Curitiba / Paraná -

 
 

PRINCIPAL

EDITORIAL

NOTÍCIAS

CONGRESSO
EM FOCO

NOTÍCIAS POLICIAIS

RESSOCIALIZAÇÃO

observatÓrio
criminal

SISTEMA CARCERÁRIO

ESTATÍSTICAS

DENÚNCIA

MONOGRAFIAS

A VERDADE SOBRE
AS DROGAS

Crônicas das Prisões

PUBLICAÇÕES DE ATAS E EDITAIS

COMENTÁRIOS

DIREITO
DE RESPOSTA

FALE CONOSCO

veja mais

Cursos Online


Saiba mais...

Cursos Online


Detentas ganham ‘Dia da Beleza’ no Hildebrando

Iniciativa é da administração da cadeia pública em parceria com o SOS; Detentas receberam tratamentos estéticos, como chapinha, penteados e escovas

As internas da Cadeia Pública Hildebrando de Souza receberam uma série de tratamentos estéticos durante a tarde desta sexta-feira (10). O ‘Dia da Beleza’, organizado pela administração do presídio em parceria com a ONG Serviço de Obras Sociais (SOS), contou com a presença e colaboração de todas as detentas.

O projeto ofereceu serviços de corte de cabelo, escova, chapinha, penteados e maquiagem. De acordo com a diretoria do ‘Cadeião’, a ideia é valorizar a autoestima das mulheres em trabalho de reinserção social.

“O objetivo principal é fazer com que elas se sintam acolhidas, proporcionando a ressocialização. Buscamos trazer coisas que elas não têm no dia a dia, uma vez que sabemos a importância desses serviços para o bem estar feminino”, conta o diretor do Hildebrando de Souza, Bruno Propst.

Propst ainda destacou a importância da campanha como uma forma de resgate da autoconfiança e dignidade das reeducandas. “A parceria com o SOS reflete na mudança de comportamento das internas. Através de trabalhos como estes podemos encontrar um ambiente muito mais harmonioso e disciplinado no presídio”, destaca.

Outras ações do ‘Dia da Beleza’ já estão programadas. A próxima acontece no dia 20 de abril, também no período da tarde. A ideia da administração do local é realizar os serviços com determinada frequência, dependendo da disponibilidade do SOS.

Fonte: http://m.arede.info/ponta_grossa/detentas-ganham-dia-da-beleza-hildebrando-de-souza/


Defensoria fica sem verba e suspende atendimento

Repasse estadual de verba para o serviço de segurança do local não é feito desde o ano passado, segundo a própria Defensoria

A Defensoria Pública em Ponta Grossa já chega ao seu sétimo dia sem serviços de atendimento ao público no município. O estopim que levou a suspensão dos trabalhos foi a falta de serviço de segurança. A empresa que fazia o trabalho de vigilância declarou o fim das atividades porque o Governo Estadual não efetuou o pagamento. Os repasses estão atrasados desde agosto de 2014.

Em nota oficial, a Defensoria declara que não prazo para o serviço público voltar até que os repasses do Governo Estadual sejam cumpridos. Além da segurança, há falta de verba para a manutenção de serviços de limpeza, aluguéis, transporte, e materiais de expediente em todo Paraná.

Na Defensoria, são prestados desde orientações relacionadas a dúvidas jurídicas até o acompanhamento integral do processo. Criada em janeiro de 2014 em Ponta Grossa, o órgão serve para dar assistência integral e gratuita às pessoas que necessitam de serviço jurídico e não possuem condições financeiras para contratarem um advogado. No ano passado, a Defensoria resolveu 2,5 mil casos, divididos por três profissionais.

Além de Ponta Grossa, a Defensoria também parou de atender o público em mais 11 cidades do Estado, como: São José dos Pinhais, Cascavel, Araucária, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Umuarama, Campina Grande do Sul, Cianorte e Paranaguá.

Em nota oficial em seu próprio site, a Defensoria diz que está agindo com propostas ao Governo Estadual para que o repasse seja efetuado para a volta do atendimento ao público nas doze cidades do Paraná.

Trabalho é realizado com baixo número de profissionais

Atualmente em Ponta Grossa existem apenas três defensores públicos. Segundo as estimativas do próprio órgão, seria necessária a contratação de mais 26 defensores para o contingente populacional do município. Mesmo com a paralisação do serviço de atendimento ao público, os processos em andamento continuam em vigor normalmente até o restabelecimento do serviço.

Informações do Jornal da Manhã.


Aviso de Pauta :: Alerj vota nesta terça PL que proíbe Revista Vexatória nos presídios do estado
 

A ALERJ (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) votará nesta terça (10), às 16h30, o Projeto de Lei (77/15) que proíbe a chamada Revista Vexatória, procedimento que implica em desnudamento e inspeção vaginal de familiares de presos em dias de visita nos presídios fluminenses. Antes da votação, organizações de direitos humanos apresentarão um manifesto (em anexo) repudiando a prática e exigindo a aprovação da lei, que propõem a implantação de procedimentos alternativos de revistas, como uso de raio-x e escâneres corporais. 

Na última sessão, realizada na quinta (5), o PL entrou em votação, mas devido a 7 emendas (em anexo) ao projeto, 6 delas do deputado Flávio Bolsonaro (PP-RJ), a votação foi adiada para esta terça. 

A Revista Vexatória já está proibida em outros estados, como São Paulo, que concentra a maior população carcerária do Brasil (200 mil), através da lei 15.552 aprovada em 13 de agosto de 2014; e Minas Gerais, através da Lei 12.492. Manaus e Porto Alegre são cidades que também já possuem legislação semelhantes. A existência da lei, no entanto, não garante que o procedimento tenha sido banido na prática.

No âmbito nacional, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade o PL 7764/2014 que proíbe a realização de revistas vexatórias nos presídios de todo o Brasil. Atualmente, o texto, que já passou pelo Senado, aguarda análise das comissões de Segurança Pública e Constituição e Justiça antes de passar por sanção presidencial.


O procedimento é considerado “mau trato” pela ONU (Organização das Nações Unidas) e, dependendo das circunstâncias, configura tortura. Embora já seja expressamente proibida em muitos países e o Estado argentino tenha sido condenado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) em 1996 por esse mesmo motivo, o Brasil continua realizando a revista vexatória.

Fonte: Conectas 


Esquema de exploração sexual durou seis anos em Londrina

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) apresentou nesta semana a terceira denúncia relacionada a uma rede de exploração sexual de adolescentes descoberta em Londrina no dia 13 de janeiro, quando o auditor da Receita Estadual, Luiz Antônio de Souza, foi preso em um conhecido motel da cidade na companhia de uma adolescente de 15 anos. De acordo com as investigações, o esquema, que também conta com a participação de outros três homens e cinco aliciadoras, teria tido início na cidade há seis anos. Os programas teriam sido realizados entre 2009 e 2015 e feitos por inúmeras meninas, que ainda estão sendo identificadas pelo MP.

A terceira denúncia é contra o auditor, o fotógrafo e ex-assessor do Governo do Paraná, Marcelo Caramori, e duas mulheres suspeitas de aliciar as adolescentes. Também são investigados, em outros iO Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) pretende concluir inquéritos relacionados a três dos quatro acusados (fotógrafo, ex-delegado e policial) até o início da próxima semana. O delegado do Gaeco, Ernandes Cezar Alves, ouviu uma das aliciadoras ontem e colhe os depoimentos de outras duas jovens envolvidas no esquema na tarde desta sexta-feira (20).
Ainda conforme as investigações, 20 meninas (18 com idades entre 14 e 17 anos e duas com 13 anos) foram vítimas do esquema de exploração sexual.
Enriquecimento ilícito
O auditor fiscal, Luiz Antônio de Souza, também é investigado pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Londrina. No dia 15 de janeiro, policiais do Gaeco apreenderam carros e objetos de luxo na casa do acusado.
O MP vai investigar se o suspeito usou a função que ocupava na Receita Estadual, onde ganhava cerca de R$ 25 mil mensais, para fazer algum tipo de desvio de dinheiro público. Procurado pelo Bonde nesta sexta, o promotor de Defesa do Patrimônio Público, Renato de Lima Castro, limitou-se a dizer que as investigações "estão em andamento".nquéritos, o policial civil Jefferson dos Santos e o ex-delegado da Receita Estadual em Londrina, José Luiz Favoreto Pereira, detidos na cidade no último sábado (14). Os quatros homens suspeitos seguem presos de forma preventiva em Londrina.
A terceira denúncia é contra o auditor, o fotógrafo e ex-assessor do Governo do Paraná, Marcelo Caramori, e duas mulheres suspeitas de aliciar as adolescentes. Também são investigados, em outros inquéritos, o policial civil Jefferson dos Santos e o ex-delegado da Receita Estadual em Londrina, José Luiz Favoreto Pereira, detidos na cidade no último sábado (14). Os quatros homens suspeitos seguem presos de forma preventiva em Londrina.
Fonte: http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-3--679-20150220


Presos são transferidos da cadeia de Imbituva

No total 32 detentos foram retirados da carceragem - local está interditado pela Justiça e impedido de receber novos presos desde novembro de 2014

Após dois motins em menos de 24 horas, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP) anunciou a transferência de 32 presos da cadeia de Imbituva. Essa será a primeira remoção de presos realizada na unidade desde que a carceragem foi interditada em novembro de 2014. Desde então, a população e a polícia aguardavam pela retirada de alguns detentos para evitar rebeliões e aumentar a segurança no local.

Nessa semana, a cadeia ficou parcialmente destruída depois dos presos se rebelarem. Algumas celas e banheiros foram os locais mais afetados. Segundo informações do G-1, sete presos condenados já foram removidos para a Penitenciária Estadual de Ponta Grossa. Outros 25 detentos, entre condenados e provisórios, estão sendo transferidos para o Presídio Hildebrando de Souza, também em Ponta Grossa.

Motins

Na quarta-feira, 11, alguns presos ameaçaram fugir pela porta da frente da carceragem durante o horário de visitas, mas foram contidos pelo investigador que fazia a segurança no local. Durante a confusão, uma mulher e uma criança de um ano foram feitas reféns e um preso condenado por homicídio qualificado foi agredido com pedaços de pau pelos demais amotinados.

A mulher e a criança não sofreram ferimentos e foram retirados do prédio. Já o detento conhecido por “Fernandão” foi encaminhado ao hospital São João, em Imbituva. Ele recebeu atendimento médico e foi liberado para voltar à cadeia.

Já na quinta-feira, 12, os presos voltaram a se amotinar, após uma vistoria que aprendeu oito aparelhos celulares na cadeia. Durante a confusão, estilhaços de uma bomba de efeito moral, que foi lançada por policiais para conter o tumulto, chegaram a atingir um preso. O motim só foi encerrado no começo da tarde de sexta-feira, 13.

Os presos feridos receberam atendimento médico e foram liberados. “Com os presos que ficaram, vai ficar mais tranquila a situação da cadeia”, analisa o superintendente da 13ª Subdivisão Policial, Celso Cieslak.

Apesar da transferência de alguns presos, a cadeia de Imbituva irá continuar recebendo um número maior de detentos em relação ao que foi projetada. Ainda restam 24 presos na carceragem, mas o espaço comporta apenas oito pessoas.

O Sindicato das Classes Policiais Civis (Sinclapol) chegou a colocar uma faixa na entrada da delegacia lembrando que a cadeia está interditada. Conforme o presidente do sindicato, André Gutierrez, que esteve nesta manhã na cadeia, o Sinclapol vai cobrar da Sesp que não haja aumento no número de presos na cadeia. “Está havendo desvio de função, porque os nossos policiais estão cuidando dos presos”, alertou.

Informações da Rádio Najuá


JÁ PASSOU DA HORA DE DERRUBARMOS A “CLÁUSULA PÉTREA” E INSTITUIRMOS A PENA DE MORTE NO BRASIL 

Assistimos estupefatos mais um crime cometido por um menor. Um adolescente de apenas 14 anos, mas com o corpo de um adulto, matou com vários tiros para roubar, um no rosto, uma Guarda Municipal de SP.

Esse menor (coitadinho) já possui uma extensa lista de crimes cometidos, além de ser mais um fugitivo da Fundação Casa, antiga FEBEM (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor). Mas, o menor, de conformidade com a lei não comete crime, de jeito nenhum, apenas "Atos Infracionais" e só poderá aplicar para estes medidas "Socioeducativas". Ah, bom! A lei é linda, mas foi feita para funcionar na Europa. 

O Código Penal (art. 27), a Constituição Federal (art. 228) e o ECA (art. 104) consideram o menor de dezoito anos como inimputável, ou seja, pessoa isenta de pena. 

Pois é, o que vai acontecer com esse delinquente juvenil? Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente poderá ser condenado, no máximo, a três anos, isso mesmo, 03 anos. Ou seja, com dezessete (17) anos estará livre, leve e solto. Isso se não se evadir, mais uma vez, da Fundação Casa.

E o pior. Ao completar 18 anos, nesse caso, tudo o que aconteceu em sua menoridade se apaga, se extingue. Poderá tranquilamente requerer uma Certidão de Antecedentes Criminais que nada constará de desabonador em sua vida civil/criminal. Poderá fazer qualquer coisa, até concurso público, ficha limpinha, quer o quê...

Temos que fazer alguma coisa. Os brasileiros de bem não aguentam mais. Chega de passar a mão na cabeça desses menores bandidos. Bandido é bandido, não interessa sua idade.

O primeiro Código Penal brasileiro, o Código Imperial de 1830, fixava a maioridade penal em 14 anos; o advento da República provocou a edição do Código Penal dos Estados Unidos do Brasil, através do Decreto n. 847, de 11/10/1890, que estabelecia não serem criminosos “os menores de 9 anos completos;” e “os maiores de 9 anos e menores de 14, que obrarem sem discernimento”. O Código de Menores de 12/10/1927, Decreto n. 17.943-A, conhecido por Código Mello Matos, assegurava inimputabilidade para o infrator que tivesse até 14 anos; acima dessa idade e menos de 18 anos aplicavam-se as disposições da nova lei, utilizando-se o critério biopsicológico. 

