Esquema de transporte tinha participação de agente federal
A Polícia Federal desarticulou nesta terça-feira, 27, uma quadrilha especializada em contrabandear ouro extraído ilegalmente em garimpos na região norte do país.
Ouro e jóias eram enviados do Brasil para a Itália com a ajuda de um policial federal envolvido no esquema.
A estimativa da PF é que a quadrilha, que atuava desde 2017, transportou nos primeiros dois anos de operação cerca de uma tonelada de ouro para o país europeu.
As investigações começaram depois da prisão do policial, que atravessava a carga da área pública do aeroporto do Galeão até a parte restrita.
Durante o inquérito, que tem mais de dois anos, a PF conseguiu apreender 17,7 quilos de barras de ouro e joias avaliadas em mais de um milhão de dólares.
No esquema, mulas eram responsáveis por transportar o material entre países. A organização também trazia ilegalmente joias da Ásia e Estados Unidos para o Brasil.
Nesta terça estão sendo cumpridos pelo menos quatro mandados de prisão e 21 de busca e apreensão em oito cidades do Rio, São Paulo e Minas Gerais. Às 11h10, três alvos já tinham sido localizados e presos.
As investigações tiveram apoio da Receita Federal. Os envolvidos poderão ser enquadrados nos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contrabando e receptação qualificada.
Os integrantes da quadrilha também poderão responder por usurpação de bens da União, já que se tratava de ouro retirado de áreas não concedidas para a exploração da iniciativa privada. Pela lei brasileira, os recursos naturais sob a terra são de propriedade do governo federal e só podem ser explorados com autorizações específicas.
Fonte: https://veja.abril.com.br