Quadrilha usou credenciais de magistrados para fraudar sistema do CNJ

Criminal

Os homens deixaram a prisão graças ao crime que os levou ao sistema prisional: a manipulação dos alvarás. Até a noite desta terça-feira (23), somente um deles havia sido recapturado, e os outros três eram considerados foragidos (veja mais abaixo quem são).

Entenda a partir dos pontos abaixo o que se sabe sobre o caso:

  1. Como hackers invadiram o sistema do CNJ?
  2. O que o grupo tentava fazer?
  3. Como ocorreu a liberação dos presos?
  4. O que ocorreu com os presos soltos?
  5. Quem são os foragidos?
  6. O que o CNJ declarou sobre o caso?
  7. O que o TJMG informou?
  8. Que medida o governo de MG anunciou?
  9. O caso segue sob investigação?

1. Como hackers invadiram o sistema do CNJ?

De acordo com a investigação, a organização criminosa formada por hackers e estelionatários usava credenciais, ou seja, logins e senhas, associados a juízes para acessar o sistema do CNJ. Ainda não se sabe como essas credenciais foram parar nas mãos de criminosos. Com esse acesso indevido, eles conseguiam simular decisões oficiais e alterar dados sensíveis de processos.

2. O que o grupo tentava fazer?

A investigação apontou que a quadrilha atuava em diferentes frentes dentro do sistema da Justiça. Entre as principais ações investigadas, estão as tentativas dos atos ilícitos abaixo:

  • Liberação de presos por meio da emissão fraudulenta de alvarás de soltura, o que de fato ocorreu no último sábado.
  • Alteração de dados de mandados de prisão, o que poderia impedir o cumprimento de ordens judiciais.
  • Desbloqueio de valores retidos pela Justiça, o que poderia permitir desviar recursos que estavam sob decisão judicial;
  • Liberação de veículos apreendidos, o que alteraria de forma irregular o status de bens.

3. Como ocorreu a liberação dos presos?

A liberação irregular ocorreu após as ordens judiciais serem inseridas no Banco Nacional de Mandados de Prisão, parte do sistema do CNJ. A partir de lá, a Secretaria de Justiça estadual de Minas Gerais recebeu as informações para a liberação de detentos do sistema prisional.

4. O que ocorreu com os presos soltos?

Dos quatro detentos liberados irregularmente do Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, um foi recapturado. Outros três seguem foragidos e são procurados pela polícia (veja fotos abaixo).

5. Quem são os foragidos?

  • Ricardo Lopes de Araujo – deu entrada no Ceresp Gameleira em 10 de dezembro de 2025. Possui duas passagens pelo sistema desde 2016.
  • Wanderson Henrique Lucena Salomão – deu entrada no Ceresp Gameleira em 10 de dezembro de 2025. Possui três passagens pelo sistema desde 2016.
  • Nikolas Henrique de Paiva Silva – deu entrada no Ceresp Gameleira em 10 de dezembro de 2025. Esta é a única passagem dele pelo sistema prisional.
  • Júnio Cezar Souza Silva – deu entrada no Ceresp Gameleira em 10 de dezembro de 2025. Possui três passagens pelo sistema desde 2020. Júnio Cezar foi recapturado na noite desta segunda (22).

O g1 não conseguiu contato com a defesa dos criminosos.

6. O que o CNJ declarou sobre o caso?

O CNJ afirmou que não houve invasão ou falha estrutural em seus sistemas. Segundo o órgão, ocorreu, na verdade, o uso fraudulento de credenciais verdadeiros, e todas as decisões falsas foram identificadas e canceladas em menos de 24 horas. O conselho apontou, ainda, que não foi identificado qualquer indício de falha sistêmica ou do envolvimento funcional de servidores. Leia nota do órgão na íntegra.

7. O que o TJMG informou?

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que as ordens forjadas já foram anuladas. Segundo o Judiciário, esses alvarás não foram expedidos por nenhum juiz, e os mandados de prisão foram restabelecidos. Forças de segurança foram acionadas para recapturar os foragidos.

8. Que medida o governo de MG anunciou?

O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (PSD), afirmou que o estado vai atrasar o cumprimento das próximas ordens de soltura para checar a autenticidade das decisões judiciais após o episódio.

9. O caso segue sob investigação?

Sim. A Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais e o Tribunal de Justiça declararam que apuram o caso.

Fonte: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/12/24/quadrilha-usou-credenciais-de-magistrados-para-fraudar-sistema-da-justica-e-soltar-presos-em-bh-entenda.ghtml

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