A Índia fixa a idade limite de 7 anos para responder pelo crime cometido; Inglaterra e Nova Zelândia punem o criminoso a partir dos 10 anos; o Canadá, Israel e Holanda punem a partir de 12 anos; a Itália e Alemanha levam as crianças aos tribunais a partir dos 14 anos; Portugal, Argentina Espanha e Chile, a partir de 16 anos; Brasil, Colômbia, Venezuela, Dinamarca e França a partir de 18 anos. Nos Estados Unidos não se adota o sistema biológico e, portanto, não existe idade mínima, mas considera-se a índole e a consciência a respeito do ato praticado. Enfim, não temos argumentos sérios para não punir os adolescentes, pois os países mais desenvolvidos não endossam a fixação de idade para isentá-los de culpa.

Por ser cristão, eu era contra a pena de morte. Cansei, não sou mais. Nos crimes de latrocínio (matar para roubar), estupro e tráfico de drogas sou totalmente favorável à “pena capital”, seja menor ou maior o bandido.

Não me venham com essa que somente OS POBRES iriam morrer, os RICOS não, isso não passa de balela. A impunidade aos mais ricos é coisa do passado mas não em pleno século XXI. Além de a população ser mais bem informada e dispõe da internet e redes sociais, hoje nós temos uma Polícia Federal de ponta, Os Joaquins Barbosa e os Sérgios Moro da vida.

Também chega desse romantismo de "vitimização", não tiveram oportunidades, o Poder

Público os abandonou etc e etc. Obviamente que o Estado, leia-se os políticos como um todo, negligenciam, e muito, nessa questão. Amparar a família brasileira, a partir da mais pobre, socorrendo, em primeiro, aquelas desunidas e desintegradas e procurando trazer ao seu seio os filhos menores distribuídos pelas ruas certamente é uma solução, não utópica, para combatermos a causa provocadora do menor infrator.

Mas, isso serve tanto para maiores, como menores: alguns bandidos são irrecuperáveis e nenhuma medida de caráter penal ou socioeducativa será exequível, pois vão continuar matando, estuprando e roubando. Esses têm que ser extirpados da sociedade...

Autor: Valdomiro Nenevê 

NOTAS:

1) Art. 27 do Código Penal: Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 

2) Art. 228 da Constituição Federal: São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. 

3) Artigo 104 do Estatuto da Criança e Adolescente: São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.

4) No português-padrão, alguém é menor [de idade] ou maior [de idade]. O português-coloquial até aceita essa expressão (de menor ou de maior), mas do português culto, padrão, o da gramática, que diz que o verbo “ser” não rege a preposição “de” ("Ela é bonita", e não "Ela é de bonita") e que “de idade” tem de ficar depois dos adjetivos “menor” e “maior” por ser complemento nominal deles. 


Homens voltam à prisão após problemas com tornozeleiras

Dois rapazes deixaram o equipamento descarregar durante o fim de semana; Um deles queimou a tonozeleira e também responderá por danos ao patrimônio público

A Polícia Civil de Ponta Grossa recapturou três detentos após descumprirem as regras de uso das tornozeleiras eletrônicas.  Ele foram detidos durante os últimos dias e apresentados na tarde desta terça-feira (27), na 13ª Subdivisão Policial.

Nelson Rodrigues Soares, de 30 anos, acabou queimando a tornozeleira e responderá por danos ao patrimônio público. Ele teria cometido o ato na região de Uvaranas, próximo do local onde mora. Marcio José Ribeiro, de 33 anos, e Rafael Antônio Ferreira, de 26, deixaram o equipamento descarregado e também voltarão para a cadeia após descumprir as regras. Os dois foram recapturados no Jardim Carvalho e no Jardim Los Angeles, respectivamente.

O delegado da 13ª Subdivisão Policial, Mauricio Souza da Luz, afirmou que a situação não é recorrente, mas está sujeita a acontecer. “Temos uma equipe e uma central que monitora a perda de qualquer contato do preso com o aparelho. Quando isso acontece, uma equipe já é encaminhada imediatamente para as proximidades para averiguar a situação”, explica. Mauricio ainda ressaltou a importância do uso dos equipamentos para acabar com a lotação nos presídios e reinserir os detentos na sociedade.

Os três estavam em liberdade vigiada há alguns meses. Eles serão reencaminhados aos estabelecimentos penais de onde saíram e passarão por uma avaliação onde irão decidir se eles irão perder os direitos conquistados.

Fonte: http://arede.info/ponta_grossa/homens-voltam-prisao-apos-problemas-com-tornozeleiras/


MINAS GERAIS: Governo inaugura universidade dentro de presídio

O governo de Minas Gerais inaugurou na semana passada a Universidade Aberta Integrada de Minas Gerais, que vai funcionar dentro do presídio São Joaquim de Bicas I, na região metropolitana de Belo Horizonte. A medida é pioneira naquele estado.

Cerca de 150 detentos terão acesso a cursos profissionalizantes, de capacitação e graduação. Os cursos superiores serão oferecidos aos internos que obtiverem nota satisfatória no Enem prisional.

PARAÍBA

Em agosto de 2013, o Sistema Penitenciário da Paraíba inaugurou o primeiro campus universitário dentro de um presídio, neste caso o complexo Penitenciário do Serrotão, em parceria com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A iniciativa foi pioneira no país.

FONTE:  Paraíba em QAP


CRIMES DA DITADURA: STF “VERSUS” CNV E CORTE INTERAMERICANA

Mais um problemaço está caindo no colo de Dilma Rousseff: depois de dois anos e sete meses de trabalho, incontáveis crises internas e forte resistência das Forças Armadas, precisamente no dia em que a histórica Declaração Universal dos Direitos Humanos (de 10/12/1948) está completando 66 anos, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) revela seu balanço final dos seus trabalhos, que culminaram numa lista de mais de 300 agentes do Estado acusados de crimes contra a humanidade cometidos no tempo da ditadura (1964-1985), hoje ainda apoiada por 12% dos brasileiros, segundo o Datafolha. Paralelamente às conclusões da CNV, existe uma sentença da Corte Interamericana (de 2010) que obrigou o Brasil a investigar e, eventualmente, punir os crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura. Há menos de um mês, a Corte fez uma dura cobrança ao governo brasileiro sobre o cumprimento da sua decisão.

02. No sentido contrário (apoiando a anistia) existe uma decisão do STF (de abril de 2010). Para a Corte, a Lei de Anistia brasileira, embora recebida pela Constituição de 1988 (de acordo com a visão do STF), é inconvencional (por violar as convenções de direitos humanos ratificadas pelo Brasil) e inválida (por contrariar frontalmente o jus cogens internacional). Disse a Corte que nem tudo que o STF diz ter sido recebido pela Constituição de 1988 é compatível com os tratados em vigor no Brasil e detém validade. A prisão civil do depositário infiel, por exemplo, foi declarada inválida pelo STF justamente tendo em conta os tratados de direitos humanos por nós ratificados, que segundo o próprio STF guardam na ordem jurídica brasileira nível superior às leis (RE 466.343-SP).

03. O Brasil é, reconhecidamente (69º lugar, com a rídicula nota 43, no Índice de Percepção da Corrupção, da Transparência Internacional), um dos paraísos mundiais da cleptocracia (Estado governado – também – por ladrões: que o digam casos rumorosos como Petrobra$, metrô$P etc.). Além de paraíso dos ladrões, somos também violentos (veja Darcy Ribeiro). Há um forte apoio à decisão do STF (que a Corte disse ser inválida). O Brasil ratificou a Convenção Americana de Direitos Humanos em 1992 e aceitou a jurisdição da Corte Interamericana em 1998 (no governo FHC). A cada novo tratado subscrito o país abre mão de parte de sua soberania. Juridicamente o Brasil está obrigado a cumprir a decisão da Corte Interamericana (isso ficou evidenciado no voto do min. Ayres Britto, quando do julgamento da Lei de Anistia brasileira). E se não cumprir? Está sujeito a sanções internacionais (teoricamente poderia até ser expulso da OEA). Mas com o império da “lei” (dos tratados) no plano internacional se passa algo parecido com o império da lei no Brasil: a fragilidade institucional é enorme. A coerção do direito, em consequência, é branda e flexível.

04. Se o Brasil não cumprir a decisão da Corte Interamericana estará apenas ratificando algo que já é da sua tradição, nascida logo após 23/11/1826, quando nosso Império assinou uma Convenção com a Grã-Bretanha para promover a abolição do tráfico de escravos. Por força dessa avença bilateral o comércio interatlântico de escravos seria ilegal no prazo de três anos. Mas nada disso foi cumprido pelo Brasil (como narram os historiadores), que apenas por volta de 1850 começou a reduzir o comércio de escravos. A demora em cumprir o combinado com os ingleses deveu-se não só aos interesses econômicos ruralistas dos fazendeiros, senão também ao fato de que quase todas as casas urbanas de classe média tinha seus escravos para os afazeres domésticos (veja J. M. De Carvalho, Cidadania no Brasil). O escravagismo (embora abolido em 1888), impregnou a alma do brasileiro e isso tem tudo a ver com nossa atual genocidiocracia. As autoridades brasileiras, assim, quando assinaram a convenção bilateral com a Grã-Bretanha apenas fingiu que cedia às suas pressões, ou seja, tomaram providências meramente aparentes para combater o abominável tráfico. Foi, na verdade, mais um engodo praticado pelo Brasil, apenas “para inglês ver”. Desde esse episódio o Brasil, em termos internacionais, é visto como uma “republiqueta de terceiro mundo”. Não é distinta, aliás, toda América Latina.

05. Certa vez Simon Bolívar manifestou profunda decepção com a América Latina e disse (citado por Huntington, em A ordem política nas sociedades em mudança): “[Na América Latina] os tratados são papéis, as constituições não passam de livros, as eleições são batalhas, a liberdade é anarquia e a vida um tormento”. Seu vaticínio não era incorreto: em pleno século XXI continuamos nosso tormento porque está difícil de chegar a anunciada democracia que traria prosperidade e cidadania a todos.

Fonte: Blog Visão Panorâmica


Cadeião instala mais 34 tornozeleiras e ‘libera’ detentos

Ao todo, mais de 100 pessoas já são monitoradas pelo sistema em Ponta Grossa; Expectativa é que governo disponibilize mais equipamentos para o próximo ano

Mais 34 detentos do regime Semiaberto da Cadeia Pública Hildebrando de Souza receberam tornozeleiras eletrônicas de monitoramento e deixaram a cadeia na tarde da última quinta-feira (18). Todos são presos por crimes considerados não graves e mantinham bom comportamento. Eles serão monitorados via satélite pelos policiais durante todo o tempo.

Ao todo, 30 homens e 4 mulheres que estavam presos cadeião tiveram o equipamento instalado e, a partir de agora, podem cumprir o resto da sentença em suas casas. Com isso, Ponta Grossa soma mais de 100 pessoas ‘liberadas’ por esse processo – atingindo a meta estipulada para o ano de 2014, de acordo com o diretor do ‘Cadeião’, Bruno Propst.

“A meta foi atingida ainda antes do prazo, que inicialmente era 31 de dezembro. Para o ano que vem, iremos esperar a aquisição de novos equipamentos, porque o Estado já utilizou quase todas as tornozeleiras disponíveis nessa primeira ‘leva’. Esperamos que seja feita uma nova licitação e que cheguem mais tornozeleiras, já que o sistemas está funcionando”, conta o direito. No Paraná são 5.000 tornozeleiras. A meta do governo é acabar de vez com a superlotação carcerária, que dura mais de 30 anos.

O juiz da Vara de Execuções Penais (VEP) de Ponta Grossa, Antonio Acir, estava presente na entrega das tornozeleiras e explicou para os presos como proceder com a tornozeleira. O monitoramento é acompanhado 24h por dia pelas Secretarias de Segurança Pública e de Justiça.

Fonte: http://arede.info


Fim da licença para matar

ONGs apresentam sete razões técnicas para apoiar projeto de lei que acaba com ‘autos de resistência’ 

Às vésperas da provável votação do projeto de lei (4471/2012) que acaba com os chamados autos de resistência – termo usado no registro de mortes cometidas pela polícia, frequentemente utilizado para ocultar execuções –, 10 organizações da sociedade civil, entre elas a Conectas, apresentaram documento com sete razões técnicas para apoiar a proposta. O PL já passou por duas comissões (Constituição e Justiça e Combate ao Crime Organizado) e deve ser votado pela plenária na quarta-feira, 10/12, Dia Internacional dos Direitos Humanos. Se aprovado, segue para o Senado. 

Entre as razões apresentadas pelas entidades para apoiar a proposta está a vulnerabilidade dos jovens negros da periferia, vítimas preferenciais da violência policial, a necessidade de investigar e responsabilizar oficiais envolvidos em crimes e a origem antidemocrática da terminologia, criada em 1969, durante a ditadura militar. 

“Segundo o Mapa da Violência 2014, o número de negros mortos em decorrência de ações policiais em São Paulo para cada 100 mil habitantes é três vezes maior que o registrado entre a população branca. Como mostra levantamento feito pela Universidade Federal de São Carlos, no período de 2009 a 2011, 61% das vítimas mortas pela polícia no estado de São Paulo eram negras”, diz trecho do documento. 

De autoria de Paulo Teixeira (PT-SP), Fabio Trad (PMDB-MS), Delegado Protógenes (PCdoB) e Miro Teixeira (PDT-RJ), o PL 4471 reforça a obrigatoriedade de abertura de inquéritos em todos os casos de morte causadas pela polícia, obriga a preservação da cena do crime, veta o transporte de vítimas pelos policiais e substitui as expressões ‘auto de resistência’ e ‘resistência seguida de morte’, criadas durante a ditadura militar, por ‘morte decorrente de intervenção policial’.

Faça o download da íntegra aqui. 

“O PL dá um passo no sentido de acabar com essa ‘pena de morte’ que, apesar de proibida pela Constituição, continua sendo aplicada nas ruas da periferia, sobretudo contra jovens e negros. São eles as principais vítimas da instituição do auto de resistência – um termo carregado de simbolismo no sentido de negar o direito à vida e à defesa da população mais vulnerável”, afirma o advogado Rafael Custódio, coordenador de Justiça da Conectas.  

