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Bolsas da UFPR foram usadas para comprar joias, dizem investigadas

Duas mulheres, sem vínculo com a universidade, relataram depósitos.
Operação Research apura desvio de R$ 7,3 mi por servidoras da instituição.

Bolsas ufprDuas das suspeitas presas na Operação Research, que apura fraude no repasse de bolsas e de auxílios à pesquisa pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), afirmaram, em depoimento à Polícia Federal (PF), que os valores recebidos da instituição de ensino se referem ao pagamento por joias e semijoias vendidas por elas para Tânia Márcia Catapan, secretária da Pró-reitoria de Planejamento e Orçamento, e para Conceição Abadia de Abreu Mendonça, que é chefe do setor de Orçamento e Finanças da mesma pró-reitoria.

A pedido da PF, após os depoimentos das investigadas, o juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal de Curitiba, autorizou nova busca e apreensão em endereços relacionados à Conceição que, assim como Tânia, teve a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias, a contar a partir desde domingo (19).

Uma das mulheres afirmou, em depoimento à PF, ter recebido R$ 272.800 da UFPR. Segundo relato da suspeita, os valores foram depositados por Tânia e Conceição como forma de pagamento pela venda de joias.

Outra investigada afirmou aos policiais que recebeu R$ 78.923 da UFPR, entre 6 de junho de 2013 a 31 de outubro de 2016, em razão da venda de joias e semijoias para Conceição.

As duas suspeitas que venderam joias às servidoras da UFPR não têm vínculo com a universidade. Elas foram presas na operação e liberadas junto a outros 23 investigados, após decisão da Justiça, de sexta-feira (17).

O G1 não conseguiu localizar a defesa de Conceição e tenta contato com a defesa de Tânia.

Nova busca e apreensão
A partir dos depoimentos, o delegado da PF Felipe Eduardo Hideo Hayashi solicitou novo mandado de busca e apreensão nos endereços de Conceição, já que, no dia da operação, não foram apreendidas joias entre os pertences da servidora.

“Essas joias, todavia, não constam da apreensão realizada na data de ontem na residência de CONCEIÇÃO MENDONÇA e constituem proveito criminoso de peculato”, diz o ofício do delegado.

O juiz federal Marcos Josegrei da Silva autorizou a nova busca e apreensão nos endereços relacionados à Conceição na quinta-feira (16). No entanto, o sigilo do processo só foi retirado no início da noite de sábado (18).

No despacho, o juiz afirma que a informação prestadas pelas beneficiárias dos mais de R$ 351 mil é estarrecedora.

“Esses valores, surrupiados dos cofres públicos com desfaçatez incomum até para os já rebaixados padrões adotados nacionalmente por criminosos especializados no desvio de recursos públicos, foram utilizados para o pagamento de joias e semijoias, que comercializam, é o suficiente para autorizar nova realização de buscas e apreensões”, diz a decisão.

O magistrado ainda argumenta que os bens constituem produto do crime, comprovam a prática de ilegalidades e podem ser usados como reposição ao patrimônio público desviado.

Josegrei também determina a apreensão de dispositivo móvel de armazenamento, no qual Conceição teria feito o backup das informações de seu computador de trabalho, que também não foi localizado na primeira busca.

O mandado de busca e apreensão na casa de Conceição foi cumprido na quinta-feira e foram recolhidos computadores, joias, planilhas e pen drives.

Operação Research
Na quinta-feira (15), a UFPR foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) contra desvio de dinheiro público. A quantia deveria ter sido direcionada para bolsas e auxílios, mas acabou indo parar nas mãos de 27 pessoas que não têm vínculo com atividades acadêmicas.

O rombo ao cofre público, entre 2013 e 2016, foi estimado em R$ 7,3 milhões, conforme as investigações.

A operação prendeu temporariamente 28 pessoas. Duas são servidoras da UFPR: Tânia e a chefe do setor de Orçamento e Finanças do mesmo setor, Conceição Abadia de Abreu Mendonça. Elas são consideradas as principais responsáveis pelas ilegalidades na concessão das bolsas e auxílios.

Ambas estão afastadas das funções, com manutenção do salário, desde o dia 6 de fevereiro.

De acordo com o atual reitor da universidade, Ricardo Marcelo Fonseca, existia uma lista para pagamento de centenas de bolsistas e pesquisadores da universidade. Os nomes das pessoas que foram beneficiadas do esquema ilegal estavam infiltrados nessa lista.

“De fato, nesta cadeia de controle, havia falhas (...). A inserção de todos os dados de todos os pesquisadores na hora de empenho não acontecia na maneira como deveria acontecer”, afirmou o reitor em entrevista à imprensa, na quinta-feira (17).

"Não vamos descansar enquanto a UFPR não for a protagonista do ressarcimento desses valores", acrescentou Fonseca. Ele disse, ainda, que os mecanismos internos de controle devem ser "incrementados" para evitar que a situação se repita.

O que a UFPR diz
Em nota, a UFPR disse que as suspeitas de irregularidades no pagamento de bolsas e auxílios são objeto de investigações internas na UFPR desde dezembro de 2016, quando a própria universidade também tomou a iniciativa de encaminhar o caso à Polícia Federal, para investigação criminal.

FONTE: G1

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