Preso desde abril em uma cela da Penitenciária Muniz Sodré, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, o traficante João Felipe Rodrigues da Silva Oliveira, o Spike, foi apontado pela polícia paraense como suspeito de comandar, por um telefone celular, o sequestro de uma médica, na madrugada de domingo, em Belém, no Pará. Spike integra a cúpula do Comando Vermelho (CV) no Pará. A vítima foi libertada do cativeiro por policiais paraenses, horas após o crime, depois de um tiroteio que deixou um sequestrador morto. Nesta segunda-feira, a Secretaria Estadual de Administração do Rio de Janeiro deflagrou uma operação no Muniz Sodré e apreendeu 16 celulares na cela que era ocupado por Spike.
Na madrugada de domingo, quatro homens renderam a médica Ana Letícia Leite Sena Passos, quando ela entrava em um carro, no Bairro da Cidade Velha, em Belém. Pouco depois, os bandidos, que seguiam orientações de Spike, fizeram ligações para uma pessoa próxima da vítima, exigindo um resgate de R$ 200 mil.
A polícia foi acionada, e o caso passou a ser investigado por agentes paraenses da Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos e Antissequestro, com apoio de policiais da Delegacia de Repressão a Facções Criminosas, Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos, Delegacia de Roubos e Furtos e de Cargas e da Divisão de Operações Especiais e da Coordenadoria de Recursos e Operações Especiais.
Por volta das 15h, os agentes descobriram o local que era usado como cativeiro, em Ananindeua, município vizinho a Belém. Houve troca de tiros, e um bandido morreu. A médica foi resgatada sem ferimentos. Duas mulheres e dois homens foram presos.
Após descobrir a participação de Spike, a Polícia do Pará acionou a Delegacia Antissequestro (DAS) do Rio de Janeiro e comunicou o crime à Seap. Policiais penais da Secretaria estadual de Administração Penitenciária conduziram então João Felipe para a especializada, onde ele foi autuado em flagrante por extorsão mediante sequestro.
A Seap informou que o detento foi para a Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino (Bangu 1), de segurança máxima e que a corregedoria da secretaria abriu uma sindicância para apurar o caso.