Acusado de receber propina, Álvaro Dias fez dobradinha com mulher de Moro em projeto no Senado

n1203O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) nega ter recebido R$ 5 milhões para enterrar a CPI do Cachoeira.  É “armação política”, afirma o presidenciável paranaense.

Em nota, ele alega que “não conhece Samir Assad, o empresário que, em fato inédito, usa no email revelado pela Veja um codinome identificando o nome entre parênteses. O email é do mês de junho de 2012 mas, em outubro do mesmo ano, Alvaro Dias usou a tribuna para pedir a prorrogação da CPI por 180 dias.”

A J. Malucelli, empreiteira alvo dos mandados de busca e apreensão da 49º fase da Lava Jato, pertence ao empresário Joel Malucelli, suplente de Álvaro e presidente do Podemos no Paraná.

Álvaro era tido como darling da Lava Jato.

Em 2017, ele bolou um projeto de lei no Senado com a advogada Rosângela Wolff Moro, mulher do juiz Sergio Moro.

Tratava-se da criação de um “fundo de reserva” nas parcerias entre a administração pública e organizações da sociedade civil, “a ser utilizado para atender a situações emergenciais, imprevistas ou imprevisíveis”, disse à  Folha.

O projeto foi protocolado a pedido de representantes das Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), entre eles Rosângela, procuradora jurídica da Fenapaes (Federação Nacional das Associações). Eles afirmam que atrasos nos repasses têm prejudicado a saúde financeira das instituições.

A matéria está pronta para ser votada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, após posicionamento favorável do relator.

As Apaes são entidades civis que têm como missão a defesa dos direitos e a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, por meio, por exemplo, de educação especializada. Procuradora da Fenapaes desde 2013, Rosângela foi convidada pela ONU a discursar sobre as associações em 2016.

A advogada defende causas da entidade em 33 dos 49 processos vinculados ao seu registro na OAB, na Justiça Federal do Paraná.