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Traficante que fugiu da polícia por 30 anos usava técnicas para se esconder

O narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, conhecido no mundo do crime como "Cabeça Branca", utilizava diferentes técnicas para fugir da polícia - Reprodução/TV Globo Luiz Carlos da Rocha, conhecido no mundo do crime como "Cabeça Branca", fugiu por mais de 30 anos da polícia e criou um patrimônio bilionário. O narcotraficante, hoje com 61 anos e mais de 100 anos de pena a cumprir, utilizava tintura no cabelo, fazia cirurgias plásticas e até usou um RG falso para não ser preso pela polícia, além de ter acesso às informações vazadas sobre investigações.

"Nós investigávamos alguém que não tinha nome e não tinha rosto. Durante 30 anos, Cabeça Branca foi caçado pela Polícia Federal, em nenhum momento ele chegou a ser preso", disse Elvis Aparecido Secco, delegado da PF (Polícia Federal), à TV Globo.

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De acordo com o "Fantástico", Luiz nasceu em uma família de contrabandistas. Quando morava em Londrina, no Paraná, por volta dos anos 80, o homem era responsável pelo transporte de café ilegal para o Paraguai.

Segundo o jornalista Allan de Abreu, os contrabandistas já aproveitavam a logística disponível para realizar o tráfico de cocaína dos países andinos. Abreu lançará esta semana o livro "Cabeça Branca - A Caçada ao Maior Narcotraficante do Brasil", fruto de três anos de pesquisa e entrevistas sobre o narcotraficante.

O jornalista apurou que a Polícia Federal estimava que Cabeça Branca enviava pelo menos cinco toneladas de cocaína por mês ao Brasil.

"E ele [Cabeça Branca] tinha um poder de oferecer logística para grandes organizações criminosas. Colocou no mercado internacional uma enxurrada de centenas de toneladas de cocaína", explicou Secco.

O narcotraficante recebia rapidamente as informações de quando alguma de suas cargas eram interceptadas pela polícia e a prisão dele quase ocorreu em 2004, durante a comemoração do aniversário da mãe dele em uma pizzaria em Londrina, no Paraná.

Oficiais se vestiram de garçons, mas, no último momento, Cabeça Branca desistiu de comparecer ao evento dizendo que precisava ir a uma fazenda. No entanto, a polícia suspeita que a desistência do homem pode ter ocorrido através de um informante que revelou a operação.

Em 2005, o ex-radialista paraguaio Enrique Ramon Galeano começou a denunciar o trabalho e os crimes de Cabeça Branca após "acontecerem assassinatos inexplicáveis" no país. Em fevereiro de 2006, Galeano foi sequestrado, torturado e ameaçado de morte por comparsas do narcotraficante para que falasse sobre o que ele sabia acerca do tráfico.

Após ser torturado, o homem foi abandonado pelos criminosos. Do Paraguai, Galeano fugiu para São Paulo e depois para a Europa, temendo por sua vida. Hoje, o ex-radialista se sustenta limpando prédios na Europa após abandonar a profissão depois da tortura que sofreu e ainda teme ser vítima de uma vingança, já que os comparsas de Cabeça Branca seguem soltos e ele foi um dos primeiros a revelar os crimes do narcotraficante.

Ainda em 2005, o narcotraficante chegou a ser um dos bandidos mais procurados no Brasil e no Paraguai. Com o aumento da procura por Cabeça Branca, ele começou a fazer cirurgias plásticas para modificar o rosto, pintar o cabelo de preto para se diferenciar do seu codinome no mundo do crime e usar um RG falso com o nome Vitor Luis de Moraes. Além disso, o narcotraficante pouco se expunha para evitar que o achassem.

"Ele [Cabeça Branca] costumava andar no interior do Paraguai com uma maleta recheada de dólares para que se, eventualmente, a polícia o prendesse, ele oferecesse suborno e esse seria o seu 'kit liberdade'", explicou o jornalista que entrevistou mais de 30 pessoas entre juízes, promotores, policiais e outras autoridades para escrever o seu livro.

De acordo com a apuração do jornalista, Cabeça Branca tinha acesso às informações privilegiadas, sendo que algumas eram vazadas de dentro da própria PF para ele. Apesar disso, após dois anos de investigação, uma equipe da PF de Londrina começou a identificar os parentes e comparsas de Cabeça Branca e quebrar o sigilo telefônico de todos, descobrindo o número de celular usado pelo criminoso e o uso do RG falso.

O narcotraficante foi preso no município de Sorriso, em Mato Grosso, em 2017. "Foi uma sensação de dever cumprido e de um desafio muito grande que foi realizado", ponderou Secco. Dois anos depois da detenção, o homem apareceu em filmagens muito mais magro e careca.