Leia aqui a íntegra das sete razões para apoiar o PL 4471/212: 

1. Origem histórica antidemocrática: O procedimento do auto de resistência surgiu durante a ditadura militar, em 1969, e visa legitimar homicídios cometidos por policiais. Após a Constituição Federal de 1988 esse procedimento é injustificável e incompatível com o Estado Democrático de Direito.

2. Violência Policial: Segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, somente naquele estado, entre 2001 e 2011, mais de 10 mil pessoas foram mortas pela Polícia Militar em situações formalizadas como auto de resistência. Como mostra o 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, entre 2009 e 2013, em todo o Brasil, houve 11.197 mortes causadas por intervenções policiais, número maior do que o de pessoas mortas em 30 anos por todas as polícias dos EUA, país com população maior que a brasileira. 

3. Vulnerabilidade da Juventude brasileira: Dados apontam que as maiores vítimas dessa violência policial são os jovens. Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos atesta que, no estado de São Paulo, 78% das pessoas mortas pela polícia entre 2009 e 2011 tinham de 15 a 29 anos.

4. Manifestação do Racismo Estrutural: Segundo o Mapa da Violência 2014, o número de negros mortos em decorrência de ações policiais em São Paulo para cada 100 mil habitantes é três vezes maior que o registrado entre a população branca. Como mostra levantamento feito pela Universidade Federal de São Carlos, no período de 2009 a 2011, 61% das vítimas mortas pela polícia no estado de São Paulo eram negras. Ainda conforme o Mapa da Violência 2014, no Brasil, enquanto a taxa de homicídio de brancos diminuiu 24,8%, a de negros aumentou 38,7% entre 2002 e 2012.  

5. Redução da Impunidade: A aprovação do PL 4471/12 tornará a investigação dos homicídios causados por policiais no exercício da função mais isenta e próxima da verdade, contribuindo para que haja responsabilização pelos excessos e graves violações de direitos humanos feitas pelas policias, caso comprovados. 

6. Posicionamento do CDDPH: Resolução nº 08/2012 do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana determina o fim dos termos “autos de resistência” ou “resistência seguida de morte”, e veda a remoção do corpo antes que a perícia tenha realizado seu trabalho no local. 

7. A ONU já recomendou o fim dos autos de resistência: O Relator da ONU para Execuções Extrajudiciais, Sumárias ou Arbitrárias, afirmou ser inaceitável esse modo de classificação e registro das mortes causadas por policiais e classificou esse procedimento como “um cheque em branco para as mortes praticadas pelos policiais.” 

Fonte: Conectas


15 defensoras de Direitos Humanos são homenageadas nos 15 anos da Justiça Global

 

- Causas indígena, quilombola, prisional e LGBT, entre outras, estarão representadas
- Evento ocorre nesta quinta-feira, às 18 horas, no Centro do Rio


Por ocasião da comemoração dos seus 15 anos, a Justiça Global convida seus parceirxs para participar de uma cerimônia de homenagem à  11 Defensoras de Direitos Humanos que estão na linha de frente no Brasil. A homenagem tem como objetivo destacar o protagonismo das mulheres na defesa e promoção dos direitos humanos no Brasil e dar visibilidade a gravidade da situação em que se encontra uma série de lutadoras sociais que estão com suas vidas em risco e são criminalizadas por defenderem direitos.

As várias pautas que elas defendem refletem também o trabalho da Justiça Global: o extermínio da população negra, a questão carcerária, a luta de indígenas e quilombolas por demarcação de terras, as reforma agrária e urbana, a desmilitarização daspolícias e o direito LGBT, entre outras.

As defensoras enfrentam violações específicas relacionadas ao gênero e desafiam normas culturais, religiosas e sociais relacionadas a uma visão conservadora e discriminatória do papel das mulheres na sociedade.  Como resultado são ameaçadas, difamadas, criminalizadas, marginalizadas e frequentemente sofrem violações que vão desde ataques verbais até a violência sexual e assassinatos.

Apesar dos riscos e pressões, as defensoras tem um papel histórico na luta pelos direitos humanos e nos processos de resistência. É esse reconhecimento que a Justiça Global quer destacar ao completar 15 anos de caminhada, todos eles com e ao lado de mulheres que cotidianamente fazem a luta pelos direitos humanos.

Veja abaixo a lista com minibiografias das homenageadas.


15 anos Justiça Global - "Homenagem às defensoras que constroem a luta por direitos", às 18 horas, no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Rua Evaristo da Veiga 16, 17° andar, Cinelândia, Centro do Rio

CONHEÇA AS HOMENAGEADAS:
 

1) Maria Joel Dias da Costa é Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará. Dona Joelma, como é conhecida, assumiu a luta de seu marido, José Dutra da Costa, Dezinho, que foi assassinado na porta de casa, por lutar contra latifundiários no sul do Pará. Já sofreu vários atentados e é ameaçada, vivendo sob proteção policial. Teve que se afastar por um período de Rondon do Pará e tornou-se Coordenadora regional da FETAGRI nesse mesmo estado. Esse ano, em decisão histórica, um Júri Popular realizado em Belém responsabilizou o fazendeiro Décio José Barroso Nunes, o Delsão, pela morte de Dezinho. Após o Júri, e de volta à Rondon, Dona Joelma reassumiu a Presidência do Sindicato, que havia ocupado dois anos após a morte de Dezinho.

2) Margarida Tenharin pertence ao povo Tenharin, que tem hoje uma população de aproximadamente mil indígenas, na Terra Indígena Marmelos, localizada no Município de Humaitá/Manicoré, ao sul do Amazonas. Desde 2011, os Tenharin denunciam a ação ilegal de madeireiros na região. A partir de dezembro do ano passado, quando três não-indígenas desapareceram na Rodovia Transamazônica e depois foram encontrados enterrados no território Tenharin, os indígenas têm vivido um grave processo de criminalização e perseguição política, com a prisão de seus principais líderes. Margarida destaca-se como uma guerreira de fibra, e vêm denunciado as arbitrariedades que seu povo tem sofrido. Não é de hoje: já em junho de 2013 ela havia relatado à Comissão Nacional da Verdade as barbáries que foram praticadas contra os Tenharin durante a ditadura civil-militar, com a abertura da mesma Rodovia Transamazônica, que cortou seu território ao meio e deixou um rastro de destruição. Margarida Tenharin é uma importante liderança e grande conhecedora das tradições, o que é fundamental para o fortalecimento dos Tenharin em sua resistência.

3) Débora Silva é do Movimento Mães de Maio de São Paulo. Débora se uniu a outras mães e familiares para cobrar do Estado uma resposta pela série de assassinatos que ocorreram em São Paulo em 2006, quando grupos de extermínio compostos por policiais mataram 562 pessoas no episódio que ficou conhecido como os “Crimes de Maio”. Dentre as bandeiras de Débora e do movimento, estão as lutas pela desmilitarização da segurança pública, pela reparação para os familiares de vítimas de violência institucional e pelo fim dos chamados autos de resistência. Sua força é reconhecida por movimentos de familiares em todo o país, inspirando ações de resistência e de denúncias de violações de direitos humanos, especialmente em regiões de favelas e periferias dos grandes centros urbanos brasileiros.

4) Deize Carvalho é militante da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência do Rio de Janeiro. Deise inicia sua trajetória de defensora com a morte de seu filho, Andreu, barbaramente torturado numa unidade do DEGASE (Departamento Geral de Ações Sócio-Educativas), em 1º de Janeiro de 2008. Transformou sua dor em luta, passando a militar na Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e também no Morro do Cantagalo, onde vive. Além de buscar justiça no caso de seu filho, colabora nas denúncias de abusos e arbitrariedades cometidas por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora e é uma referência na defesa pelos direitos de crianças e jovens.

5) Andréia Beatriz dos Santos é médica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, atuando no sistema prisional baiano. É coordenadora da organização Quilombo Xis – Ação Cultural Comunitária, que realiza ações voltadas para mulheres e homens em situação de prisão e seus familiares, com enfoque e intersecção entre racismo, gêneros, cultura, saúde, cidadania e direitos da pessoa em comunidades da periferia de Salvador e no interior do sistema prisional baiano. Além disso, é articuladora da Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto, uma campanha nacional de caráter internacional contra o genocídio do povo negro. Em decorrência de sua militância Andrea e suas companheiras e companheiros de militância têm sofrido constantes ameaças da Polícia e de outros agentes do Estado, mas continuam firmes em sua luta.

6) Daize Meneses de Souza é uma liderança da Associação de Homens e Mulheres do Mar (AHOMAR) de Magé, Rio de Janeiro. Daize e seu companheiro, Alexandre Anderson, têm sido repetidamente ameaçados de morte em decorrência de sua militância como ativistas ambientais contra a ação da Petrobras na Baia de Guanabara, que tem afetado e impedido a pesca artesanal na região. Por conta disso, estão inseridos desde 2009 no Programa Nacional de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos. Daize tornou-se uma importante referência para as mulheres na Baía de Guanabara, incansável em sua luta pelos direitos humanos.

7) Indianara Siqueira é Presidente do Grupo Transrevolução do Rio de Janeiro. Indianara iniciou seu ativismo no campo de defesa dos Direitos Humanos nos anos 90, enquanto presidente fundadora do Grupo Filadélfia, cujo foco de atuação era na defesa dos direitos das pessoas trans e das prostitutas. Defende a regulamentação da prostituição como trabalho, e tornou-se referência para diferentes coletivos LGBTT e transfeministas. É também assessora parlamentar do Deputado Federal Jean Wyllys. Dentre suas ações mais recentes é possível destacar o protagonismo durante as manifestações públicas das prostitutas de Niterói, iniciadas a partir da resistência às violações cometidas pela Polícia Militar em operações no chamado “Prédio da Caixa", iniciadas em abril.

8) Cecília Coimbra é psicóloga, historiadora e professora adjunta aposentada na Universidade Federal Fluminense, tendo sido militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Durante sua graduação em Psicologia, foi presa no DOI-CODI/RJ, em 1970, no Rio de Janeiro, chegando a ser torturada muitas vezes. É uma das fundadoras do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ (GTNM/RJ), que existe desde 1985 por iniciativa de ex-presos políticos que, como Cecília, viveram situações de brutais violações durante a ditadura civil-empresarial-militar, e por familiares de mortos e desaparecidos da época. O grupo se tornou uma referência importante no cenário nacional na luta pelos direitos humanos, pelo esclarecimento das circunstâncias de morte e desaparecimento de militantes políticos e pelo afastamento imediato de cargos públicos das pessoas envolvidas com torturas, entre outros. Atualmente, Cecília é vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais. Em 1979, com o intuito de realizar alguma intervenção na formação do psicólogo, tornou-se professora do Departamento de Psicologia da UFF. Foi conselheira do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (2004 a 2008) e a primeira coordenadora da Comissão Nacional de Direitos Humanos do CFP, em 1997. Integra o Conselho da Justiça Global desde a sua fundação, sendo parte importante dessa caminhada.

9) Evane Lopes é uma liderança quilombola do município de Paracatu, em Minas Gerais. Foi presidente da Associação Quilombola de São Domingos, e sua trajetória de luta volta-se principalmente para a regularização das terras desta e das demais comunidades quilombolas existentes na localidade e contra as violações de direitos humanos praticadas pela mineradora que atua na região. Os atentados contra a vida de Evane levaram-na a ingressar no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos do Estado de Minas Gerais, e a retirar-se junto com sua família de sua cidade natal.

10) Maria de Lourdes Lopes, conhecida como Lurdinha, é coordenadora nacional do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, vivendo no Rio de janeiro. O movimento se organiza em trezes estados e tem a "reforma urbana sob controle dos trabalhadores e trabalhadoras" como sua bandeira central, com centralidade na ocupação como instrumento de organização e pressão, assim como o cooperativismo como forma de organizar que caminha no sentido da construir novas formas de relação social. A ocupação Manoel Congo,  vizinha da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, é um dos grandes símbolos da luta pela reforma urbana.  O edifício de 10 andares, que permaneceu fechado e sem uso por cerca de 15 anos sob a propriedade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foi ocupado em 2007 pelo Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM).
 

11) Andressa Caldas, nos anos 90, iniciou sua militância junto à Comissão Pastoral da Terra e Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares (RENAP) no estado do Paraná, onde formou-se em Direito. Em 2001, passou a integrar a Coordenação da Justiça Global em parceria com Sandra Carvalho e James Cavallaro e esteve à frente da Direção Executiva da organização por vários anos. Viveu momentos difíceis, como o do assassinato do advogado e amigo Manoel Mattos, em janeiro de 2009. Participou ativamente do processo de deslocamento do incidente de competência das investigações desse assassinato, que acabou tornando-se o primeiro caso de federalização de um crime contra os direitos humanos do Brasil. Esse é um dos inúmeros casos em que tem atuado, destacando-se na militância por terra e território e pelos direitos de populações tradicionais, como no emblemático caso de Belo Monte. Andressa foi e sempre será parte muito importante na história da Justiça Global.

12) Paula Máiran, jornalista com passagem nas redações dos jornais O Dia, Extra e Jornal do Brasil, se destacou na produção de matérias que pautavam os direitos humanos, tornando-se uma referência para organizações de direitos humanos e movimentos sociais, o que a levou a se tornar assessora do Deputado Estadual Marcelo Freixo quando este assumiu a Presidência da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ. Paula assumiu a Presidência do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro em agosto de 2013 e sua gestão tem se destacado pela denúncia de violações de direitos de jornalistas, inclusive junto Sistema Interamericano de Direitos Humanos da OEA.
 

13) Marta Falqueto é Coordenadora do Programa de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos do Espírito Santo. Uma das fundadoras do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Marta participou ativamente na luta contra o crime organizado no Espírito Santo no início dos anos 90. Uma das mais atuantes militantes de Direitos Humanos, luta em diversas frentes, dentre as quais destacamos a militância contra o encarceramento em massa, os direitos dos povos indígenas e quilombolas e na proteção dos defensores de direitos humanos de seu estado.
 

