Irmão de Pablo: Roberto Escobar, o traficante esquecido

Durante a década de 1980, El Osito trabalhou até mesmo com líder de assassinatos comandados por seu irmão, Pablo Escobar

Roberto Escobar, traficante e irmão de Pablo Escobar Em 1980, Pablo Escobar não era o único da família que estava engajado em diversos crimes de tráfico de drogas. Roberto Escobar pôde acompanhar a crescente fortuna de seu irmão, conhecido como El Patrón, e também desfrutou dos lucros e da vida luxuosa.

O garoto, que era um atleta apaixonado pelo ciclismo e que já havia ganhado 37 torneios do Campeonato Nacional da Colômbia de Ciclismo e chegou até mesmo a ser técnico de uma equipe, deixou suas conquistas cada vez mais de lado para acompanhar seu irmão.

Primeiros passos

Roberto decidiu estudar química e, na mesma época, trabalhava para uma a Droguerías Aliadas, uma empresa farmacêutica que o patrocinava no esporte. Mais tarde, porém, o jovem recebeu outras propostas de organizações que gostariam de apoiá-lo no ciclismo, como a Mora Hermanos.

Além do investimento em sua carreira, a corporação decidiu bancar seu estudo de eletrônica na Academia de Ciências Eletrônicas de Antioquia, no qual se destacou e ganhou o primeiro lugar de um projeto pela construção de um rádio transistorizado — um aparelho que tem transistores ao invés de válvulas eletrônicas.

Roberto Escobar próximo a uma antiga placa de procurados pela polícia / Crédito: Divulgação 

Mas suas conquistas não pararam por aí. Ele se tornou o fundador de uma loja de bicicletas e também comprou uma fazenda, o El Potrerillo, onde fazia exposições de cavalos e tornou-se um grande amante dos animais, buscando até mesmo uma cura para a anemia infecciosa em equinos.

Seus estudos com um veterinário local, porém, não o impediram de dedicar parte do seu tempo a mais competições de ciclismo. E foi em uma delas que o homem ganhou o famoso apelido de El Osito (O Urso, em português).

O tempo estava fechado durante a corrida em Medellín, o que fez com que a estrada de terra se transformasse em lama. Atrás de um dos seus adversários, Roberto foi atingido por uma grande quantidade de barro, o que fez com que apenas seus olhos ficassem aparentes.

Dessa maneira, ao se aproximar da linha de chegada, o locutor gritou: “Aí vem Roberto Escobar, que parece mais um urso”, e a fala fez com que ele ficasse conhecido pelo apelido.

Integrante do Cartel de Medellín

Seu lado atleta, todavia, foi esquecido a partir do momento que sua trajetória se destinou a um lado sombrio. Impressionado com a fortuna que seu irmão dispunha a partir de tráficos de drogas, El Osito decidiu juntar-se ao Cartel de Medellín — área de operações de narcotráfico de Pablo e seus funcionários.

Lá, foi um dos responsáveis por cerca de 80% do contrabando de cocaína para os Estados Unidos. Além disso, cometeu assassinatos em nome de seu irmão, sendo intitulado como o chefe de homicídios em 1987 e 1988.

Roberto Escobar, traficante de drogas / Crédito: Divulgação 

Em meio aos crescentes negócios clandestinos, Roberto presenciou as vantagens do tráfico. O Cartel de Medellín passou a faturar 420 milhões de dólares por semana.

Era tanto dinheiro que o próprio irmão de Pablo alegou que o Rei da Cocaína perdia cerca de 10% da riqueza devido aos ratos e umidade nos depósitos do cartel.

Mas foi em uma das loucuras pelo dinheiro que El Osito e El Patrón foram encarcerados. Em poucos meses, porém, escaparam da prisão e um ano depois Roberto se entregou a polícia local.

Ele havia sido acusado por enriquecimento ilícito, tráfico de drogas e porte ilegal de armas, assim como seu irmão que estava foragido. Entretanto, a busca pelo homem não tinham fim, até que ele foi preso em 1991 em sua própria prisão, a La Catedral, um cárcere de luxo que Escobar havia construído, onde morreu dois anos depois.

Os anos seguintes de Roberto Escobar

Após enfrentar o luto de perder seu irmão, Roberto foi libertado e buscou fontes para obter certa fortuna. Para isso, deu sequencia a Escobar Inc, uma empresa colombiana que havia sido fundada por Pablo.

Roberto Escobar próximo a uma imagem de seu irmão, Pablo Escobar / Crédito: Divulgação 

Além disso, aproveitou a estreia da série Narcos da Netflix para dispor de uma riqueza. Em uma carta, El Osito exigiu 100 milhões de dólares pela produção de um conteúdo não autorizado. “Depois disso, nossos advogados e os deles entraram em acordo de que precisavam nos pagar alguma coisa. Agora é questão de determinar quanto", alegou em 2017.

Já no início de 2019, o irmão de El Patrón acusou Elon Musk, CEO da The Boring Company, por roubar a ideia de sua família sobre um lança-chamas. No mesmo ano, o ex-traficante de drogas ganhou a disputa de três milhões de dólares e fez com que o produto fosse intitulado como sua propriedade.

Fonte: AVENTURASMAHISTORIA.UOL.COM.BR