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Fuga de presos em Mongaguá

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Mulher de preso: a rotina das ‘cunhadas’ de Maringá

Mulheres dos detentos no dia em dia de visita | Foto: GMC Online Elas se chamam de “cunhadas” e unem esforços para o amor entre as grades. São mulheres de detentos do sistema prisional que se encontram, pelo menos uma vez por semana, em frente a Casa de Custódia de Maringá (CCM), Colônia Penal Industrial de Maringá (CEPIM) e Penitenciária Estadual de Maringá (PEM). Para ajudar na comunicação e se apoiarem, resolveram criar um grupo de WhatsApp, chamado “Família PEM, CCM & CEPIM”, que conta com quase 100 participantes.

A ideia foi da Thais Santana Dantas, de 30 anos. O marido dela está preso há 2 anos por roubo e tráfico.

“Eu resolvi criar o grupo porque quando meu marido caiu preso eu me senti perdida, não sabia o que realmente fazer, coisas básicas mesmo. Comecei a conversar em grupos de Facebook e vi que a ideia podia ser boa. Nesses grupos do ‘Face’, eu recebi bastante apoio, aí como fui ajudada, decidi criar esse grupo e ajudar também; tem dando muito certo”, afirmou.

Thais conta ainda que no grupo existem esposas, namoradas, mães, avós e outras parentes de presos, todas mulheres. Elas compartilham situações do dia a dia, como horários e o que pode ser levado nas visitas, por exemplo.

“Nós nos ajudamos, compartilhamos os horários de visitas, que as vezes muda, o que pode ser levado, isso também já foi mudado e nos apoiamos no sentido psicológico também, eu sempre digo: é na alegria e na tristeza, uma dando força para a outra. Nossos companheiros estão cumprindo pena e devemos ser fortes. Existem mães, avós no grupo que respeitosamente chamamos de ‘mãezinhas’, e é claro nós ‘as cunhadas’, como cordialmente as mais novas chamam umas as outras”, explicou.

O grupo serve também para dar apoio logístico, principalmente, para quem vem de longe de tem parentes no sistema prisional de Maringá. “Tem gente de vem de Santa Catarina, São Paulo, Foz do Iguaçu e não sabe os horários e nem tem lugar para ficar, então providenciamos carona, damos um pouso, arrumamos um lugar para a pessoa ficar, fazemos de tudo mesmo para ajudar”, disse.

Nas conversas do grupo também há muitas reclamações das condições de vida dos detentos, que envolvem espaço e alimentação.

Outras histórias

Em frente a CCM, a reportagem conversou com outras mulheres que participam do grupo. Franciele Alves, visita o marido preso por latrocínio há quase 2 anos. Uma rotina que ela deve enfrentar pelos próximos 4 anos, tempo restante da pena do companheiro. Ela diz que o grupo do WhatsApp é uma baita ferramenta. “É um meio de comunicação com a família, para orientar, os horários de saída e entrada, que dia podemos trazer crianças, porque direto mudam. É realmente para gente ficar bem informado”, afirmou.

No dia que visitamos a CCM, também conversamos com Érika Santos, que levou o filho de apenas 8 meses para ver o pai preso por tráfico de drogas. “Venho toda a sexta e temos que nos unir né, já é complicado, senão nos unirmos fica ainda pior”, disse.

Rotina

Nas penitenciárias de Maringá, as visitas aos detentos são semanais, geralmente às sextas, sábados ou domingos (dependendo da penitenciária e do bloco onde o preso está) e duram duas hora. As visitas íntimas são mensais e têm a duração de 15 minutos.

Atualmente, Maringá tem cerca de 2.200 detentos no sistema prisional.

