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Família Klein: Filho de Saul e neto de Samuel já bateu e urinou em mulheres

https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/99/2022/08/26/philip-e-filho-de-saul-klein-e-neto-de-samuel-klein-fundador-das-casas-bahia-os-tres-sao-alvo-de-denuncias-de-violencia-contra-mulheres-1661542435929_v2_900x506.jpg.webp O empresário paulistano Philip Klein, de 32 anos, já viu seu avô Samuel, fundador das Casas Bahia, e seu pai, Saul, serem acusados de crimes de violência contra a mulher. E de acordo com processos judiciais a que Universa teve acesso, o próprio Philip já foi réu em ao menos duas denúncias de agressão contra mulheres. Ele não tem relação com a rede de varejo nem é herdeiro das Casas Bahia, mas é dono de quatro empresas: duas em sociedade com o pai (uma holding e outra de gestão de imóveis), um bar e um negócio de organização de eventos.

Saul Klein, seu pai, é acusado por 14 mulheres de estupro e de manter uma rede de aliciamento e exploração sexual. As denúncias foram detalhadas em reportagens de Universa, do UOL Esporte e no documentário "Saul Klein e o Império do Abuso", lançado em março deste ano. Samuel, o avô, foi acusado diversas vezes de explorar sexualmente garotas com idade entre 9 e 17 anos —os relatos foram reunidos pela Agência Pública em abril de 2021.

Em uma das acusações contra Philip, terceira geração da família Klein no Brasil, o Ministério Público de São Paulo traz o relato de uma mulher com quem o empresário se relacionou. Na peça, ela conta que ele mandou que ficasse trancada no quarto enquanto promovia uma "festa da putaria". Ela terá o seu nome preservado nesta reportagem, que também omite as datas das ocorrências para não levar à sua identificação. Na versão dela, registrada pela polícia, Philip, xingando-a, pegou uma tesoura de cozinha e ameaçou atingi-la, mas ela conseguiu afastá-lo.

No documento consta que, depois disso, "não satisfeito, o denunciado puxou a vítima pelos cabelos e arrastou-a pelo corredor, quando bateu a cabeça dela três vezes contra o chão". Ele ainda "danificou o aparelho de telefonia celular da ofendida e impediu-a de solicitar ajuda através do telefone da casa, batendo o aparelho contra a cabeça dela", diz o MP.

Depois de correr para fora do apartamento e pedir ajuda, a mulher foi encaminhada ao hospital, onde disse ter chegado "semi-inconsciente" depois de um ataque de pânico em consequência da briga. Com exame de corpo de delito e fotografias das lesões sofridas, conseguiu medida protetiva de urgência, proibindo-o de se aproximar ou de entrar em contato com ela. Dias depois, Philip contratou uma empresa de detetives para segui-la, também de acordo com o documento do Ministério Público.

A tentativa de verificar se a vítima estava se relacionando com outra pessoa motivou mais uma denúncia, de "perturbação da tranquilidade por motivo reprovável" —essa ação foi suspensa a pedido da defesa.

Procurado por Universa, o advogado de Philip Klein, Santiago Schunck, enviou uma nota à reportagem em nome do empresário afirmando que o "fato narrado sobre uma briga [...] foi superado e resolvido entre as partes". "Faz parte de um passado distante de ambos e completamente distinto da realidade atual", afirma. Diz ainda que Philip "deseja profundamente que seja encerrada toda e qualquer especulação envolvendo fatos já encerrados e superados".

À Justiça, o réu negou o crime. Disse que pegou a tesoura para cortar uma das bolsas da vítima, não para agredi-la. De acordo com Philip, ela "surtou" e "passou a bater nele pelas costas, razão pela qual [ele] se defendeu com o cotovelo".

Em dado momento, Philip teria mandado que ela deixasse a residência, mas a vítima começou, nas palavras do réu, "a se debater inteira, gritar, xingar, espernear, e se jogou no chão". Depois do episódio, ele diz, voltaram a se relacionar normalmente, o que ela confirmou.

