Os Estados Unidos estão oferecendo uma recompensa de até US$ 10 milhões (cerca de R$ 56 milhões a R$ 60 milhões, dependendo da cotação) por informações que ajudem a desarticular as redes financeiras do Hezbollah na região da Tríplice Fronteira, que abrange Argentina, Brasil e Paraguai.
A iniciativa faz parte do programa "Recompensas por Justiça" (Rewards for Justice) do Departamento de Estado norte-americano, que visa combater o financiamento do grupo libanês. As informações úteis incluem dados sobre as fontes de renda, canais de financiamento, empresas e investimentos ligados direta ou indiretamente ao Hezbollah, empresas de fachada que compram tecnologia de uso civil e militar para o grupo, e esquemas que gerem lucro para a organização envolvendo seus integrantes ou apoiadores. Denúncias podem ser feitas anonimamente por canais como Signal, Telegram e WhatsApp.
Os EUA designaram o Hezbollah como organização "terrorista" em 1997 e "terrorista global" em 2001. O programa "Recompensas por Justiça" já pagou mais de US$ 250 milhões desde 1984 por informações que ajudaram a proteger a segurança nacional norte-americana.
A presença do Hezbollah na região é investigada, com o grupo obtendo receitas de atividades comerciais aparentemente legítimas, como construção civil, importação e exportação, e vendas de imóveis. Investigações da Polícia Federal (PF) no Brasil também indicam atividades de recrutamento ligadas ao grupo, como a Operação Trapiche, deflagrada em 2023 para evitar atos terroristas. A organização é considerada terrorista por diversos países além dos EUA.
Declarações do deputado estadual Ricardo Arruda (PL) sobre as roupas da deputada Ana Júlia (PT) provocaram reações da bancada feminina e de oposição da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O caso aconteceu em plenário, na primeira sessão da semana.
O comentário de Arruda veio após a deputada Ana Júlia apresentar um pedido para que ele fosse substituído na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por excesso de faltas. Entenda mais abaixo.
Segundo Ana Júlia, após o pedido, o deputado criticou as vestimentas dela e disse que ela parecia estar no diretório acadêmico de uma universidade.
Para a deputada, o caso se trata de violência política de gênero. Ela falou sobre o assunto na tribuna da Alep na segunda-feira (7).
"[Ele] veio hoje na tribuna falar, tentar me desmoralizar, tentar me humilhar dizendo que eu não sei o que estou fazendo aqui , que eu não sei ler o regimento, que eu não sei qual é o meu pedido. Porque sou uma deputada de primeiro mandato, por que sou uma deputada jovem, pela forma que eu falo, como a forma que eu me visto, dá pra ver que eu não sei o que estou fazendo aqui", disse Ana Júlia.
Ricardo Arruda rebateu e disse que a crítica teve como alvo o comportamento da deputada.
"Nesse plenário, os deputados são obrigados a vir de paletó e gravata e as mulheres não têm isso no regimento, mas nós olhamos para todas as deputadas e todas vêm com a vestimenta que condiz com o plenário [...] Mas tem pessoa que se acha acima de tudo e quando falei que ela parece que está ainda num D.A [diretório acadêmico] de universidade, é pelas atitudes que ela tem aqui", falou.
A líder da bancada feminina, deputada Mabel Canto (PSDB), também se manifestou. Disse que a colega de bancada se veste adequadamente e que Arruda não tem propriedade para falar sobre a vestimenta de uma deputada estadual.
"E mesmo que não estivesse apropriada, ela é uma mulher que pode vestir aquilo que ela deseja", falou.
Em entrevista à RPC, Ricardo Arruda disse que a fala foi por questão de formalidade e que foi "bobeira". Ele também pediu desculpas e, ao ser questionado se mantém a opinião, disse que "não acha mais nada".
"Não vale a pena porque vai ter choro de novo de vitimismo, eu não quero isso, não muda meu trabalho e nem o dela", completou.
Faltas consecutivas na CCJ
O atrito entre os deputados teve origem em um requerimento apresentado por Ana Júlia à Mesa Diretora, no qual aponta que Ricardo Arruda faltou a três sessões consecutivas da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sem justificativa.
De acordo com o regimento interno da Alep, essa conduta pode acarretar a perda da vaga na comissão.
Arruda alegou que justificou as ausências verbalmente ao presidente da CCJ. Contudo, o presidente da CCJ, o deputado Ademar Traiano (PSD), disse que não recebeu as justificativas.
