Justiça afasta delegado de Polícia por não denunciar regalias a presos

oc1602Atendendo pedido do Ministério Público do Paraná, em denúncia oferecida à Justiça nesta sexta-feira (9), a Vara Criminal de Cidade Gaúcha, no Noroeste do estado, determinou o imediato afastamento, por prazo indeterminado, do delegado de polícia do município. Além do delegado, foram denunciados pela Promotoria de Justiça da Comarca outros três investigadores da Polícia Civil, a partir de apuração que ocorre no âmbito da Operação Regalia, deflagrada em 2 de fevereiro, quando houve a prisão de dois investigadores pelo Núcleo de Maringá do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Os denunciados são acusados pela prática reiterada de crimes de corrupção passiva majorada. De acordo com o MPPR, eram concedidas pelos agentes públicos regalias a presos mediante solicitação e recebimento de propinas. Entre as ocorrências, verificou-se que os policiais levavam detentos de viatura a estabelecimentos comerciais (inclusive fora da cidade). Além disso, um dos denunciados retirava com frequência um preso da cela e permitia que o detento se encontrasse com parentes, nos fundos da unidade policial e sem qualquer fiscalização.

O delegado de polícia foi acusado por seguidos crimes de prevaricação, uma vez que, de acordo com as investigações, ele tinha conhecimento dos fatos e não tomou as devidas providências, deixando de prender e investigar os subordinados ou mesmo de comunicar à Corregedoria da Polícia Civil ou ao Ministério Público. Por essa razão, foi requerido e determinado pela Justiça seu afastamento do cargo.

Um outro investigador de polícia foi denunciado pelo crime de coação no curso do processo, sujeito à pena de um a quatro anos de prisão. Isso porque, durante as apurações, o MPPR verificou que o policial procurou uma testemunha (ex-detenta) e ameaçou-a, coagindo-a negar o que sabia por ocasião de seu depoimento no Ministério Público. Sobre esse fato, a Promotoria de Justiça de Cidade Gaúcha teve acesso a uma gravação ambiental na qual se pode ouvir a própria testemunha relatar o ocorrido.

A investigação realizada pela Promotoria de Justiça de Cidade Gaúcha contou com o apoio operacional do Núcleo de Maringá do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Fonte: massaNEWS