Polícia apreende 250 kg de drogas que seriam de investigador

Cocaína estava em depósito em São Bernardo, no ABC.
Policial do Denarc foi preso, mas, segundo seu advogado, ele nega o crime.

250kgdrogasA polícia apreendeu 250 kg de cocaína, armas e munição em um depósito em São Bernardo do Campo, no ABC, informou o SPTV. Segundo o Ministério Público (MP), tudo pertencia ao investigador Bruno Luiz Soares Figueiredo, que há dois anos trabalha no Denarc, o departamento que combate o tráfico de drogas.

O policial civil e a mulher dele, Vanilda Candido Machado, foram presosna noite de terça-feira (18) quando se preparavam para fugir. Segundo os promotores, o policial passava informações e desviava drogas para traficantes. O advogado Jonas Marzagão, que defende o policial, disse à produção do SPTV que seu cliente nega ter praticado qualquer crime.

As prisões ocorreram no início da Operação Tormenta, uma força tarefa formada por promotores e policiais da Corregedoria da Polícia Civil. Os agentes foram às ruas para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão na capital, na Grande São Paulo e no interior.

No total, 11 pessoas foram presas. EmPaulíniahouve troca de tiros e dois suspeitos morreram. As investigações revelaram que os detidos fazem parte de uma facção criminosa que age em todo o estado. E que tinham ligação com o investigador do Denarc.

A força tarefa também cumpriu um mandado de busca e apreensão na sede do Denarc, no Bom Retiro. Os promotores ficaram quase duas horas no local, vasculhando a mesa de trabalho do investigador. Eles recolheram documentos que vão ser analisados.

Segundo as investigações, Figueiro e a mulher seriam donos de parte das 3 toneladas de maconha apreendidas em agosto, com três cabos do Exército que transportavam a droga em um caminhão das Forças Armadas. O casal também teria avisado os traficantes sobre a operação que apreendeu drogas e armas no Cine Marrocos e na Cracolãndia, no Centro da capital, também em agosto.

Os promotores disseram que Operação Tormenta estava marcada para sexta (21), mas foi antecipada justamente porque a informação sigilosa vazou mais uma vez.

“Pelo que a gente percebeu, houve um vazamento da operação. Tanto que os alvos, o policial civil e a companheira dele que eram os cabeças dessa organização paralela, estavam fugindo já”, disse o promotor Jandir Moura Torres Neto, do Gaeco. “Ele estava com o passaporte, que não é um documento de uso diário. Então isso indica que ele podia estar tentando uma viagem internacional.”

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Corregedoria da Polícia Civil apoiou os promotores durante a prisão do investigador. O suspeito foi levado para o presídio especial da Polícia Civil, no bairro do Carandiru, na Zona Norte.

Fonte: http://g1.globo.com/