A Justiça de São Paulo considerou "inconcebível que a vítima tenha se autolesionado, como pretendeu insinuar o apelante", e o condenou a 3 meses e 15 dias, em regime aberto, por "lesão corporal leve". Ele recorreu da decisão, mas o recurso foi julgado improcedente, ou seja, rejeitado, em 24 de agosto de 2021, e Philip foi condenado em segunda instância. Agora, está recorrendo no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O advogado da vítima nesse processo foi procurado pela reportagem —que pediu uma entrevista também com ela— mas respondeu que não havia interesse em falar sobre o caso.

Prisão por urinar em mulher durante voo

Alguns anos depois dessa experiência como réu, outra denúncia chegou a levar Philip à cadeia.

Era 25 de dezembro de 2020, mesmo dia da publicação da primeira reportagem no UOL Esporte detalhando as acusações contra seu pai, Saul Klein. Philip embarcou em um voo comercial de Guarulhos (SP) para Natal, pois passaria o Réveillon em São Miguel do Gostoso. De acordo com os documentos do processo, um atraso na decolagem levou o herdeiro e seus amigos a ingerirem bebida alcoólica e perturbarem outros passageiros, ainda em solo, com "atitudes grosseiras e descabidas", o que gerou uma discussão entre o jovem Klein e um "pai de família" que pedia silêncio.

Mas foi com o avião no ar que aconteceu o motivo da prisão do filho de Saul: depois de dizer que iria ao banheiro e se levantar, Philip parou ao lado da poltrona de uma mulher desconhecida, "abriu o zíper da bermuda, retirou o pênis para fora e começou a urinar na autora [da denúncia], fazendo movimentos circulares com o pênis, molhando a demandante do pescoço para baixo".

Ainda segundo a acusação, "mesmo com os gritos de desespero da autora, o requerido somente parou ao acabar de urinar, deixando-a completamente encharcada em sua poltrona. Após o ocorrido, voltou para sua poltrona e começou a dormir como se nada tivesse acontecido".
A vítima afirmou nos autos que os amigos de Philip pediram a ela que não o denunciasse. Atribuíram o comportamento a uma combinação de álcool, remédios e drogas e explicaram: ele "não podia ter processo pelo problema que tinha com o pai". Dois meses antes, em outubro de 2020, Philip havia entrado na Justiça pedindo a interdição de Saul Klein, alegando que o pai estaria dilapidando seu patrimônio de forma "acelerada" e "inconsequente". Meses depois, desistiu da ação.

De acordo com os documentos, um dos amigos que viajavam com Philip era o modelo Bruno Krupp, que em julho de 2022 atropelou e matou um jovem de 16 anos na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e também responde a acusações de estupro e estelionato.

Após o pouso em Natal, policiais federais prenderam Philip Klein em flagrante, acusado dos crimes de ato obsceno (sujeito a detenção de três meses a um ano ou multa) e atentado contra a segurança de transporte aéreo (reclusão de dois a cinco anos). No dia seguinte, a Justiça autorizou sua soltura sob pagamento de fiança de R$ 10.450.

O caso motivou dois processos contra ele, ambos concluídos mediante acordos financeiros aos quais Universa teve acesso. No Rio Grande do Norte, Philip aceitou a proposta do Ministério Público Federal de doar R$ 55 mil à superintendência do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Em São Paulo, em uma ação de reparação por danos morais movida pela vítima em quem o empresário urinou, ele precisou pagar a ela outros R$ 55 mil.

A vítima desse caso e seu advogado também foram procurados pela reportagem, mas não quiseram se manifestar. A defesa de Philip afirmou, em nota, que "o incidente ocorrido em 2020, no interior de um avião, foi definitivamente solucionado entre as partes, em ambas as esferas, o qual não houve nenhuma condenação".

A nota enviada pelo advogado Santiago Schunck em nome de Philip diz ainda "repudiar a tentativa de vinculá-lo a condutas de seus familiares completamente distintas, cuja eventual ocorrência nos moldes imputados ainda pende de apuração".