14) Nair Ávila dos Anjos, Dona Nair, como é conhecida, é mãe do advogado  de direitos Humanos Manoel Mattos, assassinado na divisa entre Pernambuco e Paraíba em 24 de janeiro de 2009. Dona Nair transformou sua dor em luta e vem buscando cotidianamente a responsabilização daqueles que tiraram a vida de seu filho, na certeza que essa responsabilização é uma continuidade de sua militância, já que ela se posiciona contra a ação de redes criminosas naquela região. Após a morte de Manoel, passou a sofrer ameaças de morte e hoje se encontra incluída no Programa de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos de Pernambuco. Dona Nair segue firme na busca de justiça e na defesa dos direitos humanos.
 

15) Haverá mais uma defensora que receberá uma homenagem surpresa.
 

Fonte: Justiça Global


Pastoral Carcerária recomenda que penitenciárias privadas sejam reestatizadas

 

Entidade classifica como ilegal a iniciativa do Estado de delegar à iniciativa privada atividades como custódia, segurança e vigilância interna de penitenciárias

 

Depois de inspecionar oito dos 23 estabelecimentos prisionais administrados por empresas privadas em funcionamento no Brasil, a Pastoral Carcerária recomenda que o processo de privatização seja imediatamente revertido.

 

A Pastoral concluiu que a privatização dessas unidades como alternativa à incapacidade do Estado de garantir a segurança e o bem-estar dos presos não tem sido vantajosa para a administração pública nem financeiramente nem legalmente.

 

A entidade aponta falta de transparência dos contratos firmados entre governos estaduais e empresas e classifica como ilegal a iniciativa do Estado de delegar à iniciativa privada atividades como custódia, segurança e vigilância interna de unidades prisionais. A Pastoral pede que o Poder Público encontre meios de tornar a administração penitenciária estatal mais eficiente.

 

“Os estados devem romper imediatamente os contratos com a iniciativa privada e devolver a custódia dos presos a agentes públicos concursados”, recomenda a Pastoral Carcerária em um relatório obtido com exclusividade pela Agência Brasil. O documento reúne observações, conclusões e recomendações dos pesquisadores e agentes da pastoral que visitaram as instalações privatizadas e conversaram com detentos, funcionários e diretores das unidades de seis estados: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e Tocantins.

 

À época da visita, as oito unidades eram administradas por cinco diferentes empresas e abrigavam cerca de 20 mil presos de um total de mais de 520 mil pessoas privadas de liberdade em todo o país. Ao fim da pesquisa, coordenada pelo assistente jurídico da Pastoral, José de Jesus Filho, a entidade concluiu que não há como comparar os resultados alcançados em unidades privatizadas com aqueles obtidos pelos estabelecimentos públicos, uma vez que os dois modelos funcionam com lógicas distintas e diferentes recursos materiais, humanos e financeiros.

 

“Quando uma unidade privatizada apresentou aparente desempenho satisfatório em termos de assistência à saúde ou jurídica – o que raramente se encontra em uma prisão gerida pelo Poder Público – esse resultado está associado ao fato de que há maior investimento nessas unidades e que a alocação de recursos para elas implicou em maior redução dos já escassos recursos destinados a unidades públicas”, aponta o relatório, fazendo ressalva a uma vantagens atribuídas ao modelo implementado no Brasil no final da década de 1990: a agilidade na prestação de serviços essenciais aos presos, como saúde, higiene e alimentação, além da manutenção das instalações.

 

O documento destaca ainda a dificuldade dos pesquisadores de obter informações sobre custos e procedimentos. Outro ponto relatado diz respeito à forma seletiva de trabalho dessas unidades prisionais que só aceitam receber presos com bom comportamento, recusando ou devolvendo às unidades públicas os que não se ajustam a suas regras disciplinares. Além disso, nenhum dos estabelecimentos privatizados visitados lida com o problema da superlotação, comum nos presídios públicos. A Pastoral conclui que “a privatização pode ter agravado as condições de vida em unidades não privatizadas”.

 

“Não há informações suficientes para realizar uma análise segura da efetividade da privatização no âmbito dos estados, a começar pela falta de transparência. Governos estaduais e empresas privadas resistem a oferecer informações dos processos de licitação. A maioria ignorou nossos pedidos de informação ou explicitamente se recusou a responder nossas perguntas, mesmo diante de expressa menção à Lei de Acesso à Informação”, aponta a Pastoral.

 

O relatório rebate também o argumento de que o percentual de presos que voltam a praticar um crime após cumprirem pena em estabelecimentos privatizados é menor. “Não há dados confiáveis e sistematizados, nem estudos sérios que possibilitem essa avaliação. Além disso, a reincidência é produto de múltiplos fatores – sendo a vida na prisão um deles – de forma que tem sido um desafio determinar porque as pessoas deixam ou voltam a praticar crimes”.

 

A entidade aponta 15 aspectos essenciais para a recomendação de reversão do processo de privatização. Entre eles, as queixas de que, a pretexto de evitar fugas e rebeliões, algumas das administradoras de penitenciárias privadas violam direitos fundamentais dos presos, limitando ou até proibindo o exercício adequado de atividades recreativas, banho de sol e exercícios físicos – previstos na Lei de Execução Penal. “O nível de rigidez disciplinar aproxima as unidades privatizadas dos chamados ‘regimes disciplinares diferenciados’ ou das prisões federais, situação agravada pela ausência de controle externo”, diz o documento.

 

A Pastoral também aponta a alta rotatividade entre os funcionários contratados pelas administradoras das unidades privatizadas como um fator de risco. De acordo com os pesquisadores e agentes pastorais, esses trabalhadores ganham menos que os servidores públicos e recebem pouca ou nenhuma qualificação para o serviço de custódia de presos.

 

Entre as recomendações também consta a sugestão para que o Ministério Público nos estados investigue suspeitas de corrupção ou fraude na contratação de algumas das empresas terceirizadas e descubra se essas mesmas firmas têm autorização da Polícia Federal para exercer a atividade de segurança privada.

 

Fonte: Pastoral Carcerária


Prisões falham na missão de ressocializar viram escolas do crime

Convivência com outros criminosos e condições precárias são alguns dos motivos.

A primeira passagem pela cadeia de Lázaro Jordão Pimentel, 33, foi pelo furto de um veículo. Ele ficou três meses preso e, ao sair, foi detido novamente, dessa vez porque tinha assaltado um banco. Foi dentro da prisão que ele conheceu “mestres” em bandidagem e se “graduou” no crime, assim como outros que entram “aluno do jardim da infância” e saem “profissionais”, como eles mesmos dizem. Um dos princípios do encarceramento, a ressocialização, ficou em um passado distante no sistema brasileiro. Parte pelo contato com criminosos de alta periculosidade, mas também por fatores como as condições precárias das prisões e a falta de qualificação e, consequentemente, de oportunidades.

Um exemplo da mudança de cenário é que até a década de 1960, a comunidade em torno da Penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana da capital, frequentava o cinema do pavilhão, junto com os presos. Hoje, essa situação é impensável. “Não dá mais para fazer isso por questão de segurança. Temos gente de todo tipo, até com cem anos de condenação. O risco é de rebelião”, disse o diretor geral da unidade, Igor Tavares.

No último dia da série “Cadeia do Crime”, O TEMPO mostra como é o local onde a sociedade acredita que a violência termina: a prisão. Mas esse ‘fim’ só se aplica a no máximo 15% dos detentos, que cumprem pena e mudam de vida. Para a maioria dos presos, esse é apenas o começo de uma trajetória fora da lei. Lá de dentro, eles continuam comandando crimes e, quando saem, é na criminalidade que encontram maior oferta de emprego.

Visita. A reportagem esteve no mais antigo presídio de Minas, o José Maria Alkimin (construído em 1927), onde estão 1.700 presos, 500 a mais que a capacidade. Enclausurados, eles vivem em pavilhões que parecem antigas masmorras, sujas e escuras. De fora é possível ouvir os detentos gritando para se comunicar com os colegas. Entre as celas, eles usam barbantes para passar cigarros e o que mais quiserem.

“Cadeia é pro cara criar maldade na vida. A massa carcerária cobra isso pra não ser pego aqui fora (sic)”, explica “Zé Ninguém”, como um rapaz, com três passagens pela prisão, pede para ser identificado. Em uma cela de 4 m², com 44 presos, o também egresso Gregório Andrade, 41, conta que se revezava para dormir e usar o banheiro. “Era a antessala do inferno. O que mais eu ouvia quando um preso ia sair da cadeia era ‘firma, sociedade, que eu estou voltando’”.

Agravantes. No complexo de Ribeirão das Neves há ainda casos de presos mantidos em celas disciplinares, isolados e privados de visitas e banhos de sol, supostamente por causa da superlotação e não por terem cometido nenhuma falta grave.

Essa irregularidade foi apontada na inspeção feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em fevereiro deste ano. A falta de agentes penitenciários também foi destacada. “O descumprimento da lei gera um ambiente hostil que provoca rebeliões”, afirmou Guilherme Calmon, juiz do CNJ.

Sem vaga
Onze mil pessoas estão em prisão domiciliar em Minas porque não há vagas no sistema. Muitos são dos regimes aberto e semiaberto e deveriam dormir em albergues, mas a capital só dispõe de uma unidade. Quase sempre, conforme os juízes, as prisões “em casa” não são acompanhadas e não surtem efeito, fazendo com que alguns sejam pegos em novos delitos.

Menor desassistido

A situação dos adolescentes que cometem crimes segue a mesma tendência dos ‘maiores’: política de reclusão, superlotação e reincidência. A maioria dos bandidos ‘profissionais’ começou no crime ainda quando menores. “Quem está hoje na cadeia foi infrator na adolescência”, disse o promotor da Coordenação Criminal Estadual Marcelo Mattar. Atualmente, 1.800 garotos e garotas estão internados em Minas, em um sistema que conta com 1.400 vagas. “Essa é uma questão gravíssima que o Poder Judiciário enfrenta hoje. As pessoas querem que aquele menino que sempre furta a loja seja preso. Mas a internação não resolve, ele tem que ser tratado. Não há nos municípios uma rede de suporte à criança e ao adolescente para tratamento psiquiátrico e contra as drogas”, diz o juiz José Ricardo Veras.

Pensão alimentícia
Treze pessoas são presas por dia (em média), no Estado, por não pagar pensão alimentícia. Entre elas o torneiro mecânico G.C.B., 37, que alega que não sabia que estava devendo e ficou três dias no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira. “Me pegaram na blitz de surpresa e me levaram para lá. Aquilo não é lugar de ser humano, nem o que cometeu o crime mais bárbaro. Na minha cela tinha 80 pessoas dormindo no chão. Quem cai ali sai de lá ainda mais revoltado. Muitos estavam há mais de 30 dias ou já tinham sido presos outras cinco vezes por pensão. Eles só querem prender, e não resolver o débito com o filho”. Já o juiz José Ricardo Veras acredita que esse tipo de sanção costuma ser eficiente no pagamento das pensões. Caso o detento não tenha dinheiro, ele fica preso por 60 dias e depois é solto.

85% é o índice de reincidência no crime entre os presos do sistema prisional comum


IV SEMINÁRIO DE HUMANIZAÇÃO - 12/11/2014

Posted: 11 Nov 2014 01:08 PM PST

Lombada eletrônica é presa por multar juiz

Posted: 11 Nov 2014 01:03 PM PST

Uma lombada eletrônica foi retirada de seu ponto hoje de manhã no Rio por ter tido a ousadia de multar um juiz. O carro do juiz foi fotografado pela lombada instalada no Alto da Boa Vista a 90 quilômetros por hora, 10 acima do permitido.
Câmeras de segurança flagraram o magistrado saindo do carro e mostrando sua carteira para a lombada. Como o objeto não respondeu, o juiz deu voz de prisão.
 
Operários retiram a lombada que multou o juiz
Operários chegaram minutos depois e começaram a retirar o equipamento. O juiz agora anunciou que vai processar a lombada. “É um absurdo, ela me faltou com o respeito. Onde já se viu tirar uma foto minha sem autorização? Isso é desacato”, disse ele, encerrando a entrevista em seguida e prendendo os repórteres que ousaram lhe perguntar algo.
Com informações de Mateus Furlan
REINTEGRAÇÃO DE AGENTES DEMITIDOS VOLTA A SER NEGOCIADA

Posted: 11 Nov 2014 12:59 PM PST

Deputados confirmam que obtiveram compromissos de interrupção do processo demissional e de readmissão de gestantes.
reintegração2

 
Matéria importante par todos os contratados do sistema prisional de Minas Gerais!
 
O presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado João Leite (PSDB), informou aos agentes penitenciários que acompanharam a reunião realizada nesta terça-feira (11/11/14) que a reivindicação da categoria para que o governador reintegre os cerca de 600 profissionais já demitidos voltará a ser negociada com representantes do Poder Executivo. Ele afirmou ainda que, após a intervenção dos parlamentares, o processo que previa cerca de 4 mil demissões neste ano e mais 2 mil no início de 2015 foi efetivamente interrompido.
Segundo o deputado João Leite, ainda nesta terça (11) serão realizadas duas reuniões para tratar da readmissão dos agentes penitenciários demitidos. Uma será entre ele e o presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PP), e a segunda será do deputado Sargento Rodrigues (PDT) com representantes do Executivo, na Cidade Administrativa.
O presidente da comissão também registrou o apelo que fez em favor das servidoras gestantes que já teriam sido demitidas, tendo obtido garantia de reintegração delas ao cargo. Os agentes voltaram a fazer reivindicações em favor de todos os profissionais que perderam o emprego, entre os quais haveria também pessoas que adoeceram em decorrência da natureza do próprio trabalho. A resposta foi que os parlamentares continuarão trabalhando para que todos os demitidos sejam reintegrados, mas, por ora, ainda não existe um retorno formal do Executivo.
PL 4.170/13 – O deputado Sargento Rodrigues lembrou aos agentes que, em junho de 2013, apresentou o Projeto de Lei (PL) 4.170/13, que visa a estender o prazo de vigência dos contratos dos atuais agentes até a realização de novo concurso. Ele incentivou os agentes a manter a mobilização na ALMG, principalmente no Plenário, a fim de garantir a votação do projeto.
O deputado João Leite concordou com o deputado Sargento Rodrigues sobre a necessidade de mobilização para que a matéria seja votada, e sugeririu a apresentação de uma emenda que viabilize a reintegração dos demitidos.
Já o deputado Cabo Júlio (PMDB) mostrou-se cético em relação à possibilidade de o PL 4.170/13 ser votado ainda neste ano, em razão das diversas proposições que travam a pauta do Plenário (como vetos do governador, por exemplo). Para ele, o mais importante, neste momento, não está nas mãos do Legislativo, e sim do Executivo.
“O mais urgente é usar a caneta para reverter essas demissões. E não adianta justificar que se demite para contratar concursados, porque eles não estão sendo contratados. Portanto, no momento, a solução é simples: é só recontratar os demitidos, não demitir mais e deixar que o novo governo decida o que vai fazer depois”, concluiu o deputado.
Comissão analisa relatório sobre direito de greve do servidor público.

