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Cabo preso por espionagem na PM de MT deve ser transferido para MS após regalias em alojamento

Gerson Correa Junior está preso no batalhão da Rotam, em Cuiabá, desde maio. Ele teria operado interceptações clandestinas que fez mais de 100 vítimas entre 2014 e 2015.cabogerson

O cabo da Polícia Militar de Mato Grosso Gerson Luiz Correa Junior, preso preventivamente por envolvimento num esquema de espionagem que fez mais de 100 vítimas entre 2014 e 2015, deve ser transferido para uma unidade prisional em Campo Grande (MS). A transferência foi determinada pelo desembargador Orlando Perri, relator da investigação sobre as interceptações clandestinas no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Gerson está preso desde o dia 23 de maio em um alojamento na Rotam em Cuiabá. No entanto, uma vistoria feita no local após determinação de Perri apontou regalias dentro dos alojamentos. Nas imagens, feitas durante a visita, os quartos aparecem equipados com frigobar, geladeira, fogão, TV de tela plana e microondas.

Alojamento também tem microondas, segundo vistoria realizada nos locais (Foto: Reprodução)

Alojamento também tem microondas, segundo vistoria realizada nos locais (Foto: Reprodução)

Antes da transferência, entretanto, Gerson deve ficar detido no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) até que uma vaga seja disponibilizada. A Justiça solicitou vaga para o cabo na Penitenciária Federal ou, caso pedido seja negado, em um presídio militar, ambos em Campo Grande.

A Justiça já havia determinado a transferência do cabo para uma unidade prisional militar em Santo Antônio do Leverger, a 35 km de Cuiabá. Os agentes priosionais, porém, se negaram a recebê-lo alegando "instabilidade na segurança da cadeia e possibilidade de risco para a integridade física e mental do preso".

Gerson era lotado na Casa Militar. A exoneração dele foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) que circula nesta quarta-feira (26), mais de dois meses depois da prisão dele.

À época em que os grampos estavam ativos, era ele quem assinava os pedidos de inserção dos números telefônicos. Entre as vítimas das interceptações estão advogados, médicos, uma deputada da oposição e servidores públicos. Todos tiveram os números incluídos numa suposta investigação sobre participação de policiais em tráfico de drogas.

Além de Gerson, estão presos o coronel Zaqueu Barbosa e os coronéis Evandro Lesco e Ronelson Barros, ex-chefe e ex-adjunto da Casa Militar. Os quatros foram denunciados ao Ministério Público (MP) pelo envolvimento no esquema montado no Núcleo de Inteligência da PM clandestinamente. Um quinto militar, o tenente-coronel Januário Batista, comandante da PM também foi denunciado. Ele chegou a ser preso, mas liberado quase um mês depois.

De acordo com o TJMT, os militares também devem ser transferidos para outras unidades prisionais. Os locais para onde eles serão levados, no entanto, não foram divulgados.

Investigação

Conforme o Inquérito Policial Militar que embasou a denúncia do MPE, os cinco PMs criaram um 'Núcleo de Inteligência' para fazer os pedidos de interceptações telefônicas à Justiça, usando como justificativa uma suposta investigação de tráfico de drogas envolvendo policiais. Os números de pessoas que não eram suspeitas foram incluídos, numa manobra ilegal conhecida como 'barriga de aluguel'.

O IPM aponta que os policiais implantaram de forma clandestina um sistema chamado 'Sentinela', com a finalidade de "vasculhar a intimidade de pessoas, utilizando como subterfúgio investigação de alvos criminosos". O inquérito diz o sistema foi usado ainda, em setembro e outubro de 2014, com finalidade política por causa do pleito daquele ano.

O escritório em Cuiabá onde funcionava o Sentinela foi desmontado no dia 8 de outubro de 2015, mesmo dia em que o então secretário de Segurança Pública (Sesp), promotor de Justiça Mauro Zaque, fez a primeira denúncia ao governador Pedro Taques (PSDB) sobre o esquema de arapongagem, por meio de um documento que foi protocolado no governo.

Em depoimento encaminhado à PGR, Zaque disse que naquele ano ouviu o coronel Zaqueu Barbosa dizer que as interceptações telefônicas eram feitas por determinação de Taques. O promotor de Justiça diz que falou sobre o assunto com o governador e que este ficou constrangido, mas não comentou.

Zaque afirma ainda ter avisado Taques por meio de dois ofícios. O primeiro foi enviado para o MPE, mas a investigação foi arquivada depois de cinco dias por falta de provas. O segundo, que o governador diz nunca ter recebido, foi protocolado na Casa Civil, mas cancelado no mesmo dia e substituído por outro, conforme apontou uma auditoria feita pela Controladoria Geral do Estado.

Antes do relatório da CGE, Taques chegou a entrar com representação contra Zaque em instituições como o Conselho Nacional do Ministério Público e a PGR, acusando-o de falsificação de documento público. O governador nega qualquer envolvimento com o esquema de espionagem.

 Fonte: G1

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