O desmanche, inclusive, teve o aval de um subtenente, segundo a investigação do órgão corregedor, que pediu as prisões após a análise de câmeras corporais.
“A hora é essa!”, diz o praça ao subordinado.
Nas imagens, o subtenente Marcelo Luiz do Amaral autoriza o sargento Eduardo de Oliveira Coutinho a depenar uma Fiat Toro.
De acordo com trechos das gravações anexadas ao processo da Justiça Militar, Coutinho foi flagrado retirando a tampa de cobertura do motor, o farol dianteiro e capas de retrovisores da Toro. As imagens mostram o subtenente Marcelo, superior hierárquico do sargento, afirmando: “A hora é essa!”.
E as peças foram levadas para a viatura policial.
Imagem da câmera corporal de um sargento do Batalhão de Choque mostra a peça de um carro no interior da viatura da polícia — Foto: Reprodução
Conversas anteriores entre os militares, ainda segundo o material analisado, indicam que Coutinho já tratava de desmontar objetos e colocá-los na própria mochila, com diálogos sugerindo a retirada dos itens em local deserto.
Em outro momento, ele afirma: “Tem uma pecinha aqui que eu preciso”, recebendo novamente a resposta de Marcelo: “A hora é essa”.
Imagem de câmera corporal mostra peça de carro sendo levada pela viatura do Batalhão de Choque — Foto: Reprodução
PMs da Corregedoria cumprem mandados nesta sexta — Foto: Reprodução/TV Globo
Imagens mostram abordagem ao veículo
As gravações revelam que os policiais notaram a caminhonete, registrada em São Paulo e pertencente a um morador não envolvido na operação.
Coutinho comenta: “Deixa eu dar uma olhada nessa Toro aqui” e, em seguida, diz: “Ah, tô precisando bem de um farol”, repetindo depois: “Tô precisando de um farol”.
Outro militar não identificado aparece perguntando “Dessa?”, ao que Coutinho responde: “Aham”. Documentos consultados pelos investigadores apontam que o sargento é proprietário de uma Fiat Toro de características semelhantes.
Os flagrantes dos desvios ocorreram no mesmo dia em que, segundo a Corregedoria, o sargento Diogo da Silva Souza foi registrado desmontando um fuzil encontrado após confronto e colocando partes da arma na mochila — caso que também motivou as prisões desta sexta-feira.
Prisões e investigação
Ao todo, a Justiça expediu 3 mandados de prisão — contra o subtenente e os sargentos — e 10 de busca e apreensão. A Corregedoria não tinha explicado as circunstâncias das outras 2 prisões nem informado o nome deles até a última atualização desta reportagem.
A apuração está a cargo da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM).
A Polícia Militar afirmou, em nota, que não compactua com desvios de conduta e que todos os mandados foram cumpridos.
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