Posted: 11 Nov 2014 12:58 PM PST


 

 


A Comissão de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação de Dispositivos da Constituição (CMCLF) deve analisar, na próxima terça-feira (11), o relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre a regulamentação do direito de greve do servidor público. Se aprovada, a proposta ainda será apreciada pelas duas casas do Congresso. O texto resultante, apresentado sob a forma de projeto da Comissão Mista ao final do relatório de Jucá, é composto de trinta e sete artigos distribuídos por cinco Capítulos: o Capítulo I cuida das Disposições Preliminares; o Capítulo II trata da negociação coletiva e dos métodos alternativos para a solução de conflitos; o Capítulo III aborda a greve; o Capítulo IV trata da apreciação da greve pelo Poder Judiciário; e o Capítulo V traz as Disposições Gerais e Finais. Jucá reconheceu o direito de greve dos servidores públicos, “competindo-lhes de decidir livremente sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam, por meio dele, defender”. O senador ainda acrescentou regra para que a participação na greve não seja critério de avaliação de desempenho, avaliação de índices de produtividade ou justificativa de incapacidade para desempenho da função pública. Jucá também acolheu a sugestão dos sindicalistas de reduzir de 80% para 60% o percentual mínimo de funcionamento dos serviços essenciais durante as paralisações. Entre esses serviços estão as emergências de hospitais, abastecimento de água e energia, coleta de lixo, defesa civil e controle de tráfego aéreo, os relacionados à educação infantil e ao ensino fundamental, a segurança pública entre outros. Já os serviços não essenciais terão 40% do funcionamento preservado. O senador ainda incluiu parágrafo para suspender o porte de arma dos servidores públicos que aderirem à greve nos serviços e atividades essenciais, durante os atos e manifestações referentes ao exercício da greve. Em nome do consenso, o senador também diminuiu o intervalo mínimo entre o comunicado de greve e a sua deflagração de 15 para dez dias. Apesar de previsto na Constituição, o direito de greve do funcionalismo público nunca foi regulamentado. Entre os pontos mais polêmicos da discussão está o quantitativo mínimo de servidores que deverão atuar durante a paralisação; a definição quais são os serviços essenciais; a antecedência do aviso para a deflagração da greve; e a substituição de grevistas após decisão judicial, que, na avaliação de representantes da categoria, invalidam o direito dos servidores públicos na prática.

 Fonte: http://www.ac24horas.com/2014/11/10/comissao-analisa-relatorio-sobre-direito-de-greve-do-servidor-publico/
ALGUNS ESCLARECIMENTOS SOBRE O USO DE ARMAMENTO RESTRITO.

Posted: 11 Nov 2014 12:26 PM PST

Exército confirma ao Sindasp-SP que agentes penitenciários estão autorizados a portarem armas de calibre restrito



1 Arquivo(s) Anexo a esta Notícia

 
 

 

 
A Secretaria Geral do Exército (SGEx) de Brasília, confirmou à reportagem do Sindasp-SP na manhã desta quarta-feira (29), que os agentes de segurança penitenciária (ASP) estão autorizados a usar os calibres restritos .357 Magnum, .40 S&W ou .45 ACP, em qualquer modelo.

 
A autorização se deu pela publicação da Portaria nº 1.286/2014, de 21/10, expedida pelo boletim nº 43/2014, de 24/10, da SGEx. A portaria destaca que devem ser observadas as condições previstas no §1º -B do art. 6º da Lei nº 10.826/2003, que aponta: “Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam: I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno”.

 
Indagado sobre a publicação da portaria no Diário Oficial da União (DOU) para que a mesma passe a vigorar, a fonte do Exército (que pediu para não ser identificada) explicou que a portaria já foi encaminhada para o DOU, mas que não há necessidade.

 
“Um dos princípios da legislação é tornar público, e isso foi feito pela publicação no Boletim do Exército. A publicação é um ato do Comandante do Exército e tem validade assim que publicada, sem necessariamente depender do Diário Oficial”, disse o militar. “No entanto, já encaminhamos e o Diário Oficial deverá publicar nos próximos dias”, finalizou.

 
O artigo 2º da portaria determina que o Comando Logístico edite normas reguladoras da aquisição, do registro, do cadastro e da transferência de propriedade de armas de fogo de uso restrito adquiridas pelos agentes penitenciários, bem como a aquisição das munições correspondentes.

 
A regulamentação deverá estabelecer mecanismos que favoreçam o controle e o destino das armas após o falecimento de quem as adquirir, ou qualquer impedimento que contraindique a propriedade e posse de armas de fogo.

 
O documento do Exército aponta ainda que as normas a serem estabelecidas pelo Comando Logístico deverão determinar o destino das armas nos casos de exoneração – voluntária ou de ofício – dos agentes penitenciários.

 
Confira a publicação diretamente na página da SGEx, onde são publicados os boletins, procure pelo arquivobe43-14, ou clique aqui para baixar o documento na página do Sindasp-SP.

 


Ex-presidiário do Carandiru vira empreendedor
e investe em Miami

Folha de São Paulo - BRUNO BENEVIDES - DE SÃO PAULO

O paraense Sila da Conceição, 63, saiu de casa aos sete anos e aos 19 virou batedor de carteiras em Belém. Depois de ser preso e passar pelo Carandiru, abandonou o crime e se tornou empreendedor. Hoje é dono de uma frota de táxis em Belém e Manaus e de uma empresa de imóveis em Miami, para onde pretende se mudar com a mulher. Contou sua vida no livro "Danem-se os Normais" (Casa da Palavra).

Eu não sou normal. Entre 19 e 29 anos eu vivia de bater carteira. Nessa época eu tinha uma conta em banco chamada "habeas corpus", que usava para me livrar da prisão quando era pego. Aí pensei: "Se com essa determinação, com essa disciplina, eu começar a trabalhar sério, só vai dar eu".

Sou um cara que não sabe nem ler nem escrever, mas tenho 13 imóveis na Flórida e uma frota de cem táxis em Belém e Manaus. E mais 50 em Fortaleza que um filho cuida.

Eu roubava carteira desde os 19 anos em Belém do Pará. Tinha saído de casa aos sete anos, morei na rua, embaixo de viaduto e no mercado Ver-o-Peso. Aos 14 comecei a sair com prostitutas.

Tinha gente que matava, um monte de coisa, mas eu só batia carteira. Vim para São Paulo para ganhar respeito, virar referência, mas acabei preso. Fui duas vezes para o presídio do Carandiru.

Nessa época tinha muita superlotação. Cabiam 7.000 pessoas e tinham 10 mil. Foi aí que decidi deixar o crime.

Peguei minhas coisas, reuni alguns dos meus filhos e voltei para Belém. Eu tenho nove filhos, o mais novo tem 36 anos e hoje estão todos bem. Eu fiz muita burrada quando era mais novo, tive muitas mulheres, mas hoje estou casado.

Eu também levei minha mãe de volta para Belém, ela sempre me acompanhou. Quando roubei pela primeira vez, levei para ela o dinheiro, porque queria tirar ela daquela situação.

Fico muito emocionado quando falo da minha mãe, ela morreu há seis meses, que Deus a tenha.

Tudo o que fiz foi para ajudá-la: entrar no crime, sair do crime, largar as drogas. Eu usei tudo. Até crack. Só consegui parar em 2000. Estou há 14 anos limpo.

Quando voltei para Belém, em 1979, trabalhei em um mercado de peixe e juntei dinheiro para comprar um Fusca. Virei taxista. E coloquei na minha cabeça: vou ter uma frota de dez carros. Consegui. Depois, queria ter 50. Aí pulei para 100. Muita gente da polícia e da Justiça acreditava que eu não ia ser um trabalhador honesto, sempre seria um ladrão. Eu sempre digo: tudo que o homem quer, o homem consegue.

Meu sonho agora é ganhar a cidadania americana e morar em Miami. Estou investindo lá por isso. Compro, reformo e alugo os imóveis. Eu sou como um cão farejador e sinto as oportunidades.

Dentro do crime eu aprendi muita coisa. Eu trouxe a experiência de sofrimento e a visão aguçada.

Quando você coloca a mão no bolso de alguém para roubá-lo, você não olha para ele. Você vê as pessoas em volta, para ver se pode, se ninguém está vendo. É um sentido a mais que eu tenho.

Também aprendi na prisão a conviver com o ser humano, bom ou ruim. O ser humano é a mola do mundo.

Tem humano nos Estados Unidos, em Belém, em São Paulo e na prisão. É esse o segredo do meu trabalho, eu vejo o ser humano, leio a mente dele.

Fonte: http://www.uniad.org.br


Defensoria Pública de SP está mais perto de adotar cotas 

 

O placar ao final do primeiro dia de votação, nesta quinta-feira (23), sobre a adoção de cotas étnico-raciais na Defensoria Pública do Estado de São Paulo indica vitória parcial da proposta por seis votos a favor e um contra, de onze possíveis. 

A sessão realizada pelo Conselho Superior da entidade deve ser retomada no dia 30 de outubro. Apesar da vantagem matemática, os membros do órgão podem mudar seus votos.  

A forte presença de público foi importante para a vitória parcial da proposta. Movimentos negros e da sociedade civil compareceram em peso e devem voltar a acompanhar a votação, interrompida após um dos membros fazer um "Pedido de Vista" (mais tempo para analisar a questão).  

A Conectas é favorável às cotas na Defensoria Pública e pede aplicação imediata da medida, logo que for aprovada. 
 

Saiba mais aqui


Americano iria espionar prisões norte coreanas diz agência

O americano Matthew Todd Miller, condenado pela Corte Suprema da Coreia do Norte neste domingo (14) a seis anos de trabalhos forçados, teria recebido tal condenação por espionagem, segundo informaram a agência Associated Press e o Choson Sinbo, jornal japonês pró-Coreia do Norte, que foram autorizados a assistir ao julgamento.

Oficialmente, Miller foi acusado de cometer "atos hostis" contra o país asiático, informou a agência oficial do país, KCNA.

A agência estatal de notícias norte-coreana não especificou a natureza de seu crime.

Miller, um dos três americanos que o regime de Kim Jong-un mantém detidos, viajou com visto de turista para a Coreia do Norte e foi detido no dia 26 de abril por seu "comportamento agressivo", segundo explicou então a imprensa local, enquanto aguardava seu acesso ao país.

A informação divulgada dizia que, apesar de contar com um visto de turista, o homem "o rompeu em pedaços e gritou que ia solicitar asilo".

Ele foi acusado de entrar na Coreia do Norte com a "ambição" de deliberadamente violar as leis do país para que pudesse viver em uma prisão norte-coreana e se tornar uma testemunha ocular das violações de direitos humanos nesses locais, afirmou a AP.

Em fevereiro, um relatório da ONU apontava para violações "disseminadas, sistemáticas e brutais", incluindo trabalhos forçados, tortura, estupro e execuções, nas prisões da Coreia do Norte.

Segundo o Choson Sinbo, o tribunal teria dito que "o crime dele contra o Estado foi perpetrado sob a proteção e o encorajamento do atual governo dos EUA, que quer isolar e sufocar nossa república."

Há dois outros americanos presos no país. Edward Fowle, de 56 anos, foi acusado de deixar uma bíblia no quarto de seu hotel e aguarda julgamento. Proselitismo é considerado crime no país.

Kenneth Bae, um missionário, foi condenado a 15 anos de trabalhos forçados sob a acusação de tentar montar uma rede de proselitismo para derrubar o governo norte-coreano.

Em entrevista concedida à televisão americana CNN no começo do mês, os três americanos pediram a Washington que mande enviados especiais para Coreia do Norte para conseguir sua repatriação.

Anos atrás, o regime norte-coreano libertou diversos cidadãos americanos após complexas rodadas de negociações diplomáticas.

Em 2009, graças à mediação do ex-presidente Bill Clinton, Pyongyang libertou duas jornalistas dos EUA detidas por entrada ilegal e condenadas a 12 anos de trabalhos forçados. Em 2010, outro ex-presidente, Jimmy Carter, participou das negociações para libertar um cidadão condenado a oito anos por entrar ilegalmente no país.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br


Expulso de casa por ser gay, jovem divulga vídeo de briga com os pais

Quando o americano Daniel Pierce, de 20 anos, se declarou gay para a família em outubro, eles pareceram apoiá-lo.

Por isso, ele não esperava que, nove meses depois, eles o expulsariam de casa, na cidade de Kennesaw, Estado da Geórgia (sudeste dos EUA).

Na sexta-feira passada, Pierce chegou em casa vindo do trabalho e encontrou sua família esperando por ele.

Sentindo que algo estava estranho, ele tirou o celular do bolso e começou a gravar a conversa.

VEJA TAMBÉM: Jovem gay submetido a sessão de ‘cura’ foi eletrocutado, queimado e perfurado

“Gravei porque sabia que algo iria acontecer e queria me proteger se alguém tentasse me agredir”, disse.
‘Palavra de Deus’

O vídeo de cinco minutos (assista abaixo) não mostra os rostos de seus familiares, mas o que eles dizem pode ser ouvido claramente.

“Você pode negar o quanto quiser, mas acredito na palavra de Deus”, diz uma voz feminina, em resposta ao argumento de Pierce que pesquisas científicas indicavam que a homossexualidade não é uma opção individual.

