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Escutas revelam como quadrilha de PMs fraudava ocorrências em UPPs

majorLigações telefônicas interceptadas com autorização da Justiça revelam como uma quadrilha formada por dez PMs usava armas e drogas apreendidas para forjar ocorrências nas UPPs do Caju, na Zona Norte, e Fallet/Fogueteiro, no Centro do Rio. Num dos áudios, obtido com exclusividade pelo EXTRA, o ex-comandante das duas unidades, major Alexandre Frugoni, autoriza um policial a fraudar uma ocorrência ao apresentá-la na delegacia.

“Você pode ficar tranquilo que eu vou ‘enfeitar o pavão’, valeu?”, pergunta o sargento André Luiz dos Santos Guedes.

“Isso, isso! Aquela parada!”, autoriza o major.

Segundo a denúncia do Ministério Público, “enfeitar o pavão” é “fraudar a ocorrência, introduzindo material probatório estranho a ela”. Nesta quarta-feira, a Justiça decretou a prisão de Frugoni e outros nove agentes acusados de integrar o grupo criminoso. O grupo trabalhou nas duas UPPs entre 2016 e 2017, sob o comando do major.

Em outras escutas citadas pela denúncia, agentes da UPP afirmam que “roubaram cargas”.

“Entramos e roubamos a carga deles só e mais nada... Pelo menos Frugoni riu, tá bom. Quando ele chora é que é o problema”, afirma o sargento André Luiz dos Santos Guedes numa das ligações.

“Roubei a carga deles de novo hoje. Num aguento mais isso”, diz o mesmo agente em outra ocasião, em setembro do ano passado. De acordo com o MP, as escutas mostram que Frugoni, “não apenas tinha conhecimento do que ocorria, como incentivava, possibilitava e liderava a empreitada criminosa”.

 

Num dos áudios, o major sugere que um de seus subordinados omita uma ocorrência com troca de tiros. Na ocasião, o tenente Iago Ariel Cabral Calheiros sofreu uma tentativa de assalto perto de casa e reagiu. Só que a arma que ele estava portando era da PM e não poderia ser usada fora de serviço.

“Se você quiser, a gente faz o seguinte. (...) A gente não informa ninguém pra cima. (...) Morre aqui”, afirma o major. Segundo a investigação, a munição usada para repor os projéteis disparados foi a desviada de outras ocorrências.

Em outubro do ano passado, em meio às investigações, a Corregedoria encontrou armas frias e drogas na base da UPP Caju. Na casa de Frugoni, agentes também acharam uma pistola irregular. Escutas revelam que um parente do oficial tentou esconder a arma.

“A arma eu consegui esconder lá em cima. (...) Tá lá em cima. Lá no terraço”, afirmou um parente a Frugoni às 7h19 do dia 11 de outubro, em meio à operação.

Quase 40 minutos depois, o parente volta a ligar para Frugoni para informar que “eles acharam” a arma. Nesse mesmo dia, dentro do gabinete do major na base da UPP foram encontrados uma pistola Glock com a numeração raspada e quatro carregadores, outros nove carregadores de fuzil, bombas de gás, 261 munições de pistola calibre 40, 56 de 9mm, além de 1.110 munições de fuzil.

Os agentes que tiveram a prisão decretada além do major Alexandre Frugoni são o tenente Iago Ariel Cabral Calheiros, os sargentos Alexandre da Silva Lino e André Luiz dos Santos Guedes, o cabo Antonio Ariosan Costa Araújo e os soldados Marcelo de Oliveira Sinflório, Victor Félix Rosa da Silva, Leandro dos Reis Lemos, André Miraglia Moura e Igor da Costa Pereira Drumond.

Fonte: https://extra.globo.com

 

 

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