PM cancela contratos após descobrir ter pago R$ 1 milhão a empresas ligadas a policiais

Corporação afirmou que não percebeu as irregularidades à época da seleção, mas cancelou cinco contratos e está analisando um sexto. Os militares responderão a processo disciplinar.

Viatura da Polícia Militar do Rio de Janeiro — Foto: Reprodução/PMERJ A Polícia Militar do RJ cancelou cinco contratos para manutenção de veículos após descobrir que as empresas escolhidas têm ligações com PMs. A corporação pagou a essas firmas R$ 1 milhão de quase R$ 3 milhões previstos. A informação é da “Folha de S.Paulo” e foi confirmada pelo G1.

Em 2017, a PM fluminense abriu uma seleção, com dispensa de licitação, a fim de cadastrar 64 oficinas de automóveis para atender os batalhões e a frota de quase seis mil viaturas.

Segundo a “Folha”, a corporação fechou contratos no total de R$ 2,8 milhões com seis empresas de manutenção veicular que pertenciam a policiais militares ou familiares.

Desde 2017, mais de R$ 1 milhão já foi liquidado, diz a “Folha”.

O edital ressaltava que servidores da PM estavam impedidos de se credenciar — o que atendia à Lei das Licitações e à Constituição do RJ.

Segundo a reportagem, um dos PMs envolvidos está por trás de três empresas contratadas a partir do edital.

Em duas delas, ele figura como sócio ao lado da mãe. Em outra, oficialmente a dona da empresa é sua irmã. Juntas, as três firmaram contratos de R$ 1,3 milhão, sendo que R$ 326 mil foram liquidados.

Outro caso citado na reportagem é de uma firma pertencente a filhos de um PM — que chegou a ser designado fiscal vistoriador dos contratos firmados de seu batalhão.

O acerto com essa empresa foi de R$ 186.191, dos quais R$ 74.148 foram liquidados.

O que diz a PM

Em nota, a Secretaria Estadual de Polícia Militar do Rio de Janeiro esclareceu que “irregularidades na composição societária de algumas empresas não foram verificadas na época do credenciamento”.

“Assim que as denúncias chegaram ao conhecimento do comando da corporação, foram instaurados procedimentos para identificar a indevida participação, direta ou indireta, de integrantes da Polícia Militar”, explicou.

“Das seis empresas citadas, cinco tiveram seus contratos suspensos e uma está em fase final de verificação”, destacou.

Os responsáveis responderão a processo disciplinar com base na legislação do serviço público e do regulamento interno da Corporação.

“Na conclusão dos referidos processos, serão definidas possíveis punições administrativas caso fique constatada a irregularidade, depois de esgotados todos os ritos previstos em lei”, emendou.

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Fonte: g1.globo.com