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Presos usam celular para denunciar condições desumanas em delegacia de Piraquara

pc2307Imagens gravadas na noite de quinta-feira (19) mostram condições de superlotação de presos, falta de higiene e outras precariedades dentro da carceragem da 6ª Delegacia Regional de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Um vídeo feito pelos próprios detentos com um aparelho celular inserido de maneira irregular na carceragem foi publicado nesta sexta-feira (20) em perfis aleatórios no Facebook após circulação no Whatsapp.

Com a repercussão, a promotora Luiza Helena Nickel Ferreira Lima, do Ministério Público do Paraná (MP-PR), foi até a delegacia nesta sexta-feira (20) para colher depoimento do preso que aparece fazendo a denúncia.  A promotora questiona o fato de o preso ter tido acesso ao celular. No termo de depoimento, o preso relata que os companheiros de cela se revesam para dormir em colchões úmidos, que não há espaço para que todos possam deitar ou sentar ao mesmo tempo, entre outras precariedades e ilegalidades.

As advogadas Isabel Kugler Mendes, presidente do Conselho da Comunidade, e Elisabete Subtil de Oliveira, assessora da instituição prevista na Lei de Execução Penal, presenciaram a situação. Ambas estiveram na unidade após receberem denúncia de familiares dos presos. O conselho não tem juristição na delegacia, mas foi acionado por ser referência em Direitos Humanos. 

“Pior lugar”

Isabel Mendes, que já visitou todas as unidades prisionais do Estado e trabalha há anos com detentos, disse que nunca viu condições tão degradantes. “Foi o pior lugar que eu já visitei. Nunca vi crueldade tão grande no sistema penitenciário. Nós entramos no meio deles hoje e pudemos perceber um pouco de tudo o que está errado: não tem colchão, não tem atendimento, não tem execução penal nenhuma. O esquecimento da população carcerária é um agravante da violência. Nós precisamos começar a aprender de verdade", afirma.

A gravação do vídeo foi feita por volta das 21h de quinta-feira e publicada na manhã desta sexta-feira (20) em páginas do Facebook. De acordo com os presos, “tem 90” pessoas um espaço construído para oito pessoas.

Funcionário relata "bomba relógio"

Um funcionário da delegacia, que pediu para não ser identificado, afirma que nesta sexta-feira há 75 presos no espaço destinado para oito. “E hoje começa o fim de semana, vai piorar até domingo”, prevê. A delegacia de Piraquara tem fugas frequentemente. Somente neste mês, cinco presos fugiram. Em junho, houve duas fugas. A unidade possui apenas um agente de cadeia.

Dentro da cela, há presos provisórios de toda região de Piraquara. “Desde estuprador até Maria da Penha”, afirma o funcionário. Os investigadores e funcionários temem que a constante possibilidade de motins. “Ele mantém respeito entre eles. Mas se estourar algo tem que sair correndo”, afirma. O delegado Luiz Carlos Pacheco, responsável pela delegacia, não foi encontrado para comentar o caso.

A Polícia Civil admite a superlotação em nota oficial, afirma que são 68 detentos no espaço. Na nota, a assessoria afirma que o governo irá transferir 24 presos na segunda-feira. “A Polícia Civil está ciente da superlotação da Delegacia de Piraquara e vem trabalhando junto ao Judiciário local e o Depen (Departamento Penitenciário do Paraná) para que os presos sejam removidos. Na segunda-feira (24/07) o Departamento Penitenciário irá retirar 24 presos do local. No momento tem 68”, diz a nota na íntegra.

 

Fonte: bemparana

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