menciona o Regimento Interno do STF que garante essa via de acesso. Outra orientação da PGR que despertou polêmica entre os delegados de polícia foi a de que os procuradores da República deverão recorrer de toda decisão judicial “que acolha requerimento de declínio de competência [para processar e julgar] formulado diretamente por autoridade policial”. Segundo a orientação, “não cabe” aos delegados “formular petições diretamente aos magistrados a qualquer título, inclusive para promover declínios de competência”. As duas orientações mencionam “a ausência de capacidade postulatória das autoridades policiais”. OUTRO LADO O coordenador da 7ª Câmara, subprocurador-geral da República Mario Luiz Bonsaglia, disse que as orientações “não têm caráter vinculante”, ou seja, os membros do Ministério Público podem segui-las ou não. As medidas, segundo o procurador, foram decididas após um encontro, em Brasília, com cerca de 80 procuradores da República, que apresentaram propostas para melhorar e agilizar a tramitação dos inquéritos e processos. Segundo Bonsaglia, o principal objetivo das orientações é ganhar tempo e eficiência nas investigações, já que as representações encaminhadas pelos delegados aos juízes depois são submetidas ao Ministério Público. Ele disse que às vezes são perdidos horas e dias com esse modelo de processamento e em muitos casos “horas são preciosas”. A respeito das previsões do Código de Processo Penal, Bonsaglia disse que a lei é da década de 40, “do Estado Novo, da ditadura”, e que a Constituição de 1988 atribuiu ao Ministério Público o controle externo da atividade policial e a capacidade privativa de propor ação penal pública. Indagado sobre como os procuradores devem proceder quando um delegado se dirigir diretamente ao juiz, Bonsaglia afirmou que eles devem dizer ao juiz “que a representação não deve ser conhecida”. Ao mesmo tempo, porém, o procurador poderá encampar, em procedimento próprio, determinados pontos ou a integra do pedido do delegado.


Dinheiro de assalto a carro-forte em 2012 é encontrado em SC

Morador encontrou saco com cédulas em um terreno próximo à residencia; Um revólver calibre 38 também estava junto com o dinheiro

A Polícia Militar de Santa Catarina recuperou um saco de dinheiro proveniente de um assalto a um carro-forte ocorrido em 2012. As cédulas foram encontradas em uma residência na cidade de Guaramirim, interior do estado catarinense, no fim da tarde de segunda-feira (15).

O dinheiro foi roubado na Serra Dona Francisca, em Joinville (SC), após uma explosão a um veículo de transporte de valores em outubro de 2012. A Agência de Inteligência da PM recebeu informações de que um rapaz havia encontrado, há cerca de cinco meses, uma sacola com várias cédulas em um terreno vazio e que estaria repassando o dinheiro no comércio local.

O homem, de 36 anos e morador da cidade de Schroeder (SC), confirmou a história para a polícia e disse que também encontrou um revólver calibre 38. Os policiais, com a autorização do morador, foram até a residência. A arma, com seis munições intactas, tinha registro de perda por uma empresa de segurança. Uma espingarda calibre 32 também foi encontrada na casa.

O dinheiro estava em péssimo estado, com notas deterioradas e parcialmente queimadas, impossibilitando a contagem do valor. O homem foi preso em flagrante por receptação e posse de armas de fogo. A Polícia Civil abriu investigação e realiza perícia para descobrir informações a respeito das armas e do dinheiro apreendido.

Com informações do Zero Hora.


Dilma chora ao receber relatório sobre ditadura militar

Relatório final da Comissão Nacional da Verdade foi entregue à presidenta Dilma Rousseff hoje, em cerimônia oficial no Palácio do Planalto

A presidenta Dilma Rousseff recebeu hoje (10) o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e disse que o trabalho do grupo vai ajudar a afastar “fantasmas de um passado doloroso” e permitir que os brasileiros conheçam a história das violações aos direitos humanos durante a ditadura militar para que elas não se repitam.

“Nós, que acreditamos na verdade, esperamos que esse relatório contribua para que fantasmas de um passado doloroso e triste não possam mais se proteger nas sombras do silêncio e da omissão”, destacou.

Muito emocionada, Dilma chorou ao dizer que o Brasil merecia a verdade sobre a ditadura militar. “Sobretudo merecem a verdade aqueles que perderam familiares e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”, disse, com a voz embargada, após interromper o discurso por causa do choro.

O relatório final da CNV faz um relato das atividades desenvolvidas durante os dois anos e sete meses de investigações, além de fatos apurados, conclusões e recomendações. De acordo com o coordenador do colegiado, Pedro Dallari, uma das conclusões mais importantes do relatório final é a confirmação de que as graves violações aos direitos humanos, durante o período da ditadura militar, foram praticadas de maneira sistemática.

Dilma agradeceu e elogiou o trabalho dos integrantes da comissão e disse que a conclusão das atividades não representa um ponto final nas investigações das violações de direitos humanos na ditadura. Segundo Dilma, o Estado brasileiro vai se “debruçar” sobre o relatório, “olhar as recomendações e propostas e tirar as consequências necessárias”. A presidenta citou os trabalhos de comissões da verdade estaduais e setoriais como complementares ao trabalho do colegiado.

Dilma também fez um agradecimento aos órgãos que colaboraram com as investigações da comissão e aos “homens e mulheres livres que relataram a verdade para a comissão”, principalmente aos parentes de vítimas e sobreviventes do período militar. “Presto homenagem e manifesto caloroso agradecimento aos familiares dos mortos e desaparecidos, aqueles que com determinação, coragem, generosidade, aceitaram contar suas histórias e histórias de parentes, amigos, companheiros que viveram tempos de dor, morte e sofrimento.”

A presidenta ressaltou o trabalho histórico da comissão e a importância das investigações do grupo para o reconhecimento do direito à memória – principalmente para as gerações que nasceram após o período militar – e para a reconciliação nacional, com valorização dos pactos e acordos que levaram o país à redemocratização.

“Com a criação desta comissão, o Brasil demonstrou a importância do conhecimento desse período para não mais deixá-lo se repetir”, disse. “Conhecer a história é condição imprescindível para construí-la melhor. Conhecer a verdade não significa reagir, não deve ser motivo para ódio. A verdade liberta daquilo que permaneceu oculto”, comparou.

Ao receber o documento de 4,4 mil páginas, que também está disponível na internet, Dilma disse que a apresentação simultânea para o governo e para a sociedade mostra que o trabalho da CNV foi isento de interferências e que é resultado de uma decisão do Estado brasileiro, e não apenas de um governo.

Criada pela Lei 12.528/2011 e instalada em maio de 2012 para examinar e esclarecer violações de direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988, principalmente no período da ditadura militar (1964-1985), a Comissão Nacional da Verdade terá seus trabalhos encerrados no próximo dia 16. No relatório final, o grupo sugere a criação de um órgão público para dar seguimento e continuidade às ações da CNV.

Informações da Agência Brasil.

 


TF debate indenização de danos morais a presos em razão da superlotação dos presídios

Denise Mello

Redação com STF 

O Supremo Tribunal Federal (STF) debate desde a quarta-feira (3), a responsabilidade do Estado por indenizar preso por danos morais em razão de superlotação nos presídios. O julgamento foi interrompido por pedido de vista do ministro Luís Roberto Barroso, mas já teve dois votos a favor dos detentos, em razão do Estado não garantir condições mínimas para cumprimento de pena nas prisões.

O recurso teve repercussão geral reconhecida e a decisão se refletirá em pelo menos 71 casos sobrestados em tribunais de todo o país. O julgamento foi interrompido após o voto do relator, ministro Teori Zavascki, que considerou haver responsabilidade civil do Estado por não garantir as condições mínimas de cumprimento das penas nos estabelecimentos prisionais. O entendimento foi acompanhado pelo ministro Gilmar Mendes.

No caso concreto, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul (DP-MS), em favor de um cidadão condenado a 20 anos de reclusão, cumprindo pena no presídio de Corumbá (MS), recorreu contra acórdão do Tribunal de Justiça local (TJ-MS) que, embora reconheça que a pena esteja sendo cumprida “em condições degradantes por força do desleixo dos órgãos e agentes públicos”, entendeu não haver direito ao pagamento de indenização por danos morais.

Da tribuna, o representante da Defensoria Pública sustentou que, ao não garantir as condições necessárias para o cumprimento da pena, fato que violaria o princípio da dignidade humana, o Estado passa a ter responsabilidade objetiva pela situação. Também da tribuna, o procurador de Mato Grosso do Sul reconheceu as más condições do presídio de Corumbá, mas alegou que o pagamento de indenização não seria razoável, pois comprometeria recursos que deveriam ser utilizados para melhorar o sistema penitenciário.

Em seu voto, o ministro Teori Zavascki destacou não haver qualquer controvérsia quanto aos fatos narrados na ação, nem quanto à configuração do dano moral. Lembrou ainda que o próprio acórdão do TJ-MS, que negou o pagamento da indenização, deixa claro ser “notório que a situação do sistema penitenciário sul-mato-grossense tem lesado direitos fundamentais, quanto à dignidade, intimidade, higidez física e integridade psíquica”.

O ministro enfatizou que a discussão no RE que chegou ao STF refere-se unicamente à responsabilidade civil do Estado de responder sobre ação ou omissão de seus agentes, conforme preceitua o artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal.

Segundo o relator, o dispositivo constitucional é auto aplicável, não sujeito a intermediação legislativa ou a providência administrativa, bastando apenas que tenha ocorrido o dano e seja demonstrado o nexo causal com a atuação da administração pública ou de seus agentes para que seja configurada a responsabilidade civil. Para o ministro, não há dúvida de que o Estado é responsável pela guarda e segurança das pessoas submetidas a encarceramento enquanto permanecerem detidas.

“E é dever do Estado mantê-lo em condições carcerárias de acordo com mínimos padrões de humanidade estabelecidos em lei, bem como, se for o caso, ressarcir os danos causados que daí decorrerem”, acentuou o relator.

O ministro observou também que a jurisprudência do STF já deixou claro, em mais de uma ocasião, haver responsabilidade objetiva do Estado pela integridade física e psíquica sobre aqueles que estão sob custódia estatal.

O relator ressaltou ser necessária a adoção de políticas públicas sérias para eliminar ou, ao menos, reduzir as violações à integridade e à dignidade das pessoas dos presos, mas isso não significa que as atuais violações causadoras dos danos morais ou pessoais aos detentos devam ser mantidas impunes, sobretudo quando o acórdão recorrido admite que a situação do sistema penitenciário sul-mato-grossense tem lesado direitos fundamentais relativos à intimidade e à integridade física e psíquica.

Lembrou, ainda, que as violações aos direitos fundamentais dos detentos não podem ser ignoradas sob o argumento de que as indenizações não resolveram o problema global das más condições carcerárias.

“Esse argumento, se admitido, acabaria por justificar a perpetuação da desumana situação que se constata em presídios. Ainda que se admita não haver o direito subjetivo individual de deduzir em juízo pretensões que obriguem o Estado a formular e implementar política pública determinada, certamente não se pode negar ao indivíduo encarcerado o direito de obter, inclusive judicialmente, pelo menos o atendimento de prestações inerentes ao que se denomina mínimo existencial”, afirmou.

O ministro assinalou que não se pode excluir das obrigações estatais em matéria carcerária a de indenizar danos individuais de qualquer natureza causados por ação ou omissão do Estado a quem está submetido a encarceramento por seu comando.
“A invocação seletiva de razões de Estado para negar especificamente a uma categoria de sujeitos o direito à integridade física e moral não é compatível com o sentido e alcance do princípio da jurisdição, pois estaria se recusando aos detentos os mecanismos de reparação judicial dos danos sofridos, deixando-os privados de qualquer proteção estatal, numa condição de vulnerabilidade juridicamente desastrosa”, sustentou.


Como sobreviver à "Guerra da informação"

Por Carlos Castilho em 22/11/2014
no site do OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA

No texto anterior (Mais perdido que leitor de jornal) foi iniciada uma análise da maneira como as pessoas captam uma notícia e como uma confusão entre os conceitos de dado e informação acaba contribuindo para aumentar a desorientação dos leitores , provocada pela avalancha informativa.

É um tema complexo mas importante porque sua compreensão ajudará a reduzir os efeitos de outro problema, a “guerra da informação” na qual já estamos metidos, basta ver a polarização da opinião pública depois das eleições presidenciais e agora com o escândalo da Petrobrás. 

Jornais publicam informações, mas nós leitores, devemos recebê-las como dados, ou seja, o que importa para nós é avaliar o dado antes de emitir uma opinião. Uma notícia é um tipo especifico de dado, caracterizado pelo ineditismo para quem a recebe. Uma noticia deve ser verificada, contextualizada, atribuir significados etc.

Uma informação você aceita ou não, e pronto. Da mesma forma que você não é obrigado a gostar de todos os tipos de músicas, você não é obrigado a aceitar todo tipo de informação publicada pela imprensa porque ela é um dado trabalhado por alguém, portanto não é um espelho fiel de realidade, por mais experiente e capacitado que seja o jornalista que a produziu.

Uma informação jornalística é no máximo é uma tentativa de descrição, de representação, que pode ser boa ou ruim, que pode agradar ou desagradar, assim como uma música pode agradar ou desagradar e nem por isto você hostiliza o músico. Quem faz a informação somos nós, e não o jornal. O jornal produz a informação dele que nos captamos como noticia (dado inédito), assim como reagimos diante da previsão do tempo.

O meteorologista não pode ser criticado porque anunciou chuva para o fim de semana. Para alguns a previsão incomoda porque esperavam ir a praia, mas para outros, o tempo chuvoso pode ser uma dádiva dos céus, como para os moradores das regiões sob o efeito de secas prolongadas. O significado atribuído à previsão de chuva depende do leitor e não do meteorologista, e cada leitor desenvolve o seu próprio significado.

Outra coisa importante. Muitos acham que para não se irritarem com notícias que não gostam, o ideal seria ler só os jornais com os quais simpatiza ou compartilha opiniões. Tudo bem, esta é uma atitude muito comum, quase uma regra, mas um dos mais renomados pesquisadores da opinião pública, o norte-americano Cass Sunstein adverte: quanto mais uniforme for a opinião de um grupo de leitores, maior a tendência à xenofobia, sectarismos e discriminações. 

Sunstein escreveu quatro livros sobre o tema sobre o qual realiza pesquisas de campo desde 1990. O mais conhecido dos seus livros é Going to Extremes , publicado em 2009. Assim, quando só lemos um mesmo jornal durante muito tempo acabamos conhecendo apenas a versão deste jornal sobre o que acontece ao nosso redor e no resto do mundo. Como todos sabemos, um jornal não consegue dar conta da complexidade do mundo em que vivemos, ainda mais agora, na era digital quando milhões de pessoas passaram a publicar informações cada uma delas respondendo a um contexto especifico e a uma forma personalizada de ver um fato, número ou evento.

Todo o material sobre a operação Lava Jato que está sendo publicado pelos jornais ou divulgado pela televisão deve ser visto como uma massa de dados que o leitor ou telespectador deve analisar, checar e contextualizar antes de tomar uma posição e difundi-la para outras pessoas. Assumir o noticiário como a essência da verdade é ignorar a realidade dos fatos, porque cada número, cada evento, declaração ou fato registrado assume significado somente quando o leitor ou telespectador o situa em seu contexto pessoal. 

É claro que o leitor comum não tem condições de conhecer todas as circunstancias de um depoimento, se foi espontâneo, se foi obtido sob tortura ou se foi resultado de uma transação (delação premiada). Uma mesma frase assume significados diferentes conforme o contexto em que foi pronunciada. O mesmo acontece com números, denúncias, suposições e ilações produzidas por repórteres, policiais, políticos, economistas e formadores de opinião. Todos tem sua agenda pessoal, interesses que podem ou não ser os mesmos do leitor, ouvinte ou telespectador.

A tendência quase espontânea das pessoas é assumir posições tipo a favor ou contra. O problema é que isto leva a uma simplificação da realidade, o que é um sinônimo de irrealidade. O sectarismo é uma simplificação da realidade política, que se não for compensada pela diversificação de percepções acaba levando a conflitos violentos, tipo golpe de estado ou rebeliões.

O professor Cass Sunstein, que não é nenhum esquerdista (é assessor de Obama), afirma que quando pessoas da mesma opinião, só conversam entre si , a tendência identificada em dezenas de grupos focais é de que se tornem cada vez mais radicais nas suas opiniões. Como este processo ocorre tanto entre os que são contra como entre os que são a favor da presidente Dilma, por exemplo, não é difícil prever que não vai demorar muito para que o sectarismo ganhe intensidade e se não for identificado a tempo, poderá gerar situações irreversíveis.

Mais do que em qualquer outra conjuntura política pós- redemocratização do Brasil, a leitura critica e analítica dos dados publicados na forma de informação pela imprensa torna-se o antídoto da “guerra da informação” . O Observatorio da Imprensa pratica e promove, desde a sua fundação há 18 anos, a leitura crítica da mídia jornalística.


NO BRASIL, DESOBEDECER AS LEIS É FÁCIL

01. Pesquisa feita pela FGV (com 7,1 mil pessoas, concluída em abril/14) para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública revela (Estadão 10/11/14) profunda desconfiança dos brasileiros nas instituições públicas: 81% acham que é “fácil” desobedecer as leis. A certeza da norma, do castigo e do direito encontra-se em profunda crise na sociedade brasileira. Sem sair dessa crise não se pode traçar um futuro promissor para o Brasil (que constitui uma das democracias mais corruptas de toda América Latina). Se existe algo absolutamente inexorável em todas as nações prósperas do mundo, esse algo é o império da lei. É impossível construir uma sociedade moderna e pujante sem que o império da lei (ou seja: lei, Constituição e tratados internacionais) esteja no eixo mesmo da convivência (que somente pode se tornar previsível em razão dessa conjunto normativo). Toda sociedade (em todos os tempos) que não tem como culto primeiro um profundo respeito (por todos) pela legalidade (pela lei, pela constituição e pelos tratados) vive sob permanente caos e, em consequência disso, sempre ameaçada. Em toda América Latina, no entanto, não faz parte da nossa cultura o acendrado respeito pelas normas jurídicas.

02. A profunda decepção de Simon Bolívar com a ausência do império da lei no nosso continente levou-o a proclamar o seguinte (citado por Huntington, em A ordem política nas sociedades em mudança): “[Na América Latina] os tratados são papéis[quem olha a jurisprudência do STF na questão da anistia sabe muito bem do que Bolívar falava; o STF ignorou completamente o direito internacional], as constituições não passam de livros [as violações dos direitos fundamentais rasgam impune e diariamente nossa constituição], as eleições são batalhas [não só políticas, sim, sobretudo, econômicas, levadas a cabo pelos financiadores das campanhas eleitorais, que dessa forma compram o mandato do político], a liberdade é anarquia [pelo menos assim veem alguns grupos nada comprometidos com a democracia] e a vida um tormento [essa é uma excelente síntese para exprimir os protestos de junho]. A única coisa que se pode fazer na América é emigrar [isso era mais confortável no tempo de Bolívar, quando não havia um planeta inteiramente contaminado pelas injustiças geradas pela globalização, que conseguiu agradar alguns e desagradar e desandar a vida de metade da população mundial].

03. Também para 81% dos pesquisados (pesquisa FGV citada) é nítida a percepção de que, sempre que possível, as pessoas escolhem “dar um jeitinho” no lugar de seguir as leis gerais (abstratas e impessoais). O famoso “jeitinho” alcança, como se vê, todas as classes sociais. Essa cultura se dissemina de pais para filhos e de casa em casa. Dizemos que educação se aprende na escola e, sobretudo, em casa. O “jeitinho” em regra é inoculado no espírito da criança “a partir da sua casa”. Como nos comportamos diante de um “proibido estacionar”? “Proibido fumar”? Ou diante de uma fila? Nos países mais organizados (Escandinavos, por exemplo, Alemanha, Coreia do Sul, Japão etc.) as regras ou são obedecidas (por todos) ou não existem. No Brasil as regras gerais (frequentemente excessivas: somos um país de “bacharéis”) em lugar de serem cumpridas dão margem para a corrupção burocrática. Com isso não alcançamos nunca a certeza das normas (ou do castigo). A descrença nas instituições é generalizada.

04. A imagem da Justiça brasileira (32% de confiança) está arrasada. Sua morosidade enerva essa descrença. A confiança na polícia fica um ponto porcentual acima (33%). Apesar de baixos, esses índices já foram menores – 29% e 31% respectivamente – em pesquisa anterior (veja Estadão). Para 57% da população “há poucos motivos para seguir as leis do Brasil”, segundo o levantamento da FGV. Os moradores do Distrito Federal (os mais próximos do crime organizado formado pela troika maligna dos políticos, partidos e outros agentes públicos + agentes econômicos despudorados + agentes financeiros inescrupulosos, que se uniram numa parceria público/privada para a pilhagem do patrimônio do Estado – PPP-PPE) foram os que mais disseram acreditar (84%) na saída do “jeitinho” como regra nas relações.

05. Quanto maior o rendimento da pessoa, mais alta é a sensação de que as leis não são cumpridas. De acordo com o estudo, 69% dos entrevistados que ganham até um salário mínimo concordaram que o “jeitinho” é a regra, porcentual que cresce para 86% na população que ganha mais de oito salários mínimos. A impunidade (ausência da certeza do castigo) faz as pessoas desafiarem as leis. A precariedade da fiscalização é a fonte da impunidade. Vejamos o quadro publicado pelo Estadão: (aqui)

06. Uma outra pesquisa (da KPMG), no Brasil, com cerca de 500 graduados executivos de grandes empresas, veio comprovar o altíssimo nível de corrupção dentro delas: apenas 21% dos pesquisados afirmaram que sua empresa não participaria de um ato de corrupção. De acordo com a pesquisa (divulgada em fevereiro de 2014), 62% dos empresários acreditam que sua empresa participa de corrupção e 17% não tinham certeza, ou seja, aproximadamente oito em cada dez empresas poderiam participar (ou estariam participando) de corrupção, como relatado no estudo. Outro dado importante da pesquisa é que 33% dos entrevistados afirmaram que sua empresa participou de um ato de corrupção nos últimos 15 meses. Quando questionados se as empresas concorrentes praticam atos de corrupção, 60% acreditam que isso acontece frequentemente, 25% que estes atos são raros, e apenas 5% afirmam que isto não ocorre. Os outros 10% não souberam responder.

07. A pesquisa deixou clara a necessidade de investimentos neste tipo de controle. Seguindo os resultados obtidos nos questionamentos sobre corrupção, 85% dos entrevistados também acreditam que a sua organização poderia ser objeto de fraude. Além disso, 55% afirmam que sofreram fraude nos últimos 15 meses. Ainda de acordo com estudas da KPMG, as empresas privadas arcam com custos enormes em função de fraudes e corrupção As empresas em todo o mundo têm cerca 5% do seu faturamento perdido a cada ano em função de práticas fraudulentas ou irregulares. O triângulo da fraude (conforme a KPMG) é formado por oportunidade, pressão e racionalização. No primeiro componente, a fraqueza nos controles internos abre caminho para o fraudador. O segundo está ligado a pressão que o funcionário sofre para cometer a fraude, podendo essa pressão ser da empresa (metas muito ousadas), de amigos ou de familiares ou até de vícios como drogas ou jogos. O último vértice do triângulo é a racionalização por parte do contraventor, de modo que o mesmo fique com a consciência tranquila.

*Colaborou Flávia Mestriner Botelho, socióloga e pesquisadora do Instituto Avante Brasil.

Fonte: Blog Visão Panorâmica


SP dará R$ 120 mil por informações sobre assassinos de seis agentes

São três valores de R$ 30 mil e outros três de R$ 10 mil pelos seis casos. Secretaria da Segurança procura quem matou agentes penitenciários.

Secretaria da Segurança Pública de São Paulo pagará até R$ 120 mil de recompensa por informações que levem às prisões dos assassinos de seis agentes penitenciários, mortos neste ano. A informação foi publicada na edição desta quinta-feira (13) do Diário Oficial do estado. São três recompensas nos valores de R$ 30 mil e outras três de R$ 10 mil pelos seis casos de homicídios dolosos

.A pasta está oferecendo R$ 30 mil para cada um dos três casos abaixo, a quem tiver informações que ajudem a polícia a prender:

- quem matou o agente de segurança penitenciária Agnaldo Barbosa Lima na manhã do dia 9 de setembro, na Rua Sylvio Lagreca, no Parque Ipê, em São Paulo.

- o assassino do agente penitenciário Cleoni Geraldo Lima. Ele morreu na noite de 7 de outubro na Rua Tenente Alcides Silvério, no Parque União da Vitória, em Campinas, interior do estado.

- o responsável pela morte do agente Marcos Antônio Azenha na noite de 1º de novembro na Rua Yvone Baptista, Jardim Limoeiro, em Taiúva, interior de São Paulo.

Também será pago R$ 10 mil para cada um dos três casos abaixo, para quem der informações que levem as prisões de:

- Valdir da Silva Cavalcante, o Grilo, com prisão temporária decretada pela Justiça em São Vicente, litoral paulista, pelo assassinato do agente Agnaldo Cardoso de Oliveira no dia 23 de março.

- Marcelo Bispo Nunes, o Coruja, com prisão temporária decretada pela morte do agente de escolta e vigilância penitenciária Paulo Alexandre Ribeiro Rosa, em 15 de agosto, em Praia Grande.

- Dionatan Lucas  da Silva, o Closeup, e Cássio Guedes, o Tsunami. Eles têm prisão temporária decretada pela Justiça em Praia Grande, pelo assassinato deCharles Demitre Teixeira, diretor do centro de segurança e disciplina, em 21 de agosto.

As denúncias podem ser feitas pelo Disque-Denúncia, pelo número de telefone 181.

Fonte: http://jenisandrade.blogspot.com.br


OLIGARQUIAS CORRUPTAS: CHEGA!

01. A Petrobrás e o cartel do metrô de SP, os mensalões do PT e do PSDB, o fisiologismo do PMDB etc. Não são mais que sintomas graves do longo caminho já percorrido pelo malfeito, pela pilhagem e pela astúcia. Sem extrapolar os limites do Estado de Direito (não é preciso que nos convertamos em fascistas ou populistas para combater a troika maligna formada pelos políticos e outros agentes públicos + agentes econômicos + agentes financeiros, unidos pela bandalheira e corrupção), chegou o momento de a sociedade civil brasileira se posicionar de forma implacável e decisiva contra todos os inescrupulosos que se apoderaram criminosamente de grandes parcelas do poder no Brasil.

02. Império (1822-1888), República Velha (1889-1929), ditadura (1930-1945), República Nova (1946-1963), nova ditadura (1964-1984) e redemocratização (1985-2014): já são quase 200 anos de governos patrimonialistas (quem está no poder considera o Estado como patrimônio pessoal que deve ser apropriado) e clientelistas (manutenção do poder político por meio de favores e escambos regados a uma imensa corrupção), incapazes de solidificar as instituições elementares de um Estado forte e pujante, quais sejam: uma democracia vigorosa (seu lugar sempre foi ocupado por oligarquias), uma economia e um mercado forte e distributivo (que aqui sempre foram sufocados pelos oligopólios e pela brutal desigualdade), uma Justiça eficiente (por aqui nunca se viu o império igualitário da lei) e uma sociedade civil consciente e participativa (no lugar disso o que temos visto é sua escandalosa manobra por políticas populistas).

03. Durante toda nossa história independente, nunca o poder autoritário dos máximos mandantes (Imperadores, ditadores, presidentes) impediu o crescimento dos nefastos grupos de malfeitores que foram se apoderando do Estado: oligarquias rurais no princípio e, depois, empresarias, monopólios ou oligopólios, líderes de corporações, partidos políticos e grupos criminosos regionais. Tudo hoje se resume em poucas palavras: corrupção, crime organizado e violência. Na sombra dos poderes autoritários nasceram e floresceram vários grupos organizados: os comandados por poderes privados (PCC, CV) ou paraestatais (milícias) assim como os dirigidos pelos políticos e outros agentes públicos (mensalões do PT e do PSDB são exemplos) ou pelos agentes econômicos e financeiros (Petrobrás, cartel do metrô de SP etc.).

04. Os partidos políticos, os políticos e outros agentes públicos, aliados a agentes econômicos e financeiros, constituíram uma troika maligna deplorável, pois destoam completamente do que seriam (num Estado democrático de Direito) práticas e instituições sustentáveis, segundo princípios éticos inabaláveis. Em geral, quais são os princípios e ideias que os distinguem no mundo político ou empresarial? O que aqui se vê é a atuação da troika para a preservação dos seus poderes e privilégios bem como para a tutela dos seus interesses. Seus atos não exprimem mais que egoísmo e personalismo. Mudam alguns nomes (temporariamente), mas não os perfis nem muito menos os vícios pérfidos, que corrompem, gastam e dissipam o erário público, cada vez mais exangue diante da ganância corruptiva das organizações criminosas que se preservam por meio do fausto financiamento das caríssimas campanhas eleitorais. Deturpação e desvio de finalidade maiores na democracia não existem.

05. A troika maligna, liderada ou composta pelos políticos assim como pelos partidos, alavancam progressos, mas, ao mesmo tempo, tal como gafanhotos famintos, vorazmente consomem grande parcela dos recursos de forma ilícita, esquecendo-se completamente do bem comum. Uma ou outra ação positiva para a nação não chega a afastá-los da pecha de nocivos e perigosos, porque são os protagonistas mais ostensivos da criminalidade organizada PPP-PPE (parceria público/privada para a pilhagem do patrimônio do Estado). Todos (com raras exceções) apresentam-se igualmente desonrados e aviltados pelos vícios comuns, esvaziando-se a autoridade e a força moral. Como sublinha Timon (personagem de J. F. Lisboa), “mal ergue um deles a voz para exprobrar ao outro tal erro, tal falta e tal crime, para logo a exprobração contrária quase idêntica vem feri-lo no coração, fazendo-o emudecer completamente, posto que a falta de pudor é a qualidade dominante de todos eles: pudor, moral, respeito e decoro nada significam desde que triunfem nas urnas e levem a cabo seus mesquinhos desígnios”. A corrupção no Brasil precisa ser passada a limpo e isso significa, desde logo, fazer valer o império da lei frente a todos.