"Se ele foi criado em ambiente de violência contra a mulher, vai entender como normal", diz psicóloga

Em que ponto as violências sexuais de que seu pai e seu avô são acusados se encontram com a brutalidade física e o ato obsceno pelos quais Philip Klein foi denunciado?

"Em todos os casos, estamos falando de cultura do estupro e objetificação do corpo da mulher", afirma a psicóloga Daniela Pedroso, que há 25 anos atende mulheres sobreviventes de violência sexual. "Se Philip foi criado dentro de um ambiente como o das histórias que vieram à tona [contra Samuel e Saul Klein], ele pode entender a violência contra a mulher como algo normal. Não vê a gravidade do ato porque aprendeu dessa maneira, cresceu no meio disso."

Nascido em 1954, o pai de Philip, Saul Klein, é investigado por crimes sexuais contra 14 mulheres, que o acusam de aliciamento e estupro em festas que reuniam dezenas de garotas em suas propriedades. Um inquérito policial, iniciado em setembro de 2020, já indiciou Saul pelos crimes de organização criminosa, trabalho análogo à escravidão, tráfico de pessoas, estupro, estupro de vulnerável, casa de prostituição, favorecimento à prostituição e falsificação de documento público. Foi apresentado à Justiça, que devolveu e pediu esclarecimentos e novas investigações, sem prazo de conclusão. A defesa do empresário nega todas as acusações.

Depois que as denúncias contra Saul vieram à tona, Samuel Klein , avô de Philip e fundador das Casas Bahia —morto em 2014, aos 91 anos—, foi acusado de manter durante anos um esquema de exploração sexual de crianças e adolescentes.

Embora se tratem de acusações de naturezas diversas, avô, pai e neto teriam o desejo de exercer poder como ponto em comum entre os crimes pelos quais foram denunciados, segundo a psicóloga Daniela Pedroso. O abuso sexual, a agressão física e o ato de urinar em uma mulher desconhecida não são violências cometidas por prazer, e sim, justamente, pela sensação de poder que geram. Há, também, a ideia de que não serão punidos por isso: "Ninguém aborda mulheres dessas maneiras se não tiver certeza da impunidade."

Fonte:https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2022/08/29/filho-de-saul-philip-klein-e-acusado-de-bater-em-mulher-e-urinar-em-outra.htm

Ouvidoria recebe 13 denúncias de presídios por dia, incluindo casos de torturas

https://www.otempo.com.br/image/contentid/policy:1.2721629:1661362996/WhatsApp-Image-2022-08-24-at-14-17-54-jpeg.jpeg?f=3x2&w=1224 Formas de tratamento cruel e desumano em presídios de Minas Gerais, com quadro generalizado de práticas de tortura, espancamentos, afogamentos e violência psicológica. O cenário comprovado em um relatório de 280 páginas do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), órgão ligado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, enviado neste mês para as autoridades de Minas Gerais já era denunciado diariamente à ouvidoria do Sistema Penitenciário e Socioeducativo do Estado.

Só no primeiro trimestre deste ano, foram 689 denúncias e 538 reclamações, totalizando 1.227 gritos de socorro. Ou seja, a cada dia, o governo recebeu 13 relatos de problemas em presídios, quase um a cada duas horas.  

A interdição pela justiça do Centro de Remanejamento Gameleira (Ceresp), na região Oeste de Belo Horizonte, escancarou um problema que, segundo denúncias, não é localizado apenas naquela unidade prisional. O juiz Daniel Dourado Pacheco determinou que a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) transferisse, em cinco dias, cerca de 373 detentos.

O pedido de fechamento da unidade tem ligação com precariedade das instalações estruturais da unidade, além da superlotação e da ausência de serviços básicos como atendimentos médicos, odontológicos e limpeza de celas. O local abriga 1.100 pessoas, mas a Justiça considerou como ideal o contingente máximo de 727.

“Não é de hoje que nós denunciamos a superlotação em unidades prisionais de Minas Gerais. Mas o problema não é só no Ceresp Gameleira, é geral. Vão tirar pessoas privadas da liberdade de lá e passar para outros locais tão superlotados quanto e o problema não vai ser resolvido”, diz a presidente da Associação de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade, Miriam Estefânia dos Santos.  

