Justiça autoriza delator da Publicano a passar dois dias no litoral de Santa Catarina

Luiz Antônio de Souza foi solto em 5 de abril após colocar a tornozeleira eletrônica, conforme definiu o acordo de colaboração com o MP-PR.

luiz antonio de souzaA Justiça autorizou o ex-auditor Luiz Antônio de Souza, principal delator da Operação Publicano, que investiga um esquema de corrupção na Receita Estadual do Paraná, a passar dois dias em Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina.

Luiz Antônio teve a prisão preventiva revogada pelo juiz da 3ªVara Criminal de Londrina, no norte do Paraná, Juliano Nanúncio, depois que o acordo de colaboração premiada dele foi restabelecido com o Ministério Público do Paraná (MP-PR). Ele foi solto em 5 de abril, após colocar tornozeleira eletrônica.

O pedido foi feito pela defesa do ex-auditor. No documento, é solicitada a autorização do juiz para que do delator possa viajar até Balneário Camboriú para tratar de assuntos pessoais. No despacho, o juiz Juliano Nanúncio atende o pedido, mas alerta que a viagem não pode comprometer o cumprimento das medidas nem o andamento processual em curso.

O magistrado juiz também aponta que a autorização para a viagem não dispensa o comparecimento do réu a qualquer ato processual.

Histórico

O primeiro acordo de delação premiada de Souza foi assinado em setembro de 2015. Na época, ficou definido que Souza deixaria a carceragem e passaria à prisão domiciliar.

Em junho de 2016, no entanto, o acordo foi rompido porque, segundo o Ministério Público, o ex-auditor estava extorquindo empresários para não denunciá-los.

O ex-auditor fiscal foi preso em janeiro de 2015, em um motel de Londrina, em companhia de uma adolescente de 15 anos. A prisão revelou um escândalo de exploração sexual de adolescentes envolvendo outros servidores da Receita e figuras públicas.

Pouco tempo depois, foi deflagrada a Operação Publicano, na qual mais de 200 pessoas foram denunciadas, entre empresárários, auditores fiscais e membros da alta cúpula da Receita Estadual, ligados ao governador Beto Richa (PSDB).

Segundo a Secretaria Estadual da Fazenda, o valor desviado por meio do esquema passa de R$ 2 bilhões, incluindo juros e multas.

Luiz Antônio de Souza foi condenado na primeira sentença da Publicano a 49 anos de prisão, por corrupção, organização criminosa, falsidade ideológica e violação do sigilo funcional.

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