Jungmann levanta suspeita de que armas em presídios são fruto de 'acordo' entre estados e detentos

 Ministro da Defesa apresentou balanço de ações da pasta no ano. Segundo ele, varreduras encontraram uma média de uma arma para cada dois presos nas penitenciárias

oc2912O ministro da Defesa, Raul Jungmann, levantou a suspeita nesta quinta-feira (28) de que o alto número de armamentos encontrados com detentos em presídios brasileiros são fruto de “algum tipo de acordo” entre os estados e os presos. 

Em balanço apresentado nesta quinta, o Ministério da Defesa informou que a Operação Varredura, realizada pelas Forças Armadas, encontrou 10.882 armas e objetos perfurantes em 31 presídios brasileiros vistoriados neste ano. Em média, havia aproximadamente uma arma para cada dois detentos. 

“Como isso foi parar aí dentro? Dentro do sistema prisional. A gente chega a pensar se não existe, enfim, algum tipo de leniência, algum tipo de acordo entre sistema prisional e os estados e aqueles que estão presos ali dentro”, afirmou o ministro. 

“Parece haver uma espécie de acordo tácito. ‘Não aperta a gente aqui que a gente não cria problema lá’ ”, continuou Jungmann. 

Durante a mesma entrevista, o ministro voltou a tratar do assunto e ponderou que não estava se referindo diretamente aos governadores, mas ao sistema penitenciário dos estados. 

“Se eu falo 'estado', estaria falando do governador, seria uma leviandade”, disse. Ele ressaltou que a avaliação é um “inferência” pessoal, e não uma informação fornecida por serviço de inteligência. 

Esta não é a primeira vez que um ministro do governo Temer põe em dúvida a atuação de agentes públicos da segurança. Em outubro, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, se envolveu em uma polêmica ao afirmar que o governo estadual do Rio de Janeiro não controla a polícia militar e que o comando da corporação está associado ao crime organizado. 

 

Fonte: G1