WhatsApp Image 2021 12 08 at 13.52.38

Juiz acusado de vender sentenças tem bens bloqueados

Ação civil pública envolve Luiz Carlos Boer, que era titular da comarca de Porecatu, outras nove pessoas e duas empresas da cidade

coordgeopatriaSegundo o promotor e coordenador do Gepatria, Renato de Lima Castro, juiz afastado levava pessoalmente ações a advogado para ver se eram compatíveis com os interesses da empresa.

Em decisão proferida nessa sexta-feira (16), o juiz da Vara da Fazenda Pública de Porecatu, Márcio Trindade Dantas, decretou o bloqueio de bens e manteve o afastamento do colega Luiz Carlos Boer, que era o titular da comarca até ser afastado, em 7 de outubro, e está sob investigação da Corregedoria do Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná por graves irregularidades, como a suposta comercialização de sentenças. Dantas atendeu pedidos do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) formulado em ação civil pública ajuizada no último dia 12, na qual outras nove pessoas e duas empresas – a Usina Central do Paraná e Cooperativa Agropecuária Cofercatu – também são acusadas. 

Entre os requeridos estão o advogado Valdir dos Santos, que era assessor de Boer e, nesta função, atuaria diretamente em processos de interesse de seu escritório particular de advocacia; e o assessor Osvaldo Pessoa Cavalcanti e Silva e outros duas pessoas da família de Silva, que eram sócios de escritório de advocacia e tinham uma espécie de sociedade de fato com o juiz; além disso, Osvaldo e Isabella Cavalcanti e Silva seriam juízes leigos e teriam atuado nos próprios processos em que seu escritório patrocinava. 

Também estão no polo passivo os prefeitos Sílvio Damaceno (Prado Ferreira) e Walter Tenan (Porecatu); e dos ex-prefeitos Dirceu da Silva Alves (Prado Ferreira); Onício de Souza (Florestópolis); e João Marcos Ferrer (Miraselva). Os quatro últimos, a mando de Boer, teriam, em 2012, pagado com dinheiro público a festa de inauguração do fórum da comarca de Porecatu, da qual as quatro cidades fazem parte. Nenhum dos prefeitos foi localizado ontem, embora a reportagem tenha ligado para seus telefones celulares. 

O suposto esquema do juiz afastado também envolvia a Usina Central do Paraná, beneficiada com decisões de Boer, como autorização de levantamento de depósitos judiciais e impedimento de penhora de bens em execuções fiscais e ações trabalhistas. O promotor coordenador do Gepatria, Renato de Lima Castro, anota que o juiz teria levado, "pessoalmente, as sentenças proferidas aos advogados da usina, para que verificassem se as decisões eram compatíveis com os interesses da empresa". 

Como contrapartida, o juiz se beneficiaria financeiramente: a usina teria pagado o tratamento de câncer da filha do juiz no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, comprado materiais para a construção de uma casa para o juiz e reformado o gabinete e o Fórum de Porecatu. 

Quanto à cooperativa Confercatu, o juiz agia de maneira parcial, já que teria "celebrado contratos de compra e venda de imóveis com a cooperativa por valores abaixo do praticado no mercado" e, ao mesmo tempo, julgava processos em que a empresa era parte. 

O juiz Márcio Dantas também determinou o bloqueio de bens da usina central (no montante de R$ 400 mil); Confercatu (R$ 1 milhão); família Cavalcanti e Silva (R$ 7,8 milhões, sendo R$ 2,6 milhões de cada um); Tenan (R$ 19 mil); Onício (R$ 11 mil); Alves (R$ 13 mil); e Ferrer (R$ 11 mil); 

Para manter o afastamento cautelar de Boer, o magistrado entendeu que subsistiam os fatos que levaram ao primeiro afastamento, "mas também por força dos fatos posteriores que reforçam a necessidade da medida". Naquela ocasião, Dantas justificou a medida afirmando que Boer estava claramente tentando impedir a investigação do Ministério Público, principalmente ao intimidar funcionários para não relatarem o que sabiam sobre a conduta do juiz. 

A reportagem tentou manter contato com os acusados, ligando para seus telefones e deixando recados. Porém, apenas Valdir dos Santos deu retorno, informando que não poderia falar sobre a ação pois ainda desconhecia seu teor.

Reportagem Local

Fonte: http://www.folhadelondrina.com.br/

Comentar

vetenuo

bannerdisponivel

bannerdisponivel

bannerdisponivel

bannerdisponivel

Impakto nas Redes Sociais

                                  Saiba os benefícios de usar o LinkedIn para a sua vida profissional - IFS -  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe 

blogimpakto  acervo       jornalismoinvestigativo      Capa do livro: Prova e o Ônus da Prova - No Direito Processual Constitucional Civil, no Direito do Consumidor, na Responsabilidade Médica, no Direito Empresarial e Direitos Reflexos, com apoio da Análise Econômica do Direito (AED) - 3ª Edição - Revista, Atualizada e Ampliada, João Carlos Adalberto Zolandeck   observadh

procurados

Desenvolvido por: ClauBarros Web