Guerrilheiros dissidentes das FARC prometem reagir se Trump cumprir ameaças contra Colômbia

Cárcere

As guerrilhas do maior grupo dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) ameaçaram reagir militarmente caso os Estados Unidos avancem com operações terrestres no país. O alerta foi emitido no último sábado (25), em resposta ao anúncio do presidente estadunidense Donald Trump, que declarou a intenção de lançar ataques contra traficantes de drogas na América Latina.

A ofensiva faz parte de uma estratégia militar que já está em curso no Caribe e no Pacífico, segundo o governo dos EUA, e que, nas palavras de Trump, “entrará em uma fase de ataques terrestres”.

A escalada ocorre em meio a tensões diplomáticas com o presidente colombiano Gustavo Petro, a quem o republicano instou a “fechar as plantações de coca”. O mandatário dos EUA afirmou ainda: “Se não o fizer, os Estados Unidos os fecharão, e não farão isso de forma gentil”.

As declarações foram interpretadas por Bogotá como uma ameaça direta de violação territorial. Em entrevista coletiva na quinta-feira, Petro respondeu duramente. “Qualquer agressão terrestre é uma invasão e uma violação da soberania nacional”, disse o presidente colombiano. A retórica de Trump foi acompanhada de novas sanções financeiras contra Petro, sob a acusação de “permitir o tráfico de drogas” no país.

O grupo guerrilheiro que se identificou como Estado-Maior Central (EMC), formado por dissidentes que se retiraram do acordo de paz de 2016, afirmou estar preparado para combater qualquer incursão estrangeira.

“Estamos acostumados a lutar e combater quem quer que seja; sempre fomos ferrenhos opositores do império estadunidense”, declararam membros do EMC em comunicado divulgado a jornalistas. “Não permitiremos intervenções militares e violações da soberania colombiana”.

Donald Trump, presidente dos EUA, e Gustavo Petro, da Colômbia. Foto: reprodução

A movimentação militar dos Estados Unidos também elevou a tensão com a Venezuela. O presidente Nicolás Maduro, acusado por Trump de liderar um cartel de drogas, afirmou que Washington está “inventando uma guerra” contra seu país. As forças estadunidenses reforçaram a presença naval no Caribe, o que, segundo fontes militares regionais, inclui embarcações próximas à fronteira venezuelana.

Os rebeldes do EMC mantêm controle sobre parte da produção e do tráfico de cocaína em regiões estratégicas da Colômbia, como Catatumbo, na fronteira com a Venezuela. O grupo é liderado por Iván Mordisco, considerado o criminoso mais procurado do país e apontado pelo presidente Petro como o novo “Pablo Escobar”.

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