Polícia investiga mais uma morte em carceragens do Paraná

pc1810Mais um preso foi encontrado morto em uma carceragem do Paraná. Desta vez, um detento do 8º Distrito Policial (8º DP), no bairro Portão, em Curitiba, morreu enforcado na madrugada desta segunda-feira (16), dentro de uma das celas.

Este é o terceiro caso de morte dentro de uma cela no sistema carcerário do estado em menos de uma semana.

De acordo com a Polícia Civil, um inquérito policial foi instaurado pela Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). O Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) foi acionado para apoio.

Fernando Cizero Gonçalves, de 20 anos, foi encontrado morto – com uma corda no pescoço – na madrugada desta segunda-feira (16), por volta das 5 horas. De acordo com o perito que atendeu o local, há indícios de suicídio.

De acordo com o Conselho da Comunidade na Execução Penal da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba (organismo criado pela Vara da Corregedoria dos Presídios do Paraná), o detento era natural de Joinville (SC) e estava preso desde desde o dia 29 de agosto. Foi preso em flagrante por roubo.

Gonçalves estava na Casa de Custódia de Piraquara e fugiu no dia 24 de agosto, passando cinco dias foragido. “Tudo indica”, segundo a polícia, que após passar um mês e meio na carceragem da delegacia tirou a própria vida.

O Conselho da Comunidade afirma que o 8º DP tem duas celas, com capacidade para quatro presos, além de uma antessala que costuma ser ocupada por presos. Nesses espaços, a polícia chega a alojar 50 presos. No momento da morte de Gonçalves, as celas estavam com 47 pessoas.

A Lei de Execução Penal determina que cada preso deve ter seis metros quadrados disponíveis para si.

Em agosto, na mesma delegacia, o detento Marcos Gomes dos Santos, de 40 anos, que estava preso por furto, foi agredido e morto por outros colegas de cela.

Na última quarta-feira (11), dois presos foram encontrados mortos dentro da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP 1), na região metropolitana de Curitiba.

Agentes penitenciários ouvidos pela reportagem confirmaram que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) executou os homens em um acerto de contas.

Os motivos não foram esclarecidos, mas os agentes acreditam que seria por dívida de drogas ou alguma desavença com a liderança da facção.

Os membros do PCC se concentram na PEP1. Os da ‘oposição’, como são chamados pelos agentes, estão na PEP II, ou no ‘seguro’, que é a ala para policiais condenados ou estupradores.

O Departamento Penitenciário do Paraná (Depen-PR) confirmou que Filipe Castilho de Souza, de 23 anos, foi encontrado enforcado na cela em que estava alojado. O outro preso encontrado morto é Ademilson Verci Marcondes, de 35 anos.

De acordo com o Depen, não foi possível determinar a causa da morte de Marcondes. Agentes penitenciários afirmam que ele foi envenenado ou forçado a ter uma overdose de algum tipo de droga. A substância, de acordo com os agentes penitenciários, é chamada pelos presos de ‘Gatorade’. É uma mistura de cocaína com remédios controlados. As mortes aconteceram em galerias distintas.

Um procedimento interno foi aberto para apurar o caso, assim como inquérito policial.

Fonte: PARANAPORTAL