WhatsApp Image 2021 12 08 at 13.52.38

PM investiga 32 policiais por declarações feitas após tentativa de mega-assalto em Guarapuava

Batalhão da PM, em Guarapuava — Foto: PMPR Inquérito apura comentários sobre superiores hierárquicos feitos no WhatsApp. Comando disse que objetivo é esclarecer eventual materialidade de crime. Associação dos Praças disse que auxiliará policiais juridicamente.

A Polícia Militar do Paraná (PM-PR) abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar declarações de pelo menos 32 policiais do 16º do Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Guarapuava, na região central do estado.

g1 teve acesso com exclusividade ao documento de intimação do inquérito, instaurado a partir de denúncia do 4º Comando Regional de Polícia Militar (CRPM).

À reportagem, a PM disse que o objetivo do processo legal é esclarecer eventuais autorias e materialidade de crime. Ressaltou, também, que investigações como essa "ao mundo civil podem parecer absurdas, no entanto, ao Militar Estadual estão devidamente previstas na legislação peculiar".

A Associação dos Praças Unidos avaliou como exagerada a abertura do procedimento. Leia mais abaixo.

O ofício

Um ofício enviado ao comando do 16º BPM pediu que o batalhão comunique aos policiais a abertura do procedimento interno. A unidade responde hierarquicamente ao 4º CRPM.

De acordo com o documento, despachado eletronicamente em 29 de junho, o grupo de policiais é investigado por comentários realizados após a tentativa de mega-assalto realizada a uma empresa de valores de Guarapuava por um grupo criminoso, em abril deste ano.

“[...] os quais noticiam comentários realizados por policiais militares de forma desrespeitosa a superiores hierárquicos e outras autoridades, ambas situações decorrentes do ataque criminoso realizado ao 16º BPM e a empresa de valores “PROTEGE”, que culminou na morte do 3º Sgt. Ricieri Chagas”, diz trecho do documentação de citação.

O documento não detalha quais declarações foram feitas pelos policiais, mas diz que foram registradas em um grupo de WhatsApp. Na época da tentativa de assalto, o batalhão da polícia foi atacado, resultando na morte do cabo Ricieri Chagas (relembre no vídeo abaixo).

Familiares e amigos se despedem de Cabo Ricieri Chagas

O inquérito apura crimes previstos nos artigos 160, 298, 299 e 300 do Código Penal Militar, relacionados principalmente à prática de desrespeito a superior e desacato.

Em resposta ao ofício, a qual o g1 também teve acesso, o comando do 16º BPM confirma estar ciente do indiciamento. O ofício de confirmação foi assinado eletronicamente em 4 de julho.

O que diz a PM

O comando da Polícia Militar confirmou que IPM em questão foi instaurado pelo Comandante do 4º Comando Regional de Polícia Militar, "motivado por comentários desairosos e desrespeitosos". Ressaltou, também, que objetiva "esclarecer eventuais autorias e materialidade de crime".

"Ressaltamos derradeiramente que, ações, comportamentos, posturas e atitudes como as que ensejaram a instauração deste IPM, ao mundo civil podem parecer absurdas, no entanto, ao Militar Estadual estão devidamente previstas na legislação peculiar".

Ainda segundo a PM, após a conclusão do procedimento, um representante do Ministério Público atuante nesta Vara Especializada, mediante análise, decidirá sobre o oferecimento ou não de denúncia ao juízo competente. 

Praças contestam

A Associação dos Praças Unidos do Paraná avaliou como exagerada a abertura de inquérito contra os policiais por declarações que consideram ter sido feitas em momento de “extrema dor”.

Segundo o Cabo Carlos Souza, um dos fundadores da associação, a entidade está a par da situação e oferecendo assessoria jurídica para os policiais intimados.

“Já estamos dando apoio na esfera jurídica e apoio também na esfera política. Tem que levar em consideração o nervosismo, a emoção, tudo que o policial estava sentido na hora de perder um companheiro... são vários os fatores. Temos que olhar pra eles como heróis, e não como bandidos”.

A organização não detalhou quais declarações motivaram o inquérito. Na avaliação do cabo, uma reunião com os envolvidos também poderia ter contornado a situação.

“Talvez uma reunião para futuras questões que acontecessem igual a essa, eles já não teriam essa atitude. Seria o mais ideal [...] Desde o assalto, os praças de Guarapuava estão muito abalados”.

Fonte: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2022/07/06/pm-abre-inquerito-contra-32-policiais-por-declaracoes-feitas-apos-tentativa-de-mega-assalto-em-guarapuava.ghtml

Comentar

vetenuo

bannerdisponivel

bannerdisponivel

bannerdisponivel

bannerdisponivel

Impakto nas Redes Sociais

                                  Saiba os benefícios de usar o LinkedIn para a sua vida profissional - IFS -  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe 

blogimpakto  acervo       jornalismoinvestigativo      Capa do livro: Prova e o Ônus da Prova - No Direito Processual Constitucional Civil, no Direito do Consumidor, na Responsabilidade Médica, no Direito Empresarial e Direitos Reflexos, com apoio da Análise Econômica do Direito (AED) - 3ª Edição - Revista, Atualizada e Ampliada, João Carlos Adalberto Zolandeck   observadh

procurados

Desenvolvido por: ClauBarros Web