Fonte: Blog Visão Panorâmica


Uma discussão estritamente jornalística sobre o caso Veja

do site DCM

Vou falar estritamente sobre a técnica jornalística utilizada pela Veja na última edição.

Percebi que é necessário, uma vez que mesmo jornalistas experientes como Ricardo Noblat não compreendem exatamente onde está o problema.

Citei Noblat porque, em sua conta no Twitter, além de em determinada altura do debate de ontem ele informar seus seguidores de que a bateria do celular acabara, ele fez a seguinte indagação.

“Que prova Dilma quer da reportagem da Veja? Uma gravação? Diria que é falsa. Uma entrevista do doleiro preso?”

Uma das missões do jornalismo é jogar luzes sobre sombras. Noblat jogou ainda mais sombras sobre as sombras já existentes.

Prova é prova. Prova são evidências consideradas irrefutáveis pela Justiça depois de um processo em que as partes defendem sua posição.

Prova não é a palavra de ninguém – gravada, escrita ou dita em público. Porque o ser humano pode dizer qualquer coisa que imagine que vá beneficiá-lo ou prejudicar um opositor.

Imagine que alguém queira destruir moralmente você. Ele afirma que você é pedófilo, por exemplo. Grava um vídeo e coloca no YouTube.

O fato de ele haver falado que você é pedófilo não prova nada, evidentemente. Você o processa. A Justiça vai pedir provas. Se o difamador não as tiver, estará diante de uma encrenca considerável.

O raciocínio acima não vale, infelizmente, para o jornalismo, dada a influência que as empresas de mídia exercem sobre a Justiça no Brasil.

Mas vale em sociedades mais avançadas. O caso clássico, neste capítulo, é o de Paulo Francis.

Acusou diretores da Petrobras de terem contas no exterior. Como as acusações foram feitas em solo americano, no programa Manhattan Connection, os acusados puderam processá-lo nos Estados Unidos.

A Justiça americana pediu provas a Francis. Ele nada tinha. Na iminência de uma indenização à altura das calúnias, Francis se atormentou e morreu do coração.

Na Justiça brasileira, ele certamente se sairia facilmente de um processo. E ainda seria glorificado como mártir da liberdade da expressão.

Ainda que, para voltar à frase de Noblat, uma fita fosse apresentada, isto não valeria rigorosamente nada. De novo: nada.

Imagine, apenas a título de exercício mental, que alguém tivesse prometido ao doleiro preso vantagens no caso de uma vitória de Aécio: dinheiro, pena branda, cobertura discreta em jornais, revistas, telejornais.

Imagine, além disso, que o doleiro de fato acreditasse que uma simples declaração sua daria a presidência a Aécio.

Ele falaria o que quisessem que ele falasse, naturalmente.

No Brasil, situações como a que descrevi podem acontecer.

Nos Estados Unidos, e volto a Paulo Francis, não. Sem provas, não apenas o acusador estaria frito. Também jornais e revistas que reproduzissem suas acusações enfrentariam problemas colossais.

A sociedade tem que ser protegida.

Em meus dias de Abril, meus amigos se lembram, sempre disse que seria simplesmente inimaginável um jornal publicar – sem provas – uma entrevista em que um irmão do presidente fizesse acusações destruidoras.

Esse irmão poderia estar mentindo, por ódio ou motivações pecuniárias. Inventando coisas. Aumentando outras.

Onde muitas pessoas viram um triunfo da Veja, enxerguei desde o princípio uma demonstração da miséria do jornalismo nacional. E da Justiça, porque se ela agisse como deveria ninguém destruiria a reputação de ninguém sem provas.

Tantos anos depois deste caso a que me refiro, nem o jornalismo brasileiro e nem a Justiça evoluíram.

As trapaças estão até nos detalhes. O jornalismo digno manda que você tome cuidados básicos ao publicar acusações. O acusador disse isso ou aquilo. Afirmou. Para manipular leitores, a Veja utiliza outro verbo: revelou. É, jornalisticamente, uma canalhice e um crime.

A Veja sabe que pode publicar o que bem entender porque a Justiça não vai cobrar provas. Como opera em solo brasileiro, e não americano, ainda poderá se declarar mártir da liberdade da expressão, caso seja mesmo processada por Dilma.

Era o que aconteceria com Paulo Francis se não tivesse sido julgado pelas leis americanas.

Nos Estados Unidos, de onde emigrou há 60 anos a então modesta família Civita para fazer fama e fortuna no Brasil, a Veja estaria morta há muito tempo com o tipo de jornalismo que faz.

Paulo Nogueira
Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.


Prezados Agentes Penitenciários

Diante da grave crise carcerária que assola o Paraná e da inércia do Estado em implementar ações efetivas capazes de amenizar a insegurança no interior dos presídios, o Sindicato dos Agentes Penitenciários – SINDARSPEN – vem, diante de todos os seus representados, expor, para depois orientá-los no que segue:

Há muito viemos avisando de que os problemas de insegurança nos presídios afeta todos aqueles que trabalham na execução penal. Mas, essa insegurança, que afeta mais diretamente o Agente Penitenciário, também começou a afetar sua família.

Hoje um Agente ao sair de casa para assumir um plantão de serviço vive a incerteza de que voltará ao final dele para o seio de seus parentes. Essa incerteza que atormenta o trabalhador se deve à infeliz constatação de tantas rebeliões de presos, em tão pouco tempo, nos presídios do Estado. 

Para cobrar providências da administração, o Sindicato vem travando inúmeras lutas, seja no campo da negociação, seja no campo das denuncias pedindo investimento e melhores condições de trabalho pra categoria!

Mas, para além dessas ações articuladas por essa entidade representativa, é necessário que a categoria, no decorrer do seu trabalho, também adote procedimento que aumente sua segurança dentro das unidades penais.

O DEPEN/SEJU criou procedimentos de segurança que devem ser observados por todos, pois ao não cumpri-los os Agentes estão incorrendo em falha operacional e podem ser responsabilizados pela inobservância destas normas.

Ocorre que com a falta de efetivo de Agentes Penitenciários, a adoção dos procedimentos de segurança levará a uma relevante demora nas atividades e movimentação interna dos presídios. Diante disso, resta-nos decidir se o trabalho vai ser feito de forma insegura, ou com segurança, mesmo que isso cause alguma demora. 

O Sindicato orienta a todos que trabalhem com segurança, pois só assim o Agente Penitenciário estará agindo dentro das normas, garantindo sua segurança, dos seus companheiros de trabalho, dos presos e de toda unidade prisional. A pressão da sua chefia imediata para que não use o Caderno de Segurança deve ser denunciada para os superiores imediatos e para o sindicato, que estará com sua assessoria jurídica de plantão para coibir tais abusos e representar seus autores. 

O SINDARSPEN ainda destaque a Resolução nº 560/2014/ SEJU publicada no dia 22 de outubro que reafirmar a determinação aos Agentes Penitenciários que cumpram o caderno do DEPEN, referente à práticas de segurança nas unidades do Estado.

Quanto a você, diretor de presídio, chefe de segurança e inspetor de equipe temos a certeza da sua consciência e capacidade técnica pra reconhecer a importância do trabalho com segurança para evitar que seus colegas não se submetam a nenhum risco desnecessário. Por isso, certamente vão orientá-los a trabalhar com segurança, pois todos são pais de família e também deixam em suas casas pessoas que dependem da sua volta! 

Finalmente, a você irmão Agente Penitenciário, que estiver iniciando seu plantão de serviço, lembre que mais importante que agradar seu superior hierárquico, obedecendo a ordens manifestadamente ilegais, é agradar quem lhes espera em suas casas: sua família, sua mãe, sua esposa, seu marido, mas principalmente seus filhos! 

Seus filhos e filhas, esses sim precisam de você vivo e íntegro! Por eles se cuide, para que possa voltar sempre pra casa pra continuar cuidando e desfrutando se suas companhias!!!

SINDARSPEN – Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná
 

Resolução publicada pela SEJU! 


REPUDIAMOS AS DECLARAÇÕES DO SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA

Ontem o secretário de Segurança em Guarapuava mostrou mais uma vez que não sabe nada do Sistema Penitenciário, repudiamos seu infeliz comentário que uma das causas seria o tratamento dos agentes penitenciários aos presos, lembro a esse secretário, que a 15 anos desde sua inauguração nunca houve problemas na PIG, e por que só agora teve rebelião?  existem maus tratos só agora?? ou será que por erro de gestão, tanto da SESP e da SEJU que estão mandando presos para o sistema, das delegacias sem classificação nenhuma  e esses presos foram pra PIG!! Quem será que errou??? os trabalhadores ou os gestores????  esses presos que chegaram, sem serem classificados, não tinham interesse em trabalhar e seguir as normas da unidade. Outra infeliz declaração foi falar da escala de trabalho, o secretário deveria se informar mais, pois sobre o seu comando existem policiais tanto militares como civis que fazem escala de 24x72 e trabalham apenas 8 dias por mês também, porém esses trabalhadores honrados cumprem a carga horária semanal estipulada por lei, assim como os Agentes também trabalham em escala de 24 horas, e que, a cada 1 dia equivale a 3 dias  de 8 horas do trabalhador comum, é só fazer uma conta matemática simples. Todos que fazem escalas cumprem a carga horária dentro da lei. Essa declaração é tendenciosa, e tenta tirar o foco do verdadeiro problema que assola o sistema penitenciário. E por que a SESP esta falando pela SEJU, quem deveria estar se manifestando seria a titular da pasta! É necessário mudanças!! urgentes na gestão, e uma delas é a criação de uma secretaria própria para o Sistema Penitenciário. Precisamos de pessoas responsáveis com a segurança, tanto dos trabalhadores como a dos presos e por fim da sociedade!!!


DIA 22/10 EM CURITIBA!!! DIA DE PROTESTO!!!  AS 09:00H EM FRENTE AO PALÁCIO IGUAÇU.

 
 
ANTONY JOHNSON
PRESIDENTE -SINDARSPEN

 


A incógnita das rebeliões nos presídios ....

Relendo matéria feita no ano de 1989 (que ficou sem resposta até 1998), fico estarrecida com as rebeliões que vêm acontecendo nos presídios.

Porque a maioria sabe falar, só não sabe fazer.

Uma rebelião não é causada do nada, pela simples vontade de fugir. É sim causada pela impactante realidade a que são condicionados os presos. Como sempre menciono, não temos ressocialização nesse país, simplesmente o acusado é jogado numa cela inadequada e que se dane. Não é assim que se reeduca ninguém. Porque se existisse uma ressocialização, não haveria rebelião. A culpa não é nem do preso, nem do policial, nem do agente penitenciário, a culpa é única e exclusivamente do Estado. Não se manda tropas de choque invadir um presídio e mandar bala. Mata-se inocentes e os presos continuam vivos. Hoje não querem saber o que é preciso fazer, querem justiça mas a maioria não interage com isso. Justiça aqui é pior que tartaruga quando descansa. 

Um agente penitenciário que foi morto na época, pedia encarecidamente que não mandasse policiais invadirem porque ele tinha mulher e filhos, mesmo pedindo incansavelmente, não foi ouvido. Policiais invadiram o presídio e mandaram bala. Obviamente que o agente penitenciário foi morto. Respostas a esse caso ninguém quis dar. Ficaram anos à espera de justiça, porque o Estado é FALHO. Querem contratar agentes mas não querem assumir os riscos, ou seja - ficam sentados numa cadeira jogando poker ao invés de honrar o trabalho.

Bandido bom não é bandido morto. As pessoas têm que aprender que, por mais mísero que seja alguém, ele tem o direito cabível de uma cela em condições humanas. Só desse jeito acabar-se-á com qualquer rebelião dentro dos presídios. E depois que acontecer alguma coisa com aquele que ao menos tenta defender e honrar seu crachá dentro de um presídio, não adianta culpar polícia e nem preso, culpe e indigne-se com aquele que você vota, pois é ele que rege seus passos. E daquele que está preso também.

Fonte: http://absurdamentesemnexo.blogspot.com.br


Rebeliões e dano ao patrimônio público

 

As rebeliões têm sido organizadas pelos presos para reivindicar melhorias à situação de presídios e cadeias. Superlotação, qualidade da alimentação oferecida, garantia dos direitos constitucionais geralmente são itens que entram na pauta, não sem uma boa dose de violência contra agentes penitenciários, policiais ou outros presos mais vulneráveis. O problema é que todo motim também vem acompanhado de muita destruição e muito prejuízo aos cofres públicos.

É o caso da Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC). Mais de 80% do prédio foi destruído durante rebelião que durou cerca de 45 horas no mês passado. Orçamento realizado por engenheiros da Secretaria de Infraestrutura e Logística estima em mais de R$ 1,5 milhão o custo para reparar as galerias danificadas. Como a obra é considerada emergencial, a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos enviou pedido de dispensa de licitação das obras à Procuradoria Geral do Estado.

Independentemente de ter a licitação dispensada ou não, é um dinheiro que sairá dos cofres públicos e que poderia ser destinado à construção de novas unidades ou à melhoria de estruturas em utilização. É justo que o contribuinte arque com mais esse custo? É claro que a reforma da unidade deve ser feita e que ninguém concordaria em deixar parte dela inativa. No entanto, se a opinião pública fosse consultada, provavelmente, a resposta seria que os detentos deveriam, de alguma forma, arcar com parte dessa reforma.

Contudo, não se trata de cobrar em valores o custeio da obra. No entanto, esses homens poderiam sim ser recrutados como mão de obra em obras públicas e pagar em dias trabalhados, por exemplo. Seria uma boa solução, uma vez que contribuiria para redução da ociosidade e, ainda, ofereceria uma oportunidade de qualificação aos detentos. Seria interessante que o Brasil passasse a discutir penas alternativas e projetos que os detentos colaborem com a sociedade.

 

Fonte: http://www.folhaweb.com.br/


 

Se você está na Gávea, no Rio de Janeiro, e caminha dez minutos, chega a uma grande favela (uma das maiores do mundo). Essa caminhada de dez minutos significa a perda de mais de 13 anos na expectativa de vida (veja Empoli). O local em você se encontra retira anos da sua expectativa de vida. Muitos estrangeiros virão para o Brasil para assistir aos jogos da Copa do Mundo. Talvez não tenham consciência exata dos riscos que estarão correndo. Somos o 15º país mais violento do planeta (conforme os números da ONU de duas semanas atrás) e das 50 cidades mais violentas do mundo, 16 estão aqui. São mais de 53 mil assassinatos por ano.

Imagine um estrangeiro de um desses países econômica e socialmente "escandinavizados" (Dinamarca, Suécia, Suíça, Bélgica, Holanda, Nova Zelândia, Austrália, Coreia do Sul, Japão, Alemanha etc.). Nos seus países eles têm (em média) apenas um homicídio para cada 100 mil pessoas (veja nossas estatísticas no Instituto Avante Brasil)? Os Estados Unidos têm 5 (embora seja um império capitalista)? O Brasil tem 27? Quando um "escandinavizado" colocar os pés no Brasil, seu risco de vida já aumenta 27 vezes. E conforme a capital em que ele estiver, sua expectativa de vida vai reduzir drasticamente.

O que os "escandinavizados" estão mostrando para o mundo? O seguinte: quanto mais igualdade material e social, menos violência (menos crime). Esses países possuem as seguintes médias: PIB per capita de USD 50.084, Gini de 0,301 (pouca desigualdade e, ao mesmo tempo, pouca concentração da riqueza nas mãos de pouquíssimas pessoas), 1,1 homicídios por 100 mil habitantes, 5,8 mortos no trânsito por 100 mil pessoas, 18.552 presos (na média) e 98 encarcerados para cada 100 mil pessoas.

Vamos comparar os números (não os países): O Brasil conta com renda per capita de USD 11.340, Gini de 0,519 (0,51: país exageradamente desigual), 27,1 assassinatos para 100 mil pessoas, 22 mortos no trânsito para cada 100 mil, quase 600 mil presos, 274 para cada 100 mil habitantes. Somos 27 vezes mais violentos que a média dos países mais civilizados do planeta. A palavra chave para explicar tudo isso se chama igualdade, porém, não a igualdade puramente formal, sim, material, social, cultural etc. E isso se consegue por meio de (a) educação de qualidade para todos e (b) aumento da renda per capita.

A única maneira de salvar o planeta das tragédias anunciadas (rebelião dos pobres, revolução dos indignados, sangue das guerras, mutilações decorrentes dos conflitos etc.) é melhorar a qualidade de vida de todo mundo. Os "escandinavizados" (Suécia, Noruega, Islândia, Holanda etc.) são os únicos que estão salvando o capitalismo desigualitário do seu desastre final. São dignos de ser copiados. Não temos, portanto, que nos comparar a eles, sim, copiar o que eles estão fazendo de certo (e deixar de fazer as coisas erradas).



Leia o original aqui: http://www.visaopanoramica.com/2014/05/15/o-risco-de-ser-morto-no-brasil-na-copa-do-mundo/#ixzz31yrcZ6xH
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Possuir arma com registro vencido não é mais crime

Decisão do Superior Tribunal de Justiça reacende discussão sobre as exigências da legislação para que o cidadão tenha uma arma em casa

Por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), desde a semana passada deixou de ser crime possuir uma arma de fogo com o registro vencido. Quem tiver uma nessas condições não responderá mais por um crime e sim por mera infração administrativa. O entendimento da Justiça acirrou a discussão sobre as leis que regulamentam a posse de revólveres e pistolas por cidadãos comuns no Brasil. De um lado, entidades garantem que as rígidas exigências da legislação levam as pessoas a procurar armas no mercado clandestino. De outro, organizações vinculam os armamentos à violência.

INFOGRÁFICO: Um terço das armas de fogo apreendidas em São Paulo foram usadas para cometer assaltos

A nova jurisprudência se firmou a partir do julgamento de um habeas corpus impetrado por um empresário paulista, que havia sido preso em flagrante por manter em casa um revólver e munições com a documentação vencida. Em sua decisão, o ministro do STJ Marco Aurélio Bellizze apontou a necessidade de as armas serem registradas – o que permite que o Estado tenha controle sobre os artefatos –, mas ressaltou que a falta de renovação do registro não impede esse rastreamento.

“Portanto, não vejo, por ora, até mesmo por questões de política criminal, como submeter o paciente às agruras de uma condenação penal por uma conduta que não apresentou nenhuma lesividade relevante (...), não incrementou o risco e pode ser resolvida na via administrativa”, assinalou o ministro. Antes da decisão, quem mantivesse um armamento com o registro vencido respondia por posse ilegal de arma de fogo, cuja pena prevista chega a 3 anos de detenção (e a 4, se a arma for de uso restrito das forças de segurança).

Registro

Para comprar uma arma, não basta simplesmente ir a uma loja. Antes, o cidadão precisa concluir um longo processo de habilitação na Polícia Federal (PF). É preciso ter mais de 25 anos, não responder a inquéritos criminais e declarar a efetiva necessidade de manter o armamento em casa. É necessário ainda tirar três certidões, passar por exame psicológico e fazer curso de tiro, todos cadastrados pela PF. O processo leva de 15 a 60 dias.

Só a partir disso, a pessoa pode levar a arma para casa, devidamente registrada no Sistema Nacional de Armas (Sinarm). Esse registro precisa ser renovado a cada três anos. Por mês, cerca de 400 armas são registradas em nome de pessoas físicas pela PF no Paraná. “De fato, a legislação se tornou muito rigorosa, por essa questão de controle. O cidadão comum que quer uma arma de fogo tem que suar a camisa”, diz Fabrício Torres, responsável pelo Sinarm no Paraná.

De acordo com o Mapa da Vio­lência, do Cen­tro Bra­sileiro de Estu­dos Latino-ame­ricanos, o Brasil tinha na última década 15,2 milhões de armas de fogo nas mãos de cidadãos comuns. Apenas 6,8 milhões estavam devidamente registradas. Das 8,5 milhões de armas clandestinas, 3,8 milhões estavam em poder de bandidos.

Comércio ilegal nas redes sociais

Marcos* gosta de armas de fogo desde criança. Fez cursos de tiro e estudou o quanto pôde sobre cada tipo de armamento. No ano passado, decidiu comprar uma pistola, mas as exigências legais o desestimularam. Encontrou um atalho no mercado clandestino. Em um mês, adquiriu um revólver calibre 38 e uma pistola 765. Logo, comprou duas espingardas calibre 22. Achou os vendedores no Facebook.

“Rapidamente, você conhece muita gente. Se quiser comprar uma [espingarda] calibre 12, eu compro. Se quiser comprar uma [pistola] .40 [arma de uso restrito], eu compro.”

O Paraguai abastece grande parte do mercado ilegal. Lá, as lojas até entregam do lado de cá da fronteira. Neste ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 67 armas e quase sete mil munições na região de fronteira.

Na internet, blogs e sites oferecem revólveres, pistolas e espingardas. Para a PF, não se trata de tráfico de armas, mas de estelionato. A pessoa deposita o dinheiro na conta do vendedor, mas este não despacha o produto. Quem compra não tem a quem reclamar.

*nome fictício

Contra

“Arma comprada em loja também é usada em crime”

Não só as 3,8 milhões de armas que estão em poder dos bandidos são usadas em assaltos e assassinatos. O armamento comprado pelo “cidadão de bem” e devidamente cadastrado também pode acabar sendo empregado em práticas criminosas. Essa é a visão do coordenador do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani.

“As armas compradas em loja também são usadas para fins criminais. Seja por um acidente ou quando a pessoa com a posse se envolver em uma briga, por exemplo; seja pela possibilidade de o artefato ser roubado ou furtado. Por isso, precisamos pensar sobre todos os impactos que a posse da arma pode implicar”, diz.

Levantamento feito pelo Instituto a partir de dados da polícia paulista demonstra que mais de 70% das armas apreendidas em São Paulo são industriais. Nove em cada dez são curtas: revólveres ou pistolas. Um terço delas acaba usada em assaltos e 9%, em homicídios.

Para Langeani, as exigências para compra e registro de uma arma são “bastante razoáveis”, à medida que permitem o controle dos armamentos. Ele ressalta ainda a necessidade de o registro ser renovado, como forma de o Estado rastrear o arsenal, ou seja, de saber onde as armas se encontram.

“Quem quer comprar uma arma legalmente tem que obedecer essas regras. Não consigo acreditar que um cidadão bem intencionado vá querer descumprir isso”, aponta. “Mas temos que avançar ainda mais. A fiscalização das armas ainda é muito ruim e precisa ser melhorada”, completa.

A favor

“Restrição não foi capaz de conter crimes”

O Instituto Defesa, organização não-governamental cujo objetivo é ampliar o acesso às armas, dá de ombros ao argumento segundo o qual quanto mais armas em circulação, maiores seriam os índices de violência. Para o presidente da entidade, Lucas Silveira, a Lei das Armas, que endureceu os pré-requisitos para que o cidadão possa ter em casa um revólver ou pistola, não foi capaz de conter o avanço da violência, como previam os ativistas pró-desarmamento.

“De lá pra cá, passamos a ter uma das leis mais restritivas do mundo. Os indicadores, por sua vez, apontam o aumento dos crimes violentos. Ou seja, não resolveu.”

“Se você for ver quantas pessoas com armas regularizadas cometem crime, seria algo próximo de zero. A restrição não tem lógica”, reforça o presidente da Federação Paranaense de Tiro, James Walter Lowry Neto.

A universidade britânica Cambridge cruzou o número de armamentos com a taxa de homicídios de diversos países. Nos Estados Unidos, onde 90% das residências mantêm armas de fogo, o índice é de 4,2 assassinatos por 100 mil habitantes. No Brasil, 8,8% das casas estão armadas, mas a taxa é de 21 homicídios por 100 mil pessoas.

Silveira questiona os pré-requisitos para que um cidadão consiga registrar uma arma. Ele duvida, por exemplo, da eficácia dos exames e do curso de tiro. “Não garantem nada.” Ele ataca ainda os impostos que incidem sobre o produto. “Mais de 70% do preço de uma pistola é imposto. O governo faz de tudo para desestimular o cidadão a ter uma arma. Isso o impele à clandestinidade.”

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br

 


Final de semana é “agitado” dentro das unidades penais do PR

 

Ocorrências comprovaram, mais uma vez, a falência do Sistema Penitenciário e
a necessidade de investimento
 

Este final de semana foi “agitado” dentro das unidades penais do Paraná. Foram registradas várias ocorrências que comprovaram, mais uma vez, a falência do Sistema Penitenciário e a necessidade de investimento. Foram tentativas de fugas, rebelião e até agressão contra um servidor.

A primeira ocorrência registrada foi na madruga de sábado (06). Cinco presos transferidos de Cascavel, após a rebelião, tentaram fugir da PEFB (Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão). Os detentos quebraram o concreto da janela da cela, serraram o ferro, saíram fazendo uso de uma “tereza” de cobertores, subiram na parte superior da penitenciária e conseguindo chegar ao pátio externo onde foram visualizados.

Na PEF II (Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu II) foram duas tentativas de fugas frustradas. A 1ª foi durante o dia de domingo (07). Os Agentes Penitenciários encontraram um buraco em uma das celas da unidade. Ao todo, seis presos se preparavam para fugir. Já durante a noite, os servidores pegaram três detentos que conseguiram chegar ao telhado na PEF II, mas felizmente foram vistos a tempo.

Três Agentes Penitenciários contratados via PSS (Processo de Seleção Simplificado) foram mantidos reféns por nove horas na Cadeia Pública de Guarapuava. O motim teve início no final da manhã de ontem (07). De acordo com a PM (Polícia Militar), os presos pedem por melhorias no Sistema Carcerário atual, como na questão alimentar e superlotação da cadeia. Com capacidade para cerca de 128 presos, atualmente a carceragem está com 309.

Já na delegacia de Arapongas, um Agente de Cadeia Pública foi vítima de agressão ontem (07). Um preso jogou água fervente no trabalhador. O servidor teve queimaduras de primeiro e segundo graus nas regiões do pescoço e ombro. 

SINDARSPEN

Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná


Tortura : Passado, presente e futuro

Comissão Estadual da Verdade debate desafios para eliminar a prática

Nem a redemocratização, nem os avanços na lei, nem mesmo os compromissos internacionais assumidos pelo País nos últimos anos conseguiram impedir que a prática de tortura permanecesse imbricada no sistema de Justiça brasileiro, sobretudo nos presídios.
 
Essa capacidade do Estado de adaptar a tortura à história e as possibilidades de eliminá-la no futuro estarão em debate em audiência temática organizada pela Comissão Estadual da Verdade no dia 3/9, às 14h. O encontro reunirá ativistas, especialistas e defensores de direitos humanos.
 
A ideia é mostrar que, se pouco mudou na forma medieval como a tortura acontece, muito se pode dizer sobre o perfil, a cor e a classe social de suas vítimas. Antes a brutalidade alcançava a todos, presos comuns e políticos da ditadura militar. Hoje, está circunscrita à massa pobre e negra que superlota o sistema carcerário e que morre nas periferias – uma parcela do Brasil ainda não alcançada pelo Estado Democrático de Direito.
 
“É impossível comparar a brutalidade da ditadura militar com a democracia atual, mas é preciso reconhecer que fatias inteiras de nosso sistema, como é o caso da política penitenciária e de segurança pública, não ficaram no passado”, afirma Lucia Nader, diretora Executiva da Conectas, que estará presente no evento. “A tortura está aí para provar que, apesar dos avanços, ainda convivemos com práticas medievais inaceitáveis.”
 
Além de um diagnóstico histórico, os debatedores apresentarão os desafios para solucionar o problema. Um deles pode estar na lei sancionada pelo governo federal em agosto de 2014 que cria o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Os membros de seu comitê tomaram posse em julho de 2014.
 
Os estados têm resistido a seguir pelo mesmo caminho – como é o caso de São Paulo. O governador Geraldo Alckmin tem em sua mesa há dois anos um anteprojeto de lei que, à luz da experiência positiva do Rio de Janeiro, cria um Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura. O estado possui a maior população carcerária do País, com mais de 190 mil detentos. As razões para o bloqueio do projeto nunca foram apresentadas pelo executivo paulista.
 
Tortura :: Passado, presente e futuro
 
Convidados:
Adriano Diogo - deputado estadual e presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo "Rubens Paiva"
Maria Amélia Almeida Teles - ativista de Direitos Humanos e assessora da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo "Rubens Paiva"
Gorete Marques - NEV/USP e Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura   
Raul Nin - Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública de São Paulo
Lucia Nader - Conectas Direitos Humanos  
José de Jesus - Pastoral Carcerária e Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura
Renata Lira - Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura do Rio de Janeiro (a confirmar)

Local: Auditório Paulo Kubayashi, Alesp (Av. Pedro Álvares Cabral, 201)
Data e horário: 3/9, às 14h
Não é necessário realizar inscrições.
Haverá transmissão através da internet (clique aqui para assistir).

Fonte: Conectas


5 POLÊMICAS SOBRE A PRISÃO DE
RICHTHOFEN E ABDELMASSIH

1ª) Suzane pediu para ficar no regime fechado. A situação de Suzane (que está presa porque colaborou para a morte dos seus pais) já está resolvida: a Justiça, levando em conta seu pedido e o recurso do Ministério Público, revogou o regime semiaberto e determinou a continuidade dela no presídio onde se encontra. Foi revogada a sua progressão de regime. Mas de onde Suzane Von Richthofen não quer sair (Presídio de Tremembé), Abdelmassih jamais gostaria de entrar. Ele acaba de dizer que não gostaria que seus filhos menores e sua mulher lhe visitassem na prisão.

2ª) Cabe prisão domiciliar para Abdelmassih? Matéria publicada pelo Estado de S. Paulo (22/8/14: A17) diz o seguinte: “Ex-médico pode ir para prisão domiciliar. Lei das Execuções Penais permite benefício para quem tem mais de 70 anos ou problema de saúde; mas ele não sairá às ruas antes dos 101 anos”. O dispositivo invocado está equivocado. O artigo 117 da Lei de Execução Penal só permite o regime domiciliar para quem está cumprindo pena em regime aberto. Não é o caso de Abdelmassih, que está preso preventivamente. Nem sequer condenação definitiva existe contra ele. A prisão preventiva acontece antes da sentença final.