Minas Gerais é o segundo Estado com o maior número de unidades prisionais do Brasil, somando 182, de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Minas também é o segundo Estado com a maior população privada de liberdade, chegando a 93.859 pessoas (89.730 homens e 4.119 mulheres), conforme os números do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

Conforme o estudo do MNPCT, a superlotação dos presídios é um dos problemas a ser enfrentado. O presídio Jacy de Assis, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e o presídio Inspetor Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, têm celas que comportam mais de três vezes a sua capacidade, conforme o levantamento, com pessoas vivendo “em condições subumanas, de completa insalubridade, em celas escuras, sem ventilação e sem acesso à água potável”.  

O relatório revela ainda que essa população carcerária está “presa em situação de fome, incomunicabilidade, superlotação e total desassistência à saúde”. O documento aponta insuficiência de produtos de higiene, marmitas sem pesagem mínima, água limitada, entre outras questões do cotidiano. O conteúdo vai além e ainda revela episódios em que presidiários foram baleados com balas de borracha e outros que tiveram sequelas, como queimaduras e ossos fraturados.  

Episódios de tortura que, segundo Miriam, também não são exclusividade de uma outra penitenciária. Seriam mais regra do que exceção.

“Eu estou acostumada a fazer inspeção e ouvir relatos por todo o Estado. Estamos tendo casos generalizados de maus tratos, espancamentos, corredor polonês com castigos aos presos que estão indo para o banho de sol, entram nas celas de madrugada e jogam spray de pimenta, retiram os cobertores e colchões em dias frios, misturam sabão em pó no achocolatado enviado pelas famílias. Tem agentes tão perversos que o medo impera dentro das cadeias em Minas Gerais”, relata Miriam.  

Ela explica que durante o período de limitação de visitas em função da pandemia, o quadro se agravou ainda mais: “Como os familiares não viam mais os detentos, os agentes sentiam que tinham plena liberdade para fazer o que quisessem com eles. Temos casos de suicídios no presídio LGBTQIA+. Denunciamos muitas vezes, mas não temos sido ouvidos”, diz Miriam.  

Nas 1.227 reclamações e denúncias feitas para Ouvidoria do Estado, os principais temas citados foram dificuldades com assistência jurídica, maus tratos e abuso de autoridade. Entraram também queixas com relação a questões como lesão corporal, omissão de socorro, perseguição, tortura, ameaça, entre outras.  

Ainda conforme o levantamento do governo federal, os problemas não param por aí: “Nas unidades femininas e LGBTQI, como a Penitenciária Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, e a Pimenta da Veiga, em Uberlândia, encontramos um quadro de desassistência à saúde e psicossocial, com casos sistemáticos de automutilação e autoextermínio”, aponta o levantamento. No sistema socioeducativo, o documento também aponta falhas nas condições estruturais das unidades, sobretudo do Centro de Internação Provisória de Sete Lagoas, na região Central, incluindo ainda a hipermedicalização de adolescentes. 

Presidente da Comissão Estadual de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Maikon Vilaça aponta que as questões vividas hoje nas unidades prisionais trazem à tona falhas no sistema, que vêm de anos.

Vilaça ressalta que o modo como as pessoas são privadas de liberdade, com pequenos traficantes encarcerados com grandes líderes do tráfico, por exemplo, muitas vezes impede a ressocialização. "Muitas vezes, eles fazem ‘um estágio’ na cadeia. Não se tem um sistema no qual há celas adequadas e meios para trabalhar e estudar”, avalia. 

O Presidente da Comissão Estadual de Assuntos Penitenciários da OAB salienta ainda que mudar esse sistema, como um todo, é um desafio. Mesmo com os obstáculos, porém, ele defende que haja sempre uma fiscalização adequada e a devida punição para os responsáveis. “A comissão está à disposição para receber qualquer tipo de apontamento sobre violações de direitos humanos”, diz.

