Ex-diretora de presídio e detento foragido negociavam 'votos cativos' por R$ 100

e0711 Joneuma Silva Neres está presa há sete meses por facilitar fuga de 16 presos no Conjunto Penal de Eunápolis. Ex-gestora teve romance com detento e envolvimento com facção na Bahia.

  • As investigações do Ministério Público da Bahia (MP-BA) apontaram que a ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, Joneuma Silva Neres, e o detento foragido Ednaldo Pereira de Souza, o "Dadá", negociavam "votos cativos" por R$ 100.

  • Joneuma Silva passou a trabalhar “politicamente” para uma organização criminosa baiana, intermediando encontros entre Ednaldo, na qual era amante, e o então candidato a prefeito de Teixeira de Freitas, o ex-deputado federal Uldurico Jr. (MDB).

  • Nestes encontros, também compareceu o então candidato a vereador do município de Eunápolis Alberto Cley Santos Lima, conhecido como Cley da Autoescola (PSD), apoiado politicamente pelo ex-deputado federal.

As investigações do Ministério Público da Bahia (MP-BA) apontaram que Joneuma Silva Neres, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, e o detento foragido Ednaldo Pereira de Souza, o "Dadá", negociavam votos por R$ 100 para beneficiar políticos.

De acordo com o processo ao qual a TV Bahia obteve acesso com exclusividade, Joneuma passou a trabalhar "politicamente" para uma organização criminosa baiana. Ela foi presa e denunciada por facilitar a fuga de 16 detentos do presídio, em dezembro do ano passado.

A ex-diretora intermediava encontros entre o amante, Dadá, e o então candidato a prefeito de Teixeira de Freitas, o ex-deputado federal Uldurico Jr. (MDB).

O então candidato a vereador do município de Eunápolis Alberto Cley Santos Lima, conhecido como Cley da Autoescola (PSD), também comparecia a esses encontros. O homem é apoiado politicamente pelo ex-deputado federal.

O documento aponta que, na condição de padrinho "politico" de Joneuma, Uldurico Jr. passou a ter encontros repetidos com Dadá e outros membros da organização criminosa dele, dentro do Conjunto Penal de Eunápolis, com a participação da ex-diretora do local.

Conforme o documento, estes encontros eram cercados de cuidados "especiais", por parte de Joneuma, para que não ficassem registrados nas câmeras de segurança ou arquivos do Conjunto Penal.

Depoimentos colhidos apontaram ainda que a intermediação de Joneuma chegou a lhe render valores próximos de R$ 1,5 milhão. A defesa dela nega.

"Em nenhum momento, ela recebeu qualquer tipo de valor. Foi requerida pela Polícia Civil a quebra do sigilo bancário dela. No momento que eles quiserem, eles têm acesso", disse o advogado Artur Nunes

Fornecimento de eleitores cativos

As investigações apontam que a intenção da ex-diretora do Conjunto Penal, ao intermediar os encontros entre membros do grupo criminoso e o ex-deputado federal era:

  • acobertar "politicamente" as atividades criminosas;
  • favorecer as ações criminosas do grupo, as quais se desenvolviam, escancaradamente, dentro do Conjunto Penal de Eunápolis.

A moeda de troca entre a primeira denunciada e o então candidato a prefeito de Teixeira de Freitas era o fornecimento de "eleitores cativos". Em troca, Uldurico Jr. a apoiaria politicamente para manter-se na administração do Conjunto Penal, representando os interesses da organização criminosa.

Entre os eleitores cativos se incluía tanto os presos provisórios faccionados do grupo, que podiam votar, como os amigos e familiares deles.

Segundo o depoimento de um dos internos da unidade, o voto compromissado era comercializado e cada eleitor aliciado recebia o dinheiro.

Direcionamento de contratações e demissões

Ainda de acordo com o documento, para exercer o controle absoluto do Conjunto Penal de Eunápolis, e promover as atividades ilícitas para o amante e o grupo criminoso a qual ela passou a integrar, Joneuma começou a direcionar as contratações e demissões dos servidores do presídio.

