Agentes impediram a entrada de 23 garrafas plásticas carregadas com 'kits cadeia'. Material arremessado por cima do muro da Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu 2 (PEF 2), no oeste do Paraná, deveria chegar até os presos, porém foi interceptado pela segurança da unidade na madrugada de sábado (26).
Uma rede colocada entre o muro e os pavilhões ajudou a evitar que os kits chegassem até as galerias. Nas garrafas estavam 54 telefones celulares, 40 carregadores e 24 baterias, nove brocas, onze serras, nove isqueiros, cinco relógios, 372 pacotes de fumo, 180 gramas de massa para reparos, três chaves de boca, uma chave inglesa, dois alicates e duas chaves allen.
O material foi recolhido, contabilizado e encaminhado à delegacia da Polícia Civil.
Fonte: http://g1.globo.com/
Cinquenta celulares e uma quantidade de drogas foram apreendidos dentro do Presídio de Passos (MG) nesta sexta-feira (25). A operação foi feita por policiais do Batalhão de Operações Especiais de Belo Horizonte (MG). A ação aconteceu quatro dias após o diretor do presídio sofrer uma tentativa de assassinato.
A vistoria começou por volta de 6h. Ao todo, 45 policiais do Batalhão de Operações Especiais, além dos agentes penitenciários, encontraram os celulares e droga dentro do presídio. A área em torno da unidade prisional foi isolada. Segundo o diretor regional da Secretaria de Administração Prisional (SEAP), não houve violência durante a ação.
"Nós trabalhamos respeitando a dignidade da pessoa humana e trabalhamos dentro da legalidade. Haja visto que vocês estão vendo aqui que não tem problemas de bomba, incêndio, destruição e sim tranquilidade. É claro que nós temos que fazer o procedimento, os presos foram colocados no pátio, nós entramos nas celas e fizemos o que tinha que ser feito", disse o diretor regional da SEAP, Adriano de Souza Silva.
No entanto, familiares dos presos que passaram o dia em frente ao presídio disseram que os agentes usaram violência e deixaram os detentos sem as refeições.
"Estão sem comer, sem beber água, eles estão fazendo o maior descaso com os presos, e tem preso machucado lá dentro. E falaram que vão cortar as visitas do fim de semana dos presos, para gente não ver os presos machucados", disse Janaína de Fátima Ferreira, que é irmã de um dos presos.
"Desde ontem os presos estão apanhando lá dentro, isso é uma covardia. Pelas coisas que acontecem aqui fora, os presos estão pagando", disse a comerciante Maria Joelma da Silva.
Segundo o diretor regional da Seap, a vistoria foi feita para tentar combater a ação de criminosos dentro do presídio.
"Nós temos que mostrar o braço forte do Estado e as forças de segurança pública têm horas que precisam mostrar energia. Então nós agimos com energia para mostrar para os criminosos que não permitiremos de forma alguma atentados contra os nossos servidores", completou o diretor regional da SEAP.
Ação após atentado
A ação da secretaria acontece quatro dias após o diretor do presídio sofrer um atentado. Por nota, a Seap informou que também foram feitas mudanças na diretoria da unidade.
Na noite da última segunda-feira (21), o diretor do Presídio de Passos sofreu um atentado no bairro Jardim Panorama. Celso Izidoro estava entrando no carro quando um rapaz se aproximou e trocou tiros com o diretor. Uma câmera de segurança registrou toda a ação.
Nas imagens é possível ver quando o diretor do presídio entra no carro. Logo em seguida, aparece um rapaz que vai até o veículo e troca tiros com o diretor. O rapaz sai correndo. Enquanto tudo acontece, um outro rapaz surge atrás do carro, mas logo foge.
Ao todo, nove disparos atingiram o carro do diretor. Ele foi levado para o Hospital São José com escoriações. Ainda durante a noite de segunda, um adolescente de 16 anos deu entrada na Santa Casa com ferimentos de bala. Para a Polícia Militar, ele confessou que queria matar o diretor e roubar a caminhonete dele. Mas, para a Polícia Civil, ele negou essa versão.
