Coronel que chamou comandante da Marinha de “prostituta” é condenado

e0906 A primeira instância da Justiça Militar da União (JMU), em Brasília, condenou um coronel da reserva do Exército por ofensas contra o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen (foto em destaque).

O militar foi condenado pelo Conselho Especial de Justiça, formado por uma juíza federal da Justiça Militar e mais quatro generais de brigada do Exército, que, por unanimidade, o consideraram culpado e o condenaram a quatro meses de detenção.

O oficial do Exército, José Placídio Matias dos Santos, integrante da tropa de elite Forças Especiais, foi denunciado pelo Ministério Público Militar (MPM) pelos crimes de “injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, com a causa de aumento de pena de ter a conduta sido praticada contra superior hierárquico, no exercício de função de natureza militar, por meio que facilite a divulgação da injúria”.

Na denúncia, o MPM informou que o coronel, irresignado com o resultado das eleições presidenciais de 2022, publicou em seu Twitter, em 6 de janeiro de 2023, uma postagem com os seguintes dizeres a respeito do recém-empossado comandante da Marinha: “Marinha do Brasil!! Sai um herói patriota, entra uma prostituta do ladrão, com o devido respeito a elas. Venha me punir, Almirante, e me distinga em definitivo da sua estirpe”.

A vítima, almirante de esquadra e comandante da Marinha, afirmou em juízo que tomou conhecimento das ofensas por meio das publicações na mídia e afirmou ter havido prejuízo à sua pessoa, conforme constou na sua manifestação durante o processo, em que descreveu o impacto que as publicações tiveram sobre a sua honra e reputação.

Julgamento e negativa de autoria

Durante o julgamento, no entanto, o réu negou a autoria da publicação. O coronel afirmou que a sua conta no Twitter foi invadida e que o texto ofensivo não partiu dele.

O militar reconheceu como sua a conta, mas não soube provar se ela foi hackeada.

O réu afirmou ainda que, após isso, começou a apagar todas as postagens, mesmo sem ver o conteúdo, por meio do botão “apagar tudo”, e que a conta no Twitter foi encerrada.

A plataforma, ao ser indagada sobre a possível invasão da conta, respondeu que tanto o login quanto as postagens e o pedido de cancelamento somente poderiam ter sido realizados pelo titular da conta, não registrando qualquer comunicação de uso indevido por terceiros não autorizados naquele domínio. O Twitter também informou que a conta foi cancelada pelo próprio usuário.

O advogado de defesa, durante a sessão de julgamento, insistiu na tese de negativa de autoria, ratificando o fato de não ter sido juntada ao processo a publicação original da mensagem, sendo esta uma obrigação do Twitter. No entanto, seus argumentos não foram suficientes para convencer os juízes do Conselho Especial de Justiça.

Crime contra a honra

Na fundamentação da sentença, a Juíza Federal da Justiça Militar Flávia Ximenes Aguiar de Sousa afirmou que a injúria é um crime contra a honra de terceiros e exige dolo específico, ou seja, a vontade livre e consciente de ofender a honra alheia. Tal requisito restou claramente atendido.

A postagem realizada pelo acusado em sua conta no Twitter revelou a intenção inequívoca de ofender a honra e a dignidade do recém-nomeado comandante da Marinha.

A magistrada afirmou ainda que o conteúdo da publicação, marcado por termos depreciativos e insultos diretos, demonstra que o réu agiu com a deliberada intenção de desonrar e menosprezar a vítima, levando em conta, ainda, o contexto de polarização política que o país atravessava e do qual ainda tenta se recuperar.

“Embora a liberdade de expressão seja um direito fundamental, ela não é absoluta e deve ser limitada quando esbarra na garantia constitucional da proteção à honra e/ou à intimidade individual de terceiro”, afirmou.

Após a condenação, foi concedida ao réu a suspensão condicional da pena, pelo prazo de dois anos, com a obrigação de comparecimento bimestral na sede do Juízo, na fase executória. Ainda cabe recurso ao Superior Tribunal Militar (STM).

Fonte: https://www.metropoles.com/distrito-federal/na-mira/coronel-que-chamou-comandante-da-marinha-de-prostituta-e-condenado

Policiais de folga fazem vigilância irregular para 30 milhões de pessoas, estima pesquisa

A imagem mostra uma cabine azul em um ambiente urbano. Dentro da cabine, há um homem vestido com uma camiseta vermelha e um celular na mão próximo à boca. Do lado de fora, um homem de camisa cinza está apoiado na janela da cabine. Ao fundo, há uma parede clara e uma cerca viva com plantas. Há uma placa com desenhos de olhos, de uma câmera de segurança e o aviso "monitorada 24 horas".
 O serviço de vigilância particular prestado por policiais de folga, que é proibido expressamente na maior parte dos estados, alcança as vizinhanças de 18% dos brasileiros. Isso equivale a mais de 30 milhões de pessoas, segundo pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Folha.

