Megaoperação tenta cumprir mais de 750 mandados de prisão de pessoas ligadas ao PCC

mandadospccAs forças de segurança deflagraram, nesta quinta-feira (17), uma megaoperação em todo o Paraná. Desde a madrugada, várias equipes da Polícia Militar e Polícia Civil cumprem 767 mandados de prisão, destes, 471 dentro de presídios no Estado. Todos os presos têm envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e estariam envolvidos nos mais diversos tipos de crimes.

De agosto de 2014 até dezembro de 2015 a polícia interceptou mais de 30 mil ligações relacionadas ao PCC em 12 estados. As interceptações renderam mais de 1.700 horas de conversas dos membros da facção, no Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Alagoas, Ceará, Goiás, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Norte.

O conteúdo das conversas interceptadas mostra que diversos crimes foram cometidos em benefício da organização criminosa, como tráfico de drogas, roubos de carros e residências, tráfico de armas e homicídios. Por decisão do Poder Judiciário, 237 telefones serão bloqueados, assim como 28 contas bancárias que, além do bloqueio, terão os valores sequestrados.

A operação acontece em Curitiba, região metropolitana e em outras 72 cidades do interior do Paraná. Na capital, cerca de 30 pessoas foram presas. Todos foram conduzidos ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), que montou um esquema especial para receber os detidos.

Entre os presos em todo o Estado, dois são advogados. “Eles agiam contra a conduta que deveriam ter e, por isso, também serão responsabilizados”, explicou o secretário da segurança, Wagner Mesquita. 

Foco nas penitenciárias

Como boa parte dos mandados foram cumpridos dentro de várias penitenciárias no Paraná, os presos apenas devem ter acréscimo de mais um crime na ficha. “Eles serão responsabilizados por associação criminosa”, explicou o diretor do Departamento de Execuções Penais (Depen), Luiz Alberto Cartaxo Moura.

Ao todo, em oito unidades prisionais do Paraná tiveram registros, com provas, de presos envolvidos na facção. Ainda de acordo com Cartaxo Moura a maior parte dos presos que teriam envolvimento com o PCC está na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP I), na região metropolitana de Curitiba.

Alexandria

A operação começou depois que dois rapazes foram presos e, com eles, foram encontrados cadernos com várias anotações sobre todo o esquema do PCC. “Eram informações completas, até sobre os padrinhos destes rapazes, e foi aí que toda a polícia começou o trabalho para desmembrar o esquema”, explicou o delegado-titular do Cope, Rodrigo Brown.

O nome da operação foi inspirado na Biblioteca Real de Alexandria ou Antiga Biblioteca de Alexandria, que foi uma das maiores bibliotecas do mundo antigo, e faz alusão aos cadernos encontrados com os dois rapazes no Cope. Ela existiu até a Idade Média, quando supostamente foi totalmente destruída por um incêndio cujas causas são controversas. Nela continha praticamente todo o saber da Antiguidade.