Os bens do narcotraficante, avaliados em mais de R$ 1 bilhão no Brasil, estão bloqueados pela Justiça. A estimativa é que o homem tenha mais outros bens estimados em cerca de R$ 300 milhões no Paraguai.

"São 97 imóveis na zona urbana, mais de 100 veículos, uma série de fazendas e cabeças de gado. Estamos falando de 11 mil cabeças de gado, aproximadamente", explicou Lorena Ledesma, promotora de justiça do Paraguai.

Hoje, com 61 anos de idade, o narcotraficante está condenado a mais de 100 anos de prisão e cumpre pena em um presídio de segurança máxima.

Fonte: https://noticias.uol.com.br

Josmar Jozino - Maior sequestrador do país quer ir para casa mesmo condenado até 2282

O sequestrador Pedro Ciechanovicz - André Sarmento/Folhapress - 10.fev.2003 Pedro Ciechanovicz, 66, apontado como o maior sequestrador do Brasil, condenado a 296 anos e 11 meses por crimes hediondos, ainda mantém esperança de ir para casa. Segundo boletim informativo da Secretaria Estadual da Administração Penitenciária, a pena dele vence em 20 de março de 2282.

No ano passado, a Justiça de São Paulo negou todos os pedidos de prisão domiciliar para o detento - o último foi em junho - por entender que o histórico prisional dele não permite benefício. Para a Polícia Civil, o prisioneiro tem ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

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Chamado de Pedrão no sistema carcerário, o criminoso foi acusado por ao menos 15 sequestros no estado de São Paulo. Ele se especializou nessa modalidade de crime na Penitenciária do Estado, no Carandiru, zona norte da capital, em meados dos anos 1990.

Os "professores" dele foram os sequestradores do empresário Abílio Diniz, dono da rede Pão de Açúcar. A vítima foi arrebatada em 11 de dezembro de 1989. Os criminosos pertenciam ao grupo guerrilheiro MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária), do Chile.

Eram quatro chilenos, três argentinos, dois canadenses e um brasileiro. Pedrão conviveu com parte da quadrilha entre 12 de janeiro de 1993 a 19 de dezembro de 1995. Os chefes do bando eram o canadense David Spencer e o argentino Humberto Paz. Os estrangeiros foram extraditados.

Em 19 de dezembro de 1995, Pedrão foi transferido para o regime semiaberto no CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Mongaguá (SP), e fugiu em 24 de janeiro de 1996. Essa foi a segunda fuga dele. No total, ele ficou nove anos foragido.

A prisão dele era questão de honra para a polícia paulista, mas isso demorou a acontecer. Pedrão só foi recapturado sete anos depois, em 10 de fevereiro de 2003, em Curitiba (PR), por policiais civis do Denarc (Departamento Estadual de Narcóticos), de São Paulo.

Foi durante a segunda fuga que Pedrão cometeu os piores crimes, todos registrados em sua extensa ficha de antecedentes. No dia em que foi preso pela equipe do delegado Everardo Tanganelli, ele confessou oito sequestros.

Muitas vítimas enfrentaram meses de terror nas mãos da quadrilha de Pedrão. Ficavam encapuzadas em quartos escuros com luz de lampião e sem ventilação. Eram obrigadas a fazer a necessidade fisiológica em balde. Ele mandava às famílias das pessoas sequestradas fotos delas com fuzis e metralhadoras apontados para a cabeça.

Eis os sequestros confessados por Pedrão, segundo a Polícia Civil:

  1. Girz Aronson, dono da rede de lojas G Aronson, sequestrado aos 82 anos em 17 de julho de 1998. Ficou 14 dias em cativeiro;
  2. Paula Cristina de Antonio, filha do dono da Paulimar, sequestrada aos 21 anos em abril de 1999. Ficou 29 dias em cativeiro;
  3. Abraão Zarzur, dono do Banco Mercantil de Descontos e acionista da Ripasa, multinacional de celulose, sequestrado aos 82 anos em 22 de janeiro de 2000. Ficou 44 dias em cativeiro;
  4. Eduardo Tonin, 18, filho do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Indaiatuba (PMDB), José Carlos Tonin, sequestrado em 26 de junho de 2000. Ficou 30 dias em cativeiro;
  5. Samira, 40 e Vanessa Salete Santana Martos, 17, mulher e filha do pecuarista Mauro Martos, sequestradas em 16 de novembro de 2000. Ficaram 54 dias em cativeiro;
  6. José Lanaro, filho de dono de lotéricas em Sorocaba, sequestrado e morto aos 24 anos com 14 tiros em 27 de junho de 2001 quando tentava fugir dos criminosos;
  7. Roberto Benito Júnior, herdeiro das Lojas Cem, sequestrado aos 35 anos em 2 de outubro de 2001. Ficou 120 dias no cativeiro;
  8. João Bertin, dono do frigorífico Bertin, sequestrado aos 82 anos em 8 de setembro de 2002. Ficou 155 dias (cinco meses) em cativeiro. Foi o sequestro mais longo até então registrado no Brasil;