Fonte: https://cbnmaringa.com.br/noticia/mulher-de-preso-a-rotina-das-cunhadas-de-maringa-que-se-organizam-pelo-whatsapp

Quem são as cunhadas? Vídeos de esposas de presidiários viram febre

https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/e9/hn/3e/e9hn3ek1nyk87o3zzrjdnry2b.jpg O TikTok tem proporcionado cada vez mais visibilidade a grupos que antes eram ignorados, mas, que agora, conseguem conquistar um pouco mais de espaço e compartilhar suas histórias e realidades. Um deles são as esposas de homens encarcerados, as chamadas “cunhadas”, que se tornaram um sucesso na rede social, com vídeos que chegam a marcar, até o momento, 43 mil visualizações. Neles, as mulheres mostram a rotina de visitas à cadeia e cuidados com os companheiros. 

O termo “cunhada” não é nada novo. É usado já há bastante tempo, devido aos homens presos, muitas vezes, enxergarem os seus companheiros de cela como irmãos, sendo assim, suas esposas se tornam cunhadas uns dos outros. 

Quem são as cunhadas? 

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Marta Carolina de 24 anos, possui um perfil no TikTok  com  232, 7 mil seguidores, onde ela compartilha a rotina dela. A mulher conta que conheceu o companheiro por amigos em comum e que no começo ela não gostou muito dele, mas que logo eles criaram uma forte amizade. 

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“Essa história é engraçada, porque quando eu conheci o meu esposo, eu não gostava dele. Ele trabalhava para uma amiga minha e ela acabou nos apresentando, mas eu achei ele muito metido. Nós até discutimos no primeiro dia em que nos conhecemos. Mas depois de um tempo, eu acabei conhecendo ele e realmente gostei, criamos uma amizade”, diz Marta. 

Atualmente casados, ela relembra o impacto que sentiu ao ter o marido preso e que apesar do sentimento de solidão e luto que vivenciou, ela afirma nunca ter cogitado a ideia de abandonar o esposo. 

“Os policiais invadiram a minha casa, vasculharam tudo, mas eu falei para ele ficar em paz e disse ‘porque eu vou estar com você’. Em nenhum momento eu pensei em desistir do meu relacionamento ou da minha família. Eu sei que o que ele fez foi errado e sabia que iria doer e ser difícil, mas para ter a minha família de volta, eu vou ter que passar por tudo isso sozinha, sabendo que agora era só eu contra o mundo”, afirma. 

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O sentimento de abono e solidão são frequente entre as companheiras de homens presos. Letícia Nascimento de 27 anos, foi uma das primeiras criadoras de conteúdo “cunhada”. Hoje com um perfil no TikTok com 128,5 mil seguidores, ela também vivenciou os mesmos sentimentos. Semelhante à Marta, ela conheceu o esposo por amigos em comum e acabou entrando em depressão após a prisão do marido. 

“Sofri muito, sofro até hoje, todos os dias eu luto contra os meus próprios pensamentos. Porque ele é meu companheiro de tudo, nos damos muito bem em todos os sentidos. A prisão dele foi muito triste para mim e é até hoje. Mas eu me mantenho sempre de  cabeça erguida”,  fala Letícia. 

Redes sociais como rede de apoio na internet

Letícia conta que não tinha o hábito de compartilhar com frequência a vida pessoal na internet, mas que um dia por acaso, decidiu postar a própria rotina e acabou encontrando uma comunidade que ofereceu o apoio em meio ao sentimento de solidão. 

“Eu não tinha nem costume de postar no TikTok, mas eu via outras pessoas publicando a própria rotina e eu pensei por que não fazer da minha realidade? O que eu estou vivendo? E aí  bombou, eu acordei e estava viralizada, as pessoas estavam gostando. Hoje muitas meninas já se inspiram em mim. Chega até ser engraçado quando algumas me pedem para tirar foto ou quando eu respondo elas no Instagram e elas dizem ‘eu não acredito que você me respondeu’. Eu ainda não acostumei ainda com essa repercussão”, conta. 

Marta foi uma das mulheres que acabaram se inspirando no conteúdo “cunhada”, vendo como as postagens de outras mulheres que vivem a mesma realidade do que ela que a consolava, ela decidiu também a compartilhar o seu dia a dia. 

