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Ex-preso de Guantánamo, afegão lidera guerra contra o Estado Islâmico

Hajji Ghalib esteve preso em Guantánamo e hoje lidera luta contra o Estado Islâmico

 

hajji

Hajji Ghalib fez exatamente o que os militares dos EUA temiam que ele fizesse depois de sua libertação da prisão de Guantánamo: ele voltou ao campo de batalha no Afeganistão. Mas em vez de se preocupar com Ghalib, os norte-americanos poderiam ter pensado em incentivá-lo. Magro e queimado de sol, ele agora está liderando a luta contra o Taleban e o Estado Islâmico numa faixa do leste do Afeganistão.

Sua eficácia fez com que fosse nomeado como representante do governo afegão em algumas das regiões mais devastadas pela guerra do país. Autoridades afegãs e norte-americanas o descrevem como um combatente ferrenho e eficiente contra a insurgência, e os militares norte-americanos às vezes apoiam seus homens com ataques aéreos –embora Ghalib reclame que não há tantos aviões de bombardeio e drones quanto gostaria.

Relatos sobre ex-prisioneiros de Guantánamo que foram lutar ao lado do Taleban ou do Estado Islâmico se tornaram comuns. Assim como aqueles sobre presos inocentes que foram capturados pelos EUA e jogados na prisão sem recurso ou apelo. Mas isto é novidade: a história de um homem rotulado injustamente como combatente inimigo e preso em Guantánamo por quatro anos, que depois se torna um aliado firme dos EUA no campo de batalha.

Aos 54 anos, Ghalib tem o rosto enrugado, olhos exaustos e ao mesmo tempo atentos, como se tudo o que esperassem ver é a próxima desgraça que se abaterá sobre sua vida. Já foram muitas, entre elas a morte de ambas suas esposas, suas filhas, uma irmã e um neto nas mãos dos Taleban.

“Para ser honesto, não tenho boas memórias de vida”, disse Ghalib.

Em entrevista recente em Cabul, ele catalogou os inimigos que combateu numa vida inteira de luta –primeiro os soviéticos, durante a jihad da década de 1980; depois, o Taleban nas três décadas seguintes; e agora o Estado Islâmico.

Demorou mais para enumerar a longa lista de parentes que ele perdeu ao longo dessas décadas de calamidade, desde um irmão que morreu na guerra contra os soviéticos na década de 1980 até seu sogro de 70 anos, que foi decapitado este mês. O Taleban matou mais de 19 parentes ao todo.

“Tudo tem sido guerra e morte”, lamentou.

Agora, sua luta mais recente o colocou contra um homem que ele considerava um amigo próximo: um poeta chamado Abdul Rahim Muslim Dost, que vivia a seu lado em Guantánamo.

Embora Ghalib tenha escolhido rejeitar o ressentimento e lutar em prol do governo apoiado pelos EUA, seu antigo amigo Dost agora lidera os combatentes do Estado Islâmico que as forças de Ghalib estão tentando expulsar do leste do Afeganistão.

Mas há alguns anos, presos no mesmo prédio em Guantánamo, eles passavam os dias debatendo política e a religião.

Dost, um homem sisudo mas perspicaz, que era conhecido pela poesia que entalhava nas laterais das canecas de café por falta de outro material para escrever, era inflexível ao dizer que só havia um caminho depois que fossem soltos: ir ao Paquistão e entrar para a jihad. Ele falava em unir todo o mundo muçulmano.

Ghalib tinha outros planos. “Eu argumentava que nós éramos afegãos e devíamos apoiar o Afeganistão”, disse ele, o que significava defender o governo atual, apoiado pelos Estados Unidos, que substituiu o Taleban. Era a opinião da minoria, mas ele não tinha medo de compartilhá-la com nenhum de seus compatriotas presos. “Éramos amigos uns dos outros, apesar das opiniões diferentes”, disse ele.

Fonte: arede.info

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