3ª) A pena de 278 anos de prisão contra ele pode ser modificada? Sim. Seu recurso contra a sentença de primeiro grau ainda não foi julgado. A pena pode ser alterada radicalmente (porque os crimes foram cometidos de forma continuada e a lei penal prevê redução de pena nesse caso). O recurso está nas mãos do desembargador relator desde 13.09.12.

4ª) Se o recurso não julgado em breve o réu Abdelmassih será liberado? Sim, por excesso de prazo. Seguramente seu recurso será julgado em breve por vários motivos: ele agora está preso, o caso é midiático, o réu tem direito de ser julgado em prazo razoável etc. Mas se o julgamento demorar abusivamente a partir de agora, o réu deve ser posto em liberdade em razão do “excesso de prazo”.

5ª) Em tese, cabe prisão domiciliar para Abdelmassih? Sim (teoricamente). Considerando-se que Abdelmassih está preso cautelarmente (preventivamente), a prisão domiciliar cabível, em tese, não é a prevista no art. 117 da LEP (porque ele não está no regime aberto), sim, a do art. 317 do Código de Processo Penal. De fato, pode o juiz substituir a prisão preventiva por prisão domiciliar (a) quando o réu for maior de 80 anos ou (b) quando está extremamente debilitado por motivo de doença grave.

Em razão da idade não é o caso (o réu tem 70 anos). Pode então ir para a prisão domiciliar por motivo de doença grave, mas tudo tem que ser devidamente comprovado, por médicos do estado (e isso deve ser feito com absoluta transparência, pois do contrário confirmará a sensação popular de que a Justiça criminal beneficia os “iguais”, os poderosos, as pessoas com status etc.).

Fonte: Blog Visão Panorâmica


Politização

João Carlos da Costa

Para concretização da verdadeira democracia no Brasil é necessária a politização dos eleitores brasileiros e também dos políticos. Em especial aos candidatos a cargos eletivos. Acredito que todos aqueles que aspiram a um cargo devessem passar por um curso de preparação e também por uma prova, tal qual o exame para a OAB, para que entendessem a responsabilidade das suas pretensões, pois a maioria não está preparada para cargos tão importantes. O resultado é o descrédito e a corrupção desmetida que vemos nos cenários.. é necessária a politização dos eleitores brasileiros e também dos políticos. Em especial aos candidatos a cargos eletivos. Acredito que todos aqueles que aspiram a um cargo devessem passar por um curso de preparação e também por uma prova, tal qual o exame para a OAB, para que entendessem a responsabilidade das suas pretensões, pois a maioria não está preparada para cargos tão importantes. O resultado é o descrédito e a corrupção desmetida que vemos nos cenários atuais.

A maioria dos eleitores, nesta época, não quer saber de política, por causa dos maus políticos, que fazem uso da politiquice, politicalha e politicagem. A política é uma arte, necessária para o bom convívio social e inerente a todo ser humano. Ninguém vive sem a política, que está presente em todos os setores da vida em sociedade: na economia, educação, cultura, saúde, na igreja e em tudo que envolve pessoas. Mas, por questões de desconhecimento, muitas pessoas simplesmente não gostam de política, mesmo sabendo que a política está dentro de cada um. Um simples bate-papo diário com um vizinho, um amigo o ou outra pessoa e também os contatos para resolver situações que afligem toda uma comunidade é exercer política..A implicância maior está relacionada à política partidária e governamental.  Governantes pecam no período de exercício com problemas de má gestão, maus  assessoramentos provocados pelas ansiedades de promover alianças estratégicas, que nem sempre dão certo.

Mas o que mais favorece o descrédito é o fato de muitos candidatos, por serem conhecidos através da mídia ou por envolvimento de uma forma ou de outra com a população, inclusive com movimentos sociais, mas que, infelizmente, nem sempre possuem o preparo necessário para exercer cargos no Executivo ou Legislativo. Às vezes têm boa vontade, porém só isso não resolve problemas cruciais que afetam a população. E esta, por sua vez, na hora de votar nem sempre analisa um candidato pela experiência e capacidade, mas pelo poder econômico, pelas chances que acha que o candidato tem para vencer a disputa eleitoral, pela beleza física, aparência, entre outras. Usa o voto como moeda de troca por emprego ou benefícios para si ou para outrem, sem perceber que através dessas atitudes estão contribuindo com a corrupção e prejudicando, buscando com isso toda a sociedade  em detrimento a ou outras qualidades que não o próprio caráter e o conhecimento que ele tem parapor em prática aquilo que propôs durante a campanha. E, quanto a isso, acrescenta-se o fato de que a população  quando elege o seu representante, não acompanha as suas atividades. Com isso, muitosp olíticos  ficam acomodados com o poder e durante o período de legislatura ou exercício de gestão executiva, como no caso de prefeitos e governadores, que se comprometeram a fazer, somente lembrando disso ao final do mandato, quando pleiteiam reeleição. Esse tipo de atitude prejudica pessoas que tem boas intenções, caráter e capacidade para atender aos anseios da população, porque em período de campanha pagam pelos erros dos outros, com recepções nem sempre agradáveis e educadas. E isso acaba se tornando um desafio à parte, pois exige um bom trabalho diplomático para dirimir dúvidas e amainar possíveis conflitos.

Nosso País e o nosso Estado do Paraná,especificamente, são ricos em oportunidades de desenvolvimento em todas as áreco, sem exceções. Mas  precisam de pessoas que pensem de forma coerente, com comprometimento com as causas sociais e com os direitos fundamentais dos cidadãos,  de forma a buscar soluções a todos os problemas que mais afligem toda a população. Insisto na necessidade de politização dos eleitores e de candidatos, se quisermos que a administração do País de forma geral melhore. É um trabalho árduo, com resultados a médio e longo prazos e vejo como primeiro passos noções do exercício da verdadeira cidadania  nas grades curriculares do ensino fundamental. Porém nada impede que a partir dessas eleições haja conscientização de eleitores no momento dar o seu voto quanto à escolha do seu candidato e também dos políticos, quando à responsabilidade do cargo que almejam.

João Carlos da Costa

Bel. Químico, Bel. em Direito, Professor e candidato ao cargo de Deputado Federal.


EXPLOSÃO DA VIOLÊNCIA EM SP E NO BRASIL

Como retrato fiel de todo país, o Estado de São Paulo vivencia uma brutal epidemia de violência. Os aumentos (de 2013 para 2014 – 1º semestre) foram os seguintes: Vale do Paraíba, 11,76%; Campinas, 7,7%; Bauru, 7,6%; Sorocaba, 4,7%; Presidente Prudente, 10,5%; Piracicaba, 6,4%; Ribeirão Preto, 26,17%; S. J. do Rio Preto, 31,6% e Santos, 24,8%. Fonte: SSP-SP.

Em 1980 contávamos com 11,7 assassinatos para cada 100 mil pessoas; pulamos para 29, em 2012. Os homicídios diminuíram em alguns grandes centros (SP, RJ etc.), deslocando-se para o norte e nordeste, mas não a violência (roubos, latrocínios, estupros etc.), que continua aumentando assustadoramente em todo país.

As medidas de combate ao crime (anunciadas pelo governo de SP) são completamente ineficazes: (a) a lei dos desmanches vai aprimorar a fiscalização (será que ainda existe quem confia nisso?); (b) a polícia está empenhada e foi elogiada na Copa (todos os crimes, com exceção dos homicídios em SP, aumentaram na Copa); (c) nova campanha de desarmamento (não é novidade); (d) terceirização do 190 (ele só é acionado quando a vida já foi, quando o carro já foi roubado etc.); (e) sistema Detecta (monitoramento dos crimes, usado em NY) (monitorar não é prevenir). São medidas completamente paliativas, que só têm o propósito de empurrar o problema da segurança com a barriga.

Todos os países do mundo, com números reduzidíssimos de delitos violentos, fizeram duas coisas relevantíssimas: certeza do castigo (não necessariamente duro, mas infalível) e medidas socioeconômicas e educativas. No Brasil fazemos tudo errado. E quem planta errado, colhe frutos amargos.

O que SP sempre fez para diminuir os crimes violentos? Combate rotineiro de alguns deles, via patrulhamento nas ruas, e prisões em flagrantes de poucos criminosos inábeis (menos de 2% do total), sobretudo ladrões (prendendo-se a escória mais barata do crime). Isso é feito desde que a polícia militar foi inaugurada, em 1831.

O que não se faz? A investigação de inteligência para identificar os homicidas, os grandes receptadores, os bancos que lavam o dinheiro sujo, os políticos envolvidos com o crime, os grandes traficantes, os policiais integrantes do crime organizado, os poderosos que encomendam as mercadorias roubadas, incluindo supermercados, etc.

Há toda uma cadeia produtiva na indústria da violência (diz Bruno Paes Mando), mas somente a mão de obra barata e mais despreparada é que é selecionada para ir para a cadeia. Os grandes criminosos ficam sempre impunes.

Aliás, no Estado de São Paulo, a maioria deles nem sequer é investigada, porque a polícia civil foi completamente sucateada. Somente 1 de cada 10 roubos tem inquérito policial. A falência é absoluta. Não existe a certeza do castigo, muito menos políticas socioeconômicas e educativas. Há 30 anos os crimes não param de subir.

Há cinco séculos, em matéria de segurança, fazemos as coisas erradas. Quem faz o errado não pode esperar que um dia dê certo. E não vai dar. Mas um dia a paciência do povo humilhado pode acabar (esse é o risco). Ninguém sabe o que vai ocorrer em consequência desse caos absoluto. O melhor seria uma saída não violenta, mas as massas costumam agir com muita violência (Ortega y Gasset). Podemos chegar a uma revolução com quebradeira geral, um novo 14 de julho (Queda da Bastilha, em Paris)? O futuro dirá.

Fonte: Blog Visão Panorâmica


Manifestante preso em São Paulo denuncia ‘choques elétricos’ em delegacia

A Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo encaminhou na última quinta-feira (31) ao Ministério Público denúncia de que agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) torturaram o manifestante Rafael Marques Lusvargh de 29 anos. Lusvargh foi detido por policiais civis na avenida Paulista em 23 de junho, durante protesto contra a Copa do Mundo e permanece preso.

A denúncia chegou à Ouvidoria no dia 2 de julho por meio do irmão de Lusvargh e uma amiga da família. Eles ouviram o relato do manifestante numa das visitas que fizeram ao 8º Distrito Policial, no Brás, região central de São Paulo, onde o manifestante cumpre prisão preventiva. De acordo com a denúncia, Lusvargh teria sido “mantido algemado” e recebido “diversos socos e choques elétricos”.

O documento afirma ainda que um dos agentes “pisoteou” o braço do manifestante, ocasionando “falta de sensibilidade na mão”. O agressor é descrito na denúncia como “sem cabelos e acima do peso”, e possuiria uma tatuagem com a inscrição Mein Kampf – “minha luta”, em alemão, título da autobiografia de Adolf Hitler.

Oficialmente, a denúncia registrada pelos familiares de Lusvargh é a segunda suspeita de tortura recebida pela Ouvidoria das Polícias de São Paulo desde janeiro. Ambas teriam sido praticadas por policiais civis. No entanto, pelo menos outros dois manifestantes dizem ter sofrido torturas e maus tratos pelas forças de segurança pública após participarem de protestos na capital. Um deles é o técnico de laboratório Fábio Hideki Harano, 27 anos, detido no mesmo dia que Lusvargh, e também mantido preso desde então. (pulsar/rba)


Onde o povo brasileiro prefere colocar a bunda?

José Roberto Torero, no dia 22/10/11, publicou na Folha de S. Paulo a carta de despedida que o Imperador Vespasiano deixou para seu filho Tito (que o sucedeu no trono). Na carta, para justificar a construção do Coliseu de Roma, ele indagava o seguinte: “onde o povo prefere pousar seu clunis [sua bunda]: numa privada, num banco escolar ou num estádio?”. A carta foi redigida em 22/7/79, ou seja, um dia antes da morte do Imperador e há 1935 anos. Eis o seu teor:

“Tito, meu filho, estou morrendo. Logo eu serei pó e tu, imperador. Espero que os deuses te ajudem nesta árdua tarefa, afastando as tempestades e os inimigos, acalmando os vulcões e os jornalistas. De minha parte, só o que posso fazer é dar-te um conselho: não pare a construção do Colosseum. Em menos de um ano ele ficará pronto, dando-te muitas alegrias e infinita memória. Alguns senadores o criticam, dizendo que deveríamos investir em esgotos e escolas. Não dê ouvidos a esses poucos. Pensa: onde o povo prefere pousar seu clunis [sua bunda]: numa privada, num banco de escola ou num estádio? Num estádio, é claro. Será uma imensa propaganda para ti. Ele ficará no coração de Roma por omnia saecula saeculorum [por todos os séculos] e sempre que o olharem dirão: ‘Estás vendo este colosso? Foi Vespasiano quem o começou e Tito quem o inaugurou’. Outra vantagem do Colosseum: ao erguê-lo, teremos repassado dinheiro público aos nossos amigos construtores, que tanto nos ajudam nos momentos de precisão. Moralistas e loucos dirão que mais certo seria reformar as velhas arenas. Mas todos sabem que é melhor usar roupas novas que remendadas. Vel caeco appareat (Até um cego vê isso). Portanto, deves construir esse estádio em Roma. Enfim, meu filho, desejo-te sorte e deixo-te uma frase: Ad captandum vulgus, panem et circenses (Para seduzir o povo, pão e circo). Esperarei por ti ao lado de Júpiter.”

Para seduzir o povo, “pão e circo”. Onde falta o pão (economia desaquecida, PIB fraco, inflação alta etc.), o circo vira confusão e chingação (é isso o que vimos nos estádios quando anunciavam a presença de políticos). O povo, furibundo, irado, indignado, já não pousa seu traseiro (seu clunis) nos estádios, ao menos não faz isso com satisfação. Tampouco o povo brasileiro se distingue pela bunda no banco escolar. A escolaridade média no Brasil (diz o relatório de 2014 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) é de 7,2 anos de estudo, a mesma que Kuwait e Zimbábue. A expectativa para a escolaridade das crianças que hoje estão na escola é estimada em 15,2 anos, igual a Montenegro e Irã. Que resta, então, ao brasileiro desgostoso? Colocar a bunda na privada. Alguns brasileiros fazem isso diariamente. Mas somente alguns! Como assim?

O vice-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Jan Eliasson, surpreendeu o mundo todo no dia 29/4/13 ao anunciar que, dos mais de sete bilhões de habitantes do planeta, a quase totalidade têm telefone celular, mas apenas 4,5 bilhões possuem acesso a locais adequados para defecar. Cerca de 2,5 bilhões de pessoas, majoritariamente em áreas rurais, não possuem saneamento básico. O mundo está saturado com uma abundância de telefones celulares (que, hoje, já passaram de 7 bilhões), mas precisa desesperadamente de mais latrinas. Tem gente segurando papel higiênico ou qualquer outro papel em uma das mãos e um telefone celular na outra, procurando encontrar uma latrina com seu GPS (sistema de posicionamento global). Desgraçadamente, muitas vezes o aparelho informa que a latrina mais próxima está a cinco quilômetros de distância. Mais de um bilhão de pessoas (das 2,5 bilhões que carecem de saneamento adequado) não têm outra opção a não ser defecar ao ar livre [nos campos, florestas ou mares], detalhou Eliasson. O povo, como se vê, prefere mesmo é colocar a bunda em lugar nenhum: ele gosta de ficar em pé, com a cabeça curvada, de olho nas minúsculas letras dos celulares, dedilhando-as sem parar, muitas vezes em busca de uma latrina (PS: agradeço José Ademar pelo envio da carta de Vespasiano).

Luiz Flávio Gomes é  Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). [ assessoria de comunicação e imprensa +55 11 991697674 [agenda de palestras e entrevistas] ]

 

Fonte: http://www.fatoexpresso.com.br


Mulheres duplamente estupradas pela
bancada evangélica

Bancada evangélica pretende anular lei que protege mulheres estupradas. Conservadores defendem que vítimas de violência sexual não possam interromper a gravidez

Enquanto estávamos distraídos com a Copa do Mundo na semana passada, a bancada conservadora do Congresso tentou roubar das mulheres um direito já garantido por lei: o de não ter o filho de um estuprador. Se deputados como Eduardo Cunha e Hugo Leal conseguirem anular a lei da vítima de estupro estaremos permitindo que nossas mulheres sejam estupradas duas vezes: em seus corpos e em sua liberdade de escolha.

O presidente da Câmara é o único capaz de impedir que esta lei seja derrubada. Em ano de eleição, é de seu interesse agradar aos eleitores, já que ele quer se tornar governador. Precisamos mostrar que tirar este direito das mulheres é contra a vontade do povo brasileiro e vai ficar muito mal em sua campanha.

Deputados fundamentalistas querem tirar das mulheres o direito a ter aconselhamento especial nos hospitais após o estupro, com informações para a prevenção de uma gravidez indesejada, como a pílula do dia seguinte. Esses senhores argumentam que a pílula é abortiva, informação com a qual a maioria da comunidade científica não concorda.

Desde 1940, nenhuma mulher brasileira é obrigada a carregar no ventre o filho de seu estuprador. Se interromper a gravidez for contra seus princípios, ela pode escolher ter a criança. O importante é que cada mulher tenha a liberdade de decidir o que fazer após uma violência tão grande.

Assine esta petição agora e exija que Henrique Eduardo Alves não permita que esta lei seja posta em votação e questionada pela bancada fundamentalista.

Petição: https://secure.avaaz.org/po/nao_estupre_uma_mulher_duas_vezes/?sYfRKhb


Mais 12 mortes em Pedrinhas

De volta a presídio do Maranhão, entidades de direitos humanos não enxergam melhorias

Facções ainda dividem o mesmo espaço superlotado. Em 2014, 12 presos morreram em PedrinhasConectasRepresentantes da Conectas, Justiça Global e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos voltaram a realizarno início do mês mais uma inspeção num dos mais precários e violentos presídios do Brasil – Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís do Maranhão, onde, no ano passado, mais 60 presos foram mortos. E só nos primeiros 6 meses deste ano, outras 12 mortes foram registradas, 3 delas exatamente no período em que se dava a inspeção. 
Dois casos são tratados pela polícia como suicídio. Um dos presos havia conversado com o grupo horas antes, visivelmente perturbado. O terceiro detento foi enforcado e espancado.
 Meses depois de vir a público um dos mais bárbaros capítulos da história do sistema prisional brasileiro, com a decapitação de presos em Pedrinhas, facções continuam dividindo o mesmo espaço degradado e superlotado. Além disso, o acesso à justiça inexiste, as denúncias de tortura e maus tratos são frequentes, as condições de higiene, alimentação e saúde são desumanas e a brutal violência persiste, apesar da ocupação da Força Nacional e da Tropa de Choque. 
Segundo as entidades, que são peticionárias em processo contra o Brasil na CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA), já foram registradas pelo menos 17 mortes no estado em 2014. Destas, 12 ocorreram em Pedrinhas, só neste ano. 
A conclusão da missão, realizada no início de julho, é de que o Brasil não cumpre a medida cautelar expedida pelos comissionados em dezembro de 2013. O documento pedia compromisso das autoridades com o fim da violência e com a melhora das condições de detenção.


 

 

MÁFIA DOS INGRESSOS: O RÉU TEM DIREITO DE FUGIR?

Uma empresa ligada à Fifa (Match Services) comprava ingressos distribuídos como cortesia e os revendia a preços astronômicos. Onde há procura, sempre existe um grupo mafioso que promove a oferta (de serviços, de produtos ilegais etc.). Um grupo de parasitários desqualificados, envolvendo estrangeiros e brasileiros, ganhava dinheiro com esse “negócio fraudulento” (que envolve crime organizado, cambismo, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal). Dentre eles acha-se Raymond Whelan, que foi preso e liberado em seguida. Diante da decretação de nova prisão (ontem), ele fugiu (em companhia do seu advogado). Daí a pergunta: o suspeito ou acusado tem direito de fugir?

A resposta, no ordenamento jurídico brasileiro, é positiva. Há duas espécies de fuga: (a) fuga de um estabelecimento prisional e (b) fuga para evitar a prisão (que se considera ilegal ou injusta). Não constitui nenhum crime fugir da cadeia onde o preso se encontra, salvo se se vale de violência contra alguém ou se causa danos (Código Penal, art. 352). Sem violência ou danos patrimoniais, portanto, todo preso pode evadir-se da prisão onde se encontra, sem praticar crime. Isso, no entanto, constitui falta grave que gera a perda de 1/3 do tempo de pena que ele já conquistou pela remição (pelo trabalho ou pelo estudo).

É possível também fugir para evitar a prisão que se considera ilegal ou injusta. Essa é a jurisprudência pacífica do STF: “É direito natural do homem fugir de um ato que entenda ilegal. Qualquer um de nós entenderia dessa forma. É algo natural, inato ao homem” (Ministro Marco Aurélio, do STF). A fuga (para a preservação do direito à liberdade) é um direito. Como não está sancionada pelo direito penal, passa a ser um ato legal. No campo punitivo, tudo que não está legalmente proibido, é permitido. Não podemos confundir a ética com o direito.

Se do ponto de vista jurídico a fuga não é sancionada (não é um ilícito penal), resulta interessante analisar a questão ética de quem foge para evitar a prisão preventiva (caso do inglês Whelan). Antes da sentença final condenatória, todos somos presumidos inocentes (CADH, art. 8º). Nos presídios brasileiros não vigora absolutamente nenhum mandamento jurídico (nem leis, nem constituição, nem tratados). Tudo é inobservado. A inviolabilidade da vida garantida constitucionalmente, dentro das prisões, fica (na prática) suspensa, porque aí o preso se transforma em homo sacer (humano que pode ser morto quase sempre sem consequência nenhuma). Tendo em vista as condições indecentes das prisões brasileiras, considera-se a fuga para evitar a prisão preventiva não só um direito como um ato de sobrevivência.

Em todos os crimes cometidos sem violência não deveríamos (como princípio geral) trabalhar com a lógica da prisão, sim, com penas alternativas e, sobretudo, com a pena de multa (tendente ao empobrecimento). A quadrilha (a máfia) dos ingressos não praticou nenhum tipo de violência. Logo, deveriam seus membros (que ganharam muito dinheiro com o ilícito) perder todos os benefícios conquistados e ainda perder boa parte do seu patrimônio. No Brasil sempre preferimos, no entanto, que o malfeitor, incluindo os criminosos de colarinho branco, vá para a cadeia. Nosso fetichismo pela cadeia favorece a intangibilidade da riqueza dos que ganham fortunas com o delito. No fundo, nossa cultura privilegia a riqueza (lícita ou ilícita). É um atraso cultural muito grande. A mudança de paradigma se faz urgente.

Fonte: Blog Visão Panorâmica


Poder,  pra quê?

João Carlos da Costa

A participação no momento político, como neste ano de eleições, é muito importante. Próprio para a evolução cultural e para colocar em prática o nosso dever cívico  de cidadão e, ao mesmo tempo, o nosso direito de escolher os nossos lídimos representantes políticos, preferencialmente, com capacidade para resolver os inúmeros problemas sociais que afligem a população brasileira.

A escolha de um candidato é um processo um tanto difícil, salvo se é personalidade pública de renome. Mas qual é o candidato certo? No caso de candidato a vereador normalmente existe maior proximidade entre candidato e eleitor, pois a possibilidade de contato pessoal é maior e é mais fácil informações a respeito da sua capacidade. Ao contrário dos candidatos a deputados, em que as eleições são de nível estadual e surgem pessoas de todos os cantos, o que dificulta a análise. E o pouco que se fica sabendo de informação sobre candidatos é trazido através da televisão, dos materiais publicados em jornais ou nos “santinhos”. Só que esses veículos só mostram a parte boa. E a ficha limpa, infelizmente, ainda não é um instrumento hábil para avaliação. Muita coisa a respeito do candidato fica obscura. Através do horário político só é possível avaliar a forma de apresentação, a simpatia, a criatividade, principalmente em relação às famosas rimas, cheias de “poesias”, mais trágicas que cômicas e a timidez de alguns perante as câmaras de televisão. Há que se falar também no grande número de candidatos que aposta na força do apelido para se eleger:  “Lingüiça”, “o Salsicha”, “João das Tantas”, “Zezinho do Gás”, “Maria dos Anzóis”, “Dr. Fulano de Tal”, o “Fulaninho da Farmácia”, “ Sicrano da Padaria”, etc.., e o vocabulário de adjetivos vai longe.

É possível  ver que muitos candidatos possuem vontade, mas  demonstram não ter preparo suficiente para o exercício de funções tão relevantes para a sociedade. Nota-se, visivelmente  isso, pelas propostas esdrúxulas ou, inocentemente feitas em cima das principais necessidades da população, como se fossem coisas fáceis de serem resolvidas, apenas com palavras, sem qualquer tipo de planejamento e noção de onde irá sair o dinheiro para concretizar aquilo que propõe, apenas com o intuito de atrair a atenção através do impressionismo. E às vezes conseguem! Dentre estes também se encontram os “paladinos” da justiça, alguns que já ocuparam vaga em algumas legislaturas e nada fizeram, mas  que ainda são capazes de voltar com a maior cara-de-pau pedindo a sua reeleição. Sabem eles que a possibilidade de retorno é grande porque o povo esquece fácil. Apenas uma ou outra pessoa se lembra de algum corrupto ou de alguém que tenha lesado os cofres públicos, mas muitos não estão nem aí. Com isso, sorrateiramente e de forma persuasiva, vários políticos voltam a ocupar cadeiras de uma forma simples e natural.

Um fenômeno bastante interessante que também se tem percebido é a proliferação dos parentescos, como a tornar um cargo hereditário.  A tradição política está virando mania  com resquícios do antiquado coronelismo brasileiro, até mesmo nas grandes cidades. É grande o número de candidatos filhos, netos, bisnetos ou qualquer outro grau de parentesco político, que acreditam ter no sangue o interesse em defender os fracos e oprimidos, mas com a pretensão maior de fazer a sucessão  manter o poder familiar nas hostes públicas. Não é de todo condenável pelo fato de estarmos num país democrático e que permite direitos iguais a todos, porém parece que muitos estão fazendo disso uma forma de preservação de casta e não o interesse primordial pelas causas públicas.

O poder é bom, desde que seja utilizado para o bem, de forma criativa e construtiva. O poder criativo é o que dá vida, gozo e paz. É liberdade e não escravidão, vida e não morte, transformação e não coerção. Ele restaura relacionamentos e concede o dom da integridade a todos. É espiritual e procede de Deus.

Em contrapartida, o poder torna-se destrutivo quando exige ascendência; requer controle absoluto. Destrói relacionamentos; destrói a confiança, o diálogo e a integridade. E isso pode ser comprovado através do macrocosmo da história e das próprias vivências pessoais.

Todos querem o poder. Alguns querem status e poder ou ambos. E às vezes, quando os têm nas mãos nem sabem o que fazer.  Faz parte da vaidade humana,  porem se  iludem aqueles que acreditam que tudo isso não seja efêmero. Serenidade e bom senso são uma receita muito boa para este período eletivo, próprio para aflorar o exercício da verdadeira cidadania. Tanto para candidatos quanto para  eleitores.

João Carlos da Costa   

Bel. em Direito (aprovado na OAB), Bel. Químico, Professor e Escrivão de Polícia. F. 9967-3295
e-mail: joao_22@terra.com.br


Presidiários usam tática de 'Breaking Bad' para acender cigarros dentro da cela


Ministro da Justiça fala à revista ISTOÉ

"Interesses corporativos não podem atrapalhar a Copa" - Apesar do ambiente de greves e protestos pelo País, o ministro da Justiça diz que a Polícia Federal estará preparada caso haja problemas durante evento futebolístico.

RIGOR - O ministro José Eduardo Cardozo diz considerar inaceitável e ilegítimo que funcionários públicos possam prejudicar o País em meio à Copa do Mundo

Na quarta-feira 14, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) produziu uma decisão que trouxe alívio às autoridades envolvidas com a organização da Copa do Mundo. Através de uma liminar, o STF proibiu que delegados e agentes da Polícia Federal realizem greves durante a Copa, possibilidade que só contribuía para ampliar o clima de mal-estar que faz parte da paisagem dos últimos dias. Superior hierárquico da Polícia Federal, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, celebrou a decisão. “Ela permite pensar que teremos tranquilidade durante a Copa”, disse o ministro, em entrevista à ISTOÉ. “Mas, se, por outro lado, tivermos algum problema, teremos todos os meios para suprir qualquer deficiência”, afirmou. Cardozo diz não considerar “legítimo” que interesses corporativos sejam colocados acima dos interesses do País, sobretudo durante a Copa, “em que o mundo vai observar o Brasil”.
O nosso sistema penitenciário é medieval. Mesmo lembrando que há exceções, muitas penitenciárias são escolas da criminalidade"

"Concordo com algumas críticas, mas fico preocupado quando se fala em escolher os ministros a partir de uma lista votada pelo próprio Judiciário"

Istoé - Qual é a importância da liminar que impede a Polícia Federal de fazer greve durante a Copa do Mundo?

José Eduardo Cardozo - A greve das polícias militares já é proibida pela Constituição. A liminar do Superior Tribunal de Justiça reafirma uma decisão anterior de dois ministros do Supremo Tribunal Federal, que já haviam definido que corporações armadas não podem fazer greve. Essa jurisprudência foi reafirmada agora. A liminar do STJ ainda deixa claro que outras ações, como operação tartaruga e qualquer outra que implique o desrespeito ao dever legal, também não são aceitas pelo nosso sistema Judiciário.

Istoé - O sr. acha que o risco de greves da PF está afastado?

José Eduardo Cardozo - Não acredito que profissionais que são pagos com dinheiro do povo para garantir o cumprimento da lei vão tomar a iniciativa de desrespeitar uma decisão da Justiça. Acredito que teremos tranquilidade durante a Copa. Mas, se, por outro lado, tivermos algum problema, teremos todos os meios para suprir qualquer deficiência.

Istoé - Qual é a motivação real de um movimento de greve da Polícia Federal durante a Copa?