“Quando eu comecei a fazer vídeo na internet, eu me espelhei em algumas meninas que eu vi de outros estados, elas postavam memes sobre ter relacionamento com preso, sobre as visitas e aquilo meio que me tirou da tristeza que eu estava naquele momento, me deu uma força muito grande. Por isso, comecei a postar sobre os meus perrengues, como no dia em que eu não entrei no presídio. Eu sempre quis pegar o meu sofrimento e de alguma forma transformar ele em ajuda para  outras pessoas iguais a mim. Quando eu comecei eu estava completamente sozinha e perdida e não teve ninguém para me dar um apoio e me estender a mão. Eu me sinto na obrigação de  alguma maneira ajudar essas meninas, porque elas também me dão muita força”, diz Marta. 

Abandono da família e do estado 

A realidade para muitos detentos é o completo abandono do estado e da família após o encarceramento, o que acaba por dificultar a ressocialização destes homens quando eles saem da cadeia. Para a Mestre em Direitos e Garantias Fundamentais, Magali Gláucia Oliveira, alguns dos problemas enfrentados pelos presidiários e as famílias é a dificuldade ao acesso às casas penitenciarias e a falta de profissionalização  desses detentos. 

“Existem presídios com grandes dificuldades de acesso, normalmente não passa ônibus, ou circular próximo desses lugares, ou se passa é apenas uma vez ao dia. O que acaba por ser muito custoso e muito difícil para muitas famílias.  Além disso, a falta de mais trabalho nos presídios, que possibilitaria uma reinserção social, também se toram facilitadores para que esse homem volte à criminalidade”, explica a especialista. 

Em seus vídeos, Marta, uma das cunhadas, aborda com propriedade essa realidade e tem consciência sobre a importância do apoio familiar para que a pessoa em situação de encarceramento não volte ao crime após ser liberto. 

“A gente está junto com eles por amor e não pelo crime. O homem quando ele cai na unidade prisional, ele fica muito carente e acaba criando uma ilusão na mente dele, em que eles muitas vezes acreditam que realmente vão sair daquela vida. Porém, quando são libertos, eles acabam voltando a cometer os mesmos erros. É o que eu falo para o meu marido, não adianta tá lá dentro e falar que mudou, eu vejo a mudança quando estiver na rua, no dia a dia dele. A gente conhece a mulher e o homem quando ele vem para rua e ganha liberdade” declara Marta. 

Mulheres encarceradas não recebem o mesmo apoio 

Embora as mulheres demonstrem lealdade e companheirismo aos seus parceiros, o mesmo não acontece quando as mulheres são presas. Em muitos casos, elas são abandonadas por seus parceiros. Segundo a advogada Magali Gláucia Oliveira, existem diversos fatores que contribuem para esse abandono, como a idealização de fragilidade feminina, a dificuldade de deslocamento até os presídios e a falta de visitas intimas em muitas penitenciárias femininas. 

“Os homens quando tem uma mulher presa, eles se afastam imediatamente em sua maioria, porque para eles é um absurdo ter uma mulher que não cumpriu com o seu papel de fragilidade imposto socialmente. Outro dificultador são o pequeno número de penitenciarias femininas, o que faz com que diversas mulheres sejam presas em lugares muito distantes de suas famílias. Além disso, muitos desses presídios não permitem visitas intimas”, esclarece Oliveira.

Magali também afirma que o abandono do estado com pessoas encarceradas se intensifica com as desigualdades de gênero, especialmente por essas mulheres romperem com as expectativas sociais colocadas sobre o sexo feminino. 

“A mulher que cometeu um crime ela é muito mais julgada do que um homem na mesma situação. Porque ela rompe com aquilo que entendemos como  ‘feminilidade’. Com o papel dela de mãe, protetora e cuidadora. Se tornando esquecida e invisibilizada muito mais do que o homem infrator”, conclui a advogada.

