FEDERAIS VASCULHAM CASA E ESCRITÓRIOS DO ICI

d1806No começo deste junho, a Polícia Federal fez busca num dos “fortins” mais preciosos e mais bem guardados da política e da informática paranaenses, os escritórios do Instituto Curitiba Informática (ICI), instituição que, literalmente, tem o controle absoluto sobre todos os serviços prestados pela Prefeitura de Curitiba, exclusividade resultante de antigos acordos e contratos firmados com a municipalidade, e que seriam lesivos à cidade.

TUDO DEPENDE DELE

Praticamente, toda relação do cidadão com a Prefeitura passa obrigatoriamente pelo ICI.

O controle que o ICI exerce sobre o poder público municipal seria, na opinião dos que há anos o denunciam, “ainda um assunto tabu, envolve muitos interesses”, segundo parlamentar municipal.

GRANDE FORTUNA

O ICI, fundado e controlado pelo empresário Haroldo Jacobovicz (em algumas mídias e jornais esse sobrenome aparece grafado como Jacobowski), dono de uma das grandes fortunas paranaenses, tem passado ao largo de investigações de procuradores e PF. O que agora parece estar no fim.

COM ORDEM JUDICIAL

As buscas da Polícia Federal ao ICI – tudo com competente mandado judicial -, estenderam-se também ao apartamento de Jacobovicz, que – ao contrário do que propalado – não foi preso.

A decisão judicial apenas contemplou buscas e apreensões na casa e nos escritórios.

“É só o passo inicial”, garante à coluna fonte da PF, deixando no ar a possibilidade de até futuras prisões. “Isso vai depender do andar da carruagem”, disse a mesma fonte da Polícia Federal.

O certo é que desde a ocorrência citada, o ICI não é mais um castelo inexpugnável.

CONDENADO PELO TC-DF

Esta coluna publicou referência, em 2012, àquela a que pode ter sido a das mais expressivas penalidades que contemplaram o empresário Jacobovicz:

“No Distrito Federal a empresa Minauro, do empresário paranaense Haroldo Jacobovicz, foi condenada pelo Tribunal de Contas do DF. O número do processo é 12.372/09 e envolve o DFTRANS – o Transporte Urbano do Distrito Federal. A decisão é longa, mas alguns trechos chama a atenção, especialmente, a ligação entre Jacobovicz e Marcelo Toledo, dono de uma das empresas do Consórcio que contratou com o DFTRANS.”

R$ 60 MILHÕES SEM LICITAÇÃO

Os rolos do ICI foram explicitados pelo então vereador Jorge Bernardi, em 2013, na CPI do Transporte Coletivo. Leia o que publicou em seu blog o jornalista Fábio Campana em 18 de outubro de 2013:

“Um faturamento de R$ 5 milhões/mês ou R$ 60 milhões/ano em cima de um serviço público sem licitação. E o grande beneficiário é o empresário Haroldo Jacobovicz, detentor de mais de 1/3 do faturamento do Instituto Curitiba de Informática (ICI).

 

Essa foi uma das principais revelações dadas na manhã desta quinta-feira (17) ao vereador Jorge Bernardi (PDT), presidente da CPI do Transporte Coletivo, ao ouvir o engenheiro Renato Almeida Rodrigues, diretor-técnico do ICI de janeiro de 2011 a abril de 2013. Toda a equação da bilhetagem eletrônica do sistema de transporte coletivo de Curitiba passa pelo ICI, peça-chave na chamada “caixa preta” do sistema e onde a prefeitura local não consegue deter controle absoluto pois Gustavo Fruet (PDT) conta com apenas 4 dos 10 votos da diretoria.

“ATRAVESSADOR”

O depoente informou que cerca de R$ 60 milhões foram para quatro empresas do grupo econômico liderado por Haroldo Jacobovicz: Horizons Softwares, Minauro Informática, Sisteplan e Performan. “Assim o ICI acaba sendo uma espécie de ‘atravessador’ de serviços. E, no caso dos contratos com a prefeitura, o poder público ainda paga uma ‘comissão’ (taxa de administração) de cerca de 10%”, analisa Bernardi.

Segundo Rodrigues, só em 2012 a prefeitura destinou cerca de R$ 115 milhões para o Instituto, o que significa 71% de todos os recursos recebidos, ou seja, a receita é de R$ 160 milhões. A exemplo de Jacson Carvalho Leite, o depoente também defendeu a triangulação do serviço via Dataprom e negou essa operação seja caracterizada como terceirização.”

AS EMPRESAS DO GRUPO

Segundo fonte o Tribunal de Contas do Ceará informou à minha coluna em 2012: As empresas de Jacobovicz são múltiplas e com atuação no país.

São a Sisteplan, Perform, Horizon Telecom, dentre outras, com atuação, além de Curitiba (ICI) em Fortaleza, Osasco, Santo André, Mauá, Paranaguá, Teresina.

A mesma fonte do TC do Ceará explicou, na ocasião:

“Quando o ICI não está na jogada para evitar licitação, entra o Cobra Tecnologia ou a FIP (Fundação Israel Pinheiro)”.

 

Fonte: aroldomura