O que diz a Sejusp

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) afirma que não compactua com eventuais desvios de conduta de qualquer servidor e faz uma apuração célere e prioritária de possíveis casos de abuso. A secretaria ainda destaca que não considera que os relatos podem ser generalizados ao nível de todo o sistema prisional, já que o relatório está relacionado a nove unidades. Leia a nota ta íntegra.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) recebeu nesta terça-feira, 23/8, o relatório do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, com sugestões e apontamentos sobre os sistemas prisional e socioeducativo de Minas Gerais. 

Vale ressaltar que o documento, bastante extenso, passou então, a partir dessa data, a ser avaliado pelas equipes técnicas da secretaria.

A Sejusp ressalta ainda que os apontamentos do relatório estão relacionados a nove das 224 unidades responsáveis pelo acautelamento de adultos e adolescentes no Estado — todas escolhidas pelo referido relatório, a partir da identificação prévia de algum problema. Portanto, a secretaria não considera que os relatos podem ser generalizados ao nível de todo o sistema prisional e o socioeducativo.

A pasta salienta ainda que problemas como superlotação em algumas unidades são realidade não só em Minas, mas em todo o país. E que, somadas as entregas e ampliações dos últimos dois anos, já são mais de 1.300 novas vagas geradas no prisional e socioeducativo — além de R$ 77 milhões assegurados para a melhoria das condições estruturais desses locais.

A Sejusp não compactua com eventuais desvios de conduta de qualquer servidor e tem uma postura de apuração célere e prioritária para casos relacionados a possíveis abusos com acautelados. A secretaria possui corregedoria própria e, o Estado, uma ouvidoria do sistema prisional e socioeducativo.

Sobre o Ceresp

Em relação à situação do Ceresp, a Sejusp afirma que cumpre todas as determinações da justiça, além de ressaltar que as transferências que devem acontecer são apenas dos presos condenados do Ceresp Gameleira. Leia a nota na íntegra.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informa que foi notificada, na noite desta terça-feira (23/8), da decisão judicial relacionada ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira, e que cumpre todas as determinações da Justiça. 

Ao contrário do que vem sendo divulgado, a pasta informa que a determinação trata da suspensão imediata do recebimento de novos presos na unidade Gameleira até que o total de acautelados no local chegue a 727 pessoas. Atualmente, há cerca de 1.100 detentos na unidade prisional. As transferências necessárias, que devem acontecer em até cinco dias, ainda segundo a determinação judicial, são apenas dos presos condenados do Ceresp Gameleira.

A Sejusp ainda ressalta que vai investir R$ 77 milhões, nos próximos meses, na melhoria estrutural do sistema prisional de todo o Estado. O Ceresp Gameleira é uma das unidades contempladas, com investimento de R$ 4 milhões já a partir de outubro. 

A Sejusp também informa que não houve alteração recente da população carcerária do Ceresp Gameleira. A pasta reforça que a unidade prisional possui atendimento médico, realizado em parceria com a Prefeitura, e conta com uma equipe de 15 profissionais de saúde: três enfermeiros, dois auxiliares de enfermagem, um nutricionista, seis assistentes sociais, um dentista e dois psicólogos. Como previsto em lei, os atendimentos não realizados na unidade são encaminhados para o Sistema Único de Saúde (SUS). 

O Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) tem capacidade para 39.079 vagas e acautela atualmente 62.043 presos. Ressaltamos que superlotação é realidade não só em Minas, mas em todo o país.

Sobre a interdição, a Sejusp se manifestará apenas por nota.

Fonte: https://www.otempo.com.br/cidades/ouvidoria-recebe-13-denuncias-de-presidios-por-dia-incluindo-casos-de-torturas-1.2721463

'Você deve arrasar corações'; Leia relatos exclusivos de cinco mulheres que acusam juiz do Trabalho de assédio sexual

 Mais de 40 mulheres teriam sido vítimas de assédios praticados pelo juiz substituto do Trabalho Marcos Scalercio, lotado junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região, em São Paulo. O caso foi revelado nesta segunda-feira (15) por causa de um procedimento a que ele responde perante o CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Desde então, outras mulheres têm trazido situações semelhantes à tona

Além das dez denúncias que foram veiculadas inicialmente, até o final da tarde de segunda o movimento Me Too Brasil recebeu 29 novos relatos envolvendo o magistrado. O caso foi revelado nesta segunda-feira, 15, pelo portal G1. Após a divulgação, o número de denunciantes aumentou rapidamente.

