Uma moradora de Curitiba vive um drama burocrático após ser declarada morta oficialmente no Paraná sem nunca ter ido ao município onde o óbito foi registrado. A manicure Maria Aparecida Ferreira dos Santos descobriu que foi dada como morta em Paranavaí, no Noroeste do Estado, ao tentar atendimento em uma Unidade de Saúde em Curitiba, em agosto deste ano. Desde então, enfrenta uma série de transtornos: perdeu acesso às contas bancárias, teve documentos bloqueados e passou a conviver com a ameaça de ter benefícios cancelados.
A certidão de óbito emitida pelo cartório indica que Maria Aparecida teria falecido no dia 26 de junho de 2025 na Santa Casa de Paranavaí. O documento apresenta todos os seus dados pessoais, incluindo nome completo, CPF e filiação. A manicure afirma que reside e trabalha normalmente em Curitiba e jamais esteve na cidade onde o óbito foi registrado.
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) investiga o caso e suspeita que o erro tenha ocorrido no momento do registro da morte no hospital. A hipótese é que outra paciente com o mesmo nome, que de fato faleceu, ainda esteja registrada como viva, enquanto Maria Aparecida acabou vinculada à certidão de óbito equivocadamente.
Desde que descobriu o problema, Maria Aparecida registrou boletim de ocorrência e buscou a Receita Federal e o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) para reaver seus direitos civis e comprovar que está viva. Ela ainda aguarda a formalização do processo judicial que permitirá a correção do registro junto aos órgãos competentes.
Segundo a Receita Federal, há norma específica para a alteração da situação cadastral de “titular falecido” para “regular” em casos de erro no registro de óbito. A mudança depende, porém, da decisão do Poder Judiciário.
Em nota enviada ao G1, a Santa Casa de Paranavaí confirmou que uma paciente com o nome Maria Aparecida Ferreira dos Santos deu entrada no hospital apresentando documentos que a identificavam dessa forma. A instituição afirmou estar surpresa com a situação e disse que vai tomar as providências cabíveis junto aos órgãos competentes para apuração dos fatos.
