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Antes de ser morto em motel, criminoso acusou PMs de corrupção e traiu traficantes e milicianos

  Léo do Aço delatou policiais do Bope a quem pagava propina e traiu tanto a facção mais perigosa do Rio quanto o principal grupo paramilitar 

Polícia ainda não sabe quem matou Léo do Aço Foto: Reprodução Em menos de quatro anos, Leonardo Barbosa da Silva, o Léo do Aço, delatou policiais do Bope a quem pagava propina e traiu tanto a maior facção do tráfico quanto o principal grupo de milicianos do Rio. Em agosto do ano passado, Silva foi executado com uma série de tiros de fuzil na porta do Motel Palazzo, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O inquérito aberto pela Delegacia de Homicídios (DH) para investigar o assassinato ainda está longe de uma solução e tem um longo rol de suspeitos.

Até meados de 2017, Léo do Aço era gerente do tráfico das favelas do Rola e Antares, em Santa Cruz, também na Zona Oeste. Na ocasião, uma operação do Ministério Público na Penitenciária Bandeira Stampa, dentro do Complexo de Gericinó, revelou a primeira de uma série de traições do criminoso. Num celular apreendido numa das celas do presídio, ocupado apenas por milicianos, o MP encontrou uma troca de mensagens entre um integrante do maior grupo paramilitar do Rio e Léo do Aço.

A saída do tráfico se consolidou no ano seguinte, quando a milícia invadiu as favelas do Rola e de Antares. À época, quem optou por largar o tráfico e aceitar trabalhar para a milícia teve a vida poupada: Leonardo foi um desses.

O período do criminoso na milícia durou menos de um ano. A DH já sabe que, antes de ser morto, Léo do Aço não integrava mais a quadrilha de paramilitares. De acordo com a polícia, ele deixou Santa Cruz com vários fuzis e entregou ao tráfico da Vila Kennedy em troca de abrigo. No entanto, com medo de ser morto, o criminoso passou a viver entre a favela da Zona Oeste e um esconderijo na Baixada Fluminense. O responsável pelo transporte de Léo do Aço, que trabalhava como um motorista particular, era Gabriel Rodrigues, dono do carro onde o traficante estava quando foi morto. Desde o dia do crime, o rapaz está desaparecido.

Léo do Aço foi morto a tiros em saída de motel Foto: Letícia Gasparini

‘PM falava comigo todo dia’

Em 2015, Léo do Aço foi preso pela Polícia Federal numa casa na Baixada Fluminense com quatro fuzis. Logo após sua prisão, ele foi convocado pela defesa de policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para prestar depoimento num processo em que cinco agentes respondiam por corrupção. A estratégia dos advogados tinha como objetivo que o bandido desmentisse a acusação, dizendo que nunca recebeu dinheiro dos agentes. No entanto, em seu relato, Léo do Aço confessou que fazia pagamentos semanais de R$ 70 mil aos agentes em troca de informações sobre ações do batalhão.

— Ele (o PM) falava diariamente comigo. Eu que ordenei ele a dar bom dia e boa noite, pedir desculpa quando o comboio fosse para algum lugar que não fosse aquele local certo. Haveria o respeito de poder pedir desculpa. Tanto da nossa parte quanto da parte dele — disse o bandido. Ao final do relato, Léo apontou o soldado para quem ele entregava o dinheiro “na mão”. O depoimento de Barbosa culminou na condenação dos PMs, em 2017, a penas que vão de 29 a 80 anos de prisão.

Foragido

Quando foi morto, Léo do Aço era considerado foragido. Em março do ano passado, ele deixou a cadeia para trabalhar e não retornou. O traficante alegou à Vara de Execuções Penais do Rio (VEP) ter conseguido emprego numa empresa de transporte e solicitou autorização para deixar o presídio durante o dia. A VEP permitiu a saída no dia 19 de março. Dez dias depois, Léo do Aço deixou o Instituto Penal Francisco Spargoli Rocha, em Niterói, e não retornou mais.

A polícia ainda não sabe a identificação nem o paradeiro da mulher que saía do motel com Léo do Aço no momento do ataque. O casal havia saído da Vila Kennedy em direção ao estabelecimento e permaneceu apenas 20 minutos no local. O dono do carro ficou na favela e não acompanhou o traficante e a mulher. Segundo funcionários do motel, o casal não aparentava pressa ao deixar o estabelecimento.

Fonte: O GLOBO

 

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