Nesta terça (16), cinco vítimas conversaram com o Estadão expondo com exclusividade situações que teriam vivenciado com Scalercio. Apenas uma concordou em se identificar e afirma já ter formalizado a denúncia junto à Polícia Civil e à ONG. Ao todo, já é possível contabilizar 43 relatos.

“MUITO BACANA SUA TATOO”

Em 2019, antes do começo da pandemia, Scalercio dava palestras sobre direito do trabalho. “O escritório em que eu trabalhava tinha interesse em contratá-lo. Porém, com a fama que tinha de assediador, ninguém queria ir falar com ele. Sobrou para mim”, conta C., advogada trabalhista, de 34 anos. 

“Foi tudo por WhatsApp, coisa muito rápida, de minutos”, conta a vítima. Ela questionou Scalercio sobre a disponibilidade para palestras. Como o magistrado disse que não poderia, a advogada agradeceu e tentou encerrar a conversa. “Foi quando ele começou a puxar assunto”, conta. 

O juiz perguntou se C. já tinha feito alguma audiência com ele e sobre uma tatuagem que a advogada possui no braço. “Eu não respondi mais, porque acho que minha aparência não é relevante para assuntos profissionais. Mas isso porque eu já sabia da fama dele. Cortei porque tive medo mesmo”, relembra a vítima. 

Segundo ela, o mesmo aconteceu com mais duas colegas de profissão: “só que ele foi mais invasivo, porque elas não tinham noção do quanto ele é ousado”. 

Depois de negar o convite para uma palestra, Scalercio teria tentado continuar o diálogo com advogada (Reprodução: WhatsApp)

CONVITE PARA JANTAR

A., que também é advogada e tem 41 anos, encontrou Scalercio pela primeira vez em 2015, durante uma audiência na Justiça do Trabalho. Logo que saiu da sala, o juiz a adicionou no Facebook, enviando a mensagem: “Oi, você recebeu cópia do meu livro?”.

Sem desconfiar das intenções do magistrado, ela respondeu “‘não recebi, mas se quiser me disponibilizar, eu agradeço’. Achei até engraçado, simpático, pois na audiência ele foi muito cortês, muito gentil”. A advogada chegou a pensar que fora confundida com alguma aluna. 

Contudo, a resposta de Scalercio teria saído do campo da fraternidade: “ele falou para a gente conversar melhor em um jantar, mencionou até dormir ‘de conchinha’. Ele foi muito atrevido”. 

Constrangida com a situação, A. pediu ao magistrado que não lhe enviasse mais mensagens. “Eu me lembro perfeitamente de chegar ao ponto de falar ‘eu não conheço você para você me mandar esse tipo de mensagem, não te dei essa liberdade’”, relembra a advogada. 

GROSSERIA

A advogada trabalhista G., de 30 anos, chegou a ser colega de trabalho de Scalercio. Por mensagens no Instagram, ele teria a convidado para sair, mesmo sem ter intimidade ou contato pessoal. “Eu não respondi. Mas, um tempo depois, eu fui despachar com ele uma questão muito simples e ele foi extremamente grosso”, relembra a advogada. De acordo cm G., “Ele tem um perfil, como uma pessoa que se veste de um personagem para as audiências e em aula, para parecer ‘engraçadão’”. 

“ELE FAZ VOCÊ SE SENTIR ESPECIAL”

Rafaella Mira, advogada, 32, foi aluna do curso Damásio em em 2016, quando prestou o exame da OAB. Ela conta que começou a seguir Scalercio no Instagram para acompanhar dicas de estudo. Ele a seguiu de volta e, ao ver fotos da advogada em provas de corrida de rua, enviou mensagens sobre o assunto. “Ele faz você se sentir especial. De uma turma de 200, 2000 alunos, ele te notou, né?”, relembra. 

