Inspeção constata situação insalubre em unidade prisional

Membros do Conselho Penitenciário (Copen) visitaram presídio a pedido de agentes penitenciários. Segundo a avaliação, profissionais vivem sob constante ameaça, estresse e precisam seguir ordens dos internos

pc2304Representantes de entidades de defesa dos direitos humanos fizeram inspeção na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza. Sob escolta, permaneceram no local durante a manhã desta quarta-feira, 31, representantes dos ministérios públicos estadual e federal, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e integrantes da Pastoral Carcerária.

A visita ocorre após agentes penitenciários apresentarem, na segunda quinzena deste mês, Boletim de Ocorrência (B.O) denunciando ameaças e condições insalubres de trabalho. Na próxima semana, o relatório do que foi constatado no prédio será apresentado na reunião do Conselho Penitenciário (Copen), que articulou o encontro.

“Há insuficiência, a começar pela quantidade de agentes. São, em média, dez para atender 1.200 detentos. O espaço está destruído desde maio de 2016, quando houve rebeliões. Eles estão soltos, sem grades, ninguém pode trancar. Os agentes soldam durante o dia. À noite, os internos serram novamente”, relatou Ruth Leite, presidente da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Fortaleza. 

Agentes penitenciários

Segundo ela, como o pedido da inspeção foi feito pelos agentes, após serem alvo de artefato explosivo caseiro produzido pelos internos, a prioridade da visita nesta quarta-feira, 31, foi ouvi-los “Eles estão exaustos e estressados. Ainda conseguem fazer muitas coisas, mas tudo sob muito risco lá dentro”, reconheceu. 

No espaço, estão presos de uma das facções do Estado. Atualmente, os integrantes de cada grupo são separados nas unidades prisionais de acordo com as organizações que pertencem. Conforme imagens as quais O POVO Online teve acesso, nas paredes da CPPL II há inscrições da organização e “toque de recolhimento” proibindo agentes em espaços do presídio após determinados horários.

O POVO Online entrou em contato com a Secretaria Estadual da Justiça (Sejus) e aguarda posicionamento da pasta sobre a situação da unidade. 

Fonte: gazetadopovo