José Eduardo Cardozo - Existe uma discussão salarial. Mas temos também uma situação de conflito interno na Polícia Federal, entre agentes e delegados, que perdura há mais de uma década, e que já extrapolou qualquer plano racional. Esse conflito começou depois da Constituição de 1988, que proíbe que um servidor já concursado possa participar de concursos internos para ser promovido de função na carreira. Por essa razão, quem entra na PF como agente não pode virar delegado, situação que criou um conflito no qual interesses corporativos se colocam acima dos interesses da polícia e da própria sociedade.

Istoé -
Por exemplo...


José Eduardo Cardozo - Os agentes já me apresentaram a proposta de que não se tenha delegados na função de diretor-geral da Polícia Federal. Queriam que fosse um deputado ou ex-deputado, o que era inaceitável.

Istoé -
Muitos dirigentes sindicais estão em campanha para uma cadeira de deputado, estadual ou federal. Isso complica?


José Eduardo Cardozo - Há quem diga que estes assumem um discurso mais radical porque precisam de palanque para suas candidaturas.


Istoé - E o que o sr. diz como ministro?


José Eduardo Cardozo -
O ministro observa. Nós consideramos legítimo que os servidores procurem obter melhores condições de trabalho. Mas não consideramos legítimo que interesses corporativos sejam colocados acima dos interesses do País, ainda mais num momento como a Copa, em que o mundo vai observar o Brasil. E eu considero inaceitável imaginar que funcionários públicos tomem medidas, seja por interesse corporativo, seja por interesse eleitoral, ou qualquer outra razão, que possam prejudicar o País e atrapalhar a Copa.

Istoé - Há uma crise de hierarquia na Polícia Federal?


José Eduardo Cardozo - Não. Há abusos, que estão sendo investigados, de forma independente, pela Corregedoria. Aqueles que forem considerados culpados serão punidos.

Istoé - Recentemente, foi denunciado que um ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, preso na Operação Lava Jato, conduzida por um juiz federal, pediu um habeas corpus para tomar banho num fim de semana.


José Eduardo Cardozo - Não tenho por hábito comentar ações que dizem respeito a outros poderes.

Istoé - Mas esse diretor estava sob cuidados da Polícia Federal, que não permitiu o banho...


José Eduardo Cardozo - Não recebi, por parte dos advogados e mesmo por parte do paciente do habeas corpus, como se diz, nenhuma reclamação. Se tivesse recebido, certamente teria mandado a Corregedoria investigar o que aconteceu. Foi o que fiz no caso de um policial que fazia tiro ao alvo com uma caricatura da presidenta Dilma Rousseff.

Istoé - Certa vez, o sr. gerou polêmica ao dizer que preferiria cometer suicídio a cumprir pena numa penitenciária brasileira.


José Eduardo Cardozo - Eu já tinha dito a mesma coisa, na tribuna da Câmara, quando era deputado, e nada aconteceu. Na verdade, só deixei claro que não iria esconder a sujeira embaixo do tapete. O nosso sistema penitenciário é medieval. Mesmo lembrando que há exceções, muitas penitenciárias são escolas da criminalidade. Mas estamos trabalhando duro, junto com os Estados, para realizar melhorias. O governo federal tem um programa de R$1,1 bilhão só para a construção de 60 mil celas, nos Estados.

Istoé - Uma discussão colocada pela situação dos presos da Ação Penal 470, também chamada de mensalão, é a falta de vagas para o regime semiaberto. Por quê?


José Eduardo Cardozo - Primeiro, porque é difícil construir presídios no País. A população quer ver pessoas cumprindo penas, mas ninguém quer um presídio perto de casa. Segundo, os governos deveriam dar estímulos econômicos a municípios que concordem em construir presídios, mas raramente se faz isso.

Istoé - Os presídios para o regime semiaberto são mais caros?


José Eduardo Cardozo - São mais baratos. O Paraná desenvolveu um sistema, que nós colocamos à disposição de outros Estados, que é muito semelhante ao Minha Casa Minha Vida. É um sistema de casas, fácil de executar, que permitiria o cumprimento da pena em condições adequadas àquelas fixadas pela Justiça. Mas ao longo da história – não é um problema de hoje – a maioria dos governos dos Estados não atentou para isso.

Istoé - O sr. já encontrou privilégios e regalias nos presídios brasileiros?


José Eduardo Cardozo - A situação é desigual. Em alguns lugares, você tem uma negação absoluta de direitos. Em outros, de reconhecimento pleno. É preciso tomar cuidado com isso. Uma pessoa pode chamar de regalia aquilo que em muitos casos é apenas um direito.

Istoé - O sr. já viu privilégios?


José Eduardo Cardozo -
É possível que existam, mas nunca encontrei. Garanto que em nossos presídios federais, de segurança máxima, não existe privilégio

Istoé - É possível imaginar que algum condenado da Ação Penal 470 acabe sendo conduzido a um presídio federal?


José Eduardo Cardozo - Veja: a entrada em presídios federais implica uma série de requisitos. São requisitos de periculosidade e outros. Não creio que neste caso esses requisitos estejam colocados.

Istoé - Vamos falar de Henrique Pizzolato, que fugiu para a Itália, onde está preso, aguardando julgamento do pedido de extradição do governo brasileiro. Quem está cuidando desse pedido é o Ministério Público. Não seria natural que, numa negociação de governo com governo, o Ministério da Justiça respondesse por isso, negociando com os italianos?


José Eduardo Cardozo - Houve um diálogo sobre isso. A tradição é que o tribunal que cuida da ação faça uma demanda ao Ministério da Justiça, que repassa a solicitação para o outro país. Neste caso, o ministro Joaquim Barbosa entendeu que caberia ao Ministério Público fazer a solicitação.

Istoé - Não seria correto o Executivo fazer isso?


José Eduardo Cardozo - Não. Quem decide a forma pela qual as normas do direito são aplicadas é o Judiciário.

Istoé - O sr. concorda com os métodos atuais de escolha de ministros do STF?


José Eduardo Cardozo - Conheço as propostas de mudança, concordo com algumas críticas, mas nenhuma ideia nova me convenceu inteiramente. Fico preocupado quando se fala em escolher os ministros a partir de uma lista votada pelo próprio Judiciário. Isso fecha o Supremo para quem não é juiz de carreira, quando eu acho que ele só tem a ganhar com a presença de outros operadores do direito, com atuação em outras áreas. O risco é o corporativismo.

Istoé - O sr. será candidato a uma vaga no STF, quando deixar o governo?


José Eduardo Cardozo - Não.


(Por Paulo Moreira Leite)


Agora, somos um só...

João Carlos da Costa

Quando o Brasil foi anunciado como sede da Copa do Mundo de futebol pela FIFA foi a maior festa, alegria, carnaval improvisado, etc... Não se viram muitos protestos na época talvez porque se abria uma nova perspectiva de que haveria um grande avanço na infraestrutura do País. Foram anunciadas obras estruturais nos transportes, na mobilidade urbana, saúde, construção de hospitais,   construção e modernização de aeroportos e, mais especificamente, de estádios de futebol.

Algumas vozes, à época,  se levantaram contrárias à realização do evento no Brasil por acreditar que o País não estava preparado para algo de tamanha grandiosidade, apesar de ser cognominado de “país do futebol”. De fato, não estava e ainda não está. Houve muita expectativa em cima de utopias, abalizadas pelo governo federal, com finalidades escusas.  De tudo que foi planejado, nem tudo foi concretizado. Apenas as rodovias e algumas vias públicas consideradas como acesso principal às cidades-sedes dos jogos da Copa, os aeroportos, alguns recém-entregues e já com problemas de infiltração e outros, como é o caso do Aeroporto de Brasília; as arenas, com denúncias de superfaturamento no processo de construção, que demandaram  recursos que extrapolaram em muito os custos dos projetos iniciais.

Apesar de terem proporcionado o emprego para muitas pessoas, mesmo em caráter temporário, muitas dessas arenas podem se tornar  “elefantes brancos”, pois muitos desses estádios estão localizados em cidades que não possuem clubes expressivos, de renome nacional ou internacional. É o caso da Arena da Manaus, a Arena da Amazônia, Mato Grosso , a Arena Pantanal, a Arena de Natal-RN, Arena de Brasília e Arena de Fortaleza, que embora sejam destinos prósperos para o turismo, essas construções se não tiverem outras atividades definidas, futuramente cairão em desuso sem justificar o gasto da implementação.

Os protestos, ora  realizados Brasil afora, embora válidos em alguns casos pelo direito de expressão, são apenas válvulas-de-escape pelas decepções em relação aos problemas do transporte coletivo, que se transformam em caos para os usuários que são penalizados por causa das greves dos trabalhadores; da falta de segurança nos grandes centros, onde a bandidagem está tomando conta; aos problemas da saúde, com hospitais que sequer possuem leitos e estrutura suficientes  para atender pacientes que, frequentemente  morrem em macas nos corredores ou nas próprias UTIs por falta de médicos e outros profissionais para proporcionar melhor atendimento. Isso quando não morrem nas portas de hospitais, por negligência e discriminação. Sem contar pacientes que são vítimas da truculência quando reclamam nas filas de espera, em visível  falta de respeito à sua dignidade, conforme denúncias apuradas recentemente. 

Muito se falou da educação, principalmente quanto ao incentivo do aprendizado de uma língua estrangeira às pessoas que trabalham diretamente com o público e turistas. Ideia boa, um dos poucos pontos considerados positivos para aproveitar o momento de ter um avanço cultural, porém poderia ter sido  trabalhada, tendo em vista o costume arraigado em muitas pessoas que são favoráveis à “lei do menor esforço”. Sobre isso, observa-se que houve um “boom” no surgimento de professores e escolas particulares para o ensinamento de inglês e espanhol, as mais usadas. Em relação ao ensino de diomas  nos estabelecimentos públicos, apesar de alguns já possuírem cursos a baixo custo, houve pequenas manifestações por conta de alguns “mentores” políticos, para a existência de pelo menos mais uma língua estrangeira na grade curricular das escolas públicas, que é o mínimo que se pode fazer para melhorar a comunicação, principalmente quando somos colocados na posição de anfitriões de grandes  eventos.

Tudo o que foi planejado e não cumprido tem um consolo: se não fosse pela realização da Copa no Brasil muitas obras infraestrutura sequer teriam sido iniciadas. Enfim, somos brasileiros e estamos acostumados aos mandos e desmandos governamentais, mas que devemos estar conscientes, de que não podemos fechar os olhos e acreditar, passados os momentos de euforia, que realmente “somos um só” na luta por dignidade, comprometimento e respeito pelos direitos dos cidadãos. Ainda mais num ano como este, de eleições, em que muita coisa pode mudar pra melhor através de boas atitudes e na hora certa e conscientes, saber separar o joio do trigo. Há muito trabalho pela frente num País com índice de crescimento baixo (PIB  - Produto Interno Bruto nos primeiros meses do ano alcançou apenas 0,2%), altas taxas de juros e inflação em ascensão, a mobilidade urbana cada vez pior, denúncias de corrupção que não param...

Muitos dos problemas vividos hoje pelo povo brasileiro ao menos por um tempo (o da realização da Copa) estarão atrás dos tapumes. Estamos anestesiados. Afinal,  futebol é o ópio do povo e a Copa do Mundo no Brasil já começou.  E o importante é que ela  mexe com o espírito do povo brasileiro. E é num período como este que as pessoas extravasam as suas alegrias e surge uma grande comoção, que somente o futebol consegue proporcionar,  pelo amor que o brasileiro nutre por esta modalidade de esporte. É uma das poucas oportunidades visíveis de demonstração de amor pela Pátria, porque as outras, como os feriados cívicos, para grande maioria só servem para programar as  folgas prolongadas, emendadas com fins de semana.

Então, vamos torcer, vibrar com a nossa seleção enquanto contagiados  por esse patriotismo, mesmo que  momentâneo e lutar juntos pela vitória e, posteriormente e independente dos resultados, levantar a cabeça e  “ser um só” também para encontrar soluções para todas as situações que intranquilizam a sociedade brasileira.

João Carlos da Costa  

Bel. em Direito (aprovado na OAB), Bel. Químico, Professor e Escrivão de Polícia. F. 9967-3295
e-mail:
joao_22@terra.com.br


Só um tapinha ...

João Carlos da Costa

No rádio, há algum tempo atrás ouvíamos com certa freqüência uma música, que muito incomodou nossos ouvidos e que, certamente, fariam Bach, Vivaldi e outros menos eruditos se virar na tumba de tanto ouvir, “só um tapinha não dói, um tapinha não dói, etc...”. A malfadada música faz apologia não ao uso da violência, mas a uma forma masoquista de satisfazer alguém no momento de prazer. Nada a ver com a polêmica Lei das Palmadas, aprovada na Câmara dos Deputados, mas que traz um parâmetro para fazer um comparativo com a emenda que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990.

A nova Lei propõe que crianças e adolescentes devem ser protegidos do castigo físico, “em que há o uso da força e resulte em sofrimento e lesão”. Até aí, tudo bem, porque é grande o número de crianças e adolescentes vítimas da violência no Brasil. Diariamente, se vê denúncias de crianças que sofrem maus-tratos, principalmente dentro dos próprios lares, cujos pais às vezes se livram da punição porque nem sempre essas denúncias progridem, por medo de retaliação ou de perder por motivo de prisão alguém do seu convívio diário, geralmente responsável também pelo sustento material. Esses fatos são vetores do aumento de crianças abandonadas e do envolvimento de adolescentes com as drogas.

Por outro lado, é de se recordar que na educação familiar tradicional no Brasil os castigos físicos sempre prevaleceram. Alguns duros em demasia, com o uso de varas de marmelo, trançados de couro ou cintas, que às vezes deixaram marcas durante muitos dias. Nas escolas, as famosas palmatórias faziam sucesso, mesmo em estabelecimentos religiosos de ensino. Eram sempre um dos últimos recursos quando a diplomacia e a psicologia falhava. O resultado traumático, na maioria das vezes, deixava marcas visíveis para que a criança ou adolescente nunca se esquecesse que a lição, violenta e excessiva, era para ensinar os verdadeiros caminhos da vida, sempre preservando valores como respeito aos mais velhos e o trato com urbanidade aos semelhantes e a formação do caráter. Um simples olhar “enviesado” do pai, da mãe ou avó, principalmente quando chegava visitas funcionava como um raio fulminando as pretensas intenções de peraltices e desobediências. As palmadinhas na bunda das crianças malcriadas sempre foram um método infalível para amenizar certas situações de abuso e teimosia.

A violência é condenável em qualquer circunstância e em nenhuma hipótese se justifica o uso dela para correção ou constrangimento. Porém, no caso das inocentes palmadas na bunda, que às vezes dói mais na mão de quem as aplica, às vezes são necessárias para transmitir valores importantes para a vida da criança quando esta se tornar adulta.

A sabedoria dos “antigos” ensinava que “uma vara se verga enquanto é verde. Se tenta fazer isso quando ela estiver seca ela se quebra”. Dessa forma se aprendia a importância do “sim” e do “não”, impondo limites. A permissividade nas últimas décadas prepondera de forma contagiosa e o reflexo deste novo modelo de educação do século XXI formou pessoas que só se preocupam com direitos e não com o conhecimento do que são disciplina e deveres, principalmente no que se refere à ética e cidadania.

É triste olhar a realidade com olhos críticos e verificar que os novos padrões de educação estão ultrapassados. Basta entrar num transporte coletivo. Nem precisa ficar de olhos tão abertos e ouvidos atentos para perceber atos repugnantes da rebeldia de adolescentes que, por saberem da proteção dos meios legais abusam dessa liberdade para falar palavrões e comentar intimidades em público, além do cometimento de crimes e contravenções penais.

Pais também sentem-se limitados no processo de educação familiar ao não poder reprimir um filho diante de alguém, mesmo com palavras, por receio de serem denunciados por abuso ou constrangimento. De repente, a nova Lei das Palmadas pode deixar os genitores, geralmente os parentes mais próximos, com as mãos ainda mais atadas, numa visível intervenção do Estado de forma negativa, fato este que poderá ainda fortalecer a desagregação familiar.

Como avaliar para punir?

A forma de julgar um tratamento cruel ou degradante é bastante subjetiva. De acordo com a nova lei, a responsabilidade maior para fiscalizar e avaliar as suspeitas, será dos Conselhos Tutelares e também dos juízes. Como constatar se uma palmada corretiva na bunda, por exemplo, foi um ato violento? A forma de ver varia de pessoa para pessoa. A interpretação, ou a má-interpretação da visão de um ato pode levar um pai ou mãe à punição severa, como o afastamento da moradia em comum. Isto, além de interferir no pátrio poder cria uma geração de pessoas cada vez mais sem comprometimento com a vida em sociedade, pois a ação corretiva através da palmada, ou até mesmo da “chinelada” em relação à educação familiar é necessária quando falham os outros meios pedagógicos. Desde que não se faça o uso da violência voluntária e desnecessária e que o objetivo seja realmente ensinar o caminho correto para a convivência em sociedade. Certamente esse é o pensamento da maioria dos pais do Brasil. A Lei das Palmadas, dessa forma, é válida sim, para coibir excessos, porém pode atrapalhar o relacionamento familiar. É possível que quem propôs a emenda ao ECA sobre esse assunto não tenha filhos ou teve pais muito pacientes e compreensivos.

João Carlos da Costa

 Bel. Químico, Bel. em Direito (aprovado pela OAB), Professor e Policial Civil. Contatos: João_22@terra.com.br
F.
(41) 9967-3295.


O RISCO DE SER MORTO NO BRASIL NA COPA DO MUNDO

Se você está na Gávea, no Rio de Janeiro, e caminha dez minutos, chega a uma grande favela (uma das maiores do mundo). Essa caminhada de dez minutos significa a perda de mais de 13 anos na expectativa de vida (veja Empoli). O local em você se encontra retira anos da sua expectativa de vida. Muitos estrangeiros virão para o Brasil para assistir aos jogos da Copa do Mundo. Talvez não tenham consciência exata dos riscos que estarão correndo. Somos o 15º país mais violento do planeta (conforme os números da ONU de duas semanas atrás) e das 50 cidades mais violentas do mundo, 16 estão aqui. São mais de 53 mil assassinatos por ano.

Imagine um estrangeiro de um desses países econômica e socialmente "escandinavizados" (Dinamarca, Suécia, Suíça, Bélgica, Holanda, Nova Zelândia, Austrália, Coreia do Sul, Japão, Alemanha etc.). Nos seus países eles têm (em média) apenas um homicídio para cada 100 mil pessoas (veja nossas estatísticas no Instituto Avante Brasil)? Os Estados Unidos têm 5 (embora seja um império capitalista)? O Brasil tem 27? Quando um "escandinavizado" colocar os pés no Brasil, seu risco de vida já aumenta 27 vezes. E conforme a capital em que ele estiver, sua expectativa de vida vai reduzir drasticamente.

O que os "escandinavizados" estão mostrando para o mundo? O seguinte: quanto mais igualdade material e social, menos violência (menos crime). Esses países possuem as seguintes médias: PIB per capita de USD 50.084, Gini de 0,301 (pouca desigualdade e, ao mesmo tempo, pouca concentração da riqueza nas mãos de pouquíssimas pessoas), 1,1 homicídios por 100 mil habitantes, 5,8 mortos no trânsito por 100 mil pessoas, 18.552 presos (na média) e 98 encarcerados para cada 100 mil pessoas.

Vamos comparar os números (não os países): O Brasil conta com renda per capita de USD 11.340, Gini de 0,519 (0,51: país exageradamente desigual), 27,1 assassinatos para 100 mil pessoas, 22 mortos no trânsito para cada 100 mil, quase 600 mil presos, 274 para cada 100 mil habitantes. Somos 27 vezes mais violentos que a média dos países mais civilizados do planeta. A palavra chave para explicar tudo isso se chama igualdade, porém, não a igualdade puramente formal, sim, material, social, cultural etc. E isso se consegue por meio de (a) educação de qualidade para todos e (b) aumento da renda per capita.

A única maneira de salvar o planeta das tragédias anunciadas (rebelião dos pobres, revolução dos indignados, sangue das guerras, mutilações decorrentes dos conflitos etc.) é melhorar a qualidade de vida de todo mundo. Os "escandinavizados" (Suécia, Noruega, Islândia, Holanda etc.) são os únicos que estão salvando o capitalismo desigualitário do seu desastre final. São dignos de ser copiados. Não temos, portanto, que nos comparar a eles, sim, copiar o que eles estão fazendo de certo (e deixar de fazer as coisas erradas).

Fonte: Blog Visão Panorâmica


Mãe, presente de Deus!

João Carlos da Costa

Dia das mães ou apenas um momento especial para incentivar as vendas? O comércio é importante para a sobrevivência de uma sociedade. Sem comércio não há empregos. Não há desenvolvimento e a economia enfraquece por falta de investimentos. Então o melhor meio para  melhorar as vendas é investir na  divulgação, principalmente em  datas festivas como o Dia das Mães.  A apelação é tão grande que muitos se confundem na hora de anunciar e colocam algumas propagandas que soam absurdas como: “Perdoe sua mãe. Esqueça o passado e capriche no presente”. Este é apenas um dos exemplos do que se tem visto por aí. Acho  que está faltando  mais de sentimento, pois mãe é mãe em quaisquer circunstâncias e,  por mais que errem em relação aos filhos, não há motivos suficientes para culpá-las, pois os erros sempre ocorrem na tentativa de lhes proporcionar um bem maior. Seja enfeitando em excesso ou de forma ridícula ou bajulando  e tratando de forma mimada, com a pretensão de mostrar aos outros e ao mundo que seu filho ou filha é repleto de predicados. Quando  nasce é o  mais bonito, o mais inteligente, o mais tudo... Não existe bebê feio. Mesmo nascendo careca, banguela e com outros defeitos, para as mães sempre são criaturas perfeitas e carregadas no ventre com muito carinho durante o período de gestação. Só por esses motivos não é possível enxergar culpa suficiente em uma mãe para ter que perdoá-las como prevê  a propaganda.

Também não há como esquecer o passado, que para muitas foi difícil. Muitas mães sofrem física e emocionalmente no período de gravidez. Mesmo assim resistem firmemente até dar à luz ao ente que tanto esperam. Aliás, este é um dos mais dolorosos desejo e prazer que uma mulher quer realizar em sua vida. Alguns dizem que casamento é a principal meta da maioria das mulheres. É mentira! Casar é apenas um dos meios para alcançar o seu maior objetivo, que é o de poder gerar um filho. E o marido é apenas um instrumento necessário, mas de certa forma descartável, porque quando o filho vem ele fica no segundo plano, porque filho sempre será filho para a vida toda. Marido pode ser substituído. E se existe um desejo maior em uma mulher. Este é o de ser mãe, que certamente supera qualquer outro.

Ser mãe é um dom dado por Deus a todas as criaturas do sexo feminino e que deve ser aproveitado ao máximo . É uma dádiva  a um ser naturalmente especial. Mãe é um presente que todo mundo recebe sem pedir e até mesmo sem merecer. A ela devemos todo respeito, amor e admiração diários, são motivos evidentes para  renegar os apelos comerciais para lembrar daquela que se preocupa com o  bem-estar das suas crias em todos os instantes, nas horas de  alegria ou de tristeza. 

Dar um beijo, um abraço, lembrar dela todo instante  e reconhecer que ela á a pessoa mais importante no dia a dia para ela é o maior presente. Porém, independente do interesse comercial, um objeto ou algum outro tipo de “mimo” vindo de um filho(a) como  recordação, sempre será guardado  com carinho e dedicação. Mas o que deve prevalecer é o verdadeiro sentido do que é ser “MÃE”. E esse sentido deve vir do coração, pois parece que muitos só se lembram das mães nesse dia porque são bombardeados diariamente pelas propagandas. E às vezes só sentem a sua falta quando morrem. Aí  já é tarde. E mãe, a mais nobre, melhor e mais almejada profissão, merece carinho eterno.  FELIZ DIA DAS MÃES a todas as mães do mundo!

João Carlos da Costa

Bacharel em Direito (aprovado na OAB), Bel. Químico, Professor e Policial Civil. Contatos: João_22@terra.com.br ou (41) 9967-3295.


LEI NOVA (12.961/14)

DESTRUIÇÃO DAS DROGAS APREENDIDAS

A preocupação central da reforma legislativa promovida pela Lei 12.961/14 reside na celeridade da destruição das drogas apreendidas, preservando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. Antes da nova lei já havia essa destruição; agora o que se pretende é eliminar o mais pronto possível o risco que a droga representa estando em depósito inseguro.

Não se pode confundir o laudo de constatação (preliminar) com o laudo definitivo. Ambos são necessários: o primeiro para a lavratura do auto de prisão em flagrante, quando o caso (quando a droga foi apreendida e seu possuidor ou proprietário foi preso); o segundo para a comprovação definitiva da materialidade da infração (natureza, quantidade, qualidade etc. da droga apreendida).

O procedimento novo pretende que essa operação (destruição das drogas) seja a mais dinâmica possível, tendo em vista a precariedade das condições do Estado para desempenhar sua função de depositário da droga ilegal. Com certa frequência há o desvio das drogas apreendidas (o que significa a não cessação do tráfico). É do conhecimento público que o Estado brasileiro nem sempre dispõe de local seguro para a guarda das drogas apreendidas. Com isso, quem tem o papel de "combater" o tráfico, muitas vezes, acaba alimentando-o involuntariamente (na medida em que a droga não é destruída). Quem tem obrigação de eliminar a circulação das drogas acaba às vezes favorecendo sua traficância.

Quando há prisão em flagrante, o procedimento será o seguinte: ao receber a cópia do auto de prisão em flagrante o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, em primeiro lugar certificará a regularidade formal do laudo de constatação. Estando em ordem, então determina a destruição das drogas apreendidas (normalmente isso é feito por incineração), preservando-se amostra suficiente para o laudo definitivo. A responsabilidade pela destruição é da autoridade policial, que tem 15 dias para fazer isso (depois de notificado regularmente), na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária (um representante da Anvisa, por exemplo). Tantas presenças foram consideradas necessárias para se assegurar a legitimidade da operação. Diminui-se, ademais, o risco de eventual desvio da droga. O prazo para a destruição, antes, era de 30 dias; agora passou a ser de 15 dias. O local da destruição será vistoriado, antes e depois de efetivada a eliminação. A vistoria é de atribuição da autoridade policial, posto que cabe a ela a responsabilidade de lavrar auto circunstanciado de toda a operação, certificando-se a destruição total delas (sempre ressalvada a amostra necessária para o laudo definitivo e eventual contraprova) (sobre o tema ver Corrêa, Fabricio da Mata, em <http://atualidadesdodireito.com.br/fabriciocorrea/2014/04/10/lei-no12-9612014-novas-regras-na-destruicao-das-drogas/>, 10 abr. 2014. Acesso em: 15 abr. 2014; CAVALCANTE, Márcio A. Lopes, em <http://www.dizerodireito.com.br/2014/04/comentarios-lei-129612014-que-dispoe.html>, 07 abr. 2014. Acesso em: 15 abr. 2014).

Quando não há prisão em flagrante: Não tendo havido prisão em flagrante, a destruição das drogas apreendidas (que será feita por incineração) deve acontecer no prazo de 30 dias contados da data da apreensão (sempre preservando amostra para o laudo definitivo). Logo após a apreensão deve-se elaborar o laudo provisório. Em nenhuma situação esse laudo é dispensado. Como a parte final do art. 50-A manda aplicar os §§ 3º a 5º do art. 50, segue-se o seguinte: ao receber o auto de apreensão da droga e o laudo de constatação da autoridade policial, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, deve certificar a regularidade formal desse laudo. Estando em ordem, então determina a destruição das drogas apreendidas, preservando-se amostra suficiente para o laudo definitivo. A responsabilidade pela destruição é da autoridade policial, que tem 30 dias para fazer isso (depois de notificado regularmente), na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária (um representante da Anvisa, por exemplo). Tantas presenças foram consideradas necessárias para se assegurar a legitimidade da operação. Diminui-se, ademais, o risco de eventual desvio. Todo esse procedimento deve acontecer no prazo máximo de 30 dias (porque a lei manda incinerar a droga dentro desse prazo, contado da data da apreensão). Havendo motivo justificado, o prazo poder ser excedido fundamentadamente. Não é, no entanto, recomendável, porque a nova lei quer celeridade na destruição da droga.

Leia o original aqui: http://www.visaopanoramica.com


E… ESSA GENTE VOTA!


GIGANTE, MAS AINDA POBRE, IGNORANTE,
CORRUPTO E VIOLENTO

 

População: 201.032.714 (estimativa do IBGE, em 2013). Quinto maior território do planeta: 8.515.767,049 Km2. Maior país da América do Sul. Quase 8 mil km de litoral; 30,3 anos é a idade média do povo, que nasce com a expectativa de vida de 73 anos. É um gigante, que já evoluiu bastante, desde que aqui chegaram os 13 primeiros barcos cheios de portugueses, inaugurando nosso mercantilismo/capitalismo selvagem, extrativista e patrimonialista, mas ainda continua pobre, ignorante, corrupto e muito violento.

A qualidade de vida dos países é medida pelo IDH. O Brasil é o 85º entre os 187 países analisados (0,730, em 2012). Esse índice mede a escolarização, a expectativa de vida assim como a renda per capita. Em 1980 nosso IDH era de 0,522; em 1990, 0,590; em 2000, 0,669; em 2010, 0,726; em 2012, 0,730. O crescimento na melhora das condições de vida do brasileiro é visível, mas continua lento. Os dez primeiros países têm IDH entre 0,955 (Noruega) a 0,912 (Japão). O Brasil está no meio do caminho entre os primeiros colocados (IDH acima de 0,800) e a Índia, por exemplo, com 0,554.

No que diz respeito à disparidade entre os gêneros, o Brasil está também na 85ª posição, com 0,447 entre as condições de igualdade para homens e mulheres. Nesse caso, quanto mais próximo de zero, menores são as diferenças entre os sexos. A Holanda é a primeira colocada, com 0,045, seguida pela Suécia, com 0,055.

