DenĂșncia: Depen persegue Agentes que participaram do dia 29 de abril

Agente foi retirado do grupo de ações táticas e colocado à disposição do DEPEN, depois que seu chefe imediato viu sua foto na manifestação

manifAgentes Penitenciários que participaram da manifestação democrática do dia 29 de abril começam a sentir o peso das mãos tendenciosas do Estado, neste caso, representado pelo Departamento Penitenciário do Paraná. Essa tem sido uma das inúmeras reclamações de Agentes sobre perseguições sofridas pelos trabalhadores que participaram do ato cívico dos servidores públicos em defesa da Paraná Previdência, no último dia 29, em frente à Assembleia Legislativa do Estado.

Em um dos casos denunciados AO SINDICATO, um Agente Penitenciário do DOS (Divisão de Operações de Segurança), foi retirado do grupo de ações táticas e colocado à disposição do DEPEN, depois que seu chefe imediato viu sua foto na manifestação. Segundo esse Agente que não quis se identificar, o comandante do grupo teria lhe dito que ele não apresentava perfil adequado para compor o grupo de operações especiais, e ainda o teria alertado para outras providências do DEPEN em relação à participação dos servidores nas atividades classistas do seu sindicato.

Outra denúncia feita por servidores penitenciários é sobre uma suposta orientação que o DEPEN teria dado aos diretores das unidades penais, para que intensificassem comunicados de acusações aos Agentes representantes de base do SINDARSPEN, a fim de intimidá-los para cessar as críticas que fazem em relação à administração dos presídios. Em algumas unidades, como a PECO, em que práticas de assédio moral já estão sendo denunciadas ao Ministério Público e demais órgãos fiscalizadores do Sistema, a perseguição velada também está ocorrendo. Alguns diretores de unidades já atribuíram a culpa ao DEPEN, alegando que a orientação é de que os Agentes que aderirem às atividades sindicais sejam comunicados constantemente, na tentativa de intimidar e acabar com a representatividade.

Esses casos parecem ser uma retaliação interna aos servidores, já que nada se conseguiu provar contra os Agentes Penitenciários e outros servidores, que manifestaram democraticamente no exercício da sua liberdade de opinião. “As denúncias que estamos recebendo, nos leva a crer que essas retaliações pós-manifestação, é uma tentativa de reprimir e intimidar o trabalhador, fora dos holofotes da opinião pública”, comenta Petruska Niclevisk Sviercoski, presidente do SINDARSPEN.

Para o SINDARSPEN, tentativas de intimidação como essas denunciadas, expõem ainda mais as vísceras da crise administrativa que atravessa o Departamento Penitenciário do Paraná, agravada agora com a crise política do governo do Estado e Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária.

O SINDARSPEN está denunciando essa prática e perseguição para o Ministério Público, que já abriu um canal para depoimento e exposição de situações como essa. “Daremos encaminhamentos e formalizaremos as denúncias que chegarem ao nosso conhecimento. Nosso interesse é que isso seja investigado e, se provado, que os autores dessas práticas de assédio sejam notificados e processados pelos órgãos de controle externo”, explica Petruska.