"Oficialmente não recebi. Houve, realmente, a ausência do deputado por mais de três sessões. Ela apresentou um requerimento e, imediatamente encaminhei à presidência da casa e cabe ao presidente dar as providências", comentou Traiano.
O presidente da Assembleia, deputado Alexandre Curi (PSD), abriu prazo de cinco dias para que Ricardo Arruda apresente a defesa.
A decisão sobre a permanência ou não do deputado na CCJ deve ser anunciada na próxima semana.
Nota diz que a prisão não está relacionada ao exercício da advocacia, mas, ainda assim, a instituição prestou todo o apoio necessário.
"Reforçamos que a prisão não está relacionada ao exercício da advocacia, mas, ainda assim, a instituição prestou todo o apoio necessário, reafirmando seu compromisso com a classe", diz a nota.
A OAB Garanhuns ainda disse que seguirá acompanhando o caso e estará presente na audiência de custódia, prevista para acontecer nesta quarta-feira (26), no Fórum da Comarca de Garanhuns.
Entenda o caso
Uma operação da Polícia Civil prendeu na última terça-feira (25) um advogado, um ex-policial civil e dois empresários em Garanhuns. Os quatro homens são suspeitos de sequestrar um jovem de 26 anos. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
A investigação apontou que a vítima foi sequestrada no bairro Boa Vista na segunda-feira (24). Durante o sequestro, o jovem foi amarrado em uma árvore e forçado a entrar em um veículo por homens armados.
A vítima foi localizada em Quipapá, na Mata Sul do Estado. O jovem conseguiu pedir socorro e foi encaminhado para um hospital municipal da cidade com vários ferimentos provocados por agressões físicas. Os quatro homens foram presos em flagrante pelos crimes de sequestro e associação criminosa. Todos os presos serão encaminhados para audiência de custódia na quarta-feira (26).
Mulher que extorquiu cerca de R$ 50 mil de amigo ameaçou criar grupo com familiares dele para revelar traição, diz polícia
A mulher de 22 anos, que foi presa em Goiâniasuspeita de extorquir cerca de R$ 50 mil de um amigo para não contar à esposa dele sobre uma traição, também ameaçou criar um grupo com familiares da vítima para expor o caso, disse a Polícia Civil. Prints de mensagens divulgadas pela polícia mostram que a suspeita pretendia envolver até a filha do amigo no grupo (veja acima).
O g1 não conseguiu contato com a defesa da suspeita até a última atualização desta reportagem.
"Se realmente quer que conte tudo, vou fazer um grupo às 9h45 com todos eles, se não me mandar o dinheiro", afirmou.
Em outra conversa, a suspeita declarou ter "muitos números", e que mandaria as provas para eles "aos poucos". Ela foi presa em flagrante por extorsão enquanto ameaçava a vítima novamente, na quinta-feira (14).
"Estou te dando a oportunidade de eu apagar tudo. Mas se não tiver, vou enviando aos poucos. Tenho muitos números", escreveu.
De acordo com a polícia, mesmo após a vítima enviar o dinheiro, as extorsões continuaram por meses. As ameaças começaram em setembro de 2024 e seguiram até a data da prisão, acumulando um prejuízo aproximado de R$ 50 mil.
Investigações
Segundo o delegado Daniel Oliveira, responsável pelo caso, para continuar com as extorsões, a suspeita trocou de linhas telefônicas diversas vezes, conforme era bloqueada pela vítima.
Percebendo que as extorsões não paravam, a vítima procurou a delegacia para registrar um boletim de ocorrência. Mesmo assim, a suspeita tentou cometer o crime novamente, mas o homem acionou a polícia, e ela acabou presa em flagrante.
Como os nomes dos suspeitos não foram divulgados, o g1 não conseguiu contato com a defesa dos envolvidos.
De acordo com o delegado, a suspeita e o irmão continuavam presos na tarde da última quarta-feira (19), enquanto o amigo recebeu liberdade provisória e o pai estava foragido da Justiça.
A prefeitura de Curitiba criou uma Comissão de Redesenvolvimento da Região Central de Curitiba em fevereiro deste ano. A meta é “dar vida nova do centro de Curitiba”, conforme o Poder Executivo.
À época da assinatura do decreto, que aconteceu na praça Generoso Marques, o prefeito Eduardo Pimentel (PSD) disse que o processo de mudança era de todo curitibano. “A Prefeitura lidera esse processo, mas ele é de toda a sociedade. Vamos trabalhar com ações de segurança, fortalecimento do comércio, gastronomia, no turismo, para que o Centro tenha vida de dia e à noite”, declarou.