O Atlas (2013) do Desenvolvimento Humano no Brasil (do PNUD-ONU) mostra que cerca de 74% dos municípios brasileiros (ou 4.122 deles) se encontram nas faixas de Médio e Alto Desenvolvimento Humano. O trabalho pela frente ainda é grande, porque cerca de 25% deles (ou 1.431 municípios) ainda estão nas faixas de Baixo e Muito Baixo Desenvolvimento Humano. Em 1991, 99,2% dos municípios brasileiros estavam nas faixas de IDH de Baixo e Muito Baixo desenvolvimento. Em 2000, 71,5% dos municípios, bem mais de dois terços do país, encontravam-se na mesma situação. Dez anos depois, esse número havia baixado para 25,2%, porcentagem menor do que a dos municípios no extremo oposto, de Alto e Muito Alto Desenvolvimento, que faziam 34,7% do país. Os dados refletem a evolução apresentada pelo IDHM do Brasil nas duas últimas décadas, ao sair da faixa de Muito Baixo (0,493), em 1991, para Alto (0,727), em 2010.

Que falta para o Brasil dar seu salto sustentável à prosperidade econômica? Alterar radicalmente a história extrativista das suas instituições políticas e econômicas. Colonialismo, escravidão, elites extrativistas, instituições jurídicas precárias, sociedade civil pouco educada, sobretudo para as virtudes, carga tributária injusta, pouco estímulo ao desenvolvimento dos talentos e das vocações, baixo apoio ao empreendedor etc. O Brasil necessita de uma revolução e o ponto de partida tem que ser a educação, de todos, em período integral, com ensino de alta qualidade. Fazer o que a Coreia do Sul fez nos anos 60 (sendo hoje o 12º IDH do planeta). É o caminho da prosperidade.

Leia o original aqui: http://www.visaopanoramica.com

População: 201.032.714 (estimativa do IBGE, em 2013). Quinto maior território do planeta: 8.515.767,049 Km2. Maior país da América do Sul. Quase 8 mil km de litoral; 30,3 anos é a idade média do povo, que nasce com a expectativa de vida de 73 anos. É um gigante, que já evoluiu bastante, desde que aqui chegaram os 13 primeiros barcos cheios de portugueses, inaugurando nosso mercantilismo/capitalismo selvagem, extrativista e patrimonialista, mas ainda continua pobre, ignorante, corrupto e muito violento.

A qualidade de vida dos países é medida pelo IDH. O Brasil é o 85º entre os 187 países analisados (0,730, em 2012). Esse índice mede a escolarização, a expectativa de vida assim como a renda per capita. Em 1980 nosso IDH era de 0,522; em 1990, 0,590; em 2000, 0,669; em 2010, 0,726; em 2012, 0,730. O crescimento na melhora das condições de vida do brasileiro é visível, mas continua lento. Os dez primeiros países têm IDH entre 0,955 (Noruega) a 0,912 (Japão). O Brasil está no meio do caminho entre os primeiros colocados (IDH acima de 0,800) e a Índia, por exemplo, com 0,554.

No que diz respeito à disparidade entre os gêneros, o Brasil está também na 85ª posição, com 0,447 entre as condições de igualdade para homens e mulheres. Nesse caso, quanto mais próximo de zero, menores são as diferenças entre os sexos. A Holanda é a primeira colocada, com 0,045, seguida pela Suécia, com 0,055.

O Atlas (2013) do Desenvolvimento Humano no Brasil (do PNUD-ONU) mostra que cerca de 74% dos municípios brasileiros (ou 4.122 deles) se encontram nas faixas de Médio e Alto Desenvolvimento Humano. O trabalho pela frente ainda é grande, porque cerca de 25% deles (ou 1.431 municípios) ainda estão nas faixas de Baixo e Muito Baixo Desenvolvimento Humano. Em 1991, 99,2% dos municípios brasileiros estavam nas faixas de IDH de Baixo e Muito Baixo desenvolvimento. Em 2000, 71,5% dos municípios, bem mais de dois terços do país, encontravam-se na mesma situação. Dez anos depois, esse número havia baixado para 25,2%, porcentagem menor do que a dos municípios no extremo oposto, de Alto e Muito Alto Desenvolvimento, que faziam 34,7% do país. Os dados refletem a evolução apresentada pelo IDHM do Brasil nas duas últimas décadas, ao sair da faixa de Muito Baixo (0,493), em 1991, para Alto (0,727), em 2010.

Que falta para o Brasil dar seu salto sustentável à prosperidade econômica? Alterar radicalmente a história extrativista das suas instituições políticas e econômicas. Colonialismo, escravidão, elites extrativistas, instituições jurídicas precárias, sociedade civil pouco educada, sobretudo para as virtudes, carga tributária injusta, pouco estímulo ao desenvolvimento dos talentos e das vocações, baixo apoio ao empreendedor etc. O Brasil necessita de uma revolução e o ponto de partida tem que ser a educação, de todos, em período integral, com ensino de alta qualidade. Fazer o que a Coreia do Sul fez nos anos 60 (sendo hoje o 12º IDH do planeta). É o caminho da prosperidade.



Leia o original aqui: http://www.visaopanoramica.com/2014/03/28/gigante-mas-ainda-pobre-ignorante-corrupto-e-violento-1/#ixzz2y9q13wlf
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ENQUETE PANORÂMICA – O GOLPE DA CONTA DE LUZ

Quando Dilma anunciou o corte na conta de luz (fictício, diga-se de passagem) todas as emissoras de televisão aplaudiram a “grande medida” como uma conquista extraordinária para o país e para a sociedade.

Logicamente, a farsa política muito bem montada, financiada com fartos investimentos em publicidade para as empresas de comunicação, rendeu popularidade e votos aos petistas entre o publico menos escolarizado e menos atento às falcatruas políticas desse e de outros grupos políticos que infestam a vida pública brasileira (pesquisa encomendada pelo próprio governo apontou essa realidade).

Diante da possibilidade clara e inequívoca da exposição de sua farsa ao seu eleitorado, graças à nova lei tarifária (criada pelo governo Dilma) que entraria em vigor neste ano; Dilma, Lula e o PT aplicaram novo estelionato eleitoral: adiaram a aplicação da “bandeira tarifária” para o ano que vem (aqui você deve ler para depois das eleições).

Mas, o que isso tem a ver com estelionato eleitoral?

Ora, caro leitor, diante da burrada feita por Dilma, ao ordenar a “redução” nas contas de energia sem que o sistema fosse saudável o suficiente para isso, apenas para angariar popularidade e votos; as empresas de energia exigiram compensações para embarcar “na onda” de enganação.

Uma dessas compensações está contida nessa nova lei de reajustes de energia. As chamadas “Banderas Tarifárias”; meros artifícios que permitirão o aumento mensal nas contas de luz. A desculpa do governo foi informar tratar-se essa política de uma ferramenta capaz de trazer mais reduções para as contas de luz em momentos de bonança. Contudo, como o sistema está obsoleto e operando no limite; na prática a bandeira tarifária representará simplesmente aumentos mensais nas contas de luz (isso foi revelado pelo próprio governo). A dependência total das termoelétricas, a falta de investimento provocada pela redução tarifária “artificial”, a obsolescência do sistema graças à corrupção (que gera falta de fiscalização sobre as concessionárias) e outros problemas que bem conhecemos, o brasileiro terá que pagar uma conta salgada depois das próximas eleições.

Prevendo o desastre político do sistema de bandeiras, diante da já clara incompetência e incapacidade de Dilma e do PT de lidarem com os problemas do país; o partido (através do grande malandro Lula) ordenou que as bandeiras tarifárias só entrassem em vigor em 2015.

Assim, se vencerem as eleições, Dilma e o PT ficam “na boa” para completar o ciclo de destruição econômica das conquistas do Plano Real e afundar de fez a estabilidade do país. Se perderem podem “colocar na conta” do vitorioso o aumento mensal nas contas de luz e posar de “amigos dos pobres” com aqueles discursos lindos que eles adoram fazer, mas que escondem uma perversidade enorme justamente com os mais pobres (os primeiros a serem atingidos pelas falcatruas e pela incompetência petista) e com o país (uma vez que, para o PT, é o projeto de poder do partido que vem em primeiro lugar).

E então. A nossa enquete panorâmica quer saber o que você pensa dos rumos energéticos do país. Vote e demonstre a sua percepção de nossa situação.

Leia o original aqui:
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A QUE GERAÇÃO VOCÊ PERTENCE?

Você é um tradicionalista, um "baby boomer" ou um "X", "Y" ou "Z"? Ou um Nem-Nem? Ou ainda um Nem-Nem+? Por meio da análise de um conjunto de fatores (data de nascimento, o que cada um pensa sobre o trabalho, interação do sujeito com os meios de comunicação, avanços tecnológicos etc.) convencionou-se elaborar uma classificação das várias gerações que fizeram ou que estão fazendo história (veja Schujman, Generación Ni-Ni, 2011). Vamos às características de cada uma: o tradicionalista, chamado de leal, nasceu de 1900-1945, na era do rádio; acredita e é apegado às instituições (Estado, Justiça, Polícia, empresas, família, casamento, religião etc.); tem muitos filhos, confia na tradição, economiza dinheiro, consume o essencial e seu lema é: "da casa para o trabalho e do trabalho para casa".

Os "baby boomers" nasceram entre 1945-1964 (depois da Segunda Guerra mundial). São competitivos, veem muita televisão, gostam dos super-heróis, são otimistas, confiam no futuro, iniciaram a sociedade de consumo, onde se destacam as grandes marcas. A geração "X" nasceu entre 1964-1980: são os descrentes (ou desconfiados), que iniciaram o uso massivo do computador, não confiam nas instituições (Estado, Justiça, Polícia, casamento etc.), são individualistas (confiam neles mesmos), consomem drogas com mais liberdade, se divorciam com mais frequência. A geração "Y" é composta dos nascidos entre 1981-1992: pragmáticos, hiperconectados, desejam viver da sua maneira, assumem mais riscos; é a geração da internet e do celular. Geração "Z": são os nascidos de 1992 para frente: geração consumista, o shopping é o seu templo (pouca religiosidade); são pessimistas, desconfiam das instituições (sobretudo dos políticos) e são impulsivos. Acredita-se que sejam menos educados que as gerações anteriores.

A geração Nem-Nem (nem estuda, nem trabalha) sempre existiu. Mas agora está aumentando (veja Schujman, cit.). Ela é alimentada pelas gerações Y e Z (é, portanto, uma intergeração). São jovens que não crescem emocionalmente, não se apaixonam por projetos; são abúlicos; não se interessam pelas coisas nem pelas pessoas. Ser adulto lhes assusta. Perpetuam-se na adolescência. São apáticos, nada interrogativos, não conseguem eleger as coisas etc.

A essas gerações, penso que devemos acrescentar outra: a intergeração nem-nem+ (não estuda, não trabalha, não procura emprego, não tem família estruturada, não tem assistência pública, não tem nenhum capital econômico, salarial, emocional, cultural, familiar etc.). Trata-se do excluído do pacto social. É uma intergeração constituída apenas de braços e pernas. Trata-se de um exército de milhões de pessoas, facilmente manobráveis, para o bem ou para mal. Em países de desigualdade gritante a apropriação deles é feita muitas vezes pela criminalidade. São potenciais cientistas ou homens/mulheres-bomba (cabe a cada país eleger o seu destino).



Leia o original aqui: http://www.visaopanoramica.com/2014/03/07/a-que-gerao-voc-pertence/#ixzz2wAyiABOi
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Você é um tradicionalista, um "baby boomer" ou um "X", "Y" ou "Z"? Ou um Nem-Nem? Ou ainda um Nem-Nem+? Por meio da análise de um conjunto de fatores (data de nascimento, o que cada um pensa sobre o trabalho, interação do sujeito com os meios de comunicação, avanços tecnológicos etc.) convencionou-se elaborar uma classificação das várias gerações que fizeram ou que estão fazendo história (veja Schujman, Generación Ni-Ni, 2011). Vamos às características de cada uma: o tradicionalista, chamado de leal, nasceu de 1900-1945, na era do rádio; acredita e é apegado às instituições (Estado, Justiça, Polícia, empresas, família, casamento, religião etc.); tem muitos filhos, confia na tradição, economiza dinheiro, consume o essencial e seu lema é: "da casa para o trabalho e do trabalho para casa".

Os "baby boomers" nasceram entre 1945-1964 (depois da Segunda Guerra mundial). São competitivos, veem muita televisão, gostam dos super-heróis, são otimistas, confiam no futuro, iniciaram a sociedade de consumo, onde se destacam as grandes marcas. A geração "X" nasceu entre 1964-1980: são os descrentes (ou desconfiados), que iniciaram o uso massivo do computador, não confiam nas instituições (Estado, Justiça, Polícia, casamento etc.), são individualistas (confiam neles mesmos), consomem drogas com mais liberdade, se divorciam com mais frequência. A geração "Y" é composta dos nascidos entre 1981-1992: pragmáticos, hiperconectados, desejam viver da sua maneira, assumem mais riscos; é a geração da internet e do celular. Geração "Z": são os nascidos de 1992 para frente: geração consumista, o shopping é o seu templo (pouca religiosidade); são pessimistas, desconfiam das instituições (sobretudo dos políticos) e são impulsivos. Acredita-se que sejam menos educados que as gerações anteriores.

A geração Nem-Nem (nem estuda, nem trabalha) sempre existiu. Mas agora está aumentando (veja Schujman, cit.). Ela é alimentada pelas gerações Y e Z (é, portanto, uma intergeração). São jovens que não crescem emocionalmente, não se apaixonam por projetos; são abúlicos; não se interessam pelas coisas nem pelas pessoas. Ser adulto lhes assusta. Perpetuam-se na adolescência. São apáticos, nada interrogativos, não conseguem eleger as coisas etc.

A essas gerações, penso que devemos acrescentar outra: a intergeração nem-nem+ (não estuda, não trabalha, não procura emprego, não tem família estruturada, não tem assistência pública, não tem nenhum capital econômico, salarial, emocional, cultural, familiar etc.). Trata-se do excluído do pacto social. É uma intergeração constituída apenas de braços e pernas. Trata-se de um exército de milhões de pessoas, facilmente manobráveis, para o bem ou para mal. Em países de desigualdade gritante a apropriação deles é feita muitas vezes pela criminalidade. São potenciais cientistas ou homens/mulheres-bomba (cabe a cada país eleger o seu destino).



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Você é um tradicionalista, um "baby boomer" ou um "X", "Y" ou "Z"? Ou um Nem-Nem? Ou ainda um Nem-Nem+? Por meio da análise de um conjunto de fatores (data de nascimento, o que cada um pensa sobre o trabalho, interação do sujeito com os meios de comunicação, avanços tecnológicos etc.) convencionou-se elaborar uma classificação das várias gerações que fizeram ou que estão fazendo história (veja Schujman, Generación Ni-Ni, 2011). Vamos às características de cada uma: o tradicionalista, chamado de leal, nasceu de 1900-1945, na era do rádio; acredita e é apegado às instituições (Estado, Justiça, Polícia, empresas, família, casamento, religião etc.); tem muitos filhos, confia na tradição, economiza dinheiro, consume o essencial e seu lema é: "da casa para o trabalho e do trabalho para casa".

Os "baby boomers" nasceram entre 1945-1964 (depois da Segunda Guerra mundial). São competitivos, veem muita televisão, gostam dos super-heróis, são otimistas, confiam no futuro, iniciaram a sociedade de consumo, onde se destacam as grandes marcas. A geração "X" nasceu entre 1964-1980: são os descrentes (ou desconfiados), que iniciaram o uso massivo do computador, não confiam nas instituições (Estado, Justiça, Polícia, casamento etc.), são individualistas (confiam neles mesmos), consomem drogas com mais liberdade, se divorciam com mais frequência. A geração "Y" é composta dos nascidos entre 1981-1992: pragmáticos, hiperconectados, desejam viver da sua maneira, assumem mais riscos; é a geração da internet e do celular. Geração "Z": são os nascidos de 1992 para frente: geração consumista, o shopping é o seu templo (pouca religiosidade); são pessimistas, desconfiam das instituições (sobretudo dos políticos) e são impulsivos. Acredita-se que sejam menos educados que as gerações anteriores.

A geração Nem-Nem (nem estuda, nem trabalha) sempre existiu. Mas agora está aumentando (veja Schujman, cit.). Ela é alimentada pelas gerações Y e Z (é, portanto, uma intergeração). São jovens que não crescem emocionalmente, não se apaixonam por projetos; são abúlicos; não se interessam pelas coisas nem pelas pessoas. Ser adulto lhes assusta. Perpetuam-se na adolescência. São apáticos, nada interrogativos, não conseguem eleger as coisas etc.

A essas gerações, penso que devemos acrescentar outra: a intergeração nem-nem+ (não estuda, não trabalha, não procura emprego, não tem família estruturada, não tem assistência pública, não tem nenhum capital econômico, salarial, emocional, cultural, familiar etc.). Trata-se do excluído do pacto social. É uma intergeração constituída apenas de braços e pernas. Trata-se de um exército de milhões de pessoas, facilmente manobráveis, para o bem ou para mal. Em países de desigualdade gritante a apropriação deles é feita muitas vezes pela criminalidade. São potenciais cientistas ou homens/mulheres-bomba (cabe a cada país eleger o seu destino).



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Os "baby boomers" nasceram entre 1945-1964 (depois da Segunda Guerra mundial). São competitivos, veem muita televisão, gostam dos super-heróis, são otimistas, confiam no futuro, iniciaram a sociedade de consumo, onde se destacam as grandes marcas. A geração "X" nasceu entre 1964-1980: são os descrentes (ou desconfiados), que iniciaram o uso massivo do computador, não confiam nas instituições (Estado, Justiça, Polícia, casamento etc.), são individualistas (confiam neles mesmos), consomem drogas com mais liberdade, se divorciam com mais frequência. A geração "Y" é composta dos nascidos entre 1981-1992: pragmáticos, hiperconectados, desejam viver da sua maneira, assumem mais riscos; é a geração da internet e do celular. Geração "Z": são os nascidos de 1992 para frente: geração consumista, o shopping é o seu templo (pouca religiosidade); são pessimistas, desconfiam das instituições (sobretudo dos políticos) e são impulsivos. Acredita-se que sejam menos educados que as gerações anteriores.

A geração Nem-Nem (nem estuda, nem trabalha) sempre existiu. Mas agora está aumentando (veja Schujman, cit.). Ela é alimentada pelas gerações Y e Z (é, portanto, uma intergeração). São jovens que não crescem emocionalmente, não se apaixonam por projetos; são abúlicos; não se interessam pelas coisas nem pelas pessoas. Ser adulto lhes assusta. Perpetuam-se na adolescência. São apáticos, nada interrogativos, não conseguem eleger as coisas etc.

A essas gerações, penso que devemos acrescentar outra: a intergeração nem-nem+ (não estuda, não trabalha, não procura emprego, não tem família estruturada, não tem assistência pública, não tem nenhum capital econômico, salarial, emocional, cultural, familiar etc.). Trata-se do excluído do pacto social. É uma intergeração constituída apenas de braços e pernas. Trata-se de um exército de milhões de pessoas, facilmente manobráveis, para o bem ou para mal. Em países de desigualdade gritante a apropriação deles é feita muitas vezes pela criminalidade. São potenciais cientistas ou homens/mulheres-bomba (cabe a cada país eleger o seu destino).

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PM acha cerveja, celulares e até tablets
com policiais presos

A Corregedoria da Polícia Militar abrirá um inquérito para investigar o esquema que garantia regalias a presos na unidade prisional da corporação, em Benfica, zona norte do Rio.

Na tarde de ontem, em operação realizada em conjunto com o Ministério Público estadual, foram encontrados no presídio 70 latas de cerveja, 12 aparelhos de micro-ondas, 12 aparelhos de ar-condicionados, dois tablets, um notebook, cinco telefones celulares e uma antena de TV por assinatura.

De acordo com a PM, parte do material foi encontrado em uma sala onde presos fazem ginástica na unidade.

Segundo as investigações, os policiais presos no BEP (Batalhão Especial Prisional) planejavam fazer churrascos na segunda e terça-feira de Carnaval. Durante a operação, os detentos teriam protestado contra a inspeção. O Batalhão de Choque teve que ser acionado para garantir a checagem das celas.

Em 2011, foram encontradas 2.600 latas de cerveja dentro de um automóvel no estacionamento do presídio.

Fonte: http://www.correiodoestado.com.br

 


MANIFESTANTE, BANDIDO E TERRORISTA

Manifestante é manifestante, bandido é bandido e terrorista é terrorista. O legislador e a polícia estão confusos (por ignorância ou por má-fé) e não estão sabendo distinguir o joio do trigo. Manifestante legítimo, que está descontente com sua situação salarial ou com a brutal desigualdade aqui implantada ou com sua crise de governabilidade do país, que não lhe oferece serviço público de qualidade (educação, saúde, transportes etc.), não é bandido, porque ele não faz uso da violência, não sai por aí quebrando bens públicos ou privados, não usa máscara e não recebe nenhum dinheiro para jogar no time do "quanto pior melhor". O manifestante tem direito e liberdade de criticar, de se reunir, de protestar, ainda que isso cause certa "desordem pública" (no trânsito, nas vias públicas). O projeto que criminaliza genericamente a desordem pública é mais reacionário que a legislação da ditadura militar e aniquila todas as liberdades duramente conquistadas pelo povo.

Bandido é outra categoria, é o que sai mascarado quebrando tudo que vê pela frente, é o que não respeita nem coisas nem pessoas, é o que ganha para promover a quebradeira geral, é o que criminosamente dispara rojões para matar pessoas. Os bandidos são contra a democracia, não querem dialogar e usam a violência como meio de protesto. Devem ser reprimidos, não há dúvida, mas para isso não necessitamos de novas leis penais, o que sempre dá ensejo ao charlatanismo dos legisladores oportunistas, que vivem em busca de gente tola que acreditem neles nesse terreno do "combate" (falacioso) à criminalidade e à violência.

Bandidos comuns, como os que mataram o jornalista Santiago, não têm nada a ver com o terrorismo, que exige não só uma estrutura organizacional sofisticada como uma motivação ou finalidade especial (política, separatista, racista, religiosa, filosófica etc.). Todo terrorista é um homem/mulher-bomba (real ou potencial), mas nem todo homem/mulher-bomba ou que solta bomba é um terrorista. O legislador brasileiro, que já enganou todo mundo várias vezes com suas leis penais vigaristas, que nunca diminuíram a criminalidade, se esquece que "pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos o tempo todo" (Abraham Lincoln).

De 1940 a 2013 o legislador aprovou 150 novas leis penais, sendo 72% mais severas. Essa política pública está errada, porque não reduz o crime. Todo mundo viu e filmou o rojão que matou Santiago, menos a polícia, que não tem treino para agir preventivamente. Espera-se a morte chegar para depois reagir. O grande erro é não termos políticas públicas de prevenção do delito, tal como fazem os países de capitalismo evoluído e distributivo (Dinamarca, Canadá, Japão, Coreia do Sul etc.), fundado na educação de qualidade para todos, na ética e no conhecimento científico.

Leia o original aqui:
http://www.visaopanoramica.com


PRISÕES: FÁBRICAS CARAS
PARA MAIS BANDIDAGEM

Nas nações fracassadas (incivilizadas), a prisão é “vendida” pelo discurso oficial como se fosse o lugar onde os criminosos mais perigosos são recolhidos para a defesa da sociedade. Isso é só uma meia-verdade, porque grande parte dos crimes hoje (nessas nações bárbaras) é planejada e comandada pelas organizações criminosas de dentro dos presídios. Também se imaginou que ela poderia recuperar o preso. Nada mais enganoso. A ressocialização foi abandonada há muito tempo, porque ela contraria a natureza pervertida da prisão (nos países atrasados) de alavanca fomentadora da bandidagem nacional. A prisão no Brasil faz parte do “esquema” criminoso aqui instalado desde os tempos da colônia.

Como funciona? Ressalvadas algumas pessoas muito dignas, os juízes (por ação e omissão), os legisladores (por fins eleitorais) e os governantes (por corrupção moral), como gerentes e responsáveis por essa fábrica de violência, sangue, mortes, corrupção e insegurança social, converteram deliberadamente as prisões em campos de concentração e de extermínio e isso só se tornou possível em razão da cultura vingativa e moralmente degenerada dos nossos tempos sombrios e fascistas. Foi dessa forma que nossas prisões se tornaram o espelho da cultura da bandidagem verde-amarela (histórica e colonialista).

Essas fábricas de fomento da bandidagem cumprem sua missão gerando alta reincidência. De acordo com o Informe Regional de 2013 do PNUD (Nações Unidas), seria de 47,4% (uma das mais altas). Em outro levantamento descobriu-se que, de cada 10 presos por roubo, 7 reincidiram no Estado de São Paulo (dados de janeiro de 2001 a julho de 2013). Foram examinados 14.699 autores de roubos, dos quais 10.200, ou 69%, cometeram esse crime mais de uma vez. A média mensal de BOs de roubos no Estado de São Paulo foi de 29.320 (disponível aqui ).

Nas nações avançadas de capitalismo evoluído e distributivo, fundado na educação de qualidade para todos (Dinamarca, Suécia, Holanda, Suíça, Japão, Coreia do Sul etc.), as prisões não são fábricas de violência. Ao contrário. A Noruega, por exemplo, recupera 80% dos presos (só 20% de reincidência). No Brasil regido pelo capitalismo extrativista e selvagem, pelo ignorantismo e parasitismo, tudo é invertido. Pagamos caro (cerca de R$ 2 mil mensais custa cada preso) para prepará-lo para os grupos organizados assim como para nos atacar novamente, quando sair da prisão. Mas estamos “felizes” com essa irracionalidade: fechamos escolas (19%), para construir mais presídios (300%), que convertem criminosos amadores em profissionais e estes em animais selvagens organizados. Seu uso racional os recomenda exclusivamente para os criminosos realmente perigosos. Para os outros, penas alternativas.

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O pão e circo de sempre
 

João Carlos da Costa
 

O ano letivo começou mais cedo. Tudo em função da realização da Copa do Mundo no Brasil que, inclusive, mexeu não só com o calendário escolar, mas também com as programações da temporada de verão no Brasil, que desta vez termina mais cedo, embora o feriado de Carnaval caia no mês de março, ainda com possibilidades de aproveitamento residual das férias programadas para esses periodos e só então as atividades produtivas voltarão ao normal.

Ao que tudo indica, a realização da Copa do Mundo no Brasil agora irá ocupar todos os espaços midiáticos, com um propósito de ofuscar problemas estruturais que perturbam a (in)governabilidade do Brasil. Como disse o ex-técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, numa entrevista em programa televisivo: “Agora temos que esquecer de tudo, porque a prioridade é a Seleção Brasileira e a Copa do Mundo”, como se tudo no País estivesse às mil maravilhas, a demonstrar que ele e outras pessoas do mundo capitalista estivessem em um outro planeta, livre dos problemas hodiernos como os violentos protestos que atingem as grandes capitais, em especial as que serão sedes de jogos.

A política do “pão e circo” está cada vez mais em evidência. Estádios suntuosos estão sendo patrocinados pela iniciativa privada e boa parte com dinheiro público apenas para poucos jogos. Depois de concluídos, muitos não passarão de elefantes brancos, porque só servirão para algumas apresentações especiais e alguns jogos normais de campeonatos ou eventos culturais. Mas para que haja ao menos esses tipos de programações são necessárias iniciativas para investimentos na criatividade de modo que compensem os gastos. Caso contrário pode ocorrer como na África do Sul quando muitos templos futebolísticos foram construídos para a realização da Copa do Mundo e, posteriormente foram abandonados e se encontram atualmente, sem qualquer tipo de utilização. Há tanta preocupação com a logística e com o deslumbramento que as obras arquitetônicas dos estádios de futebol podem provocar nos turistas e, consequentemente atrair dólares, euros e outras moedas fortes que, se por um lado é bom para a economia interna, por outro, são incentivos para a aceleração da inflação, pois a ganância sazonal eleva os preços dos produtos e torna o acesso a eles cada vez mais difícil para a população brasileira, já cansada dos descasos com a falta de investimentos nas áreas prioritárias e que arca com o ônus e com os problemas que ficam após cada evento dessa dimensão.

Não que a realização da Copa do Mundo seja ruim para o Brasil, que merece abrigar espetáculos de tamanha grandeza, mas talvez o momento ainda seja impróprio por falta de melhores condições em todos os aspectos. Há muita carência e deficiência nas áreas básicas sob a responsabilidade do Estado, a começar pela educacional. São muito poucos os projetos que incentivam o preparo para a realização de eventos desse porte que afetará todas as regiões do Brasil, considerado o País do Futebol. Culturalmente, não tem como dizer que o brasileiro está apto. Poucos sabem falar inglês ou espanhol fluentemente porque essas línguas não são disponibilizadas de forma adequada em todas as escolas de ensino público e nesse quesito poucas se destacam. A cortesia e etiqueta também são disciplinas básicas, mas que tem os seus princípios em casa e não na escola ou na rua, onde existem regras diferenciadas, apenas para adequação a um determinado meio e que não se aprendem de uma hora para outra. Não são à-toa os inúmeros protestos sem eira nem beira para a melhora do transporte público, da superlotação dos presídios, de falta de leitos em hospitais públicos, de segurança, etc.... Parece que isto não preocupa os governantes, que apresentam medidas paternalistas e paliativas como ingressos gratuitos a quem pretende trabalhar voluntariamente nos estádios, gratificação a policiais para reduzir o número de mortes em confronto com marginais e até acordos com mandantes do crime para amenizar as ações criminosas de grande vulto durante o período de realização da Copa, numa demonstração de que o Estado está frágil e sem rumo.

Este é um ano de eleições e não parece haver muita atenção por parte das lideranças governamentais que não imaginam o perigo a que estão expondo a democracia no País. É preciso investir sim e de forma consciente honesta na utilização dos recursos públicos, em todas as áreas que afetam a sociedade, principalmente na educação familiar, que deve receber a maior dose de incentivos para fortalecimento estrutural, pois a família é a base de tudo, e na educação escolar, para qual urge a mudança da grade curricular das escolas públicas, com a inclusão e ênfase no ensino de cidadania e respeito ao próximo. O resultado pode não ser imediato, mas a longo prazo, com certeza ocorrerá. Isto sim, justifica os altos gastos públicos, pois a expectativa de um país melhor é mais alvissareira e promissora, desde esta extrapole os interesses do capitalismo selvagem, que é extremamente nocivo para a sociedade brasileira, maculada pelos altos índices de corrupção e pela falta de comprometimento com os interesses públicos.