FONTE: https://delas.ig.com.br/2022-07-11/quem-sao-as-cunhadas--videos-de-esposas-de-presidiarios.html

Justiça interdita penitenciária para presos LGBTQIA+ após onda de suicídios

https://i.em.com.br/VlDmWGGGmeKfeEVoUdW97AsFViA=/820x0/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2022/07/13/1379969/foto-da-penitenciaria-jason-albergaria_1_49025.jpg A Justiça interditou parcialmente a Penitenciária Jason Albergaria, em São Joaquim de Bicas, Região Metropolitana de BH. Na unidade, destinada unicamente ao público LGBTQIA+, 12 pessoas morreram e mais de 60 tentaram cometer suicídio nos últimos 12 meses. Diante do cenário de vulnerabilidade, a medida foi tomada com base no “princípio da dignidade da pessoa humana”. 

A decisão foi tomada nesta quarta-feira (13/7) pela juíza Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy, da Vara de Execução Penal da Comarca de Igarapé. Como uma das razões que motivou a medida, a magistrada aponta que a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) não adotou medidas para definir espaços específicos para a população LGBTQIA em todos as regionais de Minas e transfere presos de todo o estado para a Jason Albergaria.

A concentração de presos LGBTQIA em um só ponto do estado foi considerada “verdadeira penalização e segregação de território daquela pessoa que autodeclara ser LGBT no Estado de Minas Gerais”. A distância do domicílio, rede de saúde e assistência e dos familiares foi apontada como uma forma de acentuar a situação de extrema vulnerabilidade à qual este público já é submetido em liberdade no Brasil.

Na decisão, a juíza ainda cita o caso de um preso vindo de Timóteo, no Vale do Aço, tentou o suicídio na última terça-feira (12/7) como mais um fator para a interdição parcial da penitenciária. O homem foi socorrido e está internado em situação crítica.

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que recebeu a notificação judicial sobre a interdição parcial da penitenciária e cumprirá a ordem. A unidade prisional deverá receber apenas presos da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A penitenciária passou a ser exclusiva para a  população LGBTQIA em 2021 após denúncias que constataram uma série de suicídios dentro de um ala da unidade reservada a este público. Para o coordenador estratégico em tutela coletiva da Defensoria Pública, Paulo Cesar Azevedo de Almeida, a medida foi importante, mas precisava ser acompanhada de uma série de cuidados específicos.

“Essa política pública de separar em alas exclusivas e reservadas foi constituída para proteger esse público, mas não basta apenas destinar uma ala exclusiva se não se atende essas pessoas  com apoio psicológico e psiquiátrico. Estudos mostram que a população LGBTQIA tem um índice  de suicidio muito maior do que na população em geral”, comenta, ressaltando que o abandono familiar é uma realidade mais comum neste público quando comparado à situação dos presos heterossexuais.

Almeida afirma que a Defensoria Pública já acionou a Justiça para que a criação de alas ou presídios exclusivos para a população LGBTQI fosse acompanhada da contratação de funcionários qualificados para o atendimento do público. 

“É importante estavelecer um protocolo de prevenção ao suicídio, que é importante para evitar acesso a medicamentos, toalhas e lençóis que podem servir para enforcamento, por exemplo. Nós pedimos também uma capacitação continuada dos agentes penitenciários para que eles não repliquem LGBTfobia contra essa população”, explica.

Extrema marginalização

Segundo o defensor público Paulo Cesar Azevedo de Almeida, a decisão de interdição da Penitenciária Jason Albergaria é importante para jogar luz sobre o tema, que não é muito debatido publicamente.

“A decisão tem uma simbologia muito grande. Ela faz saltar aos olhos da sociedade que, apesar de ser uma proposta boa (a dos espaços reservados), ela tem tido um resultado dramático. Na prática, o que se cria é um gueto, um ambiente escondido, onde novas violências podem ser cometidas longe dos olhos da fiscalização. Sem o cuidado necessário, o Estado tem acumulado corpos: em 18 meses termos quase 70 tentativas de suicídio e 12 pessoas tirando a prórpia vida em um espaço onde estão cerca de 300 a 400 pessoas, é um número muito alto”, afirma.

