O Ministério Público e a polícia investigam não só a dona de três casas de repouso interditadas em Ribeirão Preto (SP)—onde 36 idosos foram resgatados em condições degradantes—mas também as famílias dos idosos.
O promotor Carlos Cezar Barbosa afirma que algumas dessas famílias são “vilãs também”, por deixarem idosos em locais inadequados mesmo tendo condições de proporcionar melhor cuidado, buscando apenas “se livrar do idoso”.
Há casos de famílias em extrema pobreza, que também são vistas como vítimas por não terem condições de prestar a assistência devida.
Eva Maria de Lima, dona das instituições, foi presa por descumprimento de interdição judicial e pode responder por expor idosos a risco à saúde física ou psíquica.
Os lares recebiam até R$ 2,5 mil por mês de algumas famílias para prestar serviços não realizados. Relatos apontam falta de alimentação adequada, condições de higiene precárias, ausência de profissionais e maus-tratos.
Em abril as casas já estavam sendo investigadas por múltiplas irregularidades, com resgates anteriores de idosos em situação de maus-tratos, excesso de moradores e abandono.
Agora, as instituições permanecem interditadas e sob responsabilidade emergencial da prefeitura. A dona nega as acusações, alegando dedicação aos idosos, todos de baixa renda e muitos abandonados pela família.