“Deus não cria ninguém assim. É um caminho que você escolheu.”

Aos poucos, a conversa fica mais tensa e se transforma numa discussão. Uma mulher parece agredi-lo.

“Solte-me”, diz Pierce, enquanto a câmera treme fortemente. “O que há de errado com vocês?”

“Não, o que há de errado com você?”, um de seus familiares responde. Alguém também diz que ele é uma desonra para a família.

Logo após a briga, a tia de Pierce o procurou e o abrigou em sua casa. Desde então, ele não voltou para onde vivia.

“Se eles tivessem dito apenas para eu pegar minhas coisas e cair fora, eu teria dito ‘tudo bem’. Não sou do tipo de pessoas que gosta de entrar em brigas”, diz o rapaz.

Mensagens de apoio

Naquela mesma noite, Pierce publicou o vídeo no YouTube.

“(Ao publicar o vídeo) queria evitar que isso ocorresse com outras pessoas”, ele explica. “Se um pai assistir e mudar a forma de abordar seu filho, já terá valido a pena.”

Em dois dias, o vídeo já havia sido visto 2 milhões de vezes. E o nome de Pierce foi parar entre os assuntos mais comentados no Twitter, com diversas mensagens de apoio.

VEJA MAIS: Trabalhador homossexual da Sadia é empalado por ‘colegas’ com mangueira de ar

Um internauta criou até mesmo uma campanha para arrecadar dinheiro para ajudar Pierce.

O americano pretende dar o dinheiro arrecadado com a campanha a jovens que enfrentam situações como a dele.

Regina Ryan, sua chefe na pet shop em que ele trabalha, foi às lágrimas quando soube da campanha.

“Sua história foi tão compartilhada na internet porque foi tocante para qualquer tipo de pessoa, seja ela mais velha, mais jovem, gay ou heterossexual”, ela diz.

“Isso não acontece apenas nos filmes – é real. Quando você vê, não dá para ignorar.”

 

 

BBC

O post Expulso de casa por ser gay, jovem divulga vídeo de briga com os pais apareceu primeiro em Pragmatismo Político.


Entidades recebem Certificado de Curso de Planejamento Estratégico em Assistência Religiosa no Sistema Prisional

Em solenidade nesta quarta-feira (20.08), no miniauditório do Palácio das Araucárias, em Curitiba, a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, entregou à 11 entidades religiosas certificados de participação no Curso de Planejamento Estratégico de Assistência Religiosa no Sistema Penal do Paraná. O curso foi realizado de 08/11/2013 a 25/04/2014, numa promoção da Escola de Educação em Direitos Humanos do Paraná (ESEDH), em parceria com a Divisão de Serviços Técnicos do Departamento de Execução Penal do Paraná (DIST/DEPEN), a partir do Grupo de Trabalho “Família e Assistência Religiosa”, do Comitê de Educação em Direitos Humanos.

O objetivo principal do curso foi planejar e desenvolver estratégias administrativas e pedagógicas para a Assistência Religiosa no Sistema Penal paranaense, a fim de tornar e manter essa atividade legítima e efetiva. A secretária Maria Tereza enfatizou que a assistência religiosa está prevista na Lei de Execução Penal como uma das ações que objetiva prevenir o crime e orientar o retorno do apenado à convivência em sociedade. “Nossa obrigação é regulamentar esta assistência no sistema prisional e primordial foi abrir um diálogo com as entidades, para que cada vez mais estejam presentes nas unidades penais”.

A assistência religiosa e espiritual é fundamental e todos têm direito de aprender, ressaltou a Secretária, lembrando que os servidores do sistema penal de todo o Paraná também estão sendo capacitados para o fortalecimento dessa ação dentro das unidades prisionais..

Durante o Curso de Planejamento, foi estabelecida a revisão da normatização desta Assistência no Sistema Prisional do Paraná, resultando em propostas que levaram a secretária Maria Tereza, a deliberar que todas as entidades religiosas que desenvolvem trabalhos no interior do Estado também fizessem sugestões, bem como os diretores, assistentes sociais e chefes de segurança das unidades.

Neste sentido, durante o segundo trimestre deste ano, foram realizadas reuniões técnicas com membros das Entidades Religiosas e profissionais das unidades penais das regionais de Ponta Grossa, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Cascavel, Londrina e Maringá, para garantir a participação de ‘todos’ na revisão das normas. O Ministério Público do Paraná também participou deste processo e as contribuições foram formalizadas pelo procurador de Justiça, Alfredo Nelson da Silva Baki e pela promotora de Justiça, Maria Esperia Costa Moura.

Todo este trabalho resultou na publicação da Resolução 315/2014, da Secretaria da Justiça, que renova as normas de Assistência Religiosa nos Estabelecimentos Penais e de Projetos de Intervenção de Entidade Religiosa. Para que a Resolução possa ser cumprida em sua íntegra, seu conteúdo é matéria de estudo no Curso de Gestão da Assistência Religiosa no Sistema Penal do Paraná, que está sendo realizado pela Escola de Educação em Direitos Humanos, Comitê EDH e DIST/DEPEN.

Este curso é dirigido aos responsáveis pela assistência religiosa, chefes de segurança e vice-diretores de todas as unidades penais do Paraná, sendo utilizados recursos tecnológicos como webconferências, para viabilizar parceria com a Diretoria de Tecnologia Educacional da Secretaria da Educação do Paraná.

Fonte: http://www.justica.pr.gov.br


QUANTO MAIS IGUALDADE, MENOS CRIMES VIOLENTOS

O processo de degeneração das políticas públicas de "combate" ao crime violento no Brasil está mais do que evidente. Enxugamos gelo com toalha quente e giramos sempre em torno do mesmo ponto (mais policiais, mais viaturas, mais presídios etc.). As explicações das autoridades, quando cobradas, são sempre as mesmas (não mudam de clichê). Sempre mais do mesmo (sem nunca alterar a realidade da criminalidade). Já não bastam reformas, necessitamos de revoluções. Somente uma maior igualdade entre todos pode mudar o panorama trágico do nosso país no campo da criminalidade violenta (ou mesmo convencional ou clássica). Temos que desconfiar das ideologias consumistas, que entronizam uma vontade superior concentradora das rendas que se coloca diante das vontades inferiores, de um povo subjugado e desarmado moral e politicamente.

A política criminal que mais êxito vem alcançando no mundo todo não é a vinculada com o capitalismo selvagem e/ou extremamente desigual (Brasil e EUA, por exemplo), sim, a realizada pelos países em processo de "escandinavização", ou seja, de capitalismo evoluído, distributivo e tendencialmente civilizado (Suécia, Noruega, Holanda, Bélgica, Islândia etc.). O que eles estão fazendo? Estão levando a sério a premissa de que sem liberdade econômica não existe liberdade política. E que condição essencial da liberdade econômica é que o humano disponha de trabalho estável, com salário digno (aumento da renda per capita), depois de ter se preparado para o mercado competitivo por meio de um ensino de qualidade.

Esses países estão revelando uma pista extraordinariamente clara no sentido de que quanto mais igualdade, menos delitos violentos. A ótica correta de enfocar o tema é a da igualdade, não a do seu oposto, da desigualdade. Porque nem sempre a desigualdade gera mais delitos. Sempre, no entanto, a igualdade produz menos crimes violentos. Os números de alguns países são impressionantes, especialmente no que diz respeito aos homicídios e roubos:

Como os 18 países "escandinavizados" ou em processo de "escandinavização" vem conseguindo tanto triunfo na redução da criminalidade violenta? A principal tática não se resume na criação de estratégias endógenas de política criminal, sim, na conjugação da política criminal com a política econômica, que fixa uma relação saudável e sustentável entre o capital e o trabalho, que não pode nunca ser regida pela escravização (ou neoescravização) (tal como ocorre nos países de capitalismo selvagem e/ou extremamente desigual). O capital altamente civilizado nunca é uma potência opressiva e desavergonhadamente concentradora, além de alienante do trabalho, ao contrário, é a base da liberação econômica e, em consequência, política, do trabalhador.

Quanto menos igualdade, mais crimes violentos. Essa regra vale, por exemplo, para os EUA e para o Brasil (guardadas as devidas proporções entre eles). Os primeiros possuem índice Gini de 0,45 (país bastante desigual). A média do indicador Gini dos 18 países acima selecionados é de 0,31. A falta de igualdade nos EUA explicaria sua maior taxa de homicídios (quase 5 vezes mais que a média dos demais países listados) assim como a incidência maior do delito de roubo (quase o dobro dos países elencados). O Brasil é mais desigual ainda que os EUA: 85º no IDH, tem renda per capita de USD 11.340, Gini de 0,519 (0,51: país exageradamente desigual, o que significa uma altíssima concentração de renda). Resultado: 27,1 assassinatos para 100 mil pessoas, 22 mortos no trânsito para cada 100 mil, quase 600 mil presos, 274 detentos para cada 100 mil habitantes; para além de uma percepção exacerbada de corrupção (72º), é o 16º país mais violento do planeta e conta com 16 das 50 cidades mais sanguinárias do universo.

Por que o Brasil se tornou tão violento? Porque nunca soube domar o monstro do capitalismo selvagem (que aqui é fantasticamente centopéico e hecatônquiro), apresentando, em consequência, uma das políticas criminais mais desastradas e erradas do planeta (posto que alimenta continuamente a espiral da violência, da tragédia). Eis os nossos números:

Nossas taxas de violência desenfreada refletem um país que não cumpre nem sequer as regras mais elementares de uma nação civilizada e não alienada. Não levamos a sério até hoje que somente quando o humano alcança sua liberdade econômica é que ele pode realizar seus fins morais, de desempenhar com qualidade um bom trabalho, de se educar continuamente, de desfrutar da libre informação, da liberdade de reunião, da liberdade de autodeterminação etc. Numa democracia direta digital, onde o povo majoritário desbarbarizado é o corresponsável pelas principais decisões do país (país onde ele vive, onde ele cresce junto com sua família), torna-se prescindível a mediação onerosa e oprobriosa das classes dominantes. Marx imaginou que a luta de classes seria o caminho para a liberação e autonomia do humano. O processo de "escandinavização" está evidenciando que é o fim das distâncias enormes entre as classes que promove essa liberação e autonomia (eis um número invejável: na Islândia, 1,1 da população é muito rica, 1,5 está insatisfeita e 97% é classe média com alta renda per capita e excelente escolaridade). Sempre aprendemos que as utopias é que ampliavam nossos horizontes. Agora é o inverso: o horizonte já está aí, é ele que deve mover as nossas utopias.

Não faremos melhoras enquanto não nos conscientizarmos que a redução da criminalidade violenta está diretamente ligada à igualdade do país (escolarização de todos, aumento da renda per capita etc.) bem como ao modelo de política criminal que ele desenvolve (que deve priorizar a prevenção, em detrimento da repressão). O erro no Brasil começa que não temos políticas públicas socioeconómicas e educacionais eficazes nem sequer por aqui existe o império generalizado da lei repressiva (sempre preferimos o caminho errado da "severidade da pena" em lugar do rumo certo da "certeza do castigo"; sempre priorizamos a repressão à prevenção). Diante dessas gritantes deficiências, o poder público (com o apoio da própria população e da mídia) (a) incentiva o clima de guerra e de medo no país, (b) predispõe o cidadão para a sociedade hobbesiana (cessão de todos os direitos ao Estado), (c) edita leis penais alopradamente, (d) promove o encarceramento massivo sem critério, (e) mantém largo afrouxamento no controle dos órgãos repressivos, (f) dissemina a cultura das violações massivas dos direitos humanos e (g) desrespeita o devido processo legal e proporcional. Esse modelo fracassado de política criminal está saturado e, neste momento, apresentando nítidos e preocupantes sinais de degeneração, podendo gerar graves consequências de desagregação social.

Fonte: Blog Visão Panorâmica


NO AUGE DA CRISE, BRASIL IGNORA A ONU

DILMA CANCELA REUNIÃO SOBRE PRESÍDIOS COM AS
NAÇÕES UNIDAS SOB DURAS CRÍTICAS DE ONGS

No auge de uma das mais graves crises em seu sistema prisional, com registros de mais de 60 mortes em apenas um complexo prisional, o Brasil cancelou reunião de especialistas da ONU que debateriam em Brasília, entre os dias 28 e 31 de janeiro, a revisão das Regras Mínimas para o Tratamento de Presos – documento elaborado em 1956 para garantir a dignidade, o acesso à saúde e o direito à defesa da população carcerária.

A decisão foi recebida com repúdio por organizações que participariam do encontro. Em carta dirigida à presidente Dilma Rousseff, à Casa Civil, ao Ministério da Justiça, à Secretaria Especial de Direitos Humanos, ao Itamaraty e ao Conselho Nacional de Justiça, Conectas e Pastoral Carcerária afirmaram que o Brasil perdeu uma oportunidade única para discutir, na presença de especialistas internacionais, os problemas de sua política penitenciária. 
“A apenas uma semana do início do evento o Brasil informou que o encontro seria adiado, sem ao menos indicar nova data, demonstrando um descaso perante a comunidade internacional e a sociedade civil nacional com relação a um tema tão urgente.” 
As entidades também ressaltaram que a falta de previsibilidade na organização de eventos desse porte mina a participação da sociedade civil. “Temos assistido a atitudes como essa por parte desse Governo e interpretamos essas ações como um enfraquecimento e negligenciamento de canais de diálogo que foram arduamente fortalecidos nas últimas décadas”, diz a carta. 
A justificativa oficial para o cancelamento é a de que circunstâncias internas não previstas estariam demandando atenção das autoridades que deveriam participar do evento. 
Esforço internacional 
O processo de revisão das Regras Mínimas teve início abril de 2012. Desde então, o Grupo Intergovernamental de Especialistas já se reuniu em duas ocasiões: em Viena, na Áustria, e em Buenos Aires, na Argentina. 
Conectas esteve presente nas duas oportunidades
Em outubro de 2013, a organização apresentou, em conjunto com o Cels (Centro de Estudos Legais e Sociais), da Argentina, um 
documento de 49 páginas com contribuições para os especialistas.