Contudo, lideranças do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) afirmam que não foram convidadas para a discussão e que, embora tenham solicitado participar do comitê, não tiveram a presença aceita.
A Comissão é formada por diversas entidades como Defensoria Pública, Ministério Público, universidades, além de representantes da própria prefeitura.
De acordo com Leonildo Monteiro Filho é o coordenador do MNPR, durante a reunião para criação do comitê ele mesmo questionou o porquê de o Movimento não poder participar. Ao Plural, ele disse que é preciso ouvir os representantes de quem está em situação de rua para encontrar soluções para o centro de Curitiba.
“Em primeiro lugar está errado é não convidar as organizações e movimentos sociais que atuam com pessoas em situação de rua, porque esse público sempre é relegado, principalmente pelos lojistas, que têm representação no comitê, e até pela comunidade em geral, que tem esse preconceito contra as pessoas em situação de rua”, critica.
Para o MNPR a prefeitura dificulta o diálogo. “Eles não querem [nos aceitar] porque sabem que vamos defender o direito da população em situação de rua ir e vir e cobrar políticas que fato possam retirar eles da rua e não só jogar em outro lugar”, diz.
O que diz a prefeitura
Conforme informações da prefeitura, estão planejadas para este ano melhorias de calçamento, de ruas e da iluminação pública, o aumento nas abordagens de atendimento a pessoas em situação de rua e a intensificação das forças de segurança do Estado, junto da Guarda Municipal, para repressão de crimes, roubos, furtos e tráfico de drogas.
A proposta também tem ações previstas como a reocupação da região central com a instituição do Aluguel Social e incentivos para empreendedores investirem no retrofit de prédios que estão abandonados no Centro da cidade.
No primeiro dia do “Domingo no Centro”, no qual a prefeitura de Curitiba fecha trechos centrais para realização de feiras e circulação de pedestres, o prefeito Eduardo Pimentel mencionou que o programa de revitalização está sendo bem-recebido pela população.
“[Está indo] muito bem! As pessoas estão animadas, estão percebendo não só a questão do trabalho do morador em situação de rua (sic) e da segurança. E lembrando do trabalho de segurança no centro: nós não queremos que os bandidos vão para os bairros, obviamente. Nós queremos ele preso ou fora da cidade”.
Veja as organizações que fazem parte da Comissão:
Prefeitura: representantes do gabinete do prefeito, das secretarias municipais (Governo Municipal; Desenvolvimento Social e Inovação; Defesa Social e Trânsito; Direitos Humanos; Comunicação Social; Obras Públicas; Planejamento, Finanças e Orçamento; Meio Ambiente; Urbanismo; Mulher e Igualdade Étnico-Racial; Segurança Alimentar e Nutricional; Esporte, Lazer e Juventude; Administração e Tecnologia da Informação), e autoridades municipais (Ippuc, FAS, FCC, Urbs, Curitiba Turismo, Cohab);
Câmara Municipal de Curitiba (CMC);
Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Segurança Pública e das polícias Militar e Civil;
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep);
Ministério Público do Estado do Paraná;
Universidade Federal do Paraná (UFPR);
Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci);
Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR);
Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH);
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Seccional Paraná (Abrasel/PR);
Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Paraná (Asbea/PR);
Associação Comercial do Paraná (ACP);
Associação dos Permissionários do Mercado Municipal de Curitiba;
Associação dos Proprietários de Imóveis Históricos e de Interesse de Preservação (APIHIP);
Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR);
Associação dos Proprietários de Imobiliárias de Curitiba (ADPI);
Companhia Paranaense de Energia (Copel);
Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep/PR);
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio);
Instituto de Engenharia do Paraná (IEP);
Rede Empresarial Centro Histórico de Curitiba;
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/PR);
Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi);
Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon/PR);
Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação (Seha);
Conselhos Comunitário de Segurança (Consegs) do Centro e do São Francisco;
Fátima foi condenada a 17 anos de prisão por participação nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília
A Prefeitura de Tubarão, em Santa Catarina, ingressou na Justiça contra Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, conhecida como “Fátima de Tubarão”, por uma dívida de três anos de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Condenada a 17 anos de prisão por participação nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, Fátima ficou conhecida após aparecer em um vídeo afirmando que estava “quebrando tudo” e que “pegaria o Xandão”, além de ter defecado no banheiro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a prefeitura, Fátima deve parcelas de IPTU referentes aos anos de 2005, 2006 e 2007, que hoje totalizam aproximadamente R$ 6,3 mil.