Unidade em Londrina está recebendo produtos de higiene e medicamentos para presas do 3º Distrito de Policial
A Defensoria Pública de Londrina está arrecadando produtos de higiene pessoal e medicamentos para as detentas do 3º Distrito Policial (DP). Podem ser feitas doações de analgésicos, antigripais, antiácidos, anti-inflamatórios e antialérgicos, além de produtos de higiene como absorventes, sabonetes e cremes dentais. A campanha começou no início de outubro e segue até 5 de dezembro. "Percebemos que, além das questão afetiva, elas carecem de itens de necessidades básicas", justificou a psicóloga Kemeli Pivetta. Ela faz parte da equipe de Psicologia e Assistência social da Defensoria, que iniciou o atendimento às presas há dois meses.
Os produtos de higiene pessoal são levados pelos familiares das detentas, mas muitas delas perderam o contato com a família. "Nem todas recebem sacolas das famílias. Trabalhamos na manutenção e recuperação desses vínculos", explicou a psicóloga.
A campanha está sendo divulgada pelas redes sociais, no Fórum e no Núcleo Práticas Jurídicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL). "Já começamos a receber algumas doações e conforme forem chegando vamos entregar para elas", disse Kemeli.
De acordo com o Departamento Penitenciário (Depen), da Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária, o governo só fornece produtos de higiene pessoal para os detentos de penitenciária. Aos presos em distritos policiais o fornecimento fica a cargo dos familiares. Além dos parentes, as detentas recebem os itens doados por entidades como OAB Mulher, Pastoral Carcerária e Conselho da Comunidade.
O delegado titular do 3º DP, Damião Benassi Júnior, disse que conta com o apoio das entidades para garantir as necessidades das mulheres. Segundo ele, cerca de 60 mulheres estão presas no distrito, que tem capacidade para abrigar 40.
Benassi afirmou que pelo menos 15 já poderiam estar cumprindo pena em penitenciária. "Como a custódia de preso não faz parte da função da Polícia Civil é difícil conseguirmos autorização para adquirir esses itens. A Defensoria e as universidades são de grande apoio. Eles estão em contato com as presas e com os agentes de cadeia e sabem das necessidades delas", comentou o delegado.
ATENDIMENTO
Em abril a Defensoria de Londrina ganhou o reforço de quatro defensores públicos, que passaram a atender as áreas de direito de família e infância e juventude civil. Com isso, houve um aumento de 22% o volume de atendimentos à população de baixa renda. Foram 1.904 atendimentos entre janeiro e julho deste ano, ante 1.562 do mesmo período de 2015.
"Com a chegada dos novos colegas, as áreas de atendimento foram ampliadas e também deu um ‘gás’ novo para gente. Ter dois defensores para atuar numa comarca do tamanho de Londrina gera um certo desgaste. Tendo mais colegas para poder dividir e auxiliar nas questões extras às atribuições melhorou tanto para nós quanto para a população", argumentou a defensora pública Renata Tsukada.
Até a chegada dos novos defensores, Londrina contava apenas com dois profissionais, mas um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que seriam necessários 37 defensores. Os pedidos de divórcio, pensão alimentícia, guarda e inventários são só mais procurados na área de direito da família. Na infância cível, a busca por vaga em creche é uma das situações mais requisitadas.
SERVIÇO
As doações de materiais de higiene e medicamentos podem ser entregues na Defensoria Pública (Rua Brasil, 1.032), das 12 às 17 horas. Quem não puder levar pode ligar para (43) 9170-7501 e agendar um horário para a equipe ir buscar.
Aline Machado Parodi
Reportagem Local