--

Conectas é uma organização internacional de direitos humanos fundada em São Paulo há mais de 10 anos, com status consultivo no Conselho de Direitos Humanos da ONU e status de Observador na Comissão Africana dos Povos e dos Direitos Humanos. Conectas publica com antecipação suas informações no Twitter e no Facebook. Siga.


Cardozo anuncia plano emergencial para conter violência no Maranhão

Cardozo anuncia plano emergencial para conter violência no Maranhão

BRASÍLIA, 9 Jan (Reuters) - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou nesta quinta-feira um plano de emergência que prevê ações integradas entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para tentar conter a onda de violência no sistema carcerário do Maranhão.

O plano de 11 pontos prevê a criação de um comitê gestor, que será gerido pela governadora, Roseana Sarney (PMDB), a remoção de presos para presídios federais, a criação de um mutirão de defensores estaduais e federais para analisar a situação de detentos, o reforço da Força Nacional no Maranhão, entre outras medidas.

"O que temos neste plano são 11 medidas concretas, que determinam como deve ser enfrentado o problema na segurança pública do estado", afirmou Cardozo a jornalistas em São Luís, sem revelar mais detalhes, de acordo com o site do Governo do Maranhão.

"Dentre essas medidas, temos fixação de datas, nomes e outras informações confidenciais que fazem parte de estratégias de ações de segurança que serão implementadas no sistema penitenciário do Estado", acrescentou.

O Maranhão tem vivido uma onda de violência com imagens chocantes de presos decapitados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, e a morte de uma criança após um ônibus ser incendiado, o que provocou a manifestação e a cobrança de órgãos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o ministro, a crise no sistema carcerário não é exclusiva do Maranhão e planos semelhantes já foram implantados em Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e Santa Catarina.

"Temos conversado sobre o assunto e em outros Estados a remoção dos presos teve resultados positivos, especialmente nos casos de situação de crise aguda. Este é um dos pontos que está no nosso plano de ação e temos dialogado sobre como será feito", disse Cardozo.

Mais cedo nesta quinta-feira, o Conselho de Defesa da Pessoa Humana, grupo que tem a participação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, cobrou um plano emergencial e pediu que as violações de direitos humanos sejam apuradas.

O conselho, integrado por representantes dos três poderes e de organizações da sociedade civil, aprovou uma declaração pública cobrando providências a respeito da recente violência e da crise no sistema penitenciário do Maranhão.

"A sociedade brasileira precisa cobrar providências maiores... do que as que têm sido tomadas até então", disse o procurador Federal dos Direitos do Cidadão, Aurélio Veiga Rios, que representava o Ministério Público na reunião. "A violência com que tratamos as pessoas detidas invariavelmente volta para toda a sociedade", disse.

A declaração do conselho cobrou ainda a responsabilização de agentes do Estado que possam ter participado das ações criminosas ou de improbidade administrativa protagonizadas nos presídios.

Durante o encontro, diversos membros do conselho defenderam uma intervenção federal no sistema prisional maranhense, sugestão que precisa ser formalmente proposta pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.

SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

A situação prisional no Estado já era foco de tensão desde outubro do ano passado, quando o governo do Maranhão decretou situação de emergência no Sistema Penitenciário do Estado. A situação resultou no envio da Força Nacional de Segurança e chamou a atenção da Organização dos Estados Americanos (OEA).

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da OEA, chegou a fazer, em novembro, um chamado urgente às autoridades brasileiras para que contivessem a barbárie dos presídios, em ações como o desarmamento dos detentos, um incremento na segurança interior do complexo e redução da superlotação, entre outros pontos.

Na última sexta-feira, homens atearam fogo a ônibus e delegacias na capital maranhense, resultando na morte de uma menina de 6 anos como consequência de queimaduras na maior parte do corpo. A ordem teria partido de dentro de um presídio em resposta a uma ação do governo do Estado para conter a violência nos presídios.

Na terça-feira, em um novo capítulo sobre as violações presentes no complexo penitenciário, o jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem feita a partir de um vídeo que mostrava três presos decapitados. As imagens teriam sido gravadas em dezembro, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

No mesmo dia, a Anistia Internacional divulgou nota pública em que criticou a "escalada da violência" e "a falta de soluções concretas para os problemas do sistema penitenciário" no Maranhão, situação que, segundo a organização, levou ao assassinato de 60 pessoas somente no ano passado.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)

Fonte: http://www.jornalacidade.com.br


Menores infratores merecem mais ECA e menos Código Penal, diz Juarez Tavares

O jurista Juarez Tavares disse nesta quinta-feira (12), em palestra sobre maioridade penal no auditório do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que o encarceramento de adolescentes envolvidos em atos violentos “não irá implicar a diminuição do número de infrações, irá apenas satisfazer sentimentos de vingança”.

“Para menores infratores, sugiro mais assistência, mais educação, mais recuperação, mais estatuto e menos Código Penal”, concluiu – referindo-se ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A conferência fez parte das atividades programadas em comemoração aos 25 anos do STJ. O presidente do Tribunal, ministro Felix Fischer, os ministros Sérgio Kukina e Sebastião Reis Júnior, além de servidores, advogados e outros interessados no tema acompanharam a palestra.

Felix Fischer abriu o evento. Ao apresentar o conferencista, definiu Juarez Tavares como “um dos maiores penalistas, não só da atualidade, mas talvez de toda a história do direito penal brasileiro e da América Latina”.

Imputabilidade

Tavares abriu a palestra destacando o caráter complexo do tema e a exploração midiática da violência juvenil que, segundo ele, muitas vezes não reflete a realidade e faz gerar discussões infundadas.

O jurista apresentou um desenvolvimento histórico do conceito de imputabilidade. Em sua visão, entretanto, esse é um conceito subjetivo, pois “não se pode, de modo absoluto, definir uma idade limite da maioridade penal”.

Para ele, o juízo de imputabilidade deve atentar para as condições reais de subsistência dos imputados, como suas relações de vida, influências, quadro de valores, marginalização social, inserção prematura no mercado de trabalho e, principalmente, as condições oferecidas para garantir estabilidade e formação da personalidade.

Estatísticas

Juarez Tavares citou um boletim criminológico produzido pela Universidade de Málaga, na Espanha, chamado “Observatório criminológico”. De acordo com o estudo, em todas as partes do mundo a criminalidade de menores não é significante como se quer dar a impressão.

“No Brasil, por exemplo, inclusive com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a relação do número de infrações e o número da população juvenil é de 0,5%, o que corresponde a 10% da criminalidade geral. Índice inferior ao da Alemanha, que está em torno de 14%”, disse.

Mais assistência

O palestrante destacou que, apesar de todos os esforços de programas com modelos punitivos, o resultado que se tem obtido é a formação de delinquentes e não a recuperação.

“Antes de qualquer modificação legislativa, é fundamental que se invista em programas de acompanhamento de crianças e adolescentes”, defendeu. Para ele, o combate à criminalidade juvenil está mais ligado a uma efetiva atuação do estado, da família, da escola e da sociedade do que a modelos punitivos, que só têm aumentado a violência.

Fonte: stj.gov.br


A prisão tem de ser o primeiro
espaço de reinserção

Ministra da Justiça diz que o Governo está empenhado na
melhoria de condições dos reclusos

A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, anunciou esta quarta-feira que o Governo está empenhado em melhorar as condições dos reclusos, bem como em apostar no plano de reinserção que visa a formação profissional de presos.

«Estamos muito apostados no plano de reinserção e de recuperação. Há pessoas que já têm propostas de emprego em função destes cursos que tiraram no estabelecimento. Isso para nós é essencial. A prisão tem de ser o primeiro espaço de reinserção», afirmou.

A ministra falava aos jornalistas no final de uma visita ao Estabelecimento Prisional do Linhó, em Sintra, onde inaugurou um pavilhão com capacidade de alojamento para 114 reclusos.

De acordo com a governante, que ainda esta manhã participou na cerimónia de entrega das chaves de 38 viaturas de segurança nas instalações do antigo Centro de Estudos e Formação Penitenciária, em Caxias, o objetivo do Governo passa por melhorar «as condições materiais» dos estabelecimentos prisionais, bem como permitir «que com melhores condições» os reclusos vejam «reforçados os seus direitos».

Quando questionada pelos jornalistas sobre a situação da empresa que na segunda-feira suspendeu os serviços de limpeza em dez locais onde trabalham equipas de reinserção do Porto, Paula Teixeira da Cruz disse não estar «completamente ao corrente desse episódio».

«Mas tenho a certeza que é algo que se repõe imediatamente. É evidente que não estando eu completamente ciente de todos os factos, não tenho na minha posse os factos, mas nada ficará por fazer que se prenda com as condições dos reclusos. Isso é uma garantia que aqui deixo», assegurou.

Na terça-feira, o subdiretor geral de Reinserção e Serviços Prisionais revelou que vai averiguar a falta de pagamento à empresa que na segunda-feira suspendeu os serviços de limpeza em dez dos locais onde trabalham equipas de reinserção do Porto.

«Tenho conhecimento do assunto e sei que os serviços financeiros tinham prometido pagar na terça-feira. Vou averiguar para tentar saber o que se passa e ver se é necessário avançar com algum procedimento disciplinar», adiantou Licínio Lima, subdiretor geral de Reinserção e Serviços Prisionais, em declarações à Lusa.

Fonte ligada aos serviços de reinserção revelou que as mais de 60 pessoas que compõem as dez equipas de reinserção social do concelho do Porto afetadas pela decisão da empresa estão já a trabalhar «na imundice».

Em causa está uma empresa contratada pela Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), que já entre janeiro e julho esteve sem receber desta entidade dependente do Ministério da Justiça, revelou a mesma fonte.

Fonte: http://www.tvi24.iol.pt


Centenas de portadores de transtornos mentais estão em prisões

Centenas de portadores de transtornos mentais que cometeram atos infracionais estão presos como criminosos comuns, apesar de considerados inimputáveis pela Justiça. O alerta foi dado pelo juiz auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Douglas de Melo Martins, coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF). Ele abordou o tema no II encontro Nacional de Gestores de Saúde no Sistema Prisional, realizado, em Brasília, pelos ministérios da Justiça e da Saúde.

Segundo o magistrado, responsável pela coordenação nacional dos mutirões carcerários, essas pessoas, por serem cumpridoras de medidas de segurança, não deveriam estar em presídios ou casas de detenção, mas, sempre que possível, o tratamento deveria ocorrer sem que o paciente se afastasse do meio social em que vive, visando sempre à manutenção dos laços familiares. Segundo Douglas de Melo Martins, quando necessária a internação, que seja na rede pública de saúde, conforme prevê a Recomendação CNJ nº 35.

Para o representante do CNJ, essa distorção resulta, de um lado, da interpretação que se dá à legislação penal brasileira, vinculando o cumprimento das medidas de segurança ao sistema penitenciário. O magistrado também aponta como causa do problema a resistência encontrada na própria rede pública de saúde, que, segundo ele, usa como argumento uma suposta periculosidade para se negar a acolher essas pessoas.

“Esse tipo de experiência nós já passamos: determinar que aquelas pessoas submetidas às medidas de segurança sejam encaminhadas à rede pública de saúde e a resistência foi muito forte. Mesmo os maiores defensores da política antimanicomial, contraditoriamente, defendem a permanência dessas pessoas, entre aspas, perigosas, dentro do sistema prisional. É surpreendente. Essa experiência, para mim, foi um choque”, lamentou o representante do CNJ.   

O magistrado alertou também para o fato de que as reformas do Código Penal e da Lei de Execução Penal, em discussão no Congresso Nacional, precisam estar em harmonia com a Lei 10.216, que trata dos direitos e proteção das pessoas acometidas de transtorno mental. Até o momento não há notícia de que as reformas caminharão neste sentido.

Ele propôs que o Comitê Técnico Intersetorial de Assessoramento e Acompanhamento da Política Nacional de Saúde no Sistema Prisional, do qual o CNJ é parte, faça gestão junto ao Congresso Nacional para que sejam promovidas mudanças na legislação penal brasileira em favor dos cumpridores de medidas de segurança. “Essa interlocução é fundamental para evitarmos um retrocesso”, avisou o magistrado.

Douglas de Melo Martins informou ainda que o CNJ discute a possibilidade de aperfeiçoamento da Recomendação nº 35 do CNJ, Provimento Nº 04 da Corregedoria Nacional e Resoluções que tratam do tema. O objetivo é que o sistema de Justiça tenha instrumentos mais eficazes para o tratamento das pessoas com transtornos mentais em conflito com a Lei.

As inspeções dos mutirões carcerários do CNJ em todo o país têm encontrado diversos exemplos das distorções apontadas pelo juiz Douglas Martins. Uma das mais emblemáticas situações foi verificada em agosto deste ano, durante mutirão no Ceará: um homem de aproximadamente 80 anos, com transtornos mentais e absolvido pela Justiça em 1989, estava preso em uma unidade do sistema carcerário na região metropolitana de Fortaleza. Por intervenção do CNJ junto às autoridades locais, ele foi transferido para uma instituição de saúde.

O mutirão carcerário no Ceará foi coordenado pelo juiz Paulo Augusto Irion, que recomendou a transferência do idoso. “Acho que este ser humano, em uma cadeira de rodas, usando fraldas, deve ser o preso mais antigo do Brasil, pois a informação é de que ingressou no sistema prisional na década de 60 do século passado”, afirmou o magistrado, que pertence ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS).

Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias

Fonte: http://www.faxaju.com.br


Estado cria delegacia para apurar crimes no sistema penitenciário e socioeducativo

Criação da delegacia foi um pedido da Comissão de Enfrentamento
à Tortura do Tribunal de Justiça

O governador Renato Casagrande instituiu, por meio de decreto, a Delegacia de Crimes no Sistema Carcerário e Socioeducativo (DCCS), subordinada à Superintendência de Polícia Prisional (SPP), responsável por apurar crimes contra internos do sistema penitenciário e socioeducativo do Estado.  

A criação da unidade era uma demanda da Comissão de Enfrentamento à Tortura do Tribunal de Justiça do Estado (TJES) e tem o objetivo de apurar os crimes graves, especificamente, contra a vida e de tortura ocorridos no contexto da relação entre Estado e internos ou socioeducandos. A necessidade de registrar e intensificar o acompanhamento dos crimes, inclusive com a criação de banco de dados, também é um dos motivos para a criação da delegacia.  