Ele ainda alerta para uma prática que coloca os presos LGBTQIA em risco. Em outras penitenciárias, presos considerados problemáticos ou que correm riscos naquele espaço são induzidos pela direção do presídio a tentar uma transferência para a Jason Albergaria.

“Esse acolhumento tem sido feito à mera declaração de uma pessoa, que se aponta como bissexual, homosseixual ou trans. Em muitos casos, são pessoas induzidas pela direção a assinar falsamente. Heterossexuais que já praticavam abusos e violência e são transferidos e continuam praticando essa opressão na Jason, aumentando a vulnerabilidade no ambiente”, explica.

Almeida conclui ressaltando a importância de um sistema penitenciário que se atente para a vulnerabilidade da população LGBTQIA no país. “No mundo ideal, em que as pessoas se respeitam, não seria necessária uma ala especial para as pessoas. O Brasil é reconhecido como um dos países que mais mata LGBT, isso em liberdade, imagina no cárcere. Quando o Estado prende ele precisa reconhecer também seu papel em manter a pessoa viva e tantos casos de desistência de viver mostra que as pessoas são colocadas em um projeto de mortandade”. 

Superlotação

Para a antropóloga e professora da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Vanessa Sander, a interdição parcial, mantendo apenas presos da Região Metropolitana de Belo Horizonte, também chama a atenção para o problema da superlotação nos presídios.

“Já tem alguns anos que a ala exclusiva para presos LGBTQIA+ está enfrentando um movimento de expansão. A solução sempre foi aumentar o aparato prisional sem de fato enfrentar os problemas que estavam acontecendo ali. O interessante é que foi anunciado como uma grande medida humanizadora, mas era meio previsível que causaria problema”, disse a professora.

Sander ressalta que a criação de pavilhões para grupos específicos foi feita na esteira de um investimento na ampliação do sistema carcerário como política estatal. A carência na oferta de serviços básicos, porém, torna as alas ou penitenciárias exclusivas espaços ainda mais precários. 

“O que o estado vem investindo no sistema prisional, desde os anos 2000, é na ampliação. E isso veio acompanhado pela segmentação, não é apenas para o público LGBT, tem pavilhões de idosos, por exemplo. O pavilhão LGBT foi criado para proteger contra a violência e garantir o livre exercício da sexualidade, mas, se não fornecem assistência, segurança e saúde nem para o público geral, quanto mais para o público restrito” pontua.

Para a antropóloga, a solução do problema da superlotação em áreas específicas de penitenciárias passa pelo mesmo ponto das áreas para o público geral: trabalhar políticas de desencarceramento. “Durante a minha pesquisa na penitenciária levantei que boa parte das pessoas estavam ali por crime de menor potencial ofensivo. A prisão de uma forma geral, ainda mais funcionando da forma como ela funciona, ela não ressocializa ninguém. Ela aprofunda as desigualdades”.

Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/diversidade/2022/07/13/noticia-diversidade,1379969/justica-interdita-penitenciaria-para-presos-lgbtqia-apos-onda-de-suicidios.shtml

Conselho de Enfermagem determina interdição ética do Complexo Médico Penal em Pinhais

complexo médico penal Não é a primeira vez que o CMP é interditado por falta de condições de atendimento

O Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR) determinou, nesta terça-feira (5), a interdição ética do Complexo Médico Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Com a medida, ficam proibidas as atividades de enfermagem e entrada de novos detentos no local.

Conforme a determinação do Coren, desde a 00h desta terça-feira, estão proibidas as atividades de enfermagem até que seja atendido o que prevê a legislação de saúde. Segundo o Conselho, a falta disso tem colocado em risco os presos atendidos e os profissionais que atuam no CMP.

“Os profissionais de enfermagem, que não cumprirem o determinado por este termo, estarão sujeitos às sanções aplicadas aos infratores do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem”, diz o documento.

A Banda B entrou em contato com o Departamento de Polícia Penal (Deppen) e aguarda retorno.

