A Anistia Internacional divulgou nota na noite desta sexta-feira (25) em que critica a convocação e autorização pelo presidente Michel Temer do uso das Forças Armadas para desocupar as rodovias obstruídas por caminhoneiros em todo o país.
Alexandre de Moraes autoriza uso da força para liberar rodovias
"O papel das Forças Armadas não é atuar em protestos, manifestações e greves. A liberdade de expressão e manifestação são um direito humano", diz a nota.
Greve ou locaute? Como a paralisação pode ser chamada
insistirt na negociação para solicionar os impasses. A organização para também para o risco da violência.
" Enviar as Forças Armadas é grave erro e pode levar a uma escalda da violência. Além disso, o precedente de convocação e autorização para que as Forças Armadas atuem nacionalmente é mais um passo inadmissível no caminho da militarização da gestão das políticas públicas," afirma Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil.
A organização também pede que o governo federal recue na sua decisão e que os governos estaduais não lancem mão das Forças Armadas para atuar em protestos e manifestações.
Fonte: R7
Rafael Soares
O assassinato de um policial militar em confronto pode aumentar em até cinco vezes o número de mortes de civis em tiroteios com a polícia, no mês seguinte, na mesma região. É o que revela um levantamento feito pelo EXTRA, corroborado pelo estudo de uma cientista social: em 2017, mortes de suspeitos em trocas de tiros aumentaram em 70% dos assassinatos de policiais militares que estavam em serviço.
O EXTRA cruzou dados do Ministério Público, da Polícia Civil e do Instituto de Segurança Pública (ISP). Só foram levadas em conta mortes de PMs em serviço e que participavam de confrontos com criminosos. Ao todo, são 22 casos desse tipo ao longo de 2017 em áreas cobertas por 12 batalhões na Região Metropolitana do Rio.
Em seguida, foi contabilizado o número de mortes em confronto na região do assassinato de cada policial, no mês posterior ao crime. Para comparação, o EXTRA também levantou a média mensal de suspeitos mortos na área coberta por cada batalhão analisado nos últimos dez anos.
Com o assassinato do soldado Gilberto Guimarães, na área do 24º BPM (Queimados), o número de mortes no mês seguinte foi cinco vezes maior do que a média mensal de suspeitos mortos na região. Foto: Reprodução
Num dos casos, o número de mortes no mês seguinte ao assassinato do policial foi cinco vezes maior do que a média mensal de suspeitos mortos na região. Após o assassinato do soldado Gilberto Guimarães Pereira Corrêa, de 25 anos, num tiroteio no Morro dos 40, em Japeri, seis pessoas foram mortas em confrontos na região coberta pelo 24º BPM (Queimados) — três mortes foram logo na semana seguinte. A média mensal de suspeitos mortos na área do batalhão é 1,2. O soldado foi baleado no dia 1º de abril, mas só morreu quatro dias depois em decorrência dos ferimentos.
O caso que desencadeou o maior número de mortes foi o do soldado Alan Joubert Silva e Paula, de 26 anos. Lotado no 7º BPM (São Gonçalo), o praça levou um tiro no
pescoço na Favela do Brejal, em 10 de novembro. No mês seguinte, ocorreram 11 homicídios em confronto com a polícia na região. A média de mortes de suspeitos nos últimos dez anos na área do 7º BPM é 4,3.
Até a área de batalhão com a maior média de mortes de suspeitos no Estado do Rio apresentou número de homicídios em confrontos maior no mês seguinte à morte de um PM. Na região coberta pelo 15º BPM (Duque de Caxias), foram seis vítimas por mês nos últimos dez anos. Nos 30 dias seguintes à morte do sargento Olivar Teixeira dos Santos, em 2 de julho, sete pessoas perderam a vida em confrontos.
Modelo de comando gera fenômeno, diz cientista social
A relação entre assassinatos de PMs e aumento da letalidade policial foi objeto de estudo da tese de mestrado da cientista social Terine Husek Coelho. Segundo ela, no dia seguinte as chances de um civil ser morto aumentam em 350%. Entre cinco e sete dias depois, 125%. No mesmo dia, 1.150%. Para Terine, a forma de atuação da PM desencadeia o fenômeno:
— Essas mortes não são ligadas a vinganças pessoais dos policiais. O modelo de atuação da polícia gera isso. Quando um comandante chama a tropa para a guerra, mais mortes acontecem.
No último dia 3, após o assassinato do capitão Stefan Cruz Contreiras, do 18º BPM (Jacarepaguá), numa tentativa de assalto, o comandante da unidade, coronel Marcos Netto, convocou o batalhão para uma “guerra sem trégua”.
“Quero pedir a todos vocês que se empenhem ao máximo, buscando quem quer que seja, em qualquer buraco, viela, casa, seja lá onde for, os assassinos do Contreiras”, escreveu o comandante no WhatsApp poucas horas após o crime. Ao final do dia, uma operação da PM na Cidade de Deus terminou com quatro mortos.
Fonte: extra
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes anunciou nesta terça-feira (8) ter incluído no projeto de segurança pública que foi encaminhado ao Congresso Nacional a proposta para aumentar de 30 para 40 anos o tempo máximo para cumprimento de pena no país.
Moraes vinha trabalhando com uma comissão externa para a elaboração de um pacote de medidas contra o tráfico de armas e drogas desde o final de 2017. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que será instaurada comissão mista das duas Casas Legislativas para apreciar o projeto e que pretende votá-lo em plenário no final de junho.
