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A história de Jarvis Chimenes Pavão, o barão da droga em Santa Catarina

baraodadrogaUm narcotraficante no Paraguai. Um fornecedor de drogas para Santa Catarina. Jarvis Chimenes Pavão, o barão da droga preso no domingo, desafiou a polícia em mais de 15 anos de atuação no tráfico internacional. A história do brasileiro que se refugiou no Paraguai revela o caminho de bandidos que conquistam poder, desprezam leis e, mesmo a distância, mantém o domínio sobre criminosos envolvidos com a distribuição e o consumo de entorpecentes.

Pavão é brasileiro de Ponta Porã, cidade do Mato Grosso do Sul na fronteira com o Paraguai e uma das principais rotas de tráfico de drogas para Santa Catarina. Lá, tinha revenda de carros e empresa de turismo. Mudou-se para Santa Catarina nos anos 1990. Instalou-se em Balneário Camboriú, onde atuaria no comércio de veículos e no tráfico.

Foi quando as polícias Civil e Federal passaram a suspeitar do seu envolvimento com atividades ilícitas e a ligação com o crime organizado do Paraguai. Em 1994, chegou a ser preso em Balneário Camboriú com 25 quilos de cocaína.

Pavão ganhou a liberdade. O cerco policial continuou. A investigação da Polícia Federal apontou que seria responsável por 80% do tráfico de drogas em Balneário Camboriú e Itajaí. De 1994 a 2000, policiais federais reuniram provas do envolvimento de Pavão com o tráfico de drogas e crimes de lavagem de dinheiro.

Com a prisão preventiva decretada pela Justiça catarinense, Pavão figurava como um dos principais traficantes do Estado, segundo policiais. Mas ele fugiu pela mesma rota de onde mandava vir a droga: o Paraguai.

Além de ser um dos grandes produtores de drogas para o Brasil, o Paraguai tem cidades que costumam abrigar foragidos do Brasil. Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi um deles. Assim como Beira-Mar, Pavão escolheu Pedro Juan Caballero, cidade vizinha a Ponta Porã e conhecida como o paraíso da maconha por abastecer bocas de fumo das cidades do Sul e Sudeste do país. Por essa região também passa a cocaína produzida na Colômbia e Bolívia em direção ao Brasil.

— Ele é um dos cabeças no tráfico da região — disse, na época, o delegado da PF em Itajaí, Jorge Nazário.

A polícia descobriu que Pavão criou uma empresa de importação e exportação de cervejas. Mas a operação seria fachada para o tráfico. Em Pedro Juan Caballero,  suspeitou-se que fez parceria com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no esquema de troca de armas por cocaína.

O envio de drogas para Santa Catarina

Mesmo no Paraguai, Pavão era apontado por policiais catarinenses como o principal responsável pelo envio de remessas de drogas ao Estado. Um de seus gerentes seria Sérgio de Souza, o Neném da Costeira, considerado pela polícia como o grande traficante de drogas de Santa Catarina.

De 2000 a 2008, os dois ganharam importância na lista dos mais procurados por policiais. Ameaçado por dois mandados de prisão da Justiça catarinense, Pavão contratou advogados caros. Mesmo com habeas-corpus que lhe deu o direito de responder ao processo em liberdade, não se entregou e passou a ser procurado também pela polícia do Paraguai e a Interpol (Polícia Internacional).

Polícia quer apurar outros crimes

A transferência de Pavão para Santa Catarina depende da Justiça paraguaia. A Polícia Federal, em Brasília, manifestou o pedido de remoção ao Brasil. Policiais da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) enviaram os mandados de prisão do Estado para as autoridades do Paraguai.

Para o delegado Alexandre Kale, da Deic, a prisão de Pavão rompe uma das principais frentes de envio de drogas para Santa Catarina. O delegado afirma que a polícia tem interesse em interrogá-lo para a apuração de uma série de crimes como lavagem de dinheiro, associação ao tráfico, roubos e clonagens de veículos e até assassinatos.

No Paraguai, Pavão declarou que  tinha planos de se entregar as autoridades brasileiras em 2010. Segundo publicou o site Campo Grande News, o narcotraficante desconversou sobre as acusações de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e homicídios.

— Não sou santo, mas tampouco mandei matar alguém. Sou evangélico, há quatro anos leio a Bíblia — teria dito.

Ele teria intenção de ser extraditado para o Brasil por não confiar na Justiça paraguaia. O motivo seria a prisão de seu filho, há dois anos, e que ele afirma ser inocente. Pavão disse que se mudou mais de 60 vezes nos últimos anos para garantir sua segurança e despistar os agentes.

Sobre as acusações em Santa Catarina, o seu advogado nomeado pelo Estado na época, José Álvaro Machado, declarou que Pavão se dizia inocente e que foi condenado mais por "fama". O traficante deverá cumprir 12 anos e dois meses de prisão por associação ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Agora, um outro barão da droga segue procurado pela polícia. Trata-se do gaúcho Erineu Domingo Soligo, o Pingo, condenado no Brasil a 40 anos de prisão.

Fonte: http://dc.clicrbs.com.br/

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