Agentes prisionais teriam se passado por reféns durante massacre em Altamira, diz Polícia

 Diego Leonel Baia e William Costa da Silva são suspeitos de facilitar a ação dos detentos envolvidos no massacre. Ambos foram presos nesta terça-feira, 3.

Polícia prende agentes penitenciários que teriam envolvimento com massacre em Altamira Polícia prende agentes penitenciários que teriam envolvimento com massacre em Altamira

Os agentes penitenciários, Diego Leonel Baia e William Costa da Silva, presos nesta terça-feira (3), teriam se passado por reféns, segundo a Polícia do Pará, durante o massacre que deixou 58 mortos no Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT), no sudeste do estado.

Os dois são suspeitos de facilitar a ação dos detentos envolvidos na rebelião, ignorando protocolos de segurança, segundo a Polícia. De acordo com as investigações, ambos teriam negociado com os presos responsáveis pelas mortes.

Os dois foram presos pela manhã na Operação Eclusa, que ocorre 35 dias após a rebelião, e foram apresentados na Delegacia-Geral de Polícia, em Belém. Em seguida, ambos devem ser transferidos para o Centro de Reclusão Coronel Anastácio das Neves, em Santa Izabel do Pará, região metropolitana.

Segundo as investigações, os agentes facilitaram a rebelião ao cometerem erros procedimentais, assumindo assim o risco das ocorrências do motim e em consequência das mortes.

Na operação, foram apreendidos aparelhos de celulares que serão periciados. O inquérito segue para apurar se houve a participação ou facilitação de mais pessoas no caso, e também, se houve dolo na ação dos agentes.

De acordo com a Polícia Civil, a Operação Eclusa é a segunda fase das investigações sobre a rebelião ocorrida na casa penal. No primeiro inquérito, foram apuradas as condutas dos internos rebelados, sendo finalizado com o indiciamento de 84 presos que estiveram ligados à organização criminosa que liderou o motim, no dia 29 de julho.

Ainda segundo a polícia, inicialmente houve a prisão em flagrante de 15 internos que foram identificados, logo após a rebelião, sendo os líderes e executores diretos. No decorrer das investigações foram identificados os demais autores dos crimes e os integrantes da organização criminosa responsável pelas mortes.

Um confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos no dia 29 de julho. Líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram a cela onde estavam internos do Comando Vermelho (CV). De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados.

No dia seguinte, um corpo foi encontrado carbonizado nos escombros do prédio. Na quarta-feira (31), mais quatro presos foram estrangulados durante a transferência em um caminhão-cela, totalizando 62 as vítimas do massacre. 

Fonte: G1