Empresário morto por PRF voltava de balada e foi atingido por quatro tiros

Briga no trânsito foi hoje de manhã, na Avenida Ernesto Geisel

empresariomortoO empresário Adriano Correia, 33 anos, morto por um policial rodoviário federal após briga de trânsito na manhã deste sábado, no Centro de Campo Grande, foi atingido por quatro disparos segundo a perícia. Ele sofreu duas perfurações no tórax, uma na costela e outra no braço direito. O crime aconteceu enquanto vítima e dois familiares retornavam de uma casa noturna onde foram comemorar aniversário. Vídeo feito por testemunhas mostra o desespero dos feridos. Assista abaixo.
Informações da Polícia Civil apontam que o PRF, ainda não identificado, teria disparado pelo menos sete vezes. O caso ocorreu na Avenida Presidente Ernesto Geisel, entre a Rua 26 de Agosto e a Avenida Fernando Corrêa da Costa, quase em frente à Capela da Pax Mundial. No cruzamento da 26 com a Ernesto Geisel, peritos apreenderam sete cápsulas de pistola, e mais uma perto do veículo da vítima. No entanto, o delegado plantonista da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) do Centro, Enilton Pires Zalla, afirma que o autor puxou o gatilho sete vezes.
Adriano é proprietário do Madalena Restaurante e de uma unidade do Sushi Express. Ele estava na casa noturna com dois homens da família antes de ser morto. De acordo com testemunhas, por volta das 5h50, ele e os acompanhantes seguiam em uma caminhonete Toyota Hilux pela Ernesto Geisel, quando perto do cruzamento com a Avenida Afonso Pena supostamente teriam fechado a Mitsubishi Pajero ocupada pelo PRF. Este, por sua vez, estaria indo para o trabalho, descaracterizado, e não gostou da situação. Por isso, perseguiu Adriano e os demais para tirar satisfações.
Após passar pela Afonso Pena, os veículos pararam e todos desceram para discutir. Um mototaxista que teria flagrado a ação desde o início disse que a vítima pediu desculpas e falou que, caso fosse preciso, poderiam acionar a polícia de trânsito. O PRF, aparentemente alterado, não se identificou em momento algum como autoridade, sacou a arma e passou a ameaçá-los, razão pela qual todos voltaram para a caminhonete e fugiram. O autor foi atrás e atirou pelo menos sete vezes, perto do cruzamento da 26 com a Ernesto Geisel.
Adriano foi atingido, perdeu o controle da direção e quase em frente à Capela da Pax bateu violentamente em um poste. 
Testemunhas que acompanhavam velório na Capela afirmaram terem ouvido o som do disparo e, ao verificar o ocorrido, viram um homem caído fora da Hilux e o PRF chegando logo em seguida em sua Pajero, com a arma em punho. “As outras pessoas estavam gritando e ele desceu armado para atirar, ia matar todo mundo, mas daí ele viu esse monte de gente que saiu do velório, se assustou e guardou a arma”, afirmou uma mulher que presenciou o desfecho dos fatos, mas que preferiu não ser identificada.
Os dois homens, que seriam muito provavelmente parentes de Adriano, foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros e levados para a Santa Casa. Um deles foi atingido na perna e o outro teria quebrado o braço em razão da batida. O corpo do motorista ficou no local até a chegada da perícia. Após os tiros, o PRF telefonou para colegas e advogado e foi embora, deixando a Pajero estacionada. Vídeo feito por testemunhas mostram o desespero de uma das vítimas gritando que o PRF matou “seu filho sem motivo” e também implorando para que policiais militares prendessem o autor.
FONTE: CORREIO DO ESTADO / http://www.blogdoalexandreguerreiro.com/