Polícia faz operação contra tráfico de drogas e Doria diz que Cracolândia 'acabou'

Ação teve 38 presos; usuários também foram atingidos pela operação e, na dispersão, imóveis da região foram invadidos e carros tiveram vidros quebrados.

cracolandiacabouDurante a dispersão dos usuários, pessoas invadiram lojas na região, entre elas uma padaria, realizando saques. A reportagem presenciou um usuário ferido. Carros estacionados na região também tiveram vidros quebrados e depredados. Os policiais invadiram hotéis desocupados na região, em que a droga é vendida.

Os policiais fizeram varreduras no principal quadrilátero da Cracolândia, expulsando usuários, que tentam se esconder dentro de sacos de lixo. Tratores destruíram as barracas onde ficavam os usuários.

Com mandados de busca e apreensão, os policiais entraram em hotéis, pensões e vários estabelecimentos comerciais. Helicópteros da Polícia Civil e da Polícia Militar, agentes da tropa de Choque da PM e dos grupos de operações especiais da Polícia Civil, como o Goe e o Garra, participaram da ação.

O prefeito da cidade, Joao Doria, afirmou que agora está decretado o fim do programa Braços Abertos, da gestão Fernando Haddad, e que não haverá mais pagamentos de ajuda de apoio e hotel para usuários de drogas na região, dando início a um novo projeto de reurbanização da área.

Após o término da operação, moradores de rua e usuários que haviam deixado a região retornaram para retirar material pessoal. A área foi cercada pela Tropa de Choque da PM.

Favela do Moinho

Segundo Mágino Alves, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão na Favela do Moinho, em que um traficante que deu a ordem para sequestrar e matar o socorrista, chamado pelo prenome de Leo, foi preso. Outros mandados de prisões também foram cumpridos na Favela do Moinho.

O caso de Tavares foi investigado pelo Departamento de Homicídios dentro da Cracolândia. O socorrista chegou à Rua Helvetia, em uma ambulância, com a missão de encontrar uma adolescente. Enquanto ele a procurava, o socorrista foi feito refém dos traficantes.

Uma testemunha contou que dez homens participaram do sequestro. A vítima foi torturada e o corpo deixado na rua dias depois, com mãos e pés amarrados.

Promessa de desocupação

No dia 11 de maio, o prefeito de São Paulo, João Doria, afirmou que a Cracolândia iria desaparecer "muito em breve", "muito antes" de seu mandato, que vai até dezembro de 2020, chegar ao fim. A afirmação ocorreu após a TV Globo mostrar confrontos entre a Guarda Civil Metropolitana (GCU) e usuários de drogas durante uma entrada na região, além de livre comércio de drogas, ao ar livre, durante o dia.

O governador Geraldo Alckmin também já havia afirmado que a Cracolândia iria desaparecer em breve.

"Importante registrar que Prefeitura, governo do estado e governo federal estão juntos nessa ação e a Cracolândia tem prazo determinado para acabar", disse Doria. Questionado sobre quando seria esse prazo, Doria disse que "muito em breve". O prefeito promete acabar com o problema da Cracolândia, que afeta a cidade há pelo menos doze anos, "muito antes do mandato acabar".

Fonte: G1