É atribuição da DCCS instaurar e presidir inquéritos policiais para apurar os crimes contra a vida e de tortura em todas as formas, inclusive o atentado; em primeiro momento a apuração vai acontecer exclusivamente nos crimes ocorridos nos estabelecimentos prisionais da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), nos municípios de vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana, salvo por determinação expressa do chefe de Polícia ou do superintendente de Polícia Prisional.  

A delegacia também vai a organizar e manter atualizado um banco de dados dos crimes de sua competência, inclusive com informações recebidas das demais unidades policiais vinculadas à Superintendência de Polícia do Interior (SPI) acerca dos crimes contra a vida e tortura ocorridos fora da Grande Vitória.  

Tortura 

Recentemente a Defensoria Pública Estadual ingressou com ação civil pública na Vara de Fazenda Pública de Colatina, no noroeste do Estado, contra o Estado por conta da ocorrência de práticas que podem ser consideradas tortura infringidas a presos do Centro de Detenção Provisória de Colatina (CDPCol).  

De acordo com a ação, assinada pelos defensores públicos Pedro Pessoa Temer, Ronan Ferreira Figueiredo e Raphael Maia Rangel há registros da prática de torções nos braços e mãos dos presos desde 2011, e ainda do uso indiscriminado de spray de pimenta e de gás ACS (com efeito lacrimogêneo). 

Consta na denúncia que “nas agressões físicas, os suspeitos proferem a palavra “alvorada” e nesse momento colocam um saco de lixo com spray de pimenta na cabeça dos reeducandos e torcem os braços e mãos das vítimas, não ocasionando hematomas. Acrescenta-se que um dos detentos está com o dedo da mão quebrado em razão das agressões físicas”. 

De acordo com a ação “os autos transbordam evidencias de que os presos do CDPCol são alvos constantes de torções, uso abusivo de gás CS  e de gás de pimenta como forma de castigo e punição (caracterizando a tortura) deixando indene de dúvidas que não se trata de um fato isolado e único, mas de uma prática constante e impune de diversas autoridades que ali representam o Estado”.  

Na ação, os defensores requerem, dentre outros pleitos, que o Estado, através da Sejus, instale circuito interno de monitoramento por filmagem – que permita a gravação de vídeo 24 horas por dia e com proibição de desligamento – em todas as áreas do presídio, inclusive direcionadas para dentro das celas (desde que não instaladas no interior delas), alocando as câmeras em posição que não permita nenhum “ponto cego” ou área na qual elas não consigam filmar.  

Além disso, também solicitam que não mais se utilize de qualquer forma de agressão física aos presos do CDPCol, devendo o diretor enviar ao Ministério Público, à Defensoria e ao poder judiciário toda e qualquer informação sobre agressão de preso ocorrida dentro da unidade; não utilize mais gás CS, spray de pimenta, armas letais ou não letais para agredir presos; que na hipótese de ocorrer agressão a preso, ele seja encaminhado em, no máximo, 12 horas para hospital e delegacia para realização de exames de lesão corporal.    

Fonte: http://seculodiario.com.br


Juiz corregedor observa falhas no
sistema prisional

TJ questiona dados contidos em Anuário da Segurança Pública

Em Sergipe, ainda repercutem os índices relativos à Segurança Pública contidos no 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, da Organização Não Governamental (ONG) Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que colocam o Estado com grande incidência de presos provisórios. De acordo com o Anuário, em Sergipe 62,5% da população carcerária é constituída de presos provisórios, que ainda dependem de sentenças judiciais.

Mas a estatística está sendo questionada pela Corregedoria do Tribunal de Justiça de Sergipe que já detectou equívocos nas informações utilizadas pela ONG, segundo informou o juiz corregedor Francisco Alves Júnior. Para o corregedor, os relatórios não consideram que, no Estado, os presos em regime aberto migraram para o cumprimento de pena em regime domiciliar por falta de estrutura do sistema carcerário sergipano para abrigar presos em regime aberto.

“O Anuário revela que Sergipe não tem presos em regime aberto”, observa. “Isto é inverídico. Como não há Casa de Albergado adequada para o cumprimento de pena em regime aberto, esses foram dirigidos para cumprimento da pena em regime domiciliar e o Anuário não leva isso em consideração”, observou.

O juiz corregedor informou que o Tribunal de Justiça de Sergipe está se debruçando sobre estes dados e já observou que há mais de 3 mil presos contemplados com progressão de pena migrando do regime semi-aberto para o regime aberto neste ano. “E aí teremos mais de 3 mil presos em regime aberto, cumprindo pena em regime domiciliar, que não constam no Anuário”, considerou. O equívoco teria sido observado, segundo o corregedor, desde o mês de julho do mês passado e comunicado ao Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Se considerada a realidade sergipana, na ótica do corregedor, a incidência de presos provisórios cairia para taxas bem inferiores àquelas apresentadas no Anuário, e a incidência de presos provisórios se estabeleceria entre 25% a 26% da população carcerária no Estado. “Gostaríamos que fosse ainda menor, mas temos problemas. No entanto, diante do que se mostra em relação aos outros Estados, Sergipe tem uma situação confortável”, considerou.

O juiz corregedor explica que os organizadores do Anuário consideraram que a população carcerária de Sergipe é de 4.130, não levando em consideração dos 3.141 que estão cumprindo pena em regime domiciliar. Sendo esta parcela considerada, conforme o corregedor, os índices apurados deveriam ser calculados com base na população de 7.271 presos. “Se for lançada no Anuário, teremos 2.583 presos provisórios no Estado e aí teremos taxas bem inferiores à apresentada”, observou.

O Anuário

Pelo Anuário, em 2012 Sergipe apresentou um crescimento de 12,6% de presos provisórios, sendo o quarto Estado com maior incidência de presos provisórios do país. Abaixo dos Estados do Piauí e Amazonas, empatados com taxa de 62,7%, e Pernambuco, com 62,6%.


Por Cássia Santana

Fonte: http://www.infonet.com.br


Agressores serão monitorados com tornozeleiras e mulheres terão botão de pânico no RS

Dispositivo usado em presos do regime semiaberto será usado inicialmente por 50 homens

Se uma determinação judicial não é suficiente para que homens que surram as suas companheiras se controlem, um GPS preso ao pé pode surtir efeito. É através do monitoramento 24 horas por dia de agressores que o Rio Grande do Sul pretende diminuir o número de tragédias no lar — que de janeiro a agosto deste ano já tirou a vida de 65 mulheres.

Uma leva de 50 tornozeleiras, as mesmas usadas para o acompanhamento eletrônico de presos do regime aberto e semiaberto, está sendo destinada para homens violentos com suas parceiras. O equipamento deve ser usado em conjunto com um dispositivo, chamado de botão de pânico, que permanecerá com vítima.

A ação vai integrar a Rede Lilás, união de órgãos estaduais voltados para o combate da violência doméstica, coordenada pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (SPM) do Rio Grande do Sul.

— Entra diretamente naquele vácuo discutido em todos os lugares: a mulher sabe que a medida protetiva não passa de um papel. Esta tornozeleira vai nos ajudar a fazer com que se sintam mais seguras. É uma maneira de enfrentar a sensação de impunidade — expressou a secretária Ariane Leitão, da SPM.

"Me sentiria mais segura"

A alternativa cai bem para casos como o de uma moradora da Capital, de 29 anos, que teve a sua identidade preservada. Ela tem uma ordem judicial (medida protetiva) que impede a aproximação do seu ex-companheiro, de 25 anos, dos locais em que frequenta. No dia 29 de setembro, o rapaz descumpriu a ordem e invadiu a casa dela. Não havia celular por perto para que chamasse a polícia.

— Ele diz que vai me esquartejar. Se ele usasse uma tornozeleira dessas, eu me sentiria mais segura — desabafa a mulher.

Patrulha Maria da Penha  será avisada

Com o projeto em vigor, sempre que o agressor transitar em áreas proibidas pela Justiça, a central de monitoramento da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) será avisada e, conforme o caso, acionada a Patrulha Maria da Penha — equipe da Brigada Militar responsável pelos casos de violência doméstica. Nádia Gerhard, a tenente-coronel que comanda a Patrulha ainda não conhece os detalhes do projeto, mas acredita que pode funcionar:

— Já ocorre de algumas mulheres mais vulneráveis ficarem com o celular das patrulheiras e ligar para elas sempre que se sentem ameaçadas. Só temos que ver se está será mesmo eficaz — disse Nádia.

Para dar conta da iniciativa, uma equipe da Susepe deve se revezar 24 horas diariamente. Conforme o superintendente do órgão, Gelson Treiesleben, eles serão treinados para lidar especificamente com estes casos:

— No momento em que o agressor passa a ser vigiado pelo Estado pode haver uma redução destes delitos.

As tornozeleiras já podem começar a ser colocadas até o final do ano. Enquanto isso, um projeto de lei do deputado Edegar Pretto (PT) foi protocolado para que a ação vire política pública para os próximos governos.

Como justificativa, o deputado acrescenta que 20% das mulheres mortas em cinco anos da Lei Maria da Penha tinham medida protetiva expedida.

Como vai funcionar

— Em casos mais graves, como tentativa de homicídio, ameaças e reincidências, o juiz poderá optar por estipular que o agressor utilize uma tornozeleira eletrônica. Presos por descumprirem a medida protetiva também são candidatos a usar o equipamento quando ganharem liberdade.

— É o juiz quem deve determinar também qual será o perímetro no qual o agressor ficará proibido de ingressar.

— Um primeiro lote com 50 tornozeleiras ficará disponível e deve ser usado em Porto Alegre e depois espalhado pelo Estado. A estimativa é de que entre em funcionamento até o final do ano.

O sistema

— Assim que o juiz determinar o uso da tornozeleira, uma equipe da Susepe coloca o equipamento no agressor e faz um cadastro.

— Serão acrescidas informações da mulher, como endereços que frequenta rotineiramente (casa, trabalho, escola dos filhos, cada de parentes).

— Caso ela opte, também será entregue a ela, um dispositivo, batizado de botão do pânico.

— De cor lilás, o pequeno equipamento possui um GPS que emite sinais de localização da vítima sempre que ela estiver fora do perímetro conhecido pela equipe da Susepe e o agressor se aproximar. Além disso, há um botão que pode ser acionado sempre que ela se sentir ameaçada. Ele vai soar na sala de monitoramento da Susepe.

— Quando for detectada a aproximação do homem da área proibida, a Susepe envia um sinal sonoro para o dispositivo que fica com a mulher e tenta contato pelo celular para passar instruções.
 

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br


Saiba como é usar tornozeleira eletrônica para monitoramento de presos

Por 24 horas, repórter de ZH testou equipamento utilizados
por presos do regime semiaberto

Para testar as tornozeleiras eletrônicas usadas por presos do regime semiaberto, um repórter de Zero Hora, autorizado pela Justiça, utilizou o equipamento durante 24 horas. Nas oportunidades em que saiu da área estabelecida pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), agentes entraram em contato e o sistema funcionou.

*Colaborou Letícia Costa

O celular tocou às 13h26min, quando a quinta-feira ensolarada se acinzentava e o carro seguia no caminho do Parque da Redenção, em Porto Alegre. Uma voz feminina, repetitiva, mas mais séria e resoluta, avisou:

— O senhor gerou uma ocorrência na Avenida Oscar Pereira. Por favor, o senhor tem que voltar imediatamente a sua zona. Já enviamos uma mensagem às 12h32min.

Acomodado no banco traseiro do veículo, consulto a caixa de entrada do celular. Lá estava a mensagem. Minutos antes, eu havia deixado o Albergue Pio Buck com uma tornozeleira eletrônica presa à perna. Uma segunda mensagem aparecia logo depois, às 13h36min, com praticamente o mesmo texto da anterior, mas em letras maiúsculas, como se o autor estivesse aos gritos:

"CENTRAL DE MONITORAMENTO

SUSEPE INFORMA: RETORNE PARA SUA ÁREA DE INCLUSÃO". Eu estava no limiar de me tornar um foragido.

Os procedimentos eram reais, bem como pedira à Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), que me instalou o equipamento no tornozelo esquerdo. A ideia era mostrar ao leitor de Zero Hora como é usar o aparelho por 24 horas, testá-lo o mais próximo da realidade e ver a reação das pessoas nas ruas diante do dispositivo.

Não obedeci à ordem de voltar à zona onde eu poderia circular, ou seja, o trabalho no prédio de ZH, a casa no bairro Cidade Baixa e duas regiões liberadas, o Parque da Redenção e um shopping. O veículo continuou o trajeto. Nove minutos depois, a moça da Susepe ligou.

— O senhor deve retornar para a sua área.

— Está bem.

Outra vez, nada fiz. O telefonema seguinte ocorreu dois minutos depois.

— Tá bem, vou retornar ao trabalho, mas antes preciso ir a outros locais — respondi.

— Quanto tempo vai levar?

— Quanto tempo? Não sei...

— Eu preciso saber para pedir para autorizarem — insistiu a agente da Susepe.

— Autorizarem? Mas estou fazendo um teste. Como faço para me liberar? Assim não consigo trabalhar.

— O senhor vai ter que falar com o social.

— Me dá o número.

— No momento, está ocupado.

Parecia o começo de um labirinto kafkiano — poderiam simular a minha prisão? Na verdade, era tudo parte do teste. Telefonei para o coordenador do Programa de Implantação do Monitoramento Eletrônico no Estado, Cezar Eduardo Cordeiro Moreira. Combinamos que eu não receberia mais ligações e poderia continuar avançando por áreas "proibidas". A funcionária da Susepe não voltou a ligar. À noite, porém, tudo recomeçou quando tentei retirar o dispositivo.

— Estamos pedindo para o senhor comparecer urgentemente à Secretaria de Segurança — avisou um agente.

— Por quê?

— Gerou uma ocorrência de tentativa de rompimento da tornozeleira.

— Estou em casa, a tornozeleira está funcionando.

— Bem, há ocorrência e solicitamos o seu comparecimