Trabalho psicológico de ressocialização evita reincidência no crime no PR

Lenise Klenk

reincidenciaUm projeto da Defensoria Pública do Paraná está ajudando presos a se prepararem para enfrentar os desafios da mudança do regime fechado para o semiaberto. O trabalho de ressocialização é realizado pela equipe da Defensoria Pública em Cianorte, no Noroeste do Estado, com internos da Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Oeste, na mesma região.

Os presos recebem orientações e suporte de uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de Direito, Psicologia e Serviço Social.

A intenção é ajudar a preparar os internos para o momento de deixarem a prisão e evitar que eles reincidam no crime.

Os internos são estimulados a retomar estudos e trabalho, e recebem informações sobre os direitos dos apenados.  No segundo semestre de 2016, o projeto atendeu cerca de 60 pessoas. Em cada encontro, um grupo de até 20 presos interage com os profissionais da Defensoria por uma hora e meia. Não há relatos de reincidência entre os participantes do grupo.

A equipe de Direito, Psicologia e Assistência Social promove atividades de orientação sobre direitos sociais, de desenvolvimento da autoestima, família, trabalho e estudo.

Psicóloga da Defensoria, Aline Daniele Hoepers diz que os temas escolhidos procuram diminuir as angústias que fragilizam os presos no momento de retorno ao convívio social.

“Essas pessoas estão ali há muitou tempo, ou não há tanto tempo assim, mas tiveram seus vínculos familiares e comunitários fragilizados, interromperam suas atividades habituais de estudo e trabalho. tudo isso faz com que gere efeitos no psiquismo dessas pessoas, na sua autoestima, nos seus laços comunitários e familiares”, explica.

A psicóloga diz que a equipe aposta na orientação dos ex-detentos para que eles sejam capazes de buscar, além de trabalho, apoio das estruturas públicas no momento em que estiverem longe do sistema prisional. Mas mesmo que os internos saiam mais conscientes e preparados da prisão, é certo que estão sujeitos a enfrentar o preconceito da sociedade. Aline Hoepers diz que esse ainda é um dos inimigos do processo de ressocialização.

“Quando eles retornam para o convívio de origem, convívio em sociedade e convívio familiar, ainda há muita resistência e preconceito. Muitos que saem do regime fechado e procuram a Defensoria para algum atendimento relatam isso: dificuldade de acesso ao trabalho, de retorno às atividades que tinham e muitas vezes isso está relacionado ao preconceito que ainda faz parte da sociedade”, conclui.

Além das atividades ligadas ao projeto, a Defensoria Pública normalmente presta orientação jurídica aos presos da Penitenciária de Cruzeiro do Oeste, acompanhando o cumprimento e as eventuais progressões da pena. São atendidos todos os detentos que não possuem advogado particular. Os familiares dos presos também recebem orientações dos profissionais da Defensoria.

Fonte: http://paranaportal.uol.com.br