Pré-candidato à Presidência da República, Maia tem a segurança pública como uma de suas principais bandeiras. A Câmara tem tido dificuldade para a aprovação de projetos e a tendência é que os trabalhos fiquem cada vez mais morosos com a aproximação das eleições e também da Copa do Mundo, que começa no meio de junho.
Além do tempo máximo de prisão, o ministro defendeu que crime sem violência ou grave ameaça tenham penas alternativas. Segundo ele, isso ajudaria a esvaziar os presídios hoje superlotados. Para isso, seriam utilizadas penas como prestação de serviços à comunidade, dadas diretamente nas audiências de custódia.
Além das mudanças no cumprimento de pena, o pacote apresentado por Moraes traz alterações no financiamento da segurança pública, na investigação e no processo penal.
Segundo a proposta, o crime de milícias e de posse de armas restritas ou proibidas passaria a ser julgado pela Justiça Federal, e não mais estadual. No caso dos milicianos, Moraes afirmou ainda que “atos preparatórios” para a constituição de um grupo de milícia poderão ser punidos. Essa mudança, segundo ele, foi inspirada na polêmica lei antiterrorismo, aprovada em 2016 e criticada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Outra proposta do texto permite a infiltração de policiais em redes sociais e aplicativos de comunicação como o WhatsApp e o Telegram, que são criptografados, “com o fim de investigar os crimes (…) praticados por organizações criminosas”.
Pelo projeto de lei, as empresas que gerem esses aplicativos teriam que ter sede no Brasil, e atender “às requisições que lhes forem dirigidas”. “Não dá para ser 8 ou 80, ou não se faz nada ou se bloqueia o WhatsApp por 24 horas”, afirmou o ministro do STF. Segundo ele, a infiltração deve acontecer mediante decisão judicial.
O projeto apresentado por Moraes prevê ainda a criação de colegiados de juízes para a tomada de decisões a respeito de milícias e traficantes para, segundo o ministro, garantir a segurança dos magistrados.
Sobre financiamento, o projeto prevê que passem a ser destinados 25% dos recursos do Sistema S para a segurança pública. De acordo com Moraes, em 2017 isso significaria R$ 5 bilhões a mais para a segurança.
Além disso, o projeto prevê que se destine 4% dos ganhos com a loteria federal, em uma estimativa de R$ 240 milhões. Desses recursos, 75% seriam distribuídos aos estados e 25% aos municípios. Do valor repassado aos governadores, 60% seguiria critério de população e 40% seria enviado de acordo com os índices de homicídios.
Já no caso do valor municipal, 50% seria repassado às capitais e 50% aos municípios com mais de 200 mil habitantes.
Fonte: uol
Durante a paralisação, visitas de advogados e familiares estão restringidas
Os agentes penitenciários federais que atuam em Mato Grosso do Sul aderiram à paralisação nacional da categoria por mais segurança para os servidores. O ato, que começou às 8h, desta sexta-feira (4), terá duração de 24 horas. Durante esse período, visitas de advogados e familiares, banho de sol e outros serviços que não sejam de caráter emergencial são restringidos.
Em Mato Grosso do Sul são 250 agentes que, durante esse período de paralisação, estão fazendo apenas vigia nas torres, distribuição de alimentação aos presos e atendimentos emergenciais de saúde.
Esta paralisação por segurança tem relação com ataques e ameaças feitas por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) contra agentes penitenciários em todo o país. A sensação de insegurança é tanta que os servidores optaram por não divulgar a identidade à imprensa com medo de que tenham o nome colocado em lista de execução do PCC como já ocorreu em ocasiões anteriores.
Eles citaram a morte do agente penitenciário federal Henry Charles Gama Filho, em abril do ano passado na cidade de Mossoró (RN), do agente Alex Belarmino Almeida Santos, de 36 anos, na cidade de Cascavel, (PR), em setembro de 2016 e também da psicóloga Melissa de Almeida de Araújo também em Cascavel (PR), em maio do ano passado.
“A gente anda armado, mas nossa família, não. Sabemos que eles são covardes e atacam sempre o mais fracos”, declarou um dos integrantes da diretoria do Sindicato dos Agentes Federais de Execução Penal em Mato Grosso do Sul (Sinafep-MS).
REIVINDICAÇÕES
Os agentes pedem que seja instaurado um protocolo de segurança com medidas emergenciais de proteção ao agente penitenciário que eventualmente for ameaçado. Isto porque, segundo eles, por meio de escutas telefônicas e serviço de inteligência ficou constatado que o crime organizado consegue descobrir o número de telefone e o endereço de onde vivem os agentes.
A ideia é que, seja realizada a transferência do agente ameaçado, para um local seguro como Hotel de Trânsito do Exército ou outro local disponibilizado pelo Ministério de Segurança Pública. Outra solicitação é que o agente seja transferido de função, conforme o grau ou tipo de ameaça.
Além disso, eles querem uma reunião da categoria com o novo ministro da Segurança, Raul Jungmann, em que devem expor a “situação caótica em que se encontram os servidores que lidam com integrantes do crime organizado”.
Os agentes pedem também que o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) seja dirigido por alguém com conhecimento técnico e não apenas um indicado político
Fonte: correiodoestado