A Polícia Civil apurou que o bando de Pedrão tinha 38 integrantes e era dividido em várias células nas regiões de Campinas, Ribeirão Preto, Bauru e Presidente Prudente. Investigadores calculam que Pedrão arrecadou US$ 1,1 milhão (R$ 6,1 milhões na cotação atual) com os resgates pagos pelos familiares das vítimas.

Pedrão está recolhido na Penitenciária 1 de Avaré (SP). Ele foi preso pela primeira vez em 11 de maio de 1977. O advogado dele, Eduardo Diamante, disse que somando o tempo em que o cliente ficou preso - antes e depois das fugas - ultrapassa 30 anos e, por isso, ele tem direito à prisão domiciliar.

Segundo o advogado, Pedrão sofre de diabetes, hipertensão e problemas respiratórios, é do grupo de alto risco e suscetível a pegar covid-19, necessitando ser solto. Diamante explicou que cuida apenas da execução criminal do preso e que não era defensor dele nos processos de sequestros.

Para a Justiça, o histórico prisional de Pedrão não permite benefício porque ele cometeu crimes gravíssimos, sendo um roubo e oito sequestros - um deles seguido de homicídio - somente no segundo período em que ficou foragido.

Além disso, Pedrão foi acusado pela Justiça de ter praticado quatro faltas graves na prisão, a última em 6 de fevereiro de 2007, e só poderia ter direito à progressão de regime em 2044.

Em relação ao risco de Pedrão contrair coronavírus na cadeia, a Justiça entende que a Secretaria Estadual da Administração Penitenciária tem adotado medidas articuladas para impedir a disseminação da doença no sistema prisional.

Fonte: noticias.uol.com.br

Maconha chega antes que vacina do COVID - 19 em Bangu III B

 Neste Domingo, 07 de março, por volta das 15hs, o advogado ALEXANDRE CONSTANTINO DELIA NOVELO OAB: 97037, solicitou acesso ao seu cliente, LUIZ ALBERTO DE OLIVEIRA CAMILO, preso na cela B5 do Instituto Penal Gabriel Ferreira Castilho, seu cliente se encontrava isolado no setor de isolamento (local onde presos cumprem medida disciplinares após infringirem normas ou estarem sobe ameaça ou risco de vida).

Após finalizado o atendimento, enquanto policiais penais seguiam para retirar um segundo interno, e o advogado aproveitou se do momento e se aproximou do isolamento, mas, ao perceberem a movimentação suspeita, os servidores advertiram o advogado, pois já haviam lhe informado que não era permitido a permanecer próximo ao isolamento.

Após o encerramento do atendimento e a saída do advogado, os servidores fizeram procedimento de revista no isolamento e encontraram no cubículo do mesmo preso da entrevista, aproximadamente 500gm de erva seca e picada, (supostamente"Canaby Sativa").

Já que a vacina não chega nos presídios fluminense, presos do Instituto Penal Gabriel Ferreira Castilho, conhecido como Bangu 3B, encomendou uma boa quantidade de maconha, só esqueceram de avisar para os policiais penais, que lograram êxito em interceptar e apreender a droga.

Fonte: portaltpnews.org

Josmar Jozino - "Escobar brasileiro" compra empresa aérea na Europa e foge no próprio avião

Dinheiro abandonado por ex-PM brasileiro, segundo as investigações - Polícia Judiciária de Portugal/Divulgação O ex-policial militar do Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, 62, o Major Carvalho, o maior narcotraficante procurado na Europa, comprou uma empresa aérea em Cascais, a 40 km de Lisboa, e fugiu com destino a Kiev, na Ucrânia, no próprio avião. Em Portugal, ele é conhecido como "Escobar brasileiro", em referência ao colombiano Pablo Escobar.

Segundo as investigações, antes de fugir, em novembro do ano passado, ele deixou 11 milhões de euros (mais de R$ 73 milhões, na cotação atual) escondidos em malas dentro de uma van na garagem de um prédio onde havia alugado um apartamento, na avenida da Liberdade, em Lisboa, uma das mais famosas da cidade.

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"Escobar brasileiro" vivia com identidade falsa em uma luxuosa mansão avaliada em 2,2 milhões de euros (quase R$ 15 milhões), em Marbella, região de Málaga, o mais belo balneário da Andaluzia, na Espanha. E também tinha dois apartamentos em Lisboa e uma empresa em Dubai, nos Emirados Árabes. Os bens foram bloqueados judicialmente.

Avião usado pelo  "Escobar Brasileiro" - Polícia Judiciária de Portugal/Divulgação - Polícia Judiciária de Portugal/Divulgação

Avião usado pelo "Escobar brasileiro"

Imagem: Polícia Judiciária de Portugal/Divulgação

A Polícia Judiciária de Portugal investiga se os 578 kg de cocaína apreendidos no Falcon 900 da empresa Táxi Aéreo Omni Aviação, no último dia 9, no Aeroporto Internacional de Salvador, na Bahia, foram encomendados pelo "Escobar brasileiro".

A Operação Enterprise, deflagrada no fim do ano passado pela Polícia Federal concluiu que o "Escobar brasileiro" enviou 45 toneladas de cocaína do Brasil para a Europa, via portos brasileiros. A quantidade da droga foi avaliada em R$ 2,25 bilhões.

Segundo as autoridades lusitanas, o "Escobar brasileiro" comprou a Airjetsul, que também opera em Cascais, a partir do aeródromo de Tires, com uma finalidade: usar os jatos da companhia no transporte de droga para a Europa, África e Ásia.

A Polícia Judiciária também apura se o Major Carvalho está comprando a Omni, usando lobistas brasileiros e "cartolas" ligados ao futebol português. Segundo a imprensa portuguesa, um dos suspeitos de intermediar a negociação é o empresário João Loureiro, ex-presidente do Boavista, time da primeira divisão, campeão português em 2000/2001. À rede de televisão SIC, ele garantiu não ter qualquer envolvimento neste caso.

Depoimento à PF

João Loureiro embarcou no Falcon 900 com destino ao Brasil no dia 28 de janeiro deste ano. Além dele estavam na aeronave três tripulantes e o espanhol Mansur Mohamed Heredia. O carro desse último foi apreendido no aeródromo de Tires para ser periciado.

O avião pousou em Salvador e seguiu para o aeroporto de Jundiaí (SP), mesma cidade onde a quadrilha de "Escobar brasileiro" usava um hangar para o transporte de drogas. Alguns dias depois, no início de fevereiro, no retorno a Salvador, o piloto detectou problemas no trem de pouso e comunicou a torre de controle.

Mecânicos, policiais federais e civis de Salvador encontraram os 578 kg da droga escondidos na fuselagem da aeronave. A cocaína estava em pacotes com marcas de materiais esportivos famosos.

O depoimento de João Loureiro à Polícia Federal durou quatro horas. O telefone celular dele foi apreendido para análise e depois devolvido.

Empresa sediada em SP

O UOL teve acesso a documentos com a lista de sete passageiros que embarcariam no jato com destino a Cascais. A maioria é ligada ao futebol português. Um deles, Bruno Carvalho, participou das negociações do retorno do técnico Jorge Jesus ao Benfica. Já Bruno Macedo é o agente que levou o treinador Abel Ferreira ao Palmeiras.

Outra documentação obtida pelo UOL traz os nomes de uma pessoa e da empresa responsável pelo fretamento do jato da Omni. O custo foi de 130 mil euros (R$ 870 mil).

A empresa era sediada na Vila Santa Maria, bairro da zona norte de São Paulo, e um dos sócios é advogado. A reportagem não conseguiu falar com ele.

A Polícia Federal não quis se manifestar sobre o fretamento da aeronave portuguesa e explicou que as investigações continuam em andamento, mas são sigilosas.

Fonte: noticias.uol.com.br

A vida de luxo e as farsas de Minotauro

Líder do PCC na fronteira com o Paraguai, Minotauro foi preso pela PF - Divulgação Diarista, governanta, massagista e um piloto de aeronaves faziam, segundo investigações da Polícia Federal, parte do estafe de Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, 36, o Minotauro, o homem escalado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) para impor o terror e acirrar a guerra pelo controle do narcotráfico na fronteira do Brasil com Paraguai.

Minotauro morava com a mulher, uma advogada de 40 anos, na cobertura do edifício Marina Beach Towers, em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. O aluguel era de R$ 10 mil mensais, mas ele pagou R$ 130 mil adiantados por um ano de locação do imóvel.

Em 4 de fevereiro de 2019, quando foi preso pela Polícia Federal, os agentes apreenderam um relógio Audemars Piguet avaliado em 61.200 euros (R$ 406.637 na cotação de ontem) e outro da mesma marca no valor de US$ 100.300 (cerca de R$ 548 mil).

Foram encontrados ainda R$ 31.915, US$ 105.200 (R$ 575 mil na cotação de ontem) e 48 peças de joias, pesando 1,087 kg. Na garagem estava estacionada uma BMW adquirida por R$ 167 mil. O veículo importado foi comprado em nome da diarista de Minotauro.

Carro de luxo foi apreendido na operação em que Minotauro foi preso Imagem: Divulgação - 4.fev.2019/PF

No cofre do imóvel havia um contrato de aluguel do hangar 90 do condomínio aeronáutico Costa Esmeralda, em Porto Belo, Santa Catarina. Era lá que Minotauro embarcava em aeronaves para viagens a Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, fronteira com Pedro Juan Caballero, no Paraguai, para tratar de negócios do narcotráfico.

Em uma pasta azul, guardava projetos arquitetônicos de construções de dois hangares em Ponta Porã. No telefone celular de Minotauro, os federais encontraram as provas que procuravam para incriminá-lo por tráfico internacional de drogas.

Smartphones e dinheiro vivo foram apreendidos pela Polícia Federal Imagem: Divulgação/PF

Eram planilhas que indicavam pagamentos feitos para o acusado no valor de 15,8 milhões de euros (R$ 104,8 milhões) pelas remessas de cocaína da Bolívia e Peru para narcotraficantes da Europa no período de 16 de novembro de 2018 a 4 de janeiro de 2019.

No notebook havia referência à compra de fazendas em terras paraguaias e também valores sobre pagamentos de propinas a policiais e agentes na fronteira dos dois países.

Os federais descobriram ainda que Minotauro pagou R$ 23 mil pelo aluguel de uma lancha para comemorar com amigos o aniversário da mulher em Santa Catarina.

Segundo o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), Minotauro ingressou no PCC em 2005, quando tentou matar um coronel da Polícia Militar em Hortolândia, na região de Campinas (SP).

Em julho de 2006, aos 21 anos, foi preso em uma chácara na cidade de Panorama (SP) com outros oito criminosos. Dois meses antes, havia sido recrutado pelo PCC para participar dos ataques às forças de segurança em São Paulo, no episódio conhecido como "Crimes de Maio".

Minotauro deixou a prisão em 2009 e nas penitenciárias da região oeste do Estado conquistou a confiança da alta cúpula do PCC. Em 2012 foi processado duas vezes por tráfico de drogas pela Justiça de Bauru e passou à condição de procurado pela Justiça. Por causa disso, fugiu para o Paraguai.

A missão de Minotauro no país vizinho era ajudar o PCC a ter a hegemonia do tráfico de drogas na fronteira. O criminoso vivia com nome falso. Conseguiu tirar em um posto de identificação de Ponta Porã documentos em nome de um bebê que havia morrido três dias após o nascimento.

A violência no Paraguai só aumentou após a chegada de Minotauro. Ele foi acusado de ser o mentor intelectual dos assassinatos de um policial que o investigava e de uma advogada, um administrador e um tio do rival Jarvis Pavão, até então considerado o "barão da droga na fronteira".

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Caçado por policiais de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã, Minotauro fugiu para Santa Catarina em 2018. No mesmo período foi condenado a 20 anos pelos dois processos por tráfico em Bauru. E ainda teve o nome incluído na difusão vermelha da Interpol, a polícia internacional.

Com a ajuda de policiais corruptos novamente teve acesso a documentos falsos. Dessa vez tirou RG, CPF, título de eleitor, certificado de reservista, passaporte e até documento de habilitação para conduzir pequenas embarcações de recreio.

Com a nova documentação conseguiu alugar a cobertura no Balneário Camboriú. Em setembro de 2020, a Justiça Federal em Ponta Porã condenou o integrante do PCC a 40 anos de prisão pelos crimes de falsidade ideológica, organização criminosa transnacional e corrupção de agentes públicos.

Dois dias depois de ser preso, Minotauro foi transferido de Santa Catarina para a Penitenciária Federal de Brasília, onde está recolhida a cúpula do PCC, inclusive Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado pelo MP-SP como líder máximo da organização.

Mesmo com a prisão de Minotauro, a violência não diminuiu na região da fronteira. Somente no ano passado 109 pessoas foram mortas na guerra pelo controle do tráfico de drogas na região.

A mulher de Minotauro foi condenada a 20 anos pelos crimes de organização criminosa transnacional e corrupção de agentes públicos. Ela está presa na Penitenciária Feminina de Sant'Anna, no Carandiru, zona norte de São Paulo.

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