João Carlos da Costa

Bel. em Direito (aprovado na OAB), Bel.Químico,
Professor. contatos:
joao_22@terra.com.br


OS SINDICATOS “PELEGOS”

No cenário sindical brasileiro era muito comum a existência dos sindicatos pelegos[1], estes  tinham por função de amenizar  divergências entre capital e trabalho, não se comprometendo com a classe trabalhadora. O pelego deu origem ao termo peleguismo, que segundo o Dicionário de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas, designa: 

Ação conciliatória de líderes trabalhistas no âmbito da estrutura sindical vigente no Brasil desde a década dos anos 30. Pelego é, assim, o líder que faria o papel de amortecer o peso do patronato ‘montado’ sobre os trabalhadores (...) considera-se que tal líder está comprometido demais com a política oficial de harmonização entre capital e trabalho defendida pelos funcionários do Ministério do Trabalho, que tem o poder de intervir na vida sindical (numa escala que vai desde a advertência aos líderes até a própria dissolução dos sindicatos) (1986, p.879).                     

O Sindicato pelego torna-se alvo de críticas no âmbito da estratégia política do Novo Sindicalismo. Tirar ou afastar os pelegos das direções do sindicato é uma das missões do novo ciclo sindical brasileiro. Lula exemplifica, as atitudes pelegas: 

O dirigente sindical  não pode em nenhum momento ver o sindicato como órgão que lhe dê um status e não deixa de denunciar as arbitrariedades existentes dentro da sua categoria. O pelego é a omissão do movimento sindical brasileiro, servindo mais ao patrão do que ao operário, são verdadeiros entraves ao desenvolvimento da classe trabalhadora. É de muita recepção, mas de pouca participação. Um dirigente sindical  não deve sujeitar a ser um vogal, um juiz classista, apenas para ganhar dinheiro. (...) Cerca de 80% dos sindicatos brasileiros são pelegos (1981, p.28).

Os operários paulistas, denunciando e enfrentando os sindicatos pelegos, desencadearam ações que repercutiram na luta sindical brasileira. A base sindical insatisfeita com a atuação dos pelegos da cúpula dos sindicatos, não comprometidos com os interesses dos operários, em protesto contra este comodismo, desencadeiam ações estratégicas tais como: Operação Tartaruga – desaceleração da produção –  Comissões   de Fábricas[2].   Estas   estratégias   produziram   efeitos   positivos    e    eficientes,    pois,   os metalúrgicos paulistas com os movimentos de mobilização derrubaram os sindicatos pelegos e passaram a lutar contra o sustentáculo da ditadura militar brasileira – o arrocho salarial. Os operários ignoraram a legislação sindical repressiva vigente, rompendo, na prática, com a lei antigreve iniciando uma atuação que desatrelava a estrutura sindical da estrutura do Estado. Desse modo, preparam o  terreno para futuras paralisações,  saindo  da fase de resistência para um amplo movimento de massas, seguidos por outras categorias, tais como: médicos, bancários, funcionários públicos, entre outros, segmentos médios da sociedade que passaram, com o fim do milagre econômico, a sofrer o ônus da exploração, proletarizando-se rapidamente.

 

[1] Pele do carneiro com a lã usada nos arreios sobre a qual se põe a sela para amaciar o assento - palavra de cunho depreciativo, no movimento sindical (HOUAISS, 2001, p.2172). 

[2] As Comissões de Fábricas buscavam aproximar o trabalhador no seu local de trabalho, bem como incentivar a luta para conquista seus direitos. Estas Comissões tinham por objetivo representar os interesses específicos dos operários de cada fábrica e tornam-se a grande estratégia do novo sindicalismo. A  primeira Comissão de Fábrica, oficialmente reconhecida foi da Ford do Brasil,em São Bernardo do Campo, na greve de 1981 (BRITO, 1983, p.21).


Estado é condenado por roubo praticado
por fugitivos de prisão

O Estado de Mato Grosso do Sul foi condenado ao pagamento de R$ 30 mil - que será dividido entre três vítimas - por um roubo praticado por dois detentos que fugiram da Colônia Penal Agrícola. O juiz Juliano Duailibi Baungart, em atuação pela 3ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos de Campo Grande, considerou que o Estado foi negligente quanto ao dever de guardar estes detentos e, assim, deve responder pelos prejuízos da ação criminosa.

Conforme o processo, no dia 9 de outubro de 2009, às 22h30min, duas vítimas foram abordadas por dois homens, um deles encapuzado e armado, e foram obrigados a entrar na residência. Já dentro do imóvel, a terceira vítima foi rendida e todos foram amarrados e colocados dentro de um quarto, sob a vigilância de um dos assaltantes, enquanto o outro procurava objetos para roubar.

Assim, as vítimas alegam que, durante o episódio, foram ameaçados e submetidos a tortura psicológica e que os assaltantes roubaram vários objetos e deixaram o local usando o veículo de uma das vítimas. Por fim, conseguiram se desamarrar sozinhos e, logo em seguida, ligaram para a polícia.

No dia seguinte, após encontrarem o veículo roubado durante operação localizada na Colônia Penal Agrícola, foram achados os objetos do roubo com o interno R. da S. de J., que foi reconhecido pelas vítimas e o detento E.L.G., como autor do crime.

A Agência Estadual do Sistema Penitenciário (Agepen) contestou a ação alegando que o roubo foi praticado fora do estabelecimento penal e argumentou que os fatos devem ser analisados à luz da responsabilidade subjetiva.

Para o juiz, “no caso dos autos, verifica-se que, embora os criminosos cumprissem pena no regime semiaberto, o roubo foi praticado no período noturno, por volta das 22h30, horário em que estes presos já deveriam estar recolhidos à Colônia Penal. Além disso, o relato dos fatos pelos acusados demonstra que estes não encontraram qualquer dificuldade para deixar a Colônia Penal. Simplesmente decidiram sair para praticar crimes e o fizeram, sem encontrar qualquer resistência. Depois de praticarem o roubo, retornaram ao estabelecimento penal, levando consigo o produto do crime, apreendido em operação policial deflagrada dentro da colônia, no dia seguinte ao delito”.

O magistrado também analisou que “está evidente a negligência do Poder Público quanto ao seu dever de manter os presos sob custódia e até mesmo de fiscalizar o que trazem para dentro do estabelecimento penal, o que demonstra que a parte requerida agiu com culpa. O evento, embora previsível, não era inevitável, pois caso o Poder Público tivesse adotado as providências que estavam a seu cargo, a fuga dos detentos teria sido evitada, o que, entretanto, não ocorreu. Embora os meios para agir do Estado estejam em geral abaixo do que a eficiência recomenda, não se pode aceitar, sob este pretexto, a sua completa omissão no cumprimento dos deveres que lhe foram incumbidos. Como se vê nos autos, o Estado, devendo agir para impedir a fuga dos presos nada fez nesse sentido”.

Desse modo, conclui que “está comprovado que o crime ocorreu durante a fuga, de modo que não há que se falar em rompimento do nexo causal. Assim, a responsabilização civil do Estado por danos decorrentes de sua ação negligente, portanto, culposa, é medida que se impõe”.

Com relações ao pedido de danos morais, explica que “é evidente e resulta da ameaça e tortura psicológica a que os autores foram submetidos durante todo o tempo em que permaneceram amarrados no imóvel, sob a mira de arma de fogo, empunhada por um dos detentos e posteriormente localizada em sua, na colônia penal. (…) O dano material, entretanto, não está comprovado. Os objetos mencionados na relação de itens roubados, apresentada pelos autores não constam no Boletim de Ocorrência nem nos termos de declarações prestados pelos autores”.

Fonte: http://www.correiodoestado.com.br


Desvios de conduta desafiam OAB

Processos disciplinares envolvendo advogados no Paraná chegam à casa dos 6,5 mil casos e expõem o descumprimento de preceitos éticos da categoria

A recente prisão de uma advogada tentando entregar um celular a um detento, em Londrina, Norte do Paraná, expôs um problema que atinge a categoria e leva a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a exercer medidas rigorosas para não ter sua imagem prejudicada. Somente no estado, há 6,5 mil processos disciplinares administrativos em andamento envolvendo advogados. Eles estão relaciona­­dos ao descumprimento do Código de Ética e do Estatuto da OAB, leis cujo conhecimento é exigido dos bacharéis já no Exame da Ordem.

Mesmo sendo uma situação mais rara nas investigações da entidade, casos como o de Londrina infringem normas éticas e ingressam no campo criminal. O presidente da subseção local da OAB, Artur Humberto Piancastelli, explica que, quando ocorre esse tipo de falta, os documentos profissionais do advogado são requisitados e um processo administrativo é aberto imediatamente. Se ficar comprovado que realmente houve infração, o profissional é excluído dos quadros da OAB pela conduta ser incompatível com o exercício da profissão. “A penalidade é severa porque a situação prejudica a classe como um todo”, define Piancastelli.

Infrações que resultam em conflitos com quem deveria ser o maior aliado do advogado – o cliente – são as mais comuns entre os processos administrativos no estado. Segundo o presidente da Câmara de Disciplina da OAB Paraná, Renato Andrade, problemas como a falta de prestação de contas e retenção de autos poderiam ser evitados caso as partes acordassem a defesa por escrito. “O advogado é o primeiro juiz da causa, na hora em que atende o cliente deve diagnosticar o caso, dar conhecimento do que pode fazer e apresentar por escrito o que vai fazer. É a forma das duas partes terem segurança”, afirma Andrade.

Ele assinala que a confiança plena entre ambos é fundamental para uma boa relação ao longo do processo que enfrentarão juntos. “Por isso, somos tão duros e enérgicos. O cliente coloca na mão do advogado valores grandes e graves”, pontua.

Andrade também salienta que, embora os envolvidos em processos de disciplina sejam uma parcela pe­­quena dos inscritos na Ordem, os números preocupam. Conforme o representante da OAB, reclamações procedentes levadas à entidade têm aumentado significativamente nos últimos anos, expondo desobediência a preceitos éticos da Ordem. “Nas sessões que fazemos todos os meses, sempre temos exclusões ou suspensões sendo mantidas”, comenta ele, ao observar que esse cenário acompanha, de forma proporcional, o ingresso de novos advogados no mercado de trabalho.

A OAB Paraná tem hoje cerca de 80 mil advogados inscritos. Cerca de um terço deles está em atividade no estado.

Tramitação pode levar cinco anos

Processos disciplinares envolvendo advogados não costumam ser rápidos. Pelo contrário, podem tramitar por até cinco anos. De acordo com o presidente da Câmara de Disciplina da OAB Paraná, Renato Andrade, a seccional paranaense conta com uma corregedoria, que procura cobrar mais agilidade nos julgamentos, priorizando sempre as faltas mais graves. “Estamos buscando reduzir o prazo de tramitação para dois anos”, diz.

Os casos são julgados primeiramente pelo Tribunal de Ética e Disciplina, composto por três advogados, e podem seguir, caso haja recurso, para o Setor de Ética e Disciplina, dividido em duas turmas de 15 membros cada. A última esfera de julgamento é no Conselho Federal da OAB.

Três punições podem ser aplicadas conforme a infração cometida pelos profissionais – censura, com possibilidade de registrar a infração nos assentamentos do inscrito; suspensão, de 30 dias a um ano; e exclusão. Há ainda a possibilidade de acrescentar multa à penalidade prevista, fixada com base no valor da anuidade da Ordem, caso haja reincidência.

Em 2012, a OAB aplicou 1.083 penalidades a advogados do Paraná – a maioria das punições, 900, foram suspensões. Houve 101 censuras, 82 advertências – quando a censura é convertida em ofício reservado, sem registro nos assentamentos do inscrito. Neste ano, até setembro, foram 354 punições – duas exclusões, 50 advertências, 60 censuras e 242 suspensões.

Desde 2004, segundo a seccional paranaense da Ordem, já foram registradas 42 exclusões, 569 censuras e 7.142 suspensões.

Legislação

Desconhecimento da lei é desculpa, dizem especialistas

A infração de preceitos éticos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nem sempre está ligada a desconhecimento da legislação. É o que avalia o professor de Ética da Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes (LFG), o advogado Arthur da Motta Trigueiros Neto. Ele observa que 20% da prova da OAB é voltada a questões de ética e que o descumprimento desses pontos no exercício da profissão está mais ligado ao aspecto pessoal do que à parte técnica. “Só pelo exame já conseguimos ver como isso é exigido pela OAB. O Código de Ética é algo muito fresco na cabeça dos alunos. Além disso, ética é feita de bom senso e não apenas de uma regra posta”, enfatiza.

Neto pondera que dificuldades do início da profissão podem levar a um desvio ético, como a captação ilegal de clientela, em especial com o uso de meios de comunicação, que são vedados para a prática. Ainda assim, esse é um motivo que não legitima qualquer infração. “A profissão de advogado não pode ter qualquer prática mercantilista”, reforça.

O professor de Ética Profissional e Estatuto da OAB, Marco Antônio Araújo Júnior, do Complexo Educacional Damásio de Jesus, também analisa que infrações disciplinares envolvendo a categoria não são fruto de desconhecimento do que diz a lei. “Há uma falsa impressão de impunidade, o advogado pensa que ninguém vai reclamar sobre sua conduta. Mas isso é falso, porque o Conselho Federal tem diretrizes que vêm sendo cumpridas com bastante atenção.”

Ele pondera que pode haver casos em que o infrator sabe que sua conduta é irregular, mas tem dificuldade em reconhecer a repercussão que isso poderá ter na vida pública. De qualquer maneira, a situação deve ser passível de punição. “Em todas as profissões, temos bons e maus profissionais. Os maus, felizmente, são minoria na advocacia e devem ser punidos, inclusive com a possibilidade de cancelamento de sua inscrição”, salienta.

Infrações mais comuns

A Lei nº 8.906/94, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), reúne, em seu artigo 34, 29 incisos que podem resultar em infração disciplinar. A legislação também considera preceitos ligados ao Código de Ética e Disciplina. Com base nisso, as cinco faltas mais cometidas no Paraná são:

• 1 Captação ilegal de clientela, sobretudo com uso de meios vedados para publicidade, como carro de som e panfletos;

• 2 Falta de pagamento de contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB – representa quase 40% das infrações;

• 3 Retenção indevida e abusiva de autos do cliente;

• 4 Falta de prestação de contas ao cliente sobre quantias recebidas dele ou terceiros por conta dele;

• 5 Locupletamento à custa do cliente, principalmente quando recebe honorários para promover a ação e não a promove.

Fonte: Seccional Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/


A sabiá...

João Carlos da Costa

Acordar de madrugada ou pela manhã, assustado ao som de buzinada de carro, barulhos e gritos de pessoas nas ruas e, mais comumente, com o apito de trens, que passam em vias urbanas, acaba sendo um tormento na rotina de quem precisa levantar cedo para ir trabalhar. Nessas circunstâncias, ouvir o canto de um sabiá quando o dia ainda não nasceu é um bálsamo. E quando isso se torna frequente, aos amantes da natureza, sequer chega a irritar, de tão bonito e cada vez mais raro. Para quem não conhece, no mínimo é um curioso. Para quem conhece é gratificante ouvir um canto audível facilmente em locais onde a natureza prolifera e não em meio a uma área onde só existem edifícios e pouca área verde.

O lindo canto da sabiá (já explico o porquê de ser a sabiá e não o sabiá), quando ouvi pela primeira vez naquela madrugada, foi tão maravilhoso que não consegui dormir nas horas seguintes, pois ela o fez diversas vezes, em intervalos. Fiquei surpreso pelo horário do início do canto (três horas da manhã). Acho que ela perdeu a noção do tempo!! Senti no canto daquela ave um som alegre e não angustiado. Não entendi a alegria, porque ao lado do prédio onde resido tem um terreno onde havia um pequeno bosque, com árvores frutíferas, as preferidas dos passarinhos, araucárias e outras rasteiras que recentemente foram derrubadas com motosserra. Ficou apenas uma fração delas e um arbusto. Com isso, muito dos pássaros que gorjeavam naquele pequeno espaço foram para outros locais... menos a sabiá, que permaneceu por perto. Após dias seguidos e curioso para saber de onde vinha o alegre canto da sabiá vasculhei o condomínio e descobri, protegido e estruturado de forma bastante delicada, como uma dona de casa quando arruma a cama, um ninho bem acomodado entre duas juntas da liga de concreto, no teto da garagem do estacionamento e a “mamãe” sabiá chegando com mais um pequeno ramo para completar a grande obra e acomodar os seus futuros filhotes. Daí o motivo da alegria contagiante transmitida pelo som inigualável do seu canto. Tão sábia a sabiá. Poderia ter buscado a árvore ou o arbusto mais próximo, mas estrategicamente preferiu a “frieza” do concreto, com maior segurança e conforto, como a “elitizar” a sua própria vida.

e o morcego

Dia de sol, um pouco nublado, como sempre acontece em Curitiba. De repente, na Travessa da Lapa, quase esquina com a Rua Marechal Deodoro, onde existe uma agência da Caixa Econômica que possui ma entrada um canteiro, cercado por uma mureta azulejada em tom azul escuro que sustenta um minijardim com uma pequena árvore e folhagens. No entorno dela, uma aglomeração e o burburinho de adultos e algumas crianças bem-vestidas, aparentemente de classe média. Duas delas gritavam, estupefatas: “´OLHA O BATMAN. OLHA O BATMAN”, em alusão ao herói das estórias em quadrinhos. Tratava-se de uma brincadeira, por acaso? De longe, nada se percebia. Somente com a proximidade era possível saber o verdadeiro motivo de tanta agitação. De perto, o que se pode observar foi um pequeno morcego que se debatia e parecia assustado pela presença das pessoas à sua volta. Um local não apropriado para um mamífero desconhecido para alguns, acostumado a viver em grutas, cavernas escuras e nos matos e que, de repente, se vê preso nesta selva de pedra e com poucas possibilidades de sobrevivência, à mercê da morte pelo fato de estar fora do seu habitat e possível vítima da maldade ou ignorância daqueles que vêem neste animal com aparência um pouco assustadora, o símbolo do “vampirismo” e da bruxaria.

Esses exemplos de migração em parte é culpa do “boom” na construção civil nos últimos anos, ocasionado pelas obras de construtoras que buscam novos campos para investimento e que tem provocado o desmatamento de áreas onde muitas aves, insetos e pequenos animais e roedores “marcavam ponto” diariamente, que ficaram diminuídas, forçando-os a procurar outros locais. Não raras vezes algumas pessoas têm encontrado dentro de casa cobras, pequenos símios e roedores, lagartos e até outros de grande porte. Grandes capitais bastante arborizadas, como Curitiba, têm sido atingidas por este fenômeno. São milhares de prédios de condomínios que tomaram conta das proximidades de parques e da periferia da cidade, onde ainda existem áreas verdes que resistem ao avanço do progresso.

O fato de a sabiá montar um ninho numa garagem de concreto e o aparecimento de um morcego em pleno centro da cidade, parecem sinalizar uma situação de adaptação forçada ao meio ambiente, atualmente depredado e carente do respeito dos seres humanos, a cada dia mais robotizados pelas adversidades de uma vida estressante e egoísta, consumidos pela ganância imensurável e inconsequente.

João Carlos da Costa

Bel. em Direito (aprovado na OAB), Bel. Químico,
Professor e Escrivão de Polícia. F. 9967-3295
e-mail:
joao_22@terra.com.br


Pastor é flagrado contratando prostituta
e comprando cocaína

Homem diz ter sido “vítima” dos acontecimentos que ocorreram na sua vida.

 O pastor metodista britânico Paul Flowers foi flagrado pela polícia de Leeds (Inglaterra), comprando cocaína e contratando uma prostituta. 

Flowers, de 63 anos, disse ter sido "vítima", alegando que a perda da mãe e a pressão no cargo que ocupava (quando tinha sido  presidente do Co-operative Bank) fizeram com que perdesse a cabeça.

"Ele tem estado bem vulnerável nos últimos 18 meses, desde a morte da mãe. Ele é um homem de moral e se sentiu abandonado pelas pessoas em quem confiava", disse Andy Hollas, advogado do pastor.

 


Consciência humana 

João Carlos da Costa 

 Apesar de a população brasileira ser constituída de maioria negra e seus descendentes, o Brasil é considerado um dos mais preconceituosos do mundo. Um preconceito nem sempre visível, mas sentido por aqueles que o percebem pela forma verbal de tratamento, por olhares, preferências e atos de exclusão injustificados. São vozes singulares que se levantam a renegá-lo utilizando-se de subterfúgios para esconder  ou tentar imputar a outrem seus próprios sentimentos discriminatórios. Alguns alegam não existir, mas se não existe, como explicar então a preocupação de entidades governamentais e de outros setores em incentivar a prática de ações afirmativas mediante leis para proporcionar a igualdade de direitos, como a criação das cotas de inclusão do negro na sociedade?

Para entender melhor a questão das segregações raciais é preciso relembrar um pouco da história da colonização brasileira, que segundo narram alguns historiadores, o primeiro contato dos portugueses na chegada ao Brasil foi com os índios os quais, inicialmente, eram persuadidos a trabalhar na lavoura e na extração do pau-brasil. Foi uma tentativa frustrada porque os nativos não estavam acostumados ao trabalho forçado e não aceitavam as imposições com facilidade. Afinal, eles eram os “donos” legítimos da terra, outrora invadida. Posteriormente, com os acordos comerciais com os países europeus, que incluía o comércio de escravos, os negros foram trazidos em porões de navios, para substituir o trabalho indígena. Esclareça-se, que não era por questões raciais, mas sim para aumentar a disponibilidade de mão-de-obra na sociedade, que era escassa, pois apenas os degredados que vieram para cumprir pena e assegurar o domínio da terra executavam o trabalho pesado. Com a vinda das primeiras famílias para o Brasil, o negro passou a ser escravizado e utilizado nos diversos tipos de serviços, principalmente nos engenhos de cana-de-açúcar. Os portugueses da época, acreditavam  que índios e negros apesar de serem mais  fortes e resistentes fisicamente,  eram erroneamente considerados “raças” inferiores, sem alma nem sentimentos,  e este foi, inclusive, um dos motivos disseminadores da  discriminação  como base racial nas suas colônias, para delimitar direitos com exclusividade. Este tipo de pensamento, influenciado pelo capitalismo americano dominante na época confinou os índios em reservas e criou leis para instituir a discriminação racial, como foram os casos das leis de Jim Crow, nos Estados Unidos e do apartheid na África do Sul.

Contribuição relevante

É fato verídico que a presença do negro trouxe inúmeras influências nos costumes e na cultura brasileira. Muitas construções do período colonial existentes até hoje, foram erguidas com mão-de-obra escrava. A própria religiosidade e o cristianismo foram difundidos no Brasil pelo grande sentimento de fé e cristianismo imputado aos negros. O espírito alegre e festivo natural dos brasileiro, traduzido  pela maioria das festas tradicionais brasileiras, como o Carnaval, congadas e outras demonstram isso. Na música e também na culinária as marcas são evidentes. Tudo isso são  heranças das quais muitos usufruem e, no entanto, poucos conhecem a origem.

Ninguém nasce preconceituoso. As crianças são inocentes e puras, mas seguem orientações na vida através dos adultos que, inconscientemente lhes transmitem sentimentos odiosos e discriminatórios sem qualquer razão plausível. Um ser humano pode não gostar de outro  pela falta de intimidade, incompatibilidade de atitudes e  de gênios, desavença ou por algum motivo concreto. Isso é natural. Mas colocar a cor da pele como requisito essencial para odiar e desprezar um ser da mesma espécie é ignorância, falta de cultura e de respeito ao próximo. Não há lógica nisso.

É importante reconhecer  a grande participação  dos negros em quase todos os setores da sociedade brasileira. Não como raças inferiores, como outrora considerados, mas como cidadãos dignos como quaisquer outros que devem ter os seus direitos respeitados. É preciso que haja uma conscientização de que todas as pessoas são detentoras de direitos e deveres iguais e que ninguém é mais ou menos humano por causa da cor da pele. É inconcebível manter uma guerra nesse sentido onde se sabe que não haverá vencedores, apenas perdedores. Porque raça só existe uma: a humana. A propósito, muitos dizem que Deus é brasileiro, mas por acaso alguém sabe dizer se Ele é louro de olhos azuis ou negro do cabelo pixaim? E se for negro, alguém deixará de amá-Lo?

João Carlos da Costa

Bel. em Direito (aprovado pela OAB), Bel. Químico, Professor e Escrivão de Polícia. E-mail: joao_22@terra.com.br


Assédio moral no serviço público é
considerado improbidade

O assédio moral, mais do que apenas uma provocação no local de trabalho, como sarcasmo, crítica, zombaria e trote, é uma campanha psicológica com o objetivo de fazer da vítima uma pessoa rejeitada. Ela é submetida a difamação, abusos verbais, agressões e tratamento frio e impessoal. A definição integra uma decisão judicial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de relatoria da ministra Eliana Calmon, em um dos muitos casos de assédio moral contra servidores públicos que chegam ao Poder Judiciário. 

Quando o ambiente profissional é privado, a competência para julgar casos de assédio é da Justiça do Trabalho. Se ocorre em órgão público, a jurisdição é da Justiça comum. Embora trabalhadores da iniciativa privada sejam mais vulneráveis a esse tipo de abuso, a estabilidade no emprego dos servidores públicos não impede o assédio, seja moral ou sexual. 

A Lei 10.224/01 introduziu o artigo 216-A no Código Penal, tipificando o assédio sexual como crime. A pena prevista é de detenção de um a dois anos, aumentada de um terço se a vítima for menor de idade. Já o assédio moral, embora não faça parte expressamente do ordenamento jurídico brasileiro, não tem sido tolerado pelo Judiciário. Mas, tanto em um caso como em outro, nem sempre é fácil provar sua ocorrência. 

O Superior Tribunal de Justiça já tem uma jurisprudência ampla em casos de assédio moral e sexual contra servidores públicos. Nos últimos anos a corte recebeu diversos casos de abusos cometidos por agentes do estado contra colegas de trabalho, subordinados ou público em geral.

Improbidade administrativa
Em julgamento em setembro passado, a 2ª Turma tomou inclusive uma decisão inédita na Corte Superior: reconheceu o assédio moral como ato de improbidade administrativa. No caso, foi demonstrado que o prefeito de uma cidade gaúcha perseguiu servidora que denunciou problema com dívida do município ao Ministério Público do Rio Grande do Sul.

Segundo o processo, o prefeito teria colocado a servidora “de castigo” em uma sala de reuniões por quatro dias, teria ainda ameaçado colocá-la em disponibilidade, além de ter concedido férias forçadas de 30 dias. Para a relatora do caso, ministra Eliana Calmon, o que ocorreu com a servidora gaúcha foi um “caso clássico de assédio moral, agravado por motivo torpe”.

Seguindo o voto da relatora, a Turma reformou a decisão de segundo grau, que não reconheceu o assédio como ato de improbidade, e restabeleceu integralmente a sentença que havia condenado o prefeito à perda dos direitos políticos e multa equivalente a cinco anos de remuneração mensal à época dos fatos. A decisão se deu na análise de Recurso Especial (REsp 1.286.466).

Assédio sexual
Em outro processo, a 2ª Turma manteve decisão da Justiça catarinense que condenou um professor de matemática da rede pública estadual à perda do cargo com base na Lei 8.429/1992, a Lei de Improbidade Administrativa (LIA). Ele foi acusado de assediar sexualmente suas alunas em troca de boas notas.

A condenação foi imposta com base no artigo 11 da LIA, segundo o qual “constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições”. A jurisprudência estabelece ser necessária a presença de dolo na conduta para que ocorra o enquadramento nesse artigo.

Segundo o relator, ministro Humberto Martins, o dolo foi claramente demonstrado, pois o professor atuou com intenção de assediar as alunas e obter vantagem indevida em função do cargo que ocupava, “o que subverte os valores fundamentais da sociedade e corrói sua estrutura”.

Perseguição política
Uma orientadora educacional pediu na Justiça indenização por danos morais alegando ter sido transferida de cidade por perseguição política do chefe. O pedido foi negado em primeira e segunda instância, por não ter sido comprovado o nexo de causalidade entre a conduta discricionária da administração e os danos morais que a autora disse ter sofrido.

No recurso ao STJ, a servidora alegou omissões e contradições na análise das provas do assédio moral. O relator, ministro Benedito Gonçalves, verificou que a decisão de segundo grau observou o fato de que a transferência da servidora foi anulada por falta de motivação, necessária para validar atos da administração. Contudo, não houve comprovação da prática de perseguição política ou assédio moral.

Ainda segundo os magistrados de segundo grau, não há definição comprovada das causas que desencadearam a ansiedade e a depressão alegadas pela orientadora educacional. Uma testemunha no processo afirmou que não percebeu nenhum tipo de perseguição da atual administração em relação à autora e que nunca presenciou, nem mesmo ficou sabendo, de nenhuma ofensa praticada pela secretária de educação em relação à servidora.

“Ao que se pode perceber do trecho do depoimento em destaque, não se conhece a prática de atos de perseguição política ou de assédio moral, de sorte que as doenças de que foi acometida a autora não podem ter suas causas atribuídas ao município”, concluiu a decisão.

Considerando que o tribunal de origem se manifestou sobre todas as questões relevantes para a solução da controvérsia, a 1ª Turma negou o recurso da servidora. Até porque, para alterar a decisão, seria necessário o reexame de provas, o que é vedado em julgamento de recurso especial pela Súmula 7 do STJ, conforme o Agravo em Recurso Especial 51.551.

Estágio probatório
Aprovado em concurso para o Tribunal de Justiça de Rondônia, um engenheiro elétrico foi reprovado no estágio probatório e foi à Justiça alegando ter sido vítima de assédio moral profissional. Em Mandado de Segurança contra ato do presidente da corte e do chefe do setor de engenharia, ele alegou que suas avaliações foram injustas e parciais, e apontou vícios no processo administrativo e no ato de exoneração do cargo.

Para a ministra Laurita Vaz, relatora do Recurso em Mandado de Segurança analisado pela 5ª Turma, o engenheiro não conseguiu demonstrar, com prova documental pré-constituída, a existência de qualquer fato ou conduta dos superiores capazes de caracterizar o assédio.

