Pela 2ª fase da Operação Metástase, o Ministério Público do Paraná (MPPR) cumpriu em Umuarama, região Noroeste do Paraná, mandados de prisão na quarta-feira (16). As investigações apontam a possível existência de empresas de fachada utilizadas por servidores públicos e dirigentes de entidade hospitalar filantrópica para emissão de notas fiscais frias e desvio de recursos públicos.
Segundo o MPPR, as empresas investigadas foram responsáveis pela emissão de R$ 2,5 milhões em notas frias – sendo R$ 1,7 milhão relativo a obras e serviços de reforma não executados e outros R$ 816 mil para compra de materiais hospitalares, como luvas cirúrgicas e máscaras de proteção à covid-19, os quais não foram fornecidos para atendimento à população.
As buscas foram cumpridas nas residências dos investigados e nas sedes das empresas, e documentos foram apreendidos para que se possa confirmar provas já coletadas em trabalho de campo do MPPR, por meio de interceptações telefônicas e quebras de sigilos bancário, fiscal e telemático.
Os nomes dos envolvidos na 2ª Fase da Operação Metástase não foram revelados pelo MPPR. A entidade filantrópica investigada é a Associação Beneficente Noroeste do Paraná (Norospar).
Por meio de nota, o Hospital Norospar disse estar colaborando com o Ministério Público. “É de interesse total da instituição que todas as nuances do caso sejam devidamente apuradas, com vistas à recuperação de patrimônio que restar comprovadamente desviado”.
Segundo o Hospital Norospar, o funcionário preso quarta-feira estava afastado de suas funções desde 5 de maio, data da primeira fase da operação.
Fura-fila de vacina
Na primeira fase da Operação Metástase, que veio à tona após investigação de esquema de fura-fila de vacinas de covid-19 e vacinação de “pessoas mortas” em Umuarama, resultou na prisão de pelo menos sete pessoas na manhã do dia 5 de maio.
Também estão sendo investigados possíveis desvios em um fundo criado para o enfrentamento do vírus no município. Em coletiva de imprensa, promotores do MP-PR confirmaram que o prejuízo pode chegar a R$ 19 milhões com o desvio de verbas do Fundo Municipal de Saúde de Umuarama por meio de fraudes em licitações.
No total, foram cumpridos naquela fase 62 mandados em Cascavel, Boa Vista da Aparecida e Brasília. A operação conjunta envolve o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Cascavel, Subprocuradoria de Justiça de Curitiba e Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria).Entre os detidos, dois são servidores públicos, além de um diretor de hospital, empresários e assessores parlamentares.
À época, houve busca e apreensão na residência e gabinete do prefeito de Umuarama, Celso Pozzobom (PSC), que não foi preso. Os outros suspeitos detidos foram levados para a 7ª Subdivisão Policial de Umuarama.
Fonte: https://ricmais.com.br