Depois desse primeiro momento, Mira viu que “as conversas começaram a ficar esquisitas. Ele disse ‘está com dificuldade em direito do trabalho? Vem na minha vara. A gente sabe o que é vara [local de trabalho do juiz], mas ele usava com um sentido meio pejorativo”. Na época, Mira era casada. Ela lembra que Scalercio também teria a convidado para sair, dizendo “vamos para o Vila Country ao invés de ir para o Vila Damásio hoje. Perto lá do fórum tem um hotel, a gente pode conversar à vontade”. 

Ao negar as investidas, a advogada afirma que Scalercio teria começado a tratá-la de forma rude. Na época, ela afirmou ter ido à sede do curso, na rua Alto da Glória, no bairro paulistano da Liberdade, para formalizar uma reclamação. O funcionário que a atendeu teria dito “ah, é o Marquinhos. Deixa isso pra lá, ele é brincalhão, e você está começando sua carreira agora”, afirma Mira. 

Marcos Scalercio é juiz do Trabalho substituto do TRT da 2ª região, que atende São Paulo (Reprodução: Facebook)

Ela relembra também que, às vésperas do exame da Ordem, em uma aula coletiva, encontrou várias colegas de sala falando sobre Scalercio: “a gente ficou, ‘como assim o Marquinhos?’, e aí soubemos que ele falava com várias, com o mesmo tipo de conversa”. Depois das reportagens publicadas nesta segunda-feira (15), Mira denunciou o antigo professor para a ONG Me Too e para a Polícia Civil. “Claro que, se colocar ele na minha frente, ele vai falar que não me conhece. Mas eu quero ajudar essas denúncias e engrossar o coro dessas mulheres que sofreram”, afirma a advogada.

“VOCÊ DEVE ARRASAR CORAÇÕES”

Nos primeiros meses de 2019, a advogada B., de 25 anos, também foi aluna de Marcos Scalercio no Damásio. “Como ele dava muita revisão, falava para seguir ele no Instagram. Eu segui, ele seguiu de volta”, lembra. Na época, ela prestou o exame da OAB pela primeira vez. O professor teria dado o seu telefone para que B. o chamasse para conversar. 

Por meio de mensagens do Instagram, professor teria perguntado à aluna se ela é casada e dito que ela “arrasa corações” (Reprodução: Instagram)

Da mesma forma como aconteceu com outras mulheres, a conversa passou a ter um tom mais íntimo. “Aí eu percebi que ele estava na maldade. Perguntou de que tipo de cara eu gostava, que tipo de ‘pegada’… Eu parei de responder”, conta a ex-aluna. Nos prints, ele também diz que a advogada é “linda” e que “deve arrasar corações”.

Scalercio teria insistido com as mensagens. B., que costumava se sentar nas primeiras fileiras da sala de aula, disse que ficou constrangida com os olhares do magistrado. Depois do episódio das mensagens, ela combinou de ir embora das aulas com uma amiga. Um dia, Scalercio teria parado ambas no corredor e dito “nossa, você fica me evitando, você só conversa com o Fulano” – que era outro professor de direito do trabalho do curso. 

O acusado ainda teria enviado mensagens pelo WhatsApp para B, dizendo “você se acha, devia ter mais humildade, porque tem várias mulheres querendo sair comigo”. Na época, a advogada teve medo de denunciá-lo por ele ser juiz. “Ele sabia o escritório em que eu trabalhava e disse para uma amiga que, por ele ser juiz, não ia dar em nada”. 

O juiz substituto atua no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda, centro de São Paulo (Rovena Rosa/Agência Brasil)

COM A PALAVRA, O CURSO DAMÁSIO 

A reportagem entrou em contato com o Curso Damásio solicitando informações sobre as providências que foram adotadas em face do professor. Leia a nota enviada pela instituição:

“A instituição esclarece que atua na promoção de um ambiente acadêmico respeitoso e repudia qualquer ação que seja contrária aos seus valores e ao código de ética. A instituição ressalta que não recebeu manifestação de estudantes em seus canais oficiais desde 2015. Para questões desta natureza, a instituição disponibiliza um Canal de Denúncias oficial, que se destina a registrar desvios de conduta, tendo como desdobramento o procedimento administrativo de apuração com base em normativos internos. A Administração da Instituição decidiu afastar o docente de suas atividades.”