Quanto à alegação do engenheiro de que suas avaliações de desempenho no estágio probatório não foram feitas por uma comissão, a ministra disse que a jurisprudência do STJ entende que essa avaliação deve ser feita pela chefia imediata do servidor, pois é a autoridade que acompanha diretamente suas atividades.

Segundo a relatora, o Estatuto do Servidor (Lei 8.112/1990) dá ao funcionário público o direito de submeter a avaliação de sua chefia ao crivo de uma comissão. No caso, contudo, o engenheiro não se insurgiu contra nenhuma das cinco primeiras avaliações feitas por seu superior hierárquico.

Além disso, mesmo sem ter sido acionada pelo servidor, a comissão interveio espontaneamente, por duas vezes, no processo de avaliação, devido às notas abaixo da média. Ao final do estágio probatório, essa comissão emitiu parecer conclusivo sobre a média final do servidor. Por essas razões, foi negado o Recurso em Mandado de Segurança (RMS 23.504).

Excesso de trabalho
Oficiais de Justiça do estado de São Paulo alegaram que sua excessiva carga de trabalho configurava assédio moral. Argumentaram que, além de estarem submetidos a um volume de trabalho “muito acima do razoável” na 1ª e 2ª Varas da Comarca de Leme, o presidente do tribunal paulista determinou que eles exercessem suas funções cumulativamente, por tempo determinado, com as da 3ª Vara da mesma localidade, sem prejuízo das obrigações originais e em horário normal de trabalho.

Segundo os servidores, a prorrogação do acúmulo de funções seria ilegal e abusiva, configurando assédio moral e trabalho extraordinário sem a devida contrapartida financeira. Eles apontaram a carência de servidores e queriam a realização de concurso público.

A ministra Laurita Vaz, relatora do recurso em mandado de segurança dos servidores, considerou que não foram comprovadas, com prova documental pré-constituída, a existência de assédio moral, nem a prestação de serviço extraordinário sem a devida remuneração. Quanto ao concurso público, ela disse que sua realização é prerrogativa exclusiva da administração.

“Por fim, é de ser ressaltado que o ato impugnado não é abusivo, tampouco ilegal, uma vez que, conquanto seja efetiva a cumulação de serviço, essa fixação teve caráter temporário e precário, voltada, à toda evidência, a atender interesse público relevante, qual seja: a garantia da prestação jurisdicional”, disse a ministra no voto, acompanhado por todos os ministros da 5ª Turma no julgamento do RMS 25.927.

Hora de parar
Quando o Judiciário não reconhece, de forma bem fundamentada, a ocorrência do assédio, insistir no assunto pode ter resultado ruim para quem acusa. Exemplo disso foi o julgamento de um Agravo Regimental no Agravo em Recurso Especial (AREsp 117.825) pela 4ª Turma.

Essa sequência de instrumentos processuais revela o inconformismo da autora. Depois de a ação de indenização por danos morais ter sido frustrada em primeira instância, o Tribunal de Justiça negou a apelação da autora e não admitiu que o recurso especial fosse levado ao STJ. Os desembargadores do TJ-RS entenderam que ela não conseguiu provar que o réu tivesse praticado qualquer atitude desrespeitosa contra si.

Mesmo assim, a autora entrou com agravo pedindo diretamente à Corte Superior que analisasse o caso, o que foi negado monocraticamente pelo relator. Após isso, ela apresentou agravo regimental para levar o pleito ao órgão colegiado. Resultado: foi multada por apresentar recursos sem fundamento.

No caso, a autora acusou um médico de tentar beijá-la à força. Como provas do assédio sexual, disse que foi vista chorando no posto de enfermagem e que o médico, seu superior hierárquico, estava no hospital no momento do fato.

Dez testemunhas foram ouvidas. Algumas confirmaram o choro, mas ninguém viu o suposto contato físico. Outras afirmaram que o médico tem comportamento normal e que suas demonstrações de afeto não têm conotação sexual. Para os magistrados gaúchos, não há prova razoável de que o médico tenha cometido o assédio. “Não se desconhece que em casos dessa natureza deve haver uma valoração especial da palavra da vítima. Todavia, a versão da autora deve ser cotejada com o contexto probatório”, concluiu a decisão que foi mantida pelo STJ. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.

REsp 1.286.466
AREsp 51.551
RMS 23.504
RMS 25.927
AREsp 117.825


Polícia tenta negociação com presos que fazem rebelião na cadeia de Ivaiporã

Policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) de Londrina e demais PMs de Apucarana e Ivaiporã efetuam um trabalho de contenção, isolamento e negociação com os presos da Cadeia Pública de Ivaiporã que iniciaram uma rebelião por volta das 18h de sábado (2) no local. Os detentos tomaram armas e munições da polícia e mantêm dois agentes penitenciários como reféns.

Segundo o Sargento da PM de Ivaiporã Percílio Audálio Gomes, a intenção da polícia é convencer os presos a entregarem os reféns e as armas para, logo em seguida, fazer um pente fino dentro da cadeia. Pelo menos 100 detentos estão dentro da cadeia. Alguns presos conseguiram fugir no sábado.

De acordo com o sargento, responsável pela comunicação social da PM de Ivaiporã, dois agentes penitenciários continuam como reféns dentro da cadeia. Não há informações sobre o estado de saúde dos dois. Ontem, após ser ferido na perna, um carcereiro que também era mantido como refém foi encaminhado ao hospital da cidade, mas já está fora de risco.

"Até o momento, a situação está controlada. Os policiais especializados para reestabelecer a ordem estão em fase de negociação", afirma o sargento. Ele diz que a rebelião poderá se estender por todo este domingo (3) na Cadeia Pública de Ivaiporã. "É um trabalho lento e que precisa ser feito com muita cautela."

Fonte: http://maringa.odiario.com


MP pede absolvição de réus de chacina em Piraquara, na RMC

O Ministério Público do Paraná pediu a absolvição das quatro pessoas presas acusadas de envolvimento na chacina de Piraquara, em abril de 2011. A instituição alega falta de provas testemunhais e periciais para a condenação.

As cinco vítimas estavam em uma chácara no bairro Capoeira dos Dinos. O ambientalista Jorge Roberto Carvalho Grando, 53 anos, o irmão dele Antônio Luis Carvalho Grando, 46, o vizinho Albino Eliseu da Silva, o empresário Gilmar Reinert e o agente penitenciário Valdir Vicente Lopes foram amarrados e mortos com tiros na cabeça.

Mais de um ano depois da chacina, a polícia divulgou que a ex-mulher do ambientalista, Derise Farias Pereira Grando, teria sido a mandante do crime por motivações financeiras. Edival de Souza e Silva, João Carlos da Rocha e o irmão dele, Adilson da Rocha, também foram presos por suspeita de cometer o crime. Todos negaram qualquer participação na chacina, e apenas um deles permanece preso.

A Promotoria de Piraquara acredita que as provas periciais coletadas não foram suficientes para ligar os réus às mortes. “Além disso, as testemunhas de acusação (muitas delas sigilosas) que, durante o inquérito policial apontaram os réus com os responsáveis pelos assassinatos, se retrataram na fase judicial do que haviam relatado na fase policial”, relatou o MP, por meio de nota.

A Justiça ainda não se pronunciou sobre o pedido do MP, e não há previsão para essa decisão. Caso a absolvição seja acatada, a Polícia Civil poderá receber uma determinação para retomar outras linhas de investigação que havia abandonado.

Fonte: http://www.parana-online.com.br


Manifesto justo e violência sem causa

 João Carlos da Costa

Desde a metade deste ano diversos protestos continuam acontecendo em algumas capitais brasileiras. Cidadãos de bem estão acordando para os descasos que vêm ocorrendo nos setores básicos, no sentido de reivindicar mais atenção e melhoras nas condições de atendimento, na área do trabalho, por salários mais justos, como no caso dos professores e também contra algumas atitudes governamentais, como o caso privatização da extração petrolífera no Campo de Libra, na Bacia de Santos,  etc...

A maioria desses manifestos tem boas justificativas, o único problema nessas ocasiões é a infiltração de vândalos e oportunistas que se aproveitam para externar o seu instinto animal depredando patrimônio público e alheio, sem qualquer motivo aparente, como se estivessem ali para desvirtuar o movimento reivindicatório ou para desviar a atenção da população de crimes e outras coisas piores que podem ocorrer nos momentos de distrações. Há pessoas que mesmo sem saber o que querem participam para “engrossar” esses movimentos ou instigar atos de vandalismo incomensuráveis, em desrespeito ao comportamento ético numa sociedade.

É importante frisar que protestos são livres e necessários, principalmente para demonstrar o descontentamento da população diante de situações crônicas que nunca se resolvem, como é caso dos problemas da educação, transportes, saúde, segurança, entre outros, conforme já mencionado.  E é maravilhoso ver a movimentação e sentir o clamor das pessoas e classes organizadas que até emocionam quando demonstram estar conscientes e agindo de forma pacífica no exercício legal do que preconiza o estado de direito democrático.

Nessas circunstâncias, grandes contingentes dos órgãos de segurança são mobilizados para neutralizar situações impactantes da violência.  E o que se observa é que ninguém, nem a população e as forças de segurança pública estavam preparados estes surtos de manifestações que estão se tornando frequentes, porque o Brasil sempre foi considerado um país pacífico e as últimas ocorrências mais relevantes nesse sentido  foram, até então, as do período do governo Fernando Collor de Mello, quando os caras-pintadas invadiram as ruas em protesto.

A atuação policial

Geralmente nessas manifestações pessoas erguem vozes criticando a ação da polícia pelo uso de violência. Nesses casos, especificamente,  a atuação da polícia deve ser no sentido de manter a ordem pública e proteger os direitos e a incolumidade de todo e qualquer cidadão, inclusive dos manifestantes, mas coibir toda e qualquer forma de vandalismo, com moderação e preparo para evitar os excessos e nos casos de resistências, o uso da força tem que ser proporcional. Esclareça-se  que todos os casos de força excessiva devem ser analisados isoladamente. Embora a maioria dos tumultos sejam ocasionais as forças de segurança devem estar sempre de prontidão na prevenção e atenta aos efeitos, cada uma na sua função. Sobre este aspecto é preciso distinguir a atuação das polícias Civil e Militar, pois é um assunto que confunde e suscita dúvidas nas pessoas que só conhecem o termo “polícia” como se fossem instituições únicas. De acordo com o que prevê a Constituição Federal no artigo 144, § 4.º  - Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. Ou seja, à Polícia Civil incumbe todas as questões investigativas criminais, para instruir processos que são encaminhados ao Poder Judiciário, para administração da justiça. Já, a atuação da  Polícia Militar está prevista no mesmo artigo 144, § 5.º “As polícias militares  cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública. A atuação é de prevenção e manutenção da disciplina em qualquer tipo de manifesto. Esta é a principal ordem de comando, inclusive para os cidadãos, que também têm esse dever constitucional, de acordo com o caput do artigo 144 da Constituição Federal.

A explicação para o fenômeno do excesso de manifestações e de violência, tem a influência de diversos fatores e ao apontar falhas corre-se o risco de combater eternamente os efeitos sem eliminar as causas. Mas certamente, uma das coisas que mais levam ao cáos social é a falta de uma administração pública mais consistente e evoluída, no âmbito nacional, que sedimente políticas públicas mais objetivas e coerentes para promover infraestrutura para setores básicos da sociedade, como a saúde, educação, transporte, segurança, etc... E  o que mais se espera como resultado de tudo isso é que esses movimentos sirvam de alerta, principalmente aos “políticos de carteirinha”, eleitos pelo povo, que só lembram dos problemas da população em épocas de campanha e, depois esquecem. E que sirvam também para a conscientização das pessoas sobre os seus direitos e principalmente dos seus deveres com o próximo e com a comunidade brasileira, em geral.

João Carlos da Costa

Bel. em Direito (aprovado na OAB), Bel. Químico, Professor e Escrivão de Polícia.
F. 9967-3295 e-mail: joao_22@terra.com.br


UFPR ganha prêmio da ONU por Pesquisa
no Sistema Prisional

As iniciativas adotadas ou implementadas, através do Projeto Vozes do Cárcere, a partir de pesquisa feita com 13 mil presos de 31 penitenciárias do Paraná, permitiram que a UFPR, em parceria com a Secretaria de Estado e Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), conquistasse o Prêmio Américas 2013, concedido pela Organização das Nações Unidas/Unitar e Cifal.

Segundo a professora Sonia Maria Haracemiv, que coordena o projeto de extensão da UFPR "Vozes da prisão - paz e não-violência", os dados obtidos na primeira pesquisa científica para gestão do sistema prisional paranaense subsidiaram ações que possibilitaram, por exemplo, uma melhor condução de regimentos internos e revisão de normativas relacionadas à cultura do cárcere.

Acesso a estudo e trabalho
As informações coletadas, ao longo dos anos de 2011 e 2012, por alunos dos cursos dos Setores de Educação (Pedagogia) e Ciências Humanas (Sociologia), também permitiram conhecer e atendar as demandas dos presidiários. Entre elas, destacam-se a ampliação de oportunidades de acesso ao estudo e trabalho; melhoria na assistência religiosa ofertada nas unidades penais; maior humanização no atendimento aos visitantes; e desenvolvimento de atividades culturais.

Outras políticas públicas desenvolvidas e que foram destacadas na conquista do Prêmio Américas, foi a institucionalização do Comitê de Educação de Direitos Humanos e a instalação da Defensoria Pública e da Ouvidoria do Sistema Penal do Paraná. Entre as iniciativas desenvolvidas por esses órgãos estão a separação de presos por idade, tempo de condenação, tipo de crime e condição de preso primário; e o enfrentamento das violências física, sexual e simbólica/institucional registradas nos presídios.

Categoria Desenvolvimento
O Prêmio conquistado pela Seju/ Escola de Educação e Direitos Humanos em parceria com o Setor de Educação/UFPR, categoria desenvolvimento (um dos oito Objetivos do Milênio/ONU), foi entregue no último dia 3, durante o VII Fórum de Competitividade das Américas, no Panamá.

O Projeto Vozes do Cárcere foi representado pela gestora Maria Tereza Uille Gomes, secretária de Estado, Justiça, Cidadania e Direitos Humanos. Segundo a gestora, as ações desenvolvidas e que justificaram a concessão do Prêmio Américas 2013 serão apresentadas em um livro que está sendo elaborado.

Fonte: http://www.planetauniversitario.com


NUNCA DESACREDITE‏

Preso que fez máscara de sabonete na PB vai ser capacitado

 

O preso que fez uma máscara de sabonete com a fisionomia de um agente penitenciário vai ser capacitado e poderá ensinar a técnica para outros detentos e até agentes penitenciários, garantiu o secretário de Administração Penitenciária da Paraíba, Wallber Virgolino. Nesta terça-feira (8), a máscara feita com restos de sabonete foi encontrada dentro de uma cela na Penitenciária Padrão de Santa Rita, na Grande João Pessoa.

"Ele vai participar de um programa de ressocialização. Inicialmente, nós vamos capacitá-lo, porque ele ainda possui um conhecimento muito bruto. Vamos trabalhar para que ele fique mais afiado, mais profundo. Depois, ele pode passar o conhecimento para outros detentos e agentes que tenham interesse", explicou Wallber, acrescentando que o Sistema Penitenciário vai trocar o material usado por cera no lugar de sabonete. "É mais fácil de manusear", justificou.

E essa não é a primeira vez que o preso usa estas técnicas dentro do presídio. Segundo Wallber, ele já fazia objetos com restos de sabonete quando estava preso em um presídio de Campina Grande. Porém, essa foi a primeira vez que o fato foi divulgado.

O detento, que tem 31 anos, cumpre uma pena de 19 anos. Ele já passou cerca de três anos preso e, segundo o secretário, ainda faltam três ou quatro anos para que ele possa ter direito a algum benefício, como ao regime semiaberto. Porém, os apenados que participam de programas de ressocialização podem ter redução de pena. Um dia de trabalho reduz três dias de pena, enquanto que um livro lido reduz quatro dias.

Entenda o caso
Uma máscara feita com restos de sabonete e com a fisionomia de um agente penitenciário que trabalha no local foi encontrada dentro de uma cela na Penitenciária Padrão de Santa Rita. Wallber Virgolino explicou que a máscara foi encontrada após investigação do serviço de inteligência. "Ficamos sabendo que os presos estavam fazendo máscaras para fugir, mas o apenado nos informou que é artista plástico e que o material fabricado foi apenas uma forma de homenagear o agente", explicou.

Ele disse também que será aberta uma sindicância, mas que o apenado vai fazer trabalhos artesanais, devido a sua habilidade. "A máscara é bem semelhante às feições do servidor", reforçou. A máscara foi levada para o Instituto de Polícia Científica (IPC), para análise de peritos.

Ressocialização
Segundo o secretário, mais de cinco mil presos passam por ressocialização em toda a Paraíba. Além de trabalharem, alguns apenados participam de programas de educação, desporto, capacitação, saúde, cultura, teatro, artesanato, entre outros.

Fonte: http://www.youtube.com


Primeira Seção mantém demissão de servidor que divulgou vídeos de penitenciária

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a demissão de um agente penitenciário responsável pela divulgação ilegal de vídeos de monitoramento da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) que mostram conversas entre advogados e seus clientes.

Demitido em maio de 2011, o agente penitenciário ingressou com mandado de segurança contra ato do ministro da Justiça, que lhe impôs a pena de demissão do quadro de pessoal do Departamento Penitenciário Nacional após processo administrativo disciplinar. Ele requereu a nulidade do processo e sua imediata reintegração no cargo, com o pagamento dos vencimentos e demais vantagens desde a data da demissão.

Entre outros pontos, alegou incompetência da autoridade instauradora do processo administrativo disciplinar e inobservância do devido processo legal. Sustentou que a demissão teria sido motivada por perseguição promovida pela administração contra sindicalistas que assinaram denúncias de irregularidades.

Segundo o ministro relator, Mauro Campbell Marques, a conduta imputada ao servidor se insere no inciso IX do artigo 132 da Lei 8.112/90, pois se apurou que o servidor revelou, de forma intencional, vídeos sigilosos aos quais teve acesso por exercer o cargo de agente penitenciário.

“É de se notar que tal grave cometimento constitui inclusive crime de violação de sigilo profissional, tipificado no artigo 325 do Código Penal”, acrescentou o relator em seu voto.

Competência

Sobre a alegada incompetência da autoridade que instaurou o processo disciplinar, o ministro Mauro Campbell ressaltou que o artigo 141, inciso I, da lei 8.112, estabelece a competência do presidente da República para julgamento de processos administrativos e aplicação da penalidade de demissão de servidor, competência essa delegada aos ministros de estado pelo decreto 3.035/99.

“Nota-se que, no caso em exame, a delegação de competência para a aplicação da pena de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor restou incólume, na medida em que a imposição da penalidade máxima decorreu de ato emanado do ministro da Justiça”, concluiu o relator.

Segundo o ministro, a portaria que instaurou o processo administrativo disciplinar foi emitida pelo diretor-geral do Departamento Penitenciário Federal, que detém competência para instaurar procedimentos para apurar faltas de seus subordinados, e atendeu a todos os requisitos legais de validade.

Mauro Campbell também afastou as alegações de falta de provas e de perseguição política. Para o ministro, “não merece acolhida a alegação de que a demissão teria resultado de um processo administrativo no qual não restaram comprovados os ilícitos imputados ao impetrante, o qual seria alvo de perseguição implementada por ser ele membro de sindicato”. A decisão que negou o mandado de segurança foi unânime.

Fonte: http://www.stj.jus.br


Proposta da Arena da Amazonia de abrigar detentos ganha repercussão nacional

A proposta do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) da utilizar a estrutura da Arena da Amazonia para abrigar detentos ganhou repercussão nacional e até internacional essa semana.

O jornal Folha de S. Paulo, o site Exame e uma matéria publicada no New York Times abordaram a possibilidade, que foi sugerida pelo presidente do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, desembargador Sabino Marques, argumentando que os espaços vazios da Arena, após a realização da Copa do ano que vem, pudessem servir como centro de triagem provisório para detentos, já que a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa deve ser desativada até o fim de 2014.

No entanto, a ideia não foi bem aceita por moradores próximos da área. A aposentada Geraldina Guimarães, 73, moradora do conjunto residencial de Flores, bairro de Flores, que fica ao lado da Arena, também discorda da ideia e fica receosa caso a sugestão seja acatada, devido à proximidade do lugar. "E se tiver uma rebelião de repetente? Como é que a gente que mora próximo vai se sentir? Eu sou totalmente contra isso", diz.

A mãe da defensora pública Ilmair Faria Siqueira, 63, também mora no mesmo conjunto próximo à Arena e, por isso, ela frequenta constantemente a região e, por trabalhar na área criminal, conhece as condições dos presídios da cidade e diz que o futuro estádio não tem estrutura para abrigar os detentos.

"A Arena não tem estrutura pra detento porque a lei de execução penal exige tamanho de cela e outros requisitos que a estrutura do estádio não vai ter. A estrutura de um lugar para detentos é completamente diferente da Arena e não é lugar pra preso", fala a defensora pública.

O projeto para transformar a Arena em lugar provisório para detentos ainda está sendo estudado e discutido pelos membros Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário. A sugestão também ainda deverá passar pela Secretária de Justiça do Amazonas (Sejus).

Fonte: http://www.emtempo.com.br


DIPLOMAS FALSOS
QUALQUER SEMELHANÇA É MERA COINCIDÊNCIA‏

Secretária da Sejus mantém ativos servidores contratados com documentos falsos 

Três meses após ser informada pelo Núcleo de Inteligência do Sistema Penitenciário (Nisp/Sejus), a titular da Secretaria de Estado de Justiça de Rondônia (Sejus), Elizete Gonçalvez Lima, ainda mantém no quadro de pessoal 17 socioeducadores emergenciais acusados de apresentarem históricos escolares e certificados de conclusão do ensino médio falsos.

O resultado da investigação foi entregue à secretária no dia 13 de junho, acompanhado da lista dos 133 nomes, cujos documentos escolares tiveram a autenticidade comprovada pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), conforme Ofício n. 2658/2013-GAB/SEDUC, assinado pela secretária Isabel Luz. Contudo, não foram encontrados informações nos arquivos das secretarias das escolas que comprovem a veracidade do diploma e histórico escolar dos 17 emergenciais, apresentados por ocasião do processo seletivo simplificado da Sejus que ofereceu 150 vagas.

Curiosamente, Elizete desativou o Núcleo de Inteligência do Sistema Penitenciário (NISP) ao relotar os agentes penitenciários que realizavam esse trabalho. Pressionada, a Sejus divulgou nota em seu portal eletrônico negando que a desativação tenha ligação direta com os indícios de falsidade. Defendeu ainda que o setor passa por um processo de normatização e por essa razão foi necessária a transferência “provisória” dos servidores para reforçar o efetivo em outras unidades do sistema.

Segundo a Sejus, foi instaurada uma sindicância administrativa disciplinar, por meio da Portaria n. 536/2013/GAB, de 23 de julho de 2013, publicada em 31 de julho de 2013, para apurar as suspeitas sobre os documentos escolares.

Porém, vale ressaltar, que mesmo com apontamento da gravidade da situação dos 17 socioeducadores que estão sob suspeição por apresentar documentação falsa, eles continuam exercendo normalmente suas atividades, sendo que deveriam ser afastado imediatamente.

Fonte: http://www.rondoniaovivo.com


Richa afirma que não irá receber
agentes penitenciários

Servidores estão acampados em frente ao Palácio Iguaçu desde segunda-feira e exigem reunião com o governador. Assembleia está marcada para terça-feira e há ameaça de greve geral

Os agentes penitenciários não dão indícios de que irão sair do acampamento de 30 barracas montado em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico de Curitiba, desde a noite de segunda. Depois de realizar uma caminhada na manhã desta quarta-feira (4), o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) anunciou que a assembleia da categoria acontecerá na terça-feira que vem (10) e que são esperadas 300 pessoas. “Se o governador não conversar conosco, vamos acabar optando pela greve geral por tempo indeterminado”, diz o presidente do sindicato, José Roberto Neves.

O governador Beto Richa, por meio de sua assessoria, disse estar ciente do protesto e o considera legítimo, mas que a negociação está a cargo da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná (Seju), encabeçada pela secretária Maria Tereza Uille Gomes que já se reuniu com o Sindarspen. Foi reforçado que a categoria também já conversou com o chefe da Casa Civil do Paraná, Reinhold Stephanes, e que não há previsão de uma reunião entre o governador e os agentes penitenciários.

Na tarde desta quarta, a Seju se pronunciou a respeito das quatro principais reivindicações da categoria: a autorização de porte de arma fora de horário de trabalho; a realização de novos concursos públicos para contratar mais profissionais; a correção de 23,37% sobre o adicional de risco do agente penitenciário; e uma aposentadoria especial.
A secretaria informou que o porte de arma foi vedado pela presidente Dilma e que o Tribunal de Justiça (TJ-PR) considerou inconstitucional a lei aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) que tentou garantir essa permissão aos agentes. Em relação aos concursos, um está em andamento para a contratação de mais 423 servidores, e que atualmente são 3.496 agentes penitenciários e 142 agentes de monitoramento.

A Seju reiterou que o teto do limite prudencial já foi excedido e que não seria possível conceder aumento por enquanto, mas disse que os agentes já haviam recebido um aumento nominal de 41,88%. Quanto à aposentadoria especial, a informação é que esse direito pode ser requerido, mas que o pedido deve ser feito na Alep e não ao governo do estado.

Resposta

“Não é pelos 23%”
O Sindarspen questionou toda a argumentação apresentada pela secretaria. “O que a Seju tenta fazer é desqualificar um movimento que denuncia a falta de investimento no setor”, respondeu o presidente Neves. Segundo ele, todas as reivindicações da categoria são plausíveis e possíveis tanto legal quanto orçamentariamente. “O porte de arma foi regulamentado por estados como São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e não vemos motivo para isso não acontecer também por aqui. A contratação de 423 servidores não vai conseguir cobrir o número de agentes que são desviados de função”, rebate.

Em relação aos salários e à aposentadoria, Neves explica que a questão ultrapassa o dinheiro. “Não é só pelos 23% que lutamos, mas por um sistema prisional mais seguro e humano. Não dá para falar em direitos humanos e trabalhistas com a situação que enfrentamos, de presídios superlotados e de falta de infraestrutura”, acrescenta.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br

Fonte: Folha de Londrina


Sistema carcerário nacional tem apenas 15 ginecologistas para 35 mil mulheres presas

O sistema penitenciário brasileiro conta com apenas 15 médicos ginecologistas para uma população de 35.039 presas, o equivalente a um profissional para cada grupo de 2.335 mulheres. 

Os dados são do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias (Infopen), do Ministério da Justiça, de dezembro de 2012. 

Para garantir pelo menos uma consulta ginecológica anual por mulher, como recomenda o Ministério da Saúde, cada um desses médicos teria de trabalhar 365 dias por ano e atender a 6 pacientes diariamente. 

Soluções para essa e outras deficiências serão debatidas durante o II Encontro Nacional do Encarceramento Feminino, que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (Depen/MJ) realizarão nos dias 21 e 22 de agosto, em Brasília/DF. 

“O ideal seria que cada unidade prisional contasse com um médico ginecologista. 

Mas, diante do baixo contingente de profissionais, as administrações penitenciárias adotam a alternativa de encaminhar as detentas para atendimento na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) do município em que se situam”, afirmou o juiz auxiliar da Presidência do CNJ Luciano Losekann, coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) e do II Encontro Nacional do Encarceramento Feminino. 

Segundo o Departamento de Atenção à Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, cada mulher, presa ou não, deve procurar o ginecologista pelo menos uma vez por ano para a realização do exame de Papanicolau, fundamental para a prevenção do câncer de colo de útero. 

No caso das gestantes, o ministério recomenda a realização de pelo menos seis exames de pré-natal e mais um de puerpério (pós-parto). 

Preconceito

As deficiências no atendimento às necessidades de gênero são o principal problema enfrentado pelas mulheres encarceradas. 

Segundo a ouvidora do Depen, Valdirene Daufemback, uma das convidadas para o II Encontro Nacional do Encarceramento Feminino, elas reclamam “da revista íntima vexatória de visitantes; da separação precoce, abrupta, preconceituosa e, por vezes, criminosa de suas crianças; da negligência com relação a necessidades específicas, como acesso a absorventes e a uniformes femininos e da vulnerabilidade diante de presos ou funcionários homens, além de diversos casos de maus-tratos”. 

O evento promovido pelo CNJ e pelo Depen terá a participação de juízes e servidores que atuam na área criminal e de execução penal, de secretários de Administração Penitenciária, diretores de penitenciárias, agentes penitenciários e profissionais de saúde, além de membros do Ministério da Saúde e do Ministério Público. 

A solenidade de abertura do encontro terá a participação do conselheiro Guilherme Calmon, supervisor do DMF; do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci; e do diretor-geral do Depen, Augusto Eduardo de Souza Rossini.

Fonte: http://www.acritica.net/


Jornalista não terá de responder por calúnia
e difamação contra deputado

O jornalista Ricardo Noblat não responderá penalmente pelas acusações de calúnia e difamação contra o deputado federal Eduardo Cunha (RJ), atual líder do PMDB na Câmara. A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não acolheu o recurso do deputado e acabou mantendo decisão de segunda instância que considerou que os comentários publicados pelo jornalista em seu blog não configuraram a intenção de caluniar ou difamar o político, mas apenas de prestar informações jornalísticas.

O deputado ofereceu queixa-crime contra o jornalista porque este o teria acusado de chantagear o governo na expectativa de obter nomeações para cargos públicos. A sentença de primeiro grau, que absolveu o jornalista, foi mantida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

Eduardo Cunha recorreu ao STJ contra a decisão do TRF1. No julgamento da apelação, o tribunal regional concluiu que, apesar da aspereza de algumas palavras existentes no texto publicado por Noblat, o excesso não representou pretexto suficiente para uma sanção penal, já que no Estado Democrático de Direito a liberdade de expressão e de crítica é uma garantia constitucional assegurada aos profissionais da imprensa.

O deputado federal sustentou violação aos artigos 138 e 139 do Código Penal. Alegou ter havido abuso do direito de informar, por ter o jornalista publicado, em seu blog na internet, matéria de conteúdo calunioso e difamatório, na qual haveria nítida vontade de ofender sua honra e imagem, o que demonstraria a presença de dolo específico.

