Justiça manda prender condenada por matar menino em magia negra

Crime aconteceu em 1992 na cidade de Guaratuba, no litoral Paraná. Beatriz Cordeiro Abagge foi condenada a 21 anos e 4 meses de prisão.

evandroA 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba determinou a prisão de Beatriz Cordeiro Abagge, que foi condenada, em maio de 2011, a 21 anos e 4 meses de reclusão pela morte de um menino de seis anos em um ritual de magia negra. O crime aconteceu em Guaratuba, no litoral do Paraná, em 1992.
A decisão foi baseada em entendimento recente do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso e foi divulgada nesta quarta-feira (13) pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR).
O mandado ainda não foi cumprido porque a ré não foi localizada. De acordo com o MP-PR, ela é considerada foragida.
Depois de o STF reconhecer que a execução da pena de prisão pode ser cumprida após decisão de segundo grau e que isso não ofende o princípio constitucional da presunção da inocência, o MP-PR determinou o cumprimento imediato da decisão condenatória. Assim sendo, o mandado de prisão de Beatriz Cordeiro Abagge foi expedido.
O G1 tenta contato com a defesa Beatriz Cordeiro Abage.
'As bruxas de Guaratuba'
O caso ficou conhecido como "As bruxas de Guaratuba".
Evandro Ramos Caetano, de seis anos, desapareceu em abril de 1992 quando ia para a escola. O corpo dele foi encontrado cinco dias depois "com lesões semelhantes às percebidas em sacrifícios de animais, como amputação de membros e retirada do coração", como afirmou o promotor de Justiça do Tribunal de Júri de Curitiba, Paulo Sérgio Markowisz de Lima.
No primeiro julgamento, em 1998, Beatriz e a mãe, Celina, haviam sido absolvidas. Dois pais-de-santo e um ajudante foram condenados pelo crime em 2004. No entanto, o Ministério Público recorreu da decisão e conseguiu, através do Supremo Tribunal Federal (STF), um novo julgamento. Porém, apenas Beatriz foi julgada novamente. Para a mãe, Celina, o crime prescreveu porque ela já tinha 70 anos.
"Sou inocente e vou continuar gritando minha inocência", afirmou Abagge na saída do Tribunal. Ela foi condenada por quatro votos contra três do júri popular.

Fonte: G1