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem também entrou em contato com os advogados que defendem Marcos Scalercio e com a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) solicitando um posicionamento do juiz. Contudo, o magistrado optou por não se manifestar.

Na segunda-feira (15), quando surgiram as primeiras denúncias reveladas pelo Portal G1, os advogados Luciana Pascale Kühl, Evandro e Fernando Capano, que representam o juiz, afirmaram em nota que Scalercio foi inocentado das acusações de assédio em dezembro do ano passado pelo TRT. A defesa nega que ele responda a qualquer processo de natureza criminal.

FONTE: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/voce-deve-arrasar-coracoes-leia-relatos-exclusivos-de-cinco-mulheres-que-acusam-juiz-do-trabalho-de-assedio-sexual/

Diretor do Depen e delegados da PF: quem o PCC queria sequestrar

https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2022/08/10120203/Marcola-faz-examens-no-Instituto-Hospiral-de-Base_-047-600x400.jpg Pelo menos um diretor do Departamento Penitenciário Nacional, o Depen, e dez policiais federais estavam na lista de autoridades que o Primeiro Comando da Capital, o PCC, planejava sequestrar para, em troca, conseguir a soltura de chefes da facção.

Entre os policiais federais que eram alvos do plano há, por exemplo, um delegado que chefiou o setor de combate a entorpecentes.

Nesta quarta-feira, a Polícia Federal deflagrou uma operação para cumprir onze mandados de prisão e 13 de busca e apreensão contra suspeitos de tramar a fuga de chefes do PCC que estão presos em Brasília e em Porto Velho, capital de Rondônia.

No curso dessa mesma investigação, os policiais descobriram a intenção de integrantes da facção de sequestrar autoridades federais. A operação de hoje mira, entre outras pessoas, a mulher de Marcos Willians Camacho, o Marcola, cabeça do PCC.

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/rodrigo-rangel/diretor-do-depen-e-delegados-da-pf-quem-o-pcc-queria-sequestrar

Policial militar é preso por abusar sexualmente das próprias filhas

https://www.tupi.fm/wp-content/uploads/2022/07/WhatsApp-Image-2022-07-29-at-09.04.40.jpeg Um sargento da PM, de 41 anos, lotado na UPP Jacarezinho foi preso nessa quinta-feira (28), por abusar sexualmente das próprias filhas, de 15 e 14 anos de idade. De acordo com as investigações, os estupros duraram pelo menos cinco anos.

 O relato das vítimas revela uma convivência assustadora entre o policial e as adolescentes. O sargento chegava embriagado em casa, esperava a esposa ir dormir e se dirigia até o quarto das meninas para cometer os abusos. O caso só veio à tona após a filha mais velha tentar suicídio, depois que a mãe foi ameaçada pelo marido, que jurou matá-la se ela fizesse alguma denúncia contra ele.

O agente foi conduzido à Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) e encaminhado ao Batalhão Especial Prisional, em Niterói, onde vai cumprir pena por estupro de vulnerável.

Fonte: https://www.tupi.fm/patrulhando-a-cidade/policial-militar-e-preso-por-abusar-sexualmente-das-proprias-filhas/

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Impakto nas Redes Sociais

                                  Saiba os benefícios de usar o LinkedIn para a sua vida profissional - IFS -  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe 

blogimpakto  acervo       jornalismoinvestigativo      Capa do livro: Prova e o Ônus da Prova - No Direito Processual Constitucional Civil, no Direito do Consumidor, na Responsabilidade Médica, no Direito Empresarial e Direitos Reflexos, com apoio da Análise Econômica do Direito (AED) - 3ª Edição - Revista, Atualizada e Ampliada, João Carlos Adalberto Zolandeck   observadh

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