Essa estimativa foi feita a partir de entrevistas com 2.508 pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões do Brasil, entre os dias 11 e 17 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O serviço, que costuma ser proibido no regulamento interno das polícias, pode ser ainda mais disseminada no país. Isso porque Datafolha perguntou especificamente sobre "a oferta de serviços de vigilância privada prestados por policiais de folga", e é provável que boa parte dos entrevistados não saiba se os vigilantes em seus bairros são policiais do serviço ativo ou não.

A imagem mostra uma cabine azul em um ambiente urbano. Dentro da cabine, há um homem vestido com uma camiseta vermelha e um celular na mão próximo à boca. Do lado de fora, um homem de camisa cinza está apoiado na janela da cabine. Ao fundo, há uma parede clara e uma cerca viva com plantas. Há uma placa com desenhos de olhos, de uma câmera de segurança e o aviso "monitorada 24 horas".
Vigilantes particulares em São Paulo; emprego de policiais de folga na atividade é proibido por corporações - Karime Xavier - 26.ago.2022/Folhapress

"Não há dúvida que essa é uma estimativa conservadora", escreve o cientista político Cleber Lopes, professor da Universidade Estadual de Londrina e pesquisador do Fórum, que analisou os números da pesquisa em um artigo. "Como o bico na segurança é uma atividade irregular, os policiais prestam serviços de maneira velada, isto é, sem uniforme e com a arma encoberta, o que cria dificuldades para a sua identificação pelas pessoas."

Os dados do Datafolha apontam que essa situação é mais comum nas regiões metropolitanas, especialmente cidades a partir de 200 mil habitantes em todo o país. No interior, 16% dos moradores dizem que em seus bairros há essa atividade, contra 21% nas metrópoles.

Segundo a pesquisa, entrevistados que moram em bairros com vigilância particular feita por policiais também relatam com mais frequência terem presenciado violência policial. Nos bairros com vigilantes, 19% relatam ter visto abordagens violentas nos últimos meses. Entre os demais, 14% dizem o mesmo.

  Em 2022, um estudo de Lopes para o Anuário Brasileiro de Segurança Pública estimou o número de seguranças particulares que trabalham de forma clandestina, sem supervisão da Polícia Federal, em cerca de 600 mil pessoas. Somados àqueles que estavam registrados de forma lícita, a mão-de-obra empregada pelo mercado de segurança privada chegava a 1,1 milhão de pessoas.

É mais do que a soma de todas as forças de segurança pública do país, que somavam 796.180 profissionais no ano passado, segundo levantamento do Fórum. É de conhecimento público que parte deles trabalham ao mesmo tempo na segurança particular.

Essa dupla jornada leva a preocupações com a saúde mental dos policiais e suas consequências para a segurança pública. "O bico policial na segurança privada compromete a qualidade dos serviços de segurança pública, criando conflitos de interesse, aumentando o estresse do policial e sua chance de vitimização", escreve Lopes.

 Quando trabalham como vigilantes particulares, diz o professor, os policiais estão sem a retaguarda de colegas que o acompanham no patrulhamento formal, sem a farda e muitas vezes sem equipamentos adequados. Dessa forma, mais policiais morrem quando estão de folga do que em serviço formal, apontam dados do Fórum.

"É um estressor adicional que impacta diretamente a vitimização por suicídio, que em 2023 foi a principal causa de morte de policiais no Brasil, superando as mortes por confronto na folga e por confronto no serviço", afirma.

 

“Justiça express”: juízes emitiam sentença e sacavam propina em 18 min

e0816 Nesta quarta-feira (14/8), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação 18 Minutos para desarticular esquema de venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça do Maranhão.

A operação ganhou este nome por causa da rapidez impressionante para a tomada de decisões, a expedição de alvarás e o saque dos recursos desviados: apenas 18 minutos.

A ação tem como alvo quatro desembargadores e dois juízes do TJ do Maranhão, todos suspeitos de fazer parte de um esquema fraudulento para desviar recursos de instituições como o Banco do Nordeste.