Ausência de dolo

Ao analisar a questão, o relator, ministro Sebastião Reis Júnior, destacou que as instâncias ordinárias consideraram atípica a conduta do jornalista. Para elas, apesar da crítica negativa que acompanhou a narrativa dos fatos noticiados no blog, não houve intenção de caluniar ou difamar o deputado, ou seja, não houve dolo específico.

As instâncias ordinárias concluíram ainda que a atuação do jornalista se deu nos limites da profissão e da liberdade de expressão e imprensa que lhe é garantida pela Constituição da República.

Quanto à alegada existência de dolo específico, o ministro relator afirmou que, para verificar se houve a intenção de caluniar ou difamar, seria necessário o reexame de fatos e provas do processo, o que é vedado ao STJ em recurso especial.

Questão constitucional

Por fim, Sebastião Reis Júnior observou que o acórdão do TRF1 também possui fundamento constitucional, consistente na afirmação de que a conduta do jornalista estaria protegida pela liberdade de expressão e imprensa prevista na Constituição, e para dirimir controvérsias constitucionais a competência não é do STJ, mas do Supremo Tribunal Federal (STF).

Como não houve a interposição de recurso extraordinário para o STF, simultaneamente ao recurso especial dirigido ao STJ, o ministro aplicou a Súmula 126: “É inadmissível recurso especial, quando o acórdão recorrido assenta em fundamentos constitucional e infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso extraordinário.”

Fonte: http://www.stj.jus.br


TJMA esclarece matéria do Fantástico
sobre envolvimento de magistrado com
Fernandinho Beira-Mar

O desembargador José de Ribamar Froz Sobrinho, coordenador da Unidade de Monitoramento Carcerário do Tribunal de Justiça do Maranhão, e o juiz Carlos Roberto Oliveira de Paula, da 1ª Vara de Execuções Penais de São Luís, concederam entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (12), prestando esclarecimentos sobre a matéria veiculada na noite de domingo (11), no programa Fantástico, da Rede Globo, que noticiou a possível transferência do traficante Fernandinho Beira Mar para o Maranhão, pelo alegado envolvimento com um desembargador do Estado.

Froz Sobrinho negou a existência de qualquer pedido judicial ou administrativo para transferência do preso para o Maranhão, explicando que nenhum desembargador possui competência legal para decidir acerca desse tipo de pedido, que são de exclusiva responsabilidade da 1ª Vara de Execuções Penais da capital.

Segundo ele, ainda que houvesse o pedido, a transferência seria inviável pela falta de estrutura do sistema prisional, que atualmente enfrenta uma superlotação incapaz de abrigar os próprios presos do Estado, sem possuir a infraestrutura especial exigida para receber presos com as características de Fernandinho Beira Mar e Marcinho VP. “Não temos em todo o Maranhão nenhuma unidade de segurança máxima, não teríamos como receber um preso transferido de uma unidade federal”, informou.

O juiz Roberto de Paula classificou como absurda a notícia veiculada, considerando o sistema prisional “caótico” do Maranhão, que não oferece condições mínimas para trabalhar a ressocialização dos presos já existentes. Ele reafirmou a inexistência de pedido para transferência de preso em andamento na 1ª VEP e a falta de condições estruturais do sistema prisional, que possui capacidade para 1.200 presos e hoje abriga a média de 3 mil, entre provisórios e definitivos. “Temos situações absurdas com verdadeiras masmorras em São Luís, com presos provisórios e definitivos dentro da mesma cela”, informou.

Sobre o envolvimento com algum dos desembargadores do Maranhão, Froz Sobrinho declarou ser impossível a ligação com algum dos membros da ativa e a probabilidade de se tratar do advogado de Fernandinho Beira Mar, o desembargador maranhense Luis de Almeida Teles, já aposentado. “Todos sabemos da contratação do ex-desembargador Teles como advogado de Fernandinho Beira Mar, talvez esteja se referindo a ele”, disse.

O juiz anunciou que a afirmação feita na reportagem sobre o envolvimento de algum dos membros do TJMA com o traficante será objeto de apuração investigativa interna, e repassada ao Corregedor Nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão, para que sejam procedidas as investigações necessárias, considerando o privilégio da informação e a segurança dos magistrados.
(Ascom/TJMA)

Fonte: http://jornalpequeno.com.br

 


Seju estuda assumir presos de distritos
policiais de Londrina

A Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) estuda assumir os presos dos distritos policiais de Londrina. Apesar de não haver prazo para que isso ocorra, a secretária estadual Maria Tereza Uille Gomes confirmou que esta é uma das preocupações do governo. As unidades atuam com quase cinco vezes mais presos do que a capacidade.

Maria Tereza comentou que é possível promover em Londrina a gestão compartilhada dos distritos junto a Secretaria de Estado de Segurança Pública. "Já assumimos no Estado a gestão compartilhada de seis mil presos. É possível e provavelmente nos próximos dias, mas a gente precisa ainda ter contratação de pessoal, ter ajuste e um diálogo. Mas é possível", declarou em entrevista à Rádio Paiquerê AM.

De acordo com a secretária, a superlotação carcereira vem sendo reduzida. Os números caíram de 11.700 para 4.100 detentos. Para ela, a queda só foi possível através de parcerias com o judiciário e órgãos como Ministério Público e Defensoria Pública. Do total de 4.100 presos, cerca de 300 estão detidos em Londrina.

"É um problema que vem sendo corrigido. Ao longo de dois anos temos um resultado positivo. E a intenção da Secretaria de Justiça é cada vez mais assumir a questão prisional", afirmou.

O governo do Estado já entregou à Caixa Econômica Federal os projetos para a construção de uma nova cadeia com 382 vagas e um centro de integração social de regime semiaberto, com 216 vagas. Além disso, também foi repassado o projeto de ampliação da Casa de Custódia em 196 vagas. "A previsão é que entre 60 a 90 dias as obras estejam licitadas e antes do fim do ano as obras devem começar", contou.

Fonte: http://londrina.odiario.com


Chupa-cabra aparece na Carolina do Norte e gera repercussão na internet

Mulher que capturou imagem descreveu-a como: chupa-cabras existem 

Uma estranha criatura vem chamando a atenção depois que sua foto foi postada na internet. Neste final de semana, uma espécie de “chupa-cabra” apareceu em Piedmont, Carolina do Norte, e uma mulher chamada Ramona capturou a imagem para divulgar na web.

Com o subtítulo "Chupa-cabras existem”, a fotografia começou a circular na internet com rapidez. De acordo com a lenda, o chupa-cabra é um monstro da América Latina que ataca o gado, geralmente as cabras, e bebe o seu sangue. As descrições do animal variam de répteis com espinhos ou penas para cães pelados com presas e garras. 

A primeira vez que mencionou-se a existência desta espécie foi em 1995, quando oito ovelhas apareceram mortas em Porto Rico, com perfurações idênticas no peito e totalmente sem sangue no corpo. Essa morte gerou a lenda do chupa-cabra, que depois teria sido visto em Canóvanas, quando 150 animais foram mortos.


Fonte: http://www.techmestre.com


Apenas vinte centavos...

João Carlos da Costa

 

É um paradoxo quando vemos anúncios de produtos com preços em dízimas periódicas. É o caso da febre das lojas de R$ 1,99 e grande parte do comércio em geral que adotou o “99” como sinônimo de preço baixo para atrair as pessoas pela ilusão de que “0,1” centavo é uma diferença bastante significante, mas quando se faz o pagamento com uma nota inteira, esse troco acaba sempre ficando no caixa ou, em alguns casos, são substituídos por balas, porque até mesmo quem paga, quando pode, não quer receber moedas de pequeno valor. É impressionante a desvalorização que é dada pelas moedas. Para alguns elas somente fazem peso no bolso e frequentemente são trocadas por dinheiro de papel e até jogadas fora como objetos que incomodam. Não é raro encontrar moedas no chão, em chafarizes tidos como fontes de desejo, porque muita gente tende a se desfazer delas.

O desenrolar de movimentos que hoje se alastram Brasil afora começou exatamente por causa de duas moedas de R$ 0,10 (dez centavos), ou seja vinte centavos, que despertaram grandes e graves sentimentos de revolta na população brasileira, sempre pacífica sobre as atitudes  ou a ausência delas, por parte de governantes e políticos que simplesmente assistem de camarote às freqüentes denúncias de descaso com setores fundamentais da sociedade, como a educação, segurança, corrupção, transporte  e bem-estar social.

O transporte público no Brasil é caro e não possui a infra-estrutura necessária para dar o atendimento que a população brasileira precisa.  Nos grandes centros, boa parte das empresas  de transporte coletivo são monopolizadas por grupos econômicos ligados, direta ou indiretamente, com políticos  ou com pessoas persuasivas que tramam estratégias  para participar de processos licitatórios vantajosos, para garantir a hegemonia no mercado e o valor das passagens de acordo com os próprios interesses, preferencialmente sem precisar investir na melhora do serviço prestado.

Cidades que são exemplos  de transporte público, como Curitiba, estão deixando a desejar. Os investimentos são muito poucos  no que diz respeito à renovação de frotas, comparativamente ao crescimento das populações urbanas, quase sem alternativas viáveis, pelas dificuldades do tráfego de veículos, com fluxos cada vez maiores em todos os horários.

As propostas de modernização, por serem caras e depender de recursos externos, na maioria das vezes têm ficado apenas nas campanhas  políticas das épocas de eleições, enquanto a população sonha andar em ônibus confortáveis, com motoristas capacitados e educados  e horários adequados, principalmente que beneficiem a classe trabalhadora, que é a que mais sofre com os custos elevados das passagens e com os problemas de superlotação, que estão se tornando insuportáveis, sem soluções concretas para ao menos amenizar a situação.

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Por esses e outros motivos, não foi à-toa que esse estopim  acendeu e se estendeu também a outras áreas da vida social. Pois o descaso é o principal motivo das revoltas, porque aqueles que têm o poder nas mãos, inclusive dado pela própria população,  para resolver situações como esta, nem sempre estão preocupados com isso, mas sim com o próprio bem-estar. E, infelizmente, essa é uma cultura (???) ou contracultura, que tem raízes seculares, mas que ainda pode ser mudada.

Além disso, vinte centavos podem não significar quase nada, pois até o preço de uma bala de boa qualidade já supera esse valor. Por outro lado, no momento atual vale mais que ouro, pois está  conscientizando a população brasileira, principalmente no que concerne ao tratamento com dignidade aos seus direitos constitucionais fundamentais.

João Carlos da Costa 

Bel. Químico, Professor, Bel. em Direito, aprovado pela OAB e  Policial Civil. Contatos:  F. (41) 9967-3295
E-mail: João_22@terra.com.br


Remuneração de prefeitos não tem relação
com o tamanho da cidade

Levantamento feito pela Gazeta do Povo revela que chefes do Poder Executivo de municípios grandes recebem menos do que os de localidades menores

A inexistência de uma legislação para regular o valor da remuneração dos prefeitos brasileiros resulta em uma grande disparidade entre os salários recebidos pelos chefes dos Executivos municipais. Isso fica evidente no caso das maiores cidades do Paraná. Levantamento feito pela Gazeta do Povo nas 18 cidades paranaenses com mais de 100 mil habitantes mostra uma relação pouco lógica entre a remuneração do prefeito, a população total e o orçamento anual do município.

Responsável pelo maior orçamento do Paraná – R$ 6,38 bilhões anuais – o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), recebe mensalmente R$ 26.723,13 – mas doa 30% para uma instituição de caridade, ficando com pouco mais de R$ 18 mil. O valor inicial é o mesmo recebido pelo governador Beto Richa (PSDB) e pela presidente Dilma Rousseff (PT) e pouco superior ao salário do prefeito de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), Luiz Carlos Setim (DEM). Todos os meses, Setim recebe R$ 25 mil para administrar um orçamento de R$ 740 milhões e uma população quase sete vezes menor do que a da capital.

Um dos menores salários do levantamento é o do prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff (PSD), que ganha R$ 13.865,28 para administrar um orçamento anual de R$ 1,3 bilhão do segundo maior município em número de habitantes (506 mil) do estado. A 50 quilômetros de Londrina, o prefeito de Apucarana (121 mil habitantes), Beto Preto (PT), recebe R$ 18 mil mensais para gerir um orçamento de R$ 189 milhões.

Em pelo menos outras três cidades, os salários beiram a casa dos R$ 20 mil. É o caso de Maringá e Toledo, que remuneram igualmente seus prefeitos, mas contam com orçamentos bastante díspares. Enquanto na primeira o prefeito precisa dar conta de mais de 350 mil habitantes e de R$ 872 milhões, na segunda, o chefe do Executivo administra 119 mil habitantes e um orçamento de R$ 319 milhões.

O secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, classifica a disparidade dos salários dos prefeitos como “um absurdo que acontece Brasil afora, do Amazonas ao Chuí”. Para ele, é incoerente que prefeitos viajem até Brasília para pedir aumento no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e não façam o “dever de casa”, que seria enxugar os próprios salários. “Muitos municípios vivem às custas de transferências federais e pagam salários nesse nível ao prefeito, não condizentes com a remuneração do cidadão.”

Para Castello Branco, cabe à população pressionar as Câmaras de Vereadores para que os salários sejam coerentes com a realidade local. “Os municípios são diferentes, é difícil encontrar um valor padrão, precisa prevalecer o bom senso. Mas é absurda essa teoria de tirar do Estado o máximo que puder, é uma confusão entre o público e o privado.”

Já o gestor do Observatório de Informações Municipais, François Bremaeker, ressalta que o salário dos prefeitos pouco diz sobre a remuneração real, que pode ser ampliada por verbas de representação e outras vantagens. “Em princípio, o limite seria o salário da presidente, mas às vezes o prefeito tem um salário baixo e uma verba de representação alta.”

Há quem abra mão e quem aumente o próprio salário

Com um orçamento anual de R$ 198 milhões, o município de Guarapuava (167 mil habitantes) é um dos que melhor remunera seu prefeito – são R$ 21 mil mensais. O valor foi reajustado em 80% logo no início do ano pelo próprio prefeito eleito Cesar Silvestri Filho (PPS). A medida, que causou polêmica entre a população, também elevou o salário da vice-prefeita e dos secretários municipais para R$ 10,5 mil.

Ao ser eleito, no fim de 2012, o prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira (PSB), anunciou que abriria mão da remuneração da prefeitura – de R$ 20,8 mil –, para continuar recebendo o salário de auditor da Receita Estadual, de R$ 9,8 mil, fora as gratificações. Na época, Pereira declarou que precisava dar o exemplo na tarefa de reduzir gastos para honrar os compromissos do município. A economia estimada em quatro anos de mandato é de R$ 1 milhão.

Redução

Em Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), o prefeito Aldnei Siqueira (PSD) propôs uma redução de 20% na própria remuneração, na do vice-prefeito, de secretários e comissionados. Já aprovados pela Câmara, os novos valores – o prefeito deve receber R$ 12,8 mil – passam a valer ainda neste mês. “Os valores economizados serão investidos em obras e ações na nossa cidade”, declarou o prefeito, por meio de assessoria de imprensa.

Em meados do ano passado, os vereadores do município haviam reajustado o salário dos parlamentares para a nova legislatura em 100%, passando de R$ 4,9 mil para R$ 9,8 mil. A remuneração do prefeito também foi reajustada em R$ 5,2 mil, indo para R$ 16 mil. Na ocasião, o Executivo vetou o aumento do prefeito. De volta ao Legislativo, Aldnei Siqueira – então presidente da Câmara – não quis promulgar a matéria, alegando ser contra o que estava sendo proposto. Porém, seguindo o regimento, o reajuste no salário do prefeito foi promulgado pelo vice-presidente da Casa.

R$ 25 mil é o valor recebido pelo prefeito de São José dos Pinhais, Luiz Carlos Setim. O salário é para administrar um orçamento de R$ 740 milhões e uma população quase sete vezes menor do que a da capital, cujo prefeito recebe pouco acima disso.

R$ 13.865,28 é a remuneração do prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff (PSD), para administrar o orçamento anual de R$ 1,3 bilhão do segundo maior município em número de habitantes (506 mil) do estado.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br


Editorial

AMARGAS EXPERIÊNCIAS 

Vez por outra o sistema punitivo adotado e mantido pela Administração Pública do Estado do Paraná provoca o acionamento de um dispositivo de revolta no ar prestes a cair a qualquer momento para, tal qual a maçã de lsaac Newton, mudar todo um pensamento estruturado em busca de melhores condições e qualidade de vida profissional da categoria de Agentes Penitenciários estaduais.

Essa maçã é cultivada e irrigada com todo o carinho e dedicação pelas esquisitices e gracinhas dos inquisidores da Administração que procuram harmonizar os serviços públicos, precipuamente os penitenciários, valendo-se de uma repugnante gestão punitiva. Alguns servidores que representavam interesses privados, particulares e pessoais no governo anterior, como forma de vingança por suas derrotas ou repúdios que lhes dirigem o atual governo, atualmente exercem cargos que exigem posicionamentos pareceristas, e por essa razão elaboram pareceres alucinógenos.

Esses são os frutos do modelo de administração pública adotado pelo PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira. Valem-se eles de aparatos investigatórios dos tempos da ditadura e escondem-se atrás de decretos fantasmas.

Administradores do Sistema Penitenciário, agarrados nas benesses que o cargo lhes confere, são os verdadeiros pivôs da bancarrota de uma organização que tem tudo para dar certo e progredir com ordem e vontade de vencer os obstáculos, ou seja, a classe dos Agentes Penitenciários. Devido amarras e engrenagens emperradas dessa Administração, os Agentes Penitenciários não têm oportunidades para sequer verem a Administração Pública do Estado do Paraná acionar seus poderes discricionários para viabilizar a concretização de uma garantia constitucional tão justa e necessária para esses trabalhadores da segurança de unidades prisionais e penitenciárias, que vem a ser a legalização ordinária e a regulamentação da aposentadoria especial.

Ora, a Constituição Federal reza, com todas as letras necessárias para se entender que todo o trabalhador que em terras brasileiras enfrentar durante  sua longa trajetória profissional, o periculosidade, a insalubridade ou a penosidade, têm o direito de se ver contemplado, no final de sua carreira profissional, com uma aposentadoria especial, tal seja, uma aposentadoria diferenciada em relação àquela perseguida pelo trabalhador comum, que é a aposentadoria do fator previdenciário.

Os serviços penitenciários não são apenas perigosos, não são meramente insalubres, não são simplesmente penosos, mas são, isto sim e indubitavelmente, potencializados por todos os corolários da periculosidade, da insalubridade e da penosidade.

Mesmo assim, a relutância da Administração para reconhecer essa garantia constitucional e corroborá-la com a lei ordinária é maior que o mar. Agora, por outro viés, para castigar, judiar, vilipendiar e torturar, psicológica e moralmente, um Agente Penitenciário, ademais, aquele pensante, calejado pelos anos da labuta penitenciária, cônscio de suas obrigações e lúcido de seus direitos, aí sim, essa mesma administração tem toda uma instrumentalização e um aparato fenomenal em termos de funcionamento, de ação e de execução. Alegam para tal que precisam manter a moralidade nos serviços públicos, para o que, processam e sancionam Agentes Penitenciários ao arrepio da devida averiguação de melhores e mais adequadas constatações factuais.

Enquanto isso, a timoneira mor da pasta da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná, bela e formosamente, vem, reiterada e continuamente, violando o disposto no artigo 128, § 5°, inciso 11, da

Constituição da República Federativa do Brasil, que veda aos membros do Ministério Público "exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério."

São essas anomalias funcionais da Administração Pública, exercidas no

âmbito da Secretaria da Justiça, DA JUSTIÇA do Paraná, que causam espécie e, ao mesmo tempo, exigem um enorme malabarismo mental para entender o que ocorre nesse quinhão do Serviço Público Estadual. Enquanto  pouquíssimos Agentes Públicos se empanturram das benesses do poder, a maioria, os Agentes Penitenciários, vai triunfando em meio aos seus sonhos e

desilusões, esperanças e decepções, almejando ao menos terem notícias se um dia a garantia constitucional que todos eles têm, de verem consubstanciado

o direito de aposentadoria especial, despontará da orla desses nossos Poderes, que, graças aos céus e a conscientização, a organização e a participação popular, começam a ruir novamente nos quatro cantos desse nosso torrão nascente.

Nesse marasmo todo cabe a nós pensarmos sobre se vale a pena lutarmos ou estacionarmos para não morrermos intelectualmente. É preciso saber mesclar essas duas posições, habilidade essa que poderemos aprender com os Filósofos David Hume e Thomas Hobbes. Para aquele, o homem é mais benevolência e generosidade; para este, o homem é totalmente egoísta. Do misto de egoísmo e generosidade surgem algumas regras para a instituição de regras de justiça, que são úteis para a vivência em sociedade organizada, com a manutenção da ordem e da paz.

Não há, porém, ordem e paz, principalmente sem justiça. Bem demonstrou o princípio de rebelião que eclodiu nesta, em dependências da Penitenciária Estadual do Estado do Paraná – PCE, logo após o fechamento deste artigo. Parece providência mas não é. É factual.  E agora? Que fazer?

 

Curitiba, 12 de julho de 2013.

 

Valério Sebastião Staback,

-Agente Penitenciário - Jornalista- DRT/PR- 8335-

-Licenciado em Filosofia - Contabilista- CRC/PR 48 .069 - Bal. em Direito


Band Curitiba diz que há “esquema” para eleger um deputado para o TC. Veja o vídeo

 


Veja parecer de Luís Roberto Barroso sobre poder de investigação do MP

Parecer de Lúis Roberto Barroso, que foi escolhido pela presidenta Dilma Rousseff (PT) e já aprovado pelo Senado como próximo ministro do STF, com argumentos favoráveis e contrários à PEC 37, clique aqui.

Fonte: http://blogdotarso.com


Juventude do PSDB lança nota contra manifestações em SP

Em nota, agremiação diz que não vai participar dos protestos por acreditar que “o mesmo tenha se transformado em movimento político onde um dos intuitos é de enfraquecer o governo Alckmin”

Abaixo, nota oficial da Juventude paulistana do PSDB

Senhores,

Diante dos acontecimentos e da manifestação que acontece hoje em pinheiros promovida inicialmente pelo movimento de militantes partidários ao PCdoB “Passe Livre”, entre outros: A JPSDB Paulistana (Juventude do PSDB do município de São Paulo) acordou que não participará deste manifesto em virtude de acreditarmos que o mesmo tenha se transformado em movimento político onde um dos intuitos é de enfraquecer o governo do estado de São Paulo.

Faz lembrar, enquanto maior defensor brasileiro da democracia e da liberdade, o PSDB sempre defendeu e estimulou as ações das pessoas por seus direitos, e em muitas esteve presente. No entanto, a JPSDB Paulistana não pode compactuar com os excessos que causaram depredações e agressões dos protestos ocorridos nos últimos dias em São Paulo em referência ao aumento da tarifa do transporte público.

É importante que a população perceba que a superlotação no Metro e na CPTM está diretamente ligada a incapacidade do prefeito de assumir suas responsabilidades e fazer funcionar devidamente os ônibus da cidade, e a um preço justo. Além de os excessos nas manifestações ter um culpado: o prefeito Fernando Haddad, por não cumprir suas próprias promessas de campanha.

Somos a favor à livre manifestação de ideias, porem de maneira civilizada, democrática e pacifica, e parabenizamos os jovens que hoje estarão com esse intuito.

Desse modo, se houver pessoas na manifestação que estejam em nome da JPSDB Paulistana, reafirmo que não nos representam e não fazem isso de acordo com as orientações desse grupo.

A JPSDB Paulistana entregará seu manifesto cívico, pedindo explicações da necessidade da alta dos preços das passagens ao Governador Geraldo Alckmin, e discutirá com o mesmo formas de melhorias para a população.

Vamos em frente!

Igor Cunha

Presidente da JPSDB da Capital São Paulo – Juventude Paulistana

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br


PLURAL - SISTEMA CARCERÁRIO
(31/08/12)

O Plural discute o sistema penitenciário brasileiro, e aborda os problemas enfrentados no Paraná. A falta de vagas nas penitenciárias, a fuga de presos e a superlotação nas cadeias e delegacias são comentadas pelo diretor do Depen, Mauricio Kuehne, e pela advogada Isabel Mendes, vice presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/PR.
Eles também fazem uma análise do sistema carcerário no Brasil.


Morar na rua
Uma opção ou circunstâncias da vida?

João Carlos da Costa

As grandes cidades estão se notabilizando pelo acréscimo do número de pessoas que estão saindo de suas casas para morar nas ruas. Mas o  que significa dormir nas ruas? Ninguém parece notar as pessoas que não têm para onde ir  ou remexendo lixo para buscar comida para saciar a fome. Chega a noite  é hora de buscar um canto para dormir. Muitos deles estão nas ruas porque perdem a família e a esperança de viver. Pessoas que outrora vestiam terno e gravata e vão para as ruas por motivos diversos, até mesmo para recuperar a confiança. Pessoas voluntárias buscam soluções, vivendo, inclusive, as mesmas situações para ajudar os moradores de rua e isso faz com que o incentivo à solidariedade fique sempre presente.

Missionários são vistos à noite, até escolhem lugares idênticos, para sentir a mesma sensação que os moradores sentem vivendo à míngua. Alguns  moradores de rua não gostam de aparecer quando filmados, outros querem contar a própria história, um misto de drogas e abandonos familiares. Muitos percorrem longas distâncias, para viver em cima de papelões e poucos cobertores, trocando o conforto de uma cama pelas durezas do chão. Caravanas de instituições distribuem alimentos aos moradores de rua, principalmente nos dias de frio. E quando isso acontece, através das conversas  também são descobertas algumas pessoas que  não moram nas ruas, mas que dependem das “quentinhas”. Problemas de quem nem imagina, como correr na rua em busca da própria cama, no caso papelões encontrados em entulhos de obras ou portas de lojas.

O silêncio toma conta da noite e alguns conhecem a generosidade da rua, solidária entre os próprios moradores, que dividem o que conseguem. Muitos há muito não vêem filhos, mães. O medo é uma constante, não só da polícia, como de jovens violentos que os agridem sem qualquer motivo.

Viver na rua cansa e esgota. O despertar ocorre sempre junto com a cidade, onde os despertadores são naturais, sejam os transeuntes, o barulho do trânsito, que pela manhã é bastante agitado e o comercio, que aos poucos vai abrindo as portas.

A primeira noite, provavelmente não é fácil pra ninguém. As brigas são constantes na disputa pelo melhor lugar ou pelos centavos arrecadados nos pedidos de ajutório,  porém com o tempo  alguns se acostumam.

Alguns aceitam convites de centros de recuperação e conseguem a liberdade da vida para a mudança, na tentativa de se livrar de vícios malévolos como a bebida e outras drogas nocivas, como o crack e cocaina. Outros, quando decidem mudar de ponto carregam tudo nas costas, como  se fossem moradias ambulantes e quando encontram um lugar mais ou menos adequado procuram conservá-lo como se fosse uma casa de verdade. Têm seus momentos de alegria, de fazer  a higiene pessoal. A maioria está nas ruas devido aos vícios, como anestesia antipânico.  Dentre eles estão pessoas que  deixaram para trás patrimônios e outros bens, formações superiores ou boas instruções, mas que acreditam que nas ruas encontram a liberdade que sempre buscaram.

A vida na rua começa geralmente entre quatro paredes: conflitos domésticos e familiares, o uso de drogas e doenças mentais. Esta última, inclusive, que contrapõe o dizer que precisa ser louco pra viver assim.  Alguns se tornam bastante conhecidos e, frequentemente, ganham apelidos ou codinomes, alimentando lendas contadas de formas distorcidas da realidade, com passado conhecido ou desconhecido. Muitos conseguem viver dessa maneira por anos viver assim por anos a fio sem adoecer ou perecer. Não se sabe se existe algum segredo ou a sobrevivência é exceção e não a regra. A regra é eles morrerem precocemente. Pesquisas apontam que em média, vivem até cinco anos nesta vida, principalmente quando  vão para as ruas doentes. Por outro lado, aqueles que aceitam, são tratados por agentes sociais e conseguem manter a saúde, mesmo que de forma precária, por muito tempo.

A amizade faz diferença entre os moradores de rua e comerciantes  que fornecem algum tipo de alimento e são um porto seguro para eles.  Os sonhos perdidos daqueles que se juntam numa população de anônimos sem nenhum objetivo, às vezes renascem pelas oportunidades oferecidas. Parentes choram muitas vezes, na tentativa incessante pare recuperar aquela ovelha perdida.

Novo caminho

Clínicas oferecem tratamento continuado e conseguem recuperar, mudando a vida daqueles que aceitam mudar de vida. Entre essas pessoas “abandonadas”, que vão para as ruas por depressão ou outros problemas, estão também muitos talentos, que podem ser resgatados.

As instituições sociais os acolhem e procuram lhes dar o melhor. As equipes do resgate social se esforçam para dar  o atendimento para livrar o pessoal do frio e da morte, no inverno. Apesar das privações, muitos encaram a vida com sorriso.

O medo de assassinatos nas grandes cidades faz com que muitos moradores de rua fiquem apreensivos, quando anoitece, porque muitos ataques  acontecem  por  suposto envolvimento com drogas. Alguns lugares não inspiram segurança para essas pessoas, devido a esses fatos e muitos passam a noite zanzando, em vigília, sem dormir direito, sem saber de quem se defender e aí, procuram abrigo em instituições religiosas por não ter mais laços familiares. A violência é cruel. Mas é possível sair da rua e recomeçar a vida, principalmente para aqueles que saem das suas casas por motivos de violência doméstica. Entre o sonho e a realidade, quando há uma longa distância, o pesadelo acontece. Se há interesse na ajuda a reviravolta pode acontecer, desde que com apoio suficiente e dedicação, a mudança pode ocorrer rapidamente.

João Carlos da Costa

Bel. em Direito (aprovado na OAB),
Bel. Químico, Professor e Escrivão de Polícia.
F. 9967-3295 e-mail: joao_22@terra.com.br




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Contato com o editor: Juarez Nicolino de Assis – Jornalista – Registro no DRT/PR: 0008319-PR

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