Nesta quinta-feira (24), a polícia apreendeu mais um menor suspeito de envolvimento no crime. Segundo a polícia, o menor se apresentou à delegacia na tarde de quinta-feira junto com uma irmã e confessou ter participado da ação. Aos policiais, o jovem afirmou que se tratava de uma tentativa de assalto. Como não havia flagrante e nem mandado de prisão, ele foi ouvido e liberado.
Fonte: http://g1.globo.com/
Presos que estavam sendo mantidos em um micro-ônibus da Brigada Militar no Palácio da Polícia, à espera de vagas em cadeias, destruíram parte do veículo na manhã deste sábado. Dentro da carceragem, outros detidos atearam fogo a roupas e protestaram contra as condições do local.
Segundo o delegado de plantão da 2ª Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) Francisco Antoniuk, a ação começou por volta das 10h, quando seis detidos quebraram janelas e estragaram bancos do micro-ônibus, que ficou completamente depredado em seu interior.
Os presos, que pediam transferência para outro local, haviam passado a noite no veículo. Mesmo após a ação, eles seguiram algemados dentro do micro-ônibus por algumas horas e foram autuados por depredação.
— A Susepe afirmou que vai disponibilizar vagas para os detidos. Assim que controlarmos a situação, vamos verificar isso — disse Antoniuk .
A tensão no local aumentou por volta das 11h, quando outros dez presos, mantidos na carceragem do Palácio da Polícia, começaram a se revoltar e atearam fogo ao local. Um caminhão dos Bombeiros foi deslocado para controlar as chamas.
— O que está acontecendo aqui preocupa, porque é uma situação totalmente adaptada — afirmou o delegado Marco Antonio de Souza, responsável pela carceragem do Palácio da Polícia.
Com a confusão, o Batalhão de Operações Especiais (BOE) foi chamado para realizar a retirada dos detidos de dentro do veículo. Durante a tarde, eles foram encaminhados para a Penitenciária Modulada de Charqueadas.
Durante a manhã, enquanto a depredação ocorria no interior do Palácio da Polícia, novos detidos chegavam ao local. Segundo o delegado Antoniuk, eles devem permanecer nos veículos da BM até que novas vagas sejam disponibilizadas.
Desde outubro, o número recorde de presos e a falta de vagas em presídios e celas de delegacias faz com que a polícia recorra aos veículos de patrulha para manter os detidos.
Há mais de 34 mil pessoas presas no Estado — 10 mil a mais do que a capacidade carcerária. Depois que a situação chegou a um flagrante constrangedor, com dois presos algemados a uma lixeira na Avenida Ipiranga, o comando da Brigada Militar determinou que outros lugares sejam utilizados para manter os detidos.
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br
No dia 8 de novembro, fui assistir numa cabine de imprensa o documentário “Holocausto Brasileiro”. Baseado no livro de mesmo nome da jornalista mineira Daniela Arbex, de 2013 pela Geração Editorial, a história é sobre o Hospital Colônia de Barbacena que foi fundado em 12 de outubro de 1903.
Conhecido como a “Cidade dos Loucos”, foi construído originalmente para atender doentes mentais e vítimas de tuberculose, cujo tratamento era mais difícil no começo do século 20.
Fechado em 1996 e reaberto como Museu da Loucura, o local foi responsável, sozinho, pela morte sistemática de 60 mil pessoas. Para dados comparativos, estima-se que o Holocausto Nazista eliminou seis milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial.
O Holocausto Brasileiro matou pelo menos um centésimo deste mesmo montante.
Foto: Divulgação/Geração Editorial
A instituição também lucrou R$ 600 mil com tráfico de corpos, dos “indesejáveis”, e utilizava métodos de tratamento controversos na psiquiatria, como eletrochoques.
Divulgada pelo governo de Minas Gerais abertamente, a história sensibilizou a jornalista Daniela que foi apurar a história em Barbacena. Falou com pacientes sobreviventes, torturadores e diretores do hospital psiquiátrico que se transformou em uma prisão. Hoje o governo reduziu de 60 mil mortos para 20 mil.
Os depoimentos são chocantes e mostram como o Brasil no interior ainda é desconhecido para muitas pessoas. Filhos foram separados de pais e os netos das vítimas do Colônia descobrem a história de seus avós num local que acabou com suas vidas.
Torturadores não se reconhecem como torturadores, mas apontam abusos que foram cometidos dentro do hospital, além da venda de corpos.
Foto: Divulgação/Geração Editorial
Os abusos dentro do Colônia começaram a ganhar forma a partir de 1930, com a ditadura de Getúlio Vargas, e as mortes sistemáticas ganharam força durante os regimes militares pós-1964. Sob os governos de Médici e Ernesto Geisel, o hospital passou a ocultar mortes e os métodos de tratamento manicomial inadequado que era empregado.
Nem todos os internos possuíam problemas mentais. Opositores políticos da ditadura, negros, homossexuais, mendigos e crianças passaram a dividir a prisão com homens e mulheres que já eram abandonados nus dentro do Hospital Colônia.
Foto: Divulgação/Geração Editorial
Na grande imprensa, somente a revista O Cruzeiro, dos Diários Associados de Assis Chateaubriand, fez registros fotográficos sobre o hospital. Um documentário chamado Em Nome da Razão e a visita do psiquiatra italiano Franco Basaglia, em 1979, começou a provocar uma onda de denúncias sobre o Colônia.
Basaglia comparou o espaço com um campo de concentração nazista.
Após a exibição do documentário, Daniela Arbex respondeu às perguntas dos jornalistas presentes numa seção dentro do Shopping Eldorado, incluindo aquele que vos escreve.
Daniela Arbex, à esquerda. Foto: Pedro Zambarda
“O livro e agora o documentário colocaram no centro das discussões a questão da luta antimanicomial. Nosso papel é produzir memória”, afirmou a autora antes das perguntas de jornalistas. De acordo com Daniela Arbex, ela teve que fazer a apuração duas vezes em Barbacena e falou com torturadores, vítimas e pessoas que estiveram ligadas ao Colônia. Religiosos católicos silenciaram sobre os abusos que eram notoriamente cometidos dentro do recinto.
Ela deu espaço para todas as pessoas apresentarem contrapontos em seus relatos. As freiras que frequentaram o Colônia não aceitaram dar depoimento. “Meu método de trabalho é o jornalismo, não estava lá para julgar as pessoas”, frisou.
Perguntei a Daniela se ela não achava que a mídia tinha ignorado o caso, sendo que só foi revelado pelo fotógrafo Luiz Alfredo do Cruzeiro. “A matéria que saiu na revista tinha cinco páginas e foi uma bomba na época. Não acredito que a imprensa tenha ignorado o caso. O presidente da República chegou a afirmar que mandaria recursos financeiros ao hospital. No entanto, como tudo neste país, foi uma bomba momentânea e as pessoas viram a página como se fosse uma revista de verdade”, explicou.
Repórter especial há mais de 20 anos da Tribuna de Minas, de Juiz de Fora, Daniela Arbex lançou neste ano o livro “Cova 312” sobre o assassinato e ocultamento de mortos no regime militar. A nova obra ganhou o primeiro lugar no Jabuti de Reportagem e Documentário, na frente do livro “A Outra História da Operação Lava Jato”, do jornalista Paulo Moreira Leite. Os dois livros são da Geração Editorial.
O documentário “Holocausto Brasileiro” estreia no dia 20 de novembro no Canal MAX e estará também na HBO Plus.
Fonte: https://medium.com