Entre os investigados, estão a desembargadora Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa, que é cunhada do ex-presidente José Sarney, e os desembargadores Marcelino Everton Chaves, Luiz Gonzaga Almeida Filho, e Antônio Pacheco Guerreiro Júnior. A juíza Alice de Sousa Rocha e o juiz Cristiano Simas de Sousa também estão sob investigação, assim como o ex-juiz Sidney Cardoso Ramos.

Segundo a Polícia Federal, o esquema é complexo e envolve três núcleos de atuação, dos quais participam ex-servidores do banco, advogados e magistrados.

  

Uma das decisões judiciais investigadas é acusada de desviar R$ 14 milhões. Esse caso é apenas um exemplo de como o grupo operava dentro do sistema judiciário do estado.

A operação, ordenada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), resultou no bloqueio de bens e no afastamento de vários envolvidos de suas funções públicas. Advogados e ex-juízes também estão sendo investigados por seu papel no esquema.

Em resposta, o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) declarou em nota que está cooperando com a Polícia Federal, conforme as determinações do STJ, e destacou o compromisso com a transparência e governança na investigação.

Fonte: https://www.metropoles.com/distrito-federal/na-mira/justica-express-juizes-emitiam-sentenca-e-sacavam-propina-em-18-min

Policiais militares são suspeitos de ligação com matadores de aluguel que agem para o jogo do bicho; dois PMs e um oficial da Marinha estão presos

e0812 Treze policiais militares suspeitos de ligação com uma quadrilha de matadores de aluguel que presta serviços para o jogo do bicho e a máfia de cigarros falsificados estão sendo investigados pela Polícia Civil. O bando teria envolvimento com uma série de assassinatos, como o do comerciante Antônio Gaspaziane Mesquita Chaves, em 9 de junho, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, e o do advogado Rodrigo Marinho Crespo, em 26 de fevereiro, em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Centro da cidade.

Imagens mostram momento que tiros são disparados contra comerciante

Ontem, policiais da Delegacia de Homicídios da Capita (DHC) e agentes da Corregedoria da PM fizeram uma operação para cumprir um mandado de prisão e 32 outros de busca e apreensão — 13 deles envolvendo policiais militares. Na ação, dois PMs acabaram presos em flagrante por porte ilegal de arma. Com um deles, foram apreendidos, além de uma pistola, capuzes, celulares, dinheiro e um par de luvas. Outro estava com um fuzil.

 

Também foram presos um oficial da Marinha e Ryan Patrick Barboza de Oliveira, alvo do único mandado de prisão. Segundo a DHC, ele foi o responsável por monitorar os passos do comerciante Gaspaziane, que teria sido morto por ter desviado dinheiro das máquinas caça-níqueis instaladas em seus bares, que pertenciam a bicheiros.

Segundo as investigações, Ryan aparece em imagens registradas por câmeras de segurança no local do assassinato. Ele teria seguido Gaspaziane em sua motocicleta a partir do centro do Rio, desde as primeiras horas do dia 9 de junho, um domingo, data em que o crime foi cometido.

Ryan é acusado de ter repassado instruções para os executores pelo celular. No momento em que a vítima saiu do bar Parada Obrigatória e entrou em seu carro, que estava parado na Rua Souza Franco, na esquina com o Boulevard Vinte e Oito de Setembro, Ryan deu sinal para os assassinos entrarem em ação. Gaspaziane teve o veículo interceptado por um Polo, do qual desceram os atiradores. Foram cerca de 20 disparos.

Na época, a principal linha de investigação apontava para uma disputa por pontos do jogo de bicho, travada pelos bicheiros Rogério Andrade e Adilson da Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, e Bernardo Bello, que acabou perdendo toda a região da Tijuca e da Zona Sul.

Três já estavam presos

A polícia também já identificou Cézar Daniel Mondego de Souza e Leandro Machado da Silva, como suspeitos de integrar esse grupo de matadores de aluguel. Os dois estão presos acusados de envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo. Leandro, que é policial militar, teria sido o responsável pela parte logística do crime, como o aluguel de carro. Um terceiro suspeito, Eduardo Sobreira Moraes, preso sob a acusação de ter seguido os passos da vítima nos dias anteriores e no próprio dia da execução.

Na operação desta quinta-feira, as equipes também cumpriram mandados de busca e apreensão relacionados à investigação que apura as mortes de Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e Alexsandro José da Silva, em novembro de 2022, em Del Castilho, na Zona Norte. Catiri trabalhava para o bicheiro Bernardo Bello e foi executado quando deixava uma academia de ginástica.

