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Sargento da Aeronáutica que envenenou café de colegas nas Olimpíadas Rio/16 é condenado a 15 anos de prisão

 O sargento da Aeronáutica Roberto Ortega de Medeiros foi condenado a 15 anos e 2 meses de reclusão em regime fechado por envenenar o café e a comida de colegas de trabalho da Divisão de Operações Correntes do Centro de Operações Militares entre 4 de agosto de 2016 e 4 de abril de 2017. Parte dos fatos ocorreram durante a realização dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. O julgamento começou às 14h20 da segunda, 16, e durou mais de oito horas. A decisão foi unânime.

A 1.ª Procuradoria da Justiça Militar de Brasília apresentou a denúncia em 3 de abril de 2018. A peça descreve como Ortega teria ‘pulverizado, sorrateiramente, substância químicas de uso controlado na água potável utilizada para fazer café na máquina de uso comunitário da Divisão e ano alimento e bebida particular de determinados colegas’.

A promotora Militar Angela Montenegro Taveira destacou. “Aqueles que foram mais fortemente envenenados, apresentaram sintomas de tontura, náusea, labirintite, sonolência incontrolável e perda de consciência súbita, durante o expediente e fora dele.”

Ortega ainda teria praticado o crime de lesão corporal quatro vezes no período dos fatos, três delas consumadas e uma tentada.

Em tempos de paz, a principal função da Divisão na qual o sargento trabalhava é defender o espaço aéreo nas fronteiras secas brasileiras contra invasões de aeronaves a serviço de narcotraficantes. Em outras ocasiões, a Divisão também delimita o espaço aéreo trafegável em especiais ocasiões e nos períodos de eventos internacionais como os Jogos Olímpicos de 2016.

Parte dos atos ocorreram durante a realização das Olimpíadas no Rio, em 2016. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Ortega foi pego após o soldado Isael João do Nascimento desconfiar de seu comportamento. No dia 4 de abril, ele foi aconselhado pelo sargento a preparar o café na sala de estar da Divisão.

“Temeroso de ser novamente ‘dopado’ como ocorrera durante o período dos Jogos Olímpicos, resolveu acionar o dispositivo de vídeo do seu aparelho de telefonia celular e deixá-lo em posição capaz de filmar a sua console de trabalho”, relatou a promotora.

Ela continua. “Com efeito, no intervalo de tempo em que se retirou da console de trabalho (mais ou menos cinco minutos) a câmera de vídeo do aparelho celular captou imagens do Denunciado no momento em que se aproximou da console, abriu a garrafa que continha o chá, pulverizou uma substância em pó no seu interior, em seguida fez movimentos circulares com a garrafa para que o pó se misturasse ao líquido e a fechou; olhou para os lados, como para certificar-se de que ninguém o observava, chacoalhou novamente a garrafa e a deixou no local onde a encontrara.”

Ele mostrou o vídeo para o chefe da Divisão, coronel Pontes, e entregou-lhe a garrafa térmica. Ortega foi preso em flagrante.

Envenenamento

A Divisão de Inteligência da Aeronáutica passou a vigiar Ortega a partir de 4 de agosto e notou que as vítimas do envenenamento sempre cumpriam escala de serviço no mesmo turno que ele.

Em 4 de agosto, os soldados Nicolau Luis Chaves e João Baptista de Mendonça foram as vítimas do sargento, como descreveu a promotora Taveira. “As vítimas trouxeram os alimentos de suas casas e os acondicionaram na geladeira da sala de estar da Divisão, por sugestão do denunciado, que as ‘temperou’ com a mesma substância química que posteriormente identificada na água da máquina de café comunitária.”

Foto: Reprodução

Chaves e Mendonça foram internado no Hospital das Forças Armadas com quadro semelhante ao de Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Chaves ainda teria tentado voltar para casa, furou o pneu do carro ao bater na guia e quase colidiu com outro automóvel.

Perícia do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal revelou que o sargento Ortega envenenava os colegas com Clonazepam, um benzodiazepínico utilizado como ansiolítico. Ele tem efeito de substância psicotrópica e pode causar dependência física ou psíquica.

Em outra ocasião, ele também utilizou Cloridrato de Ciclobenzaprina, um relaxante muscular que pode causar sonolência, secura na boca e vertigem.

Foto: Reprodução

COM A PALAVRA, A DEFESA

A reportagem busca contato com a defesa do sargento. O espaço fica aberto para manifestação.

Durante o inquérito, Ortega confirmou que fosse ele no vídeo. No entanto, afirmou que faria uso próprio da substância. “Segundo contou, na ocasião fazia uso de ‘Cloridrato de Paroxetina’, droga utilizada para o tratamento de depressão e transtornos de ansiedade, sendo esta a substância que introduzira na garrafa térmica contendo o chá”, relatou a promotora.

Esta versão, no entanto, foi contestada pelo resultado final da perícia.

Fonte: ESTADAO.COM.BR

 

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