Polícia indicia diretor, supervisor e 10 agentes suspeitos de fazer festas em presídio de Inhumas, GO

 

Segundo delegado, churrascos eram regados a sexo e álcool. Além disso, inquérito aponta que eles deixavam detentos dirigir carros da polícia para comprar bebidas. 

 oc20111A Polícia Civil indiciou dez agentes prisionais, além do diretor e do supervisor da Unidade Prisional de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, todos suspeitos de fazer festas dentro do presídio. Segundo o inquérito, já remetido ao Judiciário, os envolvidos organizavam churrascos no local regados a muito álcool e sexo. Além disso, eles teriam deixado presos dirigir carros da polícia para comprar bebidas. 

 

Em nota enviada ao G1, a Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) informou que "apoia as investigações efetuadas exclusivamente pela Polícia Civil de Goiás". 

 

A operação que culminou com o inquérito, batizada de Cela Livre, foi deflagrada no dia 6 de setembro. Segundo o delegado responsável pelo caso, Humberto Teófilo, todas os indícios de crime colhidos na ocasião foram confirmados. Ele não revelou os nomes dos agentes. 

 

"As provas daquela fase indicaram que ficou confirmado a realização de festas na unidade com participação de vigilantes e outras mulheres e que os presos saíam nos carros oficiais para comprar bebidas", pontua. 

 

Ainda conforme Teófilo, o supervisor de segurança da unidade, Romeu Carlos Pereira Filho, e o diretor, Igor de Oliveira Filho, foram omissos em relação às festas. "Eles tinham ciência do que ocorria, mas não faziam nada para evitar", afirmou. 

 

O G1 entrou em contato com a Unidade Prisional de Inhumas por telefone, às 15h27, e um servidor, que preferiu não se identificar, disse que Igor ainda atua no local, mas não estava presente. Ele também afirmou que Romeu foi afastado, mas alegou que a situação nada tem a ver com a operação. 

 

Além do indiciamento, o delegado também pede no inquérito o afastamento de todos os servidores. Ele pontua que dos dez agentes, quatro - dois homens e duas mulheres - já tinham sido afastados na deflagração da operação. 

 

Todos os suspeitos aguardam a tramitação do processo em liberdade. Eles responderão pelos crimes de peculato, prevaricação, favorecimento real e associação criminosa. Se condenados, podem pegar uma pena de até 17 anos. 

 

Fonte: G1