O Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do Brasil, surgiu em consequência de medidas tomadas durante a ditadura militar. Tudo começou com um decreto, em 1969, que alterou a Lei de Segurança Nacional (LSN) e permitiu a mistura de presos políticos — geralmente jovens com educação e organização — com criminosos comuns no presídio da Ilha Grande (Instituto Penal Cândido Mendes), no Rio de Janeiro.
Nessa convivência forçada, os presos políticos criaram mecanismos internos de organização, solidariedade e reivindicação de direitos, ensinando táticas de resistência aos criminosos comuns. Quando os presos políticos deixaram o local em meados dos anos 1970, permaneceram as estruturas de organização e união, que foram adaptadas para fortalecer o grupo diante dos demais presos. Assim, nasceu a Falange Vermelha, que se consolidaria como Comando Vermelho após episódios de extrema violência dentro do presídio, como o massacre de 1979.
A facção cresceu mesmo após o fechamento do presídio, dominando o tráfico e áreas periféricas diante do fracasso do Estado na segurança pública. O texto contextualiza episódios relacionados, desde motins, fugas históricas, até megaoperações policiais recentes, como uma ação em outubro de 2025 que deixou mais de 120 mortos, ilustrando a permanência e a força da organização mesmo décadas após suas origens.
