Acusação diz que policial militar foi atacado por colega de farda e que morte é “intolerável”

  O advogado Claudio Dalledone, que representa a família do policial militar Lecio Tadeu dos Santos e deve atuar como assistente de acusação no caso, criticou o soldado Elias Postanovski pela morte ocorrida no início de fevereiro, em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba. Em entrevista à Banda B, Dalledone definiu o caso como “intolerável” e rebateu a alegação de legítima defesa no caso.

“É um fato intolerável. Nós não temos notícia de uma ocorrência desta natureza, onde em serviço um policial atira contra o outro. Eles [Santos e Postanovski] tinham a confiança da comunidade e da corporação para que um proteja o outro”, disse o advogado.

Lecio Tadeu dos Santos, de 42 anos, foi atingido por um tiro no rosto e morreu na hora. O policial que atirou, Elias Postanovski, de 31, foi preso em flagrante. Segundo informações da polícia, Elias e Tadeu começaram a discutir dentro de uma viatura da PM, resultando na morte. Tudo foi flagrado por uma câmera de segurança. Para a polícia, a versão oficial apontava que a briga começou quando Elias questionou a forma como Tadeu dirigia.

Durante a semana, a defesa de Postanovski chegou a levantar a possibilidade de legítima defesa, que é criticado por Dalledone. “O nosso ordenamento não faz nenhuma previsão de legitima defesa da legitima defesa. Quem desceu do carro atacando, por duas vezes, foi o soldado que atirou. Ele toma um revide e, então, responde com um disparo”, afirma.

Antecedentes Criminais

Outro ponto apontado pela família de Santos é a comparação de antecedentes criminais entre os policias. Segundo o advogado Claudio Dalledone, isso evidencia a diferença de conduta entre vítima e atirador. “Enquanto o que pereceu [Santos] tem uma ficha com menções elogiosas, o outro [Postanovski] tem uma condenação por agredir e apontar arma para um frentista em um posto de gasolina. Seguramente vamos postular por uma medida de justiça e o que se impõe é a condenação do soldado que ceifou uma vida de maneira despropositada”, concluiu.

Outro lado

A Banda B também procurou o advogado responsável pela defesa de Dival Carvalho Gomes. Segundo o defensor, ele ainda não teve acesso a ficha criminal do cliente e irá aguardar a conclusão do inquérito policial.

Polícia Militar

A PM também enviou nota sobre o caso. Confira na íntegra:

Diante dos questionamentos deste veículo, o 17º Batalhão da Polícia Militar esclarece que foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para apuração das circunstâncias que envolvem o fato. Neste procedimento estão sendo ouvidas testemunhas e serão avaliadas as perícias. O policial militar preso no local dos fatos continua detido e à disposição da Justiça Militar Estadual.

Além do acima exposto, a unidade se reserva ao direito de não revelar outras informações e nem opinar sobre o fato para não influenciar a apuração, não criar hipóteses e também para que não haja algum juízo prévio da situação. O policial em questão, conforme prevê a lei, tem direito á ampla defesa e ao contraditório.

O Batalhão informa aindas que as famílias de ambos os policiais envolvidos estão recebendo atendimento psicológico e apoio das equipes de Assistência Social da Polícia Militar do Paraná.

Fonte: bandab.com.br