Procurada, a PM informou que está colaborando com as investigações e que os agentes suspeitos de envolvimento nos crimes vão responder a procedimentos disciplinares que poderão resultar na exclusão dos militares da corporação.

Fonte: Policiais militares são suspeitos de ligação com matadores de aluguel que agem para o jogo do bicho; dois PMs e um oficial da Marinha estão presos (globo.com)

Padrinho, cartilha e juramento do crime: como é o 'batismo' do PCC

e0725 Criada no sistema prisional paulista, o PCC (Primeiro Comando da Capital) se expandiu pelo Brasil afora ao longo de seus 30 anos. Com mais de 100 mil membros em todos os estados, segundo o MPSP (Ministério Público de São Paulo), a facção adotou um procedimento padrão para novos filiados: o batismo.

Embora a nomenclatura "batismo" tenha referência a uma espécie de ritual, hoje em dia a prática é bem simples dentro do PCC. O termo se popularizou dentro da facção devido ao processo de "conversão" dos novos integrantes às regras da facção.

De acordo com o pesquisador Bruno Paes Manso, do NEV (Núcleo de Estudos de Violência) da USP, apesar da mística que cerca o batismo, o acontecimento é importante, mas "não tem nada muito simbólico".

"É um procedimento mais para pessoa se comprometer e receber o estatuto do PCC, além de responder às regras e respeitá-la", afirmou o pesquisador, autor do livro "A guerra: a ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil", em conjunto com Camila Dias Nunes.

O que é o batismo do PCC?

Na prática, o batismo é o momento em que o novo integrante tem formalizada a sua entrada no PCC. Nas cadeias dominadas pela facção, um preso que não faz parte da organização criminosa é chamado de "primo" e tem o seu comportamento observado pelos integrantes da organização criminosa.

Fonte: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/07/22/padrinho-cartilha-e-juramento-do-crime-como-e-o-batismo-do-pcc.htm

 

Quando algum primo se destaca dos demais — seja pela maneira como conduz situações conflituosas, por oratória ou postura — os membros do PCC o enxergam como potencial convidado para um batismo. Isto é, como mais um "irmão", mostra o livro "Junto e misturado: uma etnografia do PCC", de Karina Biondi.

Para se tornar um irmão, contudo, não basta o primo querer e mostrar postura. É preciso de um convite de pelo menos dois padrinhos, que são membros do PCC. Se a proposta for aceita pelo primo após ter conhecimento do funcionamento da facção e de suas regras, o batismo é sacramentado.

 

Vídeo mostra quando policial é morto a tiros com a própria arma após agredir irmão

eee O crime aconteceu na última quinta-feira (11). Ao g1, a defesa do suspeito disse que se trata de uma tragédia que não reflete a personalidade dele. O advogado Martiniano Neto informou que pediu um habeas corpus após a prisão de seu cliente ser mantida pela Justiça. A defesa argumentou ainda que o suspeito está abalado emocionalmente e ferido fisicamente por conta da briga com o PM.

“Foi uma tragédia após uma festa de família. Porém, não reflete a personalidade e o comportamento do acusado. Ele tinha no irmão a segurança de uma figura paterna. Eram bastante ligados”, detalhou o advogado Martiniano Neto.

O delegado Sandro Costa explicou que os irmãos estavam reunidos com a família e discutiram. Durante a briga, o policial começou a agredir o irmão. As imagens mostram que crianças que estão na comemoração tentam impedir as agressões.

A câmera registra que, após ser agredido, o irmão de Tiago entrou na casa, pegou a arma, voltou para a área externa e atirou contra o soldado, que foi baleado.

À PM, o irmão de Tiago admitiu que utilizou a arma institucional do soldado, que estava guardada no quarto dele, para atingi-lo. 

Discussão

O delegado explicou que os irmãos sempre se deram bem, mas acabaram se desentendendo durante a reunião da família.

"Não entendi que houve motivo fútil, uma vez que após a discussão inicial, a vítima agrediu severamente o autor, o que constitui o real motivo", argumentou o delegado.

Conforme apurado pela polícia, durante a briga, o suspeito ficou inconsciente e cambaleante por alguns minutos. Após retomar a consciência, ele foi ao quarto para pegar a arma institucional do soldado, que estava guardada, segundo a investigação.

Fonte: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2024/07/15/video-mostra-quando-irmao-e-espancado-pega-arma-de-policial-e-o-mata-durante-comemoracao-de-aniversario.ghtml

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