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Delegado preso teria ‘assediado’ colegas para segurar investigação de execução de PM, aponta Omertà

O delegado Obara que estava à frente da DEH na época foi preso

 Além do recebimento de R$ 100 mil, como forma de barrar as investigações da morte do Policial Militar Ilson Martins de Figueiredo, o delegado Márcio Shiro Obara ainda teria assediado colegas de profissão, para impedir o andamento do caso. Isso é o que apontam as investigações da Omertà na terceira fase, que resultou na prisão do delegado na quinta-feira (18).

Segundo apontado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), Márcio teria recebido o valor das mãos do guarda municipal Marcelo Rios, a mando do empresário Fahd Jamil e de Jamil Name. O que o Gaeco afirma é que organizações criminosas comandadas por eles se mantiveram unidas para impedir as investigações da morte.

Com isso, ainda conforme o Gaeco, Obara recebeu o valor e passou a barrar a investigação. É inclusive apontada uma ligação próxima entre o delegado de Polícia Civil e o filho de Fahd, Flávio Correia Jamil Georges, o ‘Flavinho’, como ele mesmo chama em ligação. Segundo consta, o delegado teria ocultado importantes provas sobre a execução de Ilson.

Ocultação das provas

A partir do dia da execução, as investigações foram embaraçadas pelo delegado, segundo aponta o inquérito. No dia do homicídio, investigadores da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) teriam encontrado no carro da vítima um envelope com a inscrição “Dossiê”, com prints de uma conversa entre Ilson e alguém identificado como Padrinho.

Ilson foi assassinado em junho de 2018 (Arquivo)

No diálogo, é informado que a morte de Ilson foi discutida e autorizada em uma reunião em Ponta Porã, cidade onde vive Fahd. Tal interlocutor, Padrinho, alertava Ilson para que tomasse cuidado. Além disso, nas mensagens foi mencionada a morte de Betão, Alberto Aparecido Roberto Nogueira. Ele teria sido executado por estar envolvido no homicídio de Daniel Alvarez Georges, filho de Fahd Jamil, irmão de Flávio.

Investigadores chegaram a confirmar a existência dos documentos e prints, que nunca constaram nos autos do inquérito feito pelo delegado Obara. Entre outras tentativas de ocultar provas, outros materiais e documentos também não constaram no inquérito policial, confirme afirma o Gaeco.

Tentou assediar os delegados

O Gaeco aponta que no inquérito da DEH sobre a morte de Betão e de Anderson Celin Gonçalves, policial civil, não foi formalizada qualquer diligência para provar quem seriam os mandantes do crime, por parte de Obara. Além disso, ele chegou a ignorar investigações dos próprios agentes da DEH.

Em abril de 2019, após a formação da Força-Tarefa para investigar as execuções, com apoio do Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), Obara ainda teria tentado coagir outros delegados. Segundo o Gaeco, o delegado passou a assediar dois delegados do Garras, questionando até onde eles queriam ir e se ficariam satisfeitos em apreender as armas, prender os executores ou mesmo chegar até Vladenilson Olmedo, um policial aposentado preso na primeira fase da Omertà meses depois.

Em outras palavras, segundo o relatório do Gaeco, Obara atuou para blindar os chefes de organizações criminosas. A um dos delegados ele chegou a dizer que ele “estaria diante de crime envolvendo duas organizações criminosas mais poderosas do Estado e que se comunicavam entre si”. Para a mesma autoridade policial, ele questionou se não tinha “interesse em deixar o inquérito policial que apurava a execução de Matheus Coutinho Xavier sob sua presidência”.

Também foi apontado pelo Gaeco que Obara questionou outro delegado “até onde ele queria chegar” com as investigações, mostrando preocupação em resguardar os líderes das organizações criminosas.

Coagiu investigador de polícia

O investigador da DEH, Célio Rodrigues Monteiro, também preso na quinta-feira, teria auxiliado Obara. Para o Gaeco, parte da propina recebida pelo delegado foi repassada a ele, que comprou com isso um imóvel. O delegado teria repassado ao investigador R$ 50 mil e posteriormente R$ 10 mil.

Também é apontado que o investigador de polícia teria participação em esquema de venda ilegal de munições e armas de fogo, inclusive de corrupção. Uma terceira pessoa teria repassado propinas ao policial de forma sistemática, conforme apurou o Gaeco.

Fonte: MIDIAMAX.COM.BR

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