Alerta da Defensoria Pública

A Defensoria Pública do Paraná (DPE-PR), por meio do Núcleo da Política Criminal e da Execução Penal (Nupep), informou que tomou conhecimento da interdição. O Nupep lembra que tem alertado as autoridades responsáveis pela unidade desde 2021 em razão do déficit de profissionais da área de saúde.

Desde o ano passado, várias entidades têm participado das inspeções no CMP. Entre elas estão CRM, Coren, Conselho Regional de Farmácia, Conselho Regional de Nutrição, Conselho Regional de Fisioterapia, acompanhada pela DPE-PR e Vigilância Sanitária de Pinhais.

A DPE-PR volta a ressaltar que as condições de trabalho dos trabalhadores da saúde e a estrutura insalubre na unidade acarretam em violação dos direitos humanos dos apenados e apenadas e também dos profissionais de saúde.

Interdições frequentes

As interdições têm sido frequentes no Complexo Médico Penal. A última delas aconteceu em março, quando o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) impediu a entrada de novos presos no local, que na época já contava com 700 detentos.

Na ocasião, foram apontadas irregularidades que inviabilizavam o exercício da medicina dentro do CMP, como a falta de insumos e médicos para atender todos os presos, o que colocava sob risco ético os médicos.

Complexo Médico Penal

O Complexo Médico Penal está localizado no antigo Manicômio Judiciário e tem como função atender a população carcerária de todo Estado, em cumprimento de medida de segurança ou que necessitam de tratamento psiquiátrico e ambulatorial, além de detentas gestantes a partir do terceiro trimestre. 

Deppen

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) e o Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen) esclarecem que diversas melhorias físicas foram realizadas na unidade penal nos últimos tempos, com destaque para reformas de readequação dos espaços de saúde. Entre elas, a ampliação do posto de enfermagem e a instalação de salas de esterilização e expurgo. Há também, em andamento, em fase adiantada de tramitação, um protocolo para reforma completa de quatro galerias.

Além disso, a Sesp e o Deppen estão contratando 100 técnicos de enfermagem e 20 enfermeiros por meio de um Processo Seletivo Simplificado (PSS), para suprir, de forma emergencial, a demanda de pessoal. O processo de contratação encontra-se em fase final, com previsão para início das atividades em agosto.

É importante esclarecer que a interdição afeta apenas novos internamentos, a partir desta terça-feira (05/07/2022). Os presos que se encontram no CMP continuarão a receber atendimento médico no local. A área que corresponde à custódia de presos também não será afetada.

Até que a situação seja regularizada, os presos que estão em unidades prisionais que necessitarem de atendimento, serão encaminhados à rede pública de saúde, como já ocorre hoje nos casos de urgência e emergência.

Defensoria Pública

Nota da Defensoria Pública do Paraná

A Defensoria Pública do Paraná (DPE-PR), por meio do Núcleo da Política Criminal e da Execução Penal (Nupep), informa que tomou conhecimento que o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren) interditou o exercício da prática de enfermagem no Complexo Médico de Pinhais (CMP).

O Nupep lembra que tem alertado as autoridades responsáveis pela unidade desde 2021 em razão do déficit de profissionais da área de saúde. Em março deste ano, o Conselho Regional de Medicina já havia determinado uma interdição ética na unidade também.

A decisão proibiu médicos de trabalharem no local. Isso impossibilitava a entrada de novos detentos e detentas no CMP, que, na época, contava com 700 pessoas, entre presos e presas condenadas e provisórios.

Desde o ano passado, várias entidades têm participado das inspeções no CMP. Entre elas estão CRM, Coren, Conselho Regional de Farmácia, Conselho Regional de Nutrição, Conselho Regional de Fisioterapia, acompanhada pela DPE-PR e Vigilância Sanitária de Pinhais.

A DPE-PR ressalta que as condições de trabalho dos trabalhadores da saúde e a estrutura insalubre na unidade acarretam em violação dos direitos humanos dos apenados e apenadas e também dos profissionais de saúde.

Fonte: https://www.bandab.com.br/noticias-parana/coren-determina-interdicao-etica-do-complexo-medico-penal-em-pinhais/

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