Assim, servidores que "não fechavam os olhos" ou compactuavam com as ordens eram intimidados ou demitidos. As demissões eram direcionadas por Joneuma, Dadá, dois dentistas, uma psicóloga e dois advogados.

Os demitidos eram substituídos por pessoas ligadas à ex-diretora do presídio, que chegou a contratar a irmã Jocelma Neres como advogada em defesa dos interesses do grupo criminoso, no Conjunto Penal de Eunápolis. À TV Bahia, Jocelma confirmou que trabalhou na unidade, mas disse que o acesso era apenas de atendimento aos internos.

Presídio sob comando do crime organizado

Além de Joneuma, outras 17 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público da Bahia. Entre elas, Wellington Oliveira Sousa, ex-coordenador de segurança do presídio — cargo de confiança da ex-diretora. O ex-gestor também está preso.

Joneuma esteve à frente a unidade por nove meses e foi a primeira mulher a ocupar este tipo de cargo no estado. No entanto, apesar da representatividade, o que veio à tona após as prisões revela que o conjunto penal estava sob comando do crime organizado.

O processo mostra que, desde que assumiu o cargo, em março de 2024, a gestora chamou a atenção das autoridades, especialmente pelas regalias dadas aos presos. Segundo informações presentes no documento, ela autorizou a entrada irregular de roupas, freezers, ventiladores e sanduicheiras.

O ex-coordenador de segurança da unidade foi uma das pessoas que revelaram as irregularidades. Em um dos depoimentos, Wellington contou que Joneuma atendia a diversas exigências feitas, principalmente por Dadá.

O homem é apontado pela polícia como chefe de uma facção de Eunápolis, que é ligada a outro grupo criminoso do Rio de Janeiro. Ele estava preso na unidade penal até o dia 12 de dezembro, quando aconteceu a fuga em massa.

Entre as regalias apontadas no depoimento, está o acesso de visitas. Wellington disse que a esposa de Dadá "passou a ingressar no conjunto penal, sem qualquer inspeção, mediante autorização da diretora".

Relacionamento amoroso dentro do presídio

Outros relatos indicaram ainda que Joneuma e Dadá viveram um relacionamento amoroso, com relações sexuais, dentro do presídio.

Esse detalhe não foi relatado pelo ex-coordenador de segurança da unidade prisional, mas Wellington mencionou que Joneuma e Dadá tinham "encontros frequentes, que ocorriam na sala de videoconferências, sempre a sós, com uma folha de papel ofício obstruindo a visibilidade da porta pela abertura de vidro".

O homem disse também que "as reuniões eram sigilosas e geravam estranheza entre os funcionários devido à regularidade e longa duração".

Custodiada com filho na cela

Quando foi presa, no dia 24 de janeiro deste ano, Joneuma estava grávida. O bebê nasceu prematuro e segue com ela na cela, no Conjunto Penal de Itabuna, no sul do estado.

Em entrevista à TV Bahia, Jocelma Neres, irmã e advogada de Joneuma, nega a existência de um caso entre ela e Dadá.

"A gente não sabe quem foi que articulou tudo isso, mas ela está sofrendo as consequências de um crime que não cometeu. Ela nunca teve nenhum relacionamento com essa pessoa", afirmou.

A advogada também destaca a preocupação com o fato de o sobrinho ainda estar no presídio com a mãe. "O presídio não é ambiente para uma criança recém-nascida e a família está desesperada, sem ter o que fazer. A gente não tem condições de estar lá com ela, pelo fato de ser uma cidade longe, e não ter recursos financeiros para estar lá", desabafou.

Já o advogado Artur Nunes, que também representa Joneuma, explicou por que alguns benefícios eram concedidos aos detentos. "Dentro de uma unidade prisional, a gente entende, vive muito de negociação, no sentido de manter, ao máximo, a ordem da unidade prisional, evitar problemas, [evitar] que conflitos entre eles ocorram", disse.

Em abril deste ano, Joneuma Silva Neres protocolou um pedido judicial de auxílio financeiro para cobrir gastos com a gravidez contra o ex-deputado federal Uldurico Jr. Ela alega que ele seria o pai da criança.

Em contato com a produção da reportagem, Uldurico Junior afirmou que não responde a nenhuma acusação e que tem pressa para fazer o teste de DNA. Acrescentou ainda que esteve no presídio para conversar com vários representantes de cada ala, a fim de falar sobre direitos humanos.

Denúncia contra envolvidos

O MP-BA ofereceu denúncia contra os indiciados em março deste ano. Além de Joneuma, Wellington e Dadá, estão os outros fugitivos.

Segundo detalham os depoimentos, antes de fugirem, os detentos, que eram aliados de Dadá, foram colocados na mesma cela, de número 44.

Eles tiveram acesso a uma furadeira e abriram um buraco no teto da unidade, no dia 29 de novembro. O barulho não passou despercebido por agentes penais, mas a diretora só teria tomado uma atitude dois dias depois.

Foi neste momento que, segundo o ex-coordenador de segurança da unidade, ele recebeu ordem de Joneuma para buscar a ferramenta na cela, juntamente com a equipe.

Os agentes retiraram os presos e, em uma inspeção superficial, encontraram a ferramenta, que, conforme pontuou Wellington, foi mantida pela ex-diretora penal na sala dela por alguns dias. Somente pouco antes da fuga, ela pediu que o subordinado levasse o objeto para a casa dela.

Atualmente, Wellington está preso no Conjunto Penal de Teixeira de Freitas. Em contato com a reportagem da TV Bahia, a defesa dele informou que não iria se posicionar nesse momento.

A reportagem também tentou, mas não conseguiu contato com as defesas dos outros citados.

Câmeras registram fuga de 16 detentos de presídio na Bahia

O Conjunto Penal de Eunápolis fica em uma área afastada do centro da cidade, no bairro Juca Rosa. A fuga contou com quatro veículos do tipo SUV e oito homens portando armas de grosso calibre.

Um dos envolvidos, identificado como Vagno Oliveira Batista, foi preso em fevereiro deste ano, portando uma pistola. Segundo as investigações, ele era responsável por cuidar do armamento da facção.

Em depoimento, o suspeito disse que, depois da fuga, foi até a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, onde encontrou com Dadá e outros cinco fugitivos.

Segundo depoimentos, antes de ser presa, Joneuma também planejava fugir para a capital carioca e se encontrar com o líder do grupo criminoso.

O que diz a Seap

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado (Seap) disse que jamais compactuou com qualquer privilégio concedido a internos custodiados no sistema prisional baiano.

A pasta pontuou ainda que participou ativamente com a Polícia Civil (PC) nas investigações e colaborou de forma irrestrita com a Justiça para punir todas as transgressões ocorridas no Conjunto Penal de Eunápolis.

Desde o final de maio, agentes da Força Penal Nacional estão operando no presídio. A decisão foi tomada depois do atentado que teria como alvo o novo diretor Jorge Magno Alves, no dia 20 de maio. O homem endureceu as regras na unidade. Ele escapou do ataque, porém um servidor ficou gravemente ferido.

Fonte: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2025/07/04/ex-diretora-de-presidio-e-detento-foragido-negociavam-votos-cativos-por-r-100.ghtml

Quase ninguém lembra, mas uma atitude polêmica de Ratinho atrapalhou as negociações do sequestro do irmão de Zezé Di Camargo

e0706 Há 25 anos, a família Camargo viveu um dos momentos mais tensos de sua trajetória: o sequestro de Wellington José. O irmão de Zezé Di Camargo e Luciano ficou paraplégico quando foi acometido por uma poliomielite aos 2 anos.

O sequestro durou mais de três meses e foi acompanhado de perto pela imprensa. Inicialmente, os bandidos pediram 3 milhões de dólares pelo resgate, mas os cantores se recusaram a pagar o valor, considerado exorbitante por eles. “Não vamos ser coniventes com bandidos nem com o crime organizado”, disse Zezé, em coletiva de imprensa na época.

 Foi aí que o apresentador Ratinho decidiu tomar uma atitude bastante polêmica: em seu programa, ele propôs a criação de um telefone para arrecadar os 3 milhões de dólares para o pagamento do resgate de Wellington.

Com isso, Ratinho atrapalhou as negociações entre a família, a Secretaria da Segurança Pública de Goiás e os sequestradores, conforme aponta uma reportagem do jornal Folha de São Paulo na época.

Os sequestradores estavam prestes a aceitar 300 mil dólares pela liberdade de Wellington, mas as negociações foram interrompidas após a exibição do programa. Segundo o secretário da Segurança Pública de Goiás na época, Demóstenes Xavier Torres, os bandidos recuaram no valor após a atitude de Ratinho.

"O que posso dizer é que na sexta-feira à tarde estava tudo encaminhado para que o resgate fosse pago e Wellington libertado, faltando para isso apenas que os sequestradores enviassem uma prova de que ele estivesse vivo. Após o programa, aconteceu tudo isso que vocês viram”, disse o secretário. 

Fonte: https://share.google/oCYzWgISe2sxzPURb

Justiça de SP manda internar adolescente que seria especialista em furtar condomínios

e0704 A 5ª Vara Especial da Infância e da Juventude da Capital determinou a internação, por tempo indeterminado não superior a três anos, de um adolescente suspeito de furtar ao menos um condomínio na cidade de São Paulo.

O processo corre em segredo de Justiça e, por isso, não foi informada a idade do adolescente, nem onde ocorreu o furto. Cabe recurso.

Conforme o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), o jovem tem seis condenações anteriores por atos equiparados a furto, roubo e associação criminosa, além de outros processos em andamento por condutas similares praticadas em condomínios da capital paulista.

Segundo os autos, o jovem, junto com outras pessoas não identificadas, enganou o porteiro de um prédio, fingindo ser morador, entrou no condomínio e invadiu dois apartamentos, ambos sem moradores no momento.

O adolescente, então, pegou relógios, bijuterias e outros bens das vítimas. Em depoimento, ainda de acordo com o registro, confessou os crimes, que também foram comprovados por imagens de câmeras de segurança.

Segundo o promotor Renato Kim Barbosa, da 22ª Promotoria da Infância e Juventude da Capital, o caso ocorreu no dia 30 de dezembro de 2024.,

Na sentença, o juiz Rodrigo Capez reiterou a gravidade do caso, que gerou substancial prejuízo às vítimas, e destacou a reincidência do adolescente.

"Imperiosa, portanto, diante da gravidade concreta dos atos infracionais, de sua multirreincidência, de suas condições pessoais, do contexto de reiteração infracional, de sua profunda inserção no meio delitivo e do seu grave déficit socioeducativo, a aplicação de medida socioeducativa de internação", escreveu o magistrado, conforme o tribunal.

No último domingo (29), o programa Fantástico mostrou que um adolescente de 17 anos foi apreendido por invadir ao menos 40 condomínios em seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. O prejuízo estimado às vítimas, de acordo com a reportagem, supera R$ 40 milhões.

Nem a Justiça nem a SSP (Secretaria de Segurança Pública) confirmaram se é o mesmo adolescente condenado, pelo fato de ele ser menor de idade e devido à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) e à Lei de Abuso de Autoridade.

O adolescente mostrado na reportagem do programa geralmente agia sozinho, mas em algumas vezes contou com o apoio de outras pessoas.

Para entrar nos prédios, ele aproveitava momentos de distração da portaria ou aguardava um morador abrir o portão e fingia ser um vizinho. Ainda dizia ser parente de moradores.

O programa mostrou que o garoto usava fones de ouvido e roupas de grife. Também chegou disfarçado com peruca.

O adolescente, que acabou preso em 17 de junho, conforme a polícia, morava sozinho em um apartamento de alto padrão e usava um carro de luxo nos crimes. Na entrevista à TV, o delegado Fábio Sanchez Sandrin afirmou que há registros de atos infracionais do jovem desde que ele tinha nove anos. Ele chegou a ficar mais de um ano internado na Fundação Casa.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/07/justica-de-sp-manda-internar-adolescente-que-seria-especialista-em-furtar-condominios.shtml

CNJ rejeita pedido para divulgar lista de juízes maçons

e0702 Por unanimidade, os conselheiros do Conselho Nacional de Justiça negaram o recurso um empresário que pedia a identificação e publicação de lista contendo os magistrados brasileiros que integram a Maçonaria. O julgamento ocorreu no plenário virtual do CNJ, tendo sido finalizado nesta sexta-feira 13.

O assunto chegou ao CNJ no ano passado, quando o empresário acionou o conselho em busca da identificação de todos os juízes maçons. Na ocasião, o caso foi arquivado. Insatisfeito, o empresário recorreu sob alegação da falta de competência.

Para o relator, ministro Mauro Campbell Marques, o pedido era “infundado”, tendo em vista que resultaria na indevida “intromissão” na privacidade e liberdade associativa de magistrados, um direito previsto na Constituição.

O conselheiro também afirmou não existir “interesse legítimo” do empresário para tal requerimento. Todos os integrantes do CNJ acompanharam o entendimento de Campbell Marques.

Surgida na Idade Média e de origem francesa, a maçonaria é uma instituição filosófica, filantrópica e educativa, que busca o progresso e o constante aperfeiçoamento dos seus membros. A definição é da Grande Oriente do Brasil, a mais antiga associação de lojas maçônicas brasileiras.

A organização está presente em todos os continentes e tem como lema a ciência, a justiça e o trabalho.

Quando acionou o CNJ, o empresário alegou que a maçonaria seria um “parassistema” organizado e hierárquico e, portanto, seria de interesse geral a divulgação do rol de juízes que aderem a ele.

“O povo brasileiro tem interesse legítimo, tem o direito de saber se o juiz que o julga é independente, ou se dobra seus joelhos a ordenamento jurídico alienígena! O povo brasileiro tem interesse legítimo, tem o direito de saber se o juiz que o julga o vê como igual, ou como ‘profano’”, dizia a representação.

Fonte: https://www.cartacapital.com.br/justica/cnj-rejeita-pedido-para-divulgar-lista-de-juizes-macons/

Familiares de general preso reclamam de abandono e pressionam cúpula do Exército

e0630 Familiares do general Mario Fernandes, preso sob a suspeita de ter elaborado um plano para assassinar autoridades, têm reclamado de abandono e pressionado a cúpula do Exército a fazer algum tipo de gesto ao militar.

O general foi preso em novembro de 2024 após ser encontrado com ele um documento, chamado Punhal Verde e Amarelo, que trazia um planejamento para “neutralizar” autoridades. Para a Procuradoria-Geral da República, o material definia o passo a passo de um plano para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, à época presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin. A defesa nega e afirma que a minuta não passava de uma “análise de consequência e efeitos colaterais”.

Parentes de Fernandes reclamam que ele está preso de maneira preventiva há mais de sete meses e vive em uma “solitária” a maior parte do tempo – o oficial tem direito a banho de sol de duas horas por dia e há restrição de visitas. Recentemente, um dos familiares chegou a se reunir com membros do Comando Militar do Planalto, responsável pelo batalhão em que o general está preso, para cobrar por melhores condições.

Os familiares também esperavam algum movimento jurídico por parte da Força para questionar, por exemplo, a prisão preventiva prolongada. Nas conversas, eles ressaltam principalmente os serviços prestados pelo militar ao longo das mais de três décadas de farda e dizem que ele merecia mais consideração.

Exército rejeita qualquer apoio

Até aqui, porém, o pleito da família não tem encontrado guarida dentro do Exército. Há alguns motivos para isso. O primeiro é que todas as regras impostas a ele foram definidas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que investiga uma tentativa de golpe, e a Força não pode descumprir as imposições. Por ainda não haver uma condenação, o general fica impedido de algumas medidas, entre as quais o direito ao trabalho ou à visita íntima.

Outro ponto é que a gravidade do material encontrado com o militar, dizem generais, impede qualquer gesto em favor dele. Entre influentes nomes do Exército, a avaliação é a de que o documento é uma “aberração para qualquer pessoa lúcida” e que Fernandes já vinha há tempos atuando de maneira política, e não militar – o general trabalhou como assessor na Casa Civil e na Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro.

Ressalta-se ainda entre os militares que as condições impostas ao general Mario Fernandes são exatamente as mesmas a outros militares presos e que ele está sendo tratado “com toda a dignidade” numa cela do Exército.

Fonte: https://veja.abril.com.br/politica/familiares-de-general-preso-reclamam-de-abandono-e-pressionam-cupula-do-exercito/#google_vignette

PM que confessou matar esposa é condenado a 21 anos de prisão após 12 anos solto; 'Caixão que nunca foi fechado', diz filho da vítima

Depois de cometer o crime, Dário se apresentou ao Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed), confessando o crime. Ele ficou preso por três meses, até abril de 2013.

Parentes e amigos da vítima viajaram de Ouricuri, no Sertão, até o Grande Recife para acompanhar o julgamento, que aconteceu no Fórum de Paulista. Eles levaram faixas e camisas com a foto da vítima.

Filho de Yana, o estudante Arthur Moura tinha 7 anos quando a mãe foi assassinada. Ele contou que os 12 anos de espera pelo julgamento foram marcados pelo sentimento de impunidade.

"É um caixão que nunca foi fechado, e agora temos a chance de fechar e dar um ponto final nessa história. Ela vai estar sempre no nosso coração, sempre esteve, mas agora a gente pode terminar essa história e recordar dela da melhor forma possível", contou.

Arthur disse, também, que enquanto a família sofria pela falta de resposta da Justiça, Dário cursou direito, foi aceito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, até hoje, já atuou em mais de 100 processos.

"Foram 12 anos muito intensos, tristes, de muita incerteza e dor. Nossa família se destruiu depois da morte da minha mãe. É, no mínimo, revoltante saber de tudo que aconteceu e todos os privilégios que ele teve, enquanto nossa família estava sofrendo. Ficou preso por três meses. Depois disso, foi solto e está em liberdade até agora. Teve a OAB aceita e está advogando, tem mais de 130 processos. O sentimento é que a Justiça é muitas vezes muito leniente", afirmou o filho da vítima.

Durante o julgamento, o réu confessou ter matado Yana Luiza Moura de Andrade. Ele relatou o que aconteceu na noite do crime e disse que não responderia perguntas do Ministério Público, responsável pela acusação.

Dário foi condenado pelo crime de homicídio qualificado. Na época em que o crime aconteceu, ainda não existia a tipificação de feminicídio, que é quando uma mulher é morta pela condição de gênero. Por isso, esse agravante não pode ser aplicado, já que a lei não retroage contra o réu.

O estudante Heitor Moura, primo da vítima, contou que, segundo perícias, Yana sofria agressões anteriormente. Ele disse que espera que o caso dela não se repita.

"São 12 anos de espera, de invisibilidade, não só de Yana, mas de toda a minha família. Da dor da minha tia Rosa, dos meus primos que cresceram e passaram mais tempo sem a mãe que com a mãe. É uma injustiça que não tem nome que possa descrever", afirmou.

Fonte:https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2025/06/12/pm-que-confessou-matar-esposa-e-condenado-a-21-anos-de-prisao-apos-12-anos-solto-caixao-que-nunca-foi-fechado-diz-filho-da-vitima.ghtml

 
 
 
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