Comparativo de rebeliões nos presídios do Brasil versus modelo dos Estados unidos da América

lotacao1A internet unificou o mundo em só povo em vários aspectos, inclusive no que diz respeito a veiculação da informação. Por esta razão, hoje temos a oportunidade de compartilhar informações, seja qualquer tema ou assunto, com pessoas de qualquer canto do mundo. Interagindo com um blogueiro americano que trabalha na Prisão de San Quentin, penitenciária estadual de segurança máxima,localizada no estado da Califórnia , onde se encontra instalado o maior corredor da morte dos Estados unidos, fizemos um breve comprativo sobre o perfil das rebeliões nos presídios do Brasil versus o modelo dos estados Unidos.
 Disse-lhe que as rebeliões no Brasil estão se tornando cada vez mais violentas, onde o poder público perdeu o controle da prisão. Tomei como exemplo episódios ocorridos em são paulo, em que houve uma clara demonstração de força por parte dos integrantes da facção PCC, a qual determinou a execução de policiais militares, agentes penitenciário e outros profissionais da segurança, com ordem vinda de dentro para fora dos presídios paulistas.
Recentemente, no Complexo penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, houve uma das rebeliões mais sangrentas da história do sistema penitenciário brasileiro, onde vários detentos foram decapitados por companheiros de cárcere. Ainda, mais recente, a rebelião de presos no Presídio regional de Feira de Santana, que finalizou com nove presos mortos, sendo que um deles teve a cabeça decapitada.

No diálogo com o amigo americano, Marc Obrien, relatou-me que não é comum rebeliões nas prisões americanas devido ao sistema de controle de segurança. As unidades prisionais são separadas por nível de segurança, sendo 1 a de menor potencial, e a de nível 5 a considerada segurança máxima. O que ocorre muito nos estados unidos são motins ou tumultos ocasionadas, na maioria das vezes por gangues rivais.
O sistema de encarceramento americano é formado por maioria latinos, afro-americanos, caucasianos, negros não-hispânicos e índios americanos. Pelo fato abrigar presos com condenação capital, é comum prisioneiros apresentarem quadro depressivos e falta de esperança em continuar vivo, levando-os a adotarem comportamentos extremamento violentos.
 Motivos para um tumulto vão desde a garantia do poder nas mãos de determinada gangue, dívidas com dinheiros e drogas, desobediências as regras comuns de convivência, desacordos, bullyng, interações com presos de outras raças, desrespeito, jogo, estupradores, molestadores de crianças e atividades homossexuais.

No comprativo para determinar os motivos que levam a rebeliões tanto nos estados unidos, quanto no Brasil, pude verificar que existem algumas similaridades entre os dois sistemas de encarceramento. Os Estados unidos possuem a maior população carcerária do mundo, porém, o Brasil  não fica muito distante, tendo em vista que o nosso encarceramento é considerado um dos maiores no mundo. Existem superlotações nos presídios americanos da mesma forma que no Brasil. Acredito que a grande diferença está na  forma de organização do sistema prisional americano, onde o Estado, mesmo passando para a iniciativa privada a responsabilidade pela administração dos presídios,  possui controle efetivo sobre o sistema prisional. Garantindo direitos fundamentais dos presos e dos servidores públicos.
Nas unidades prisionais brasileiras há um grande descontrole estatal sobre o encarcerado em todos os sentidos. Não existe uma política séria para garantir os direitos e deveres do preso. Os agentes penitenciários não recebem treinamento adequado para execução das suas atividades funcionais.Na maioria dos Estados do Brasil, o agente penitenciário é totalmente estigmatizados pela sociedade e pelo poder público. São lançados a sorte ou ao bel prazer das ações criminosas dos presos. São ridiculamente remunerados para tratar o expurgo social, sem lhe ser dado o mínimo de condições para exercer suas funções dignamente.

Fonte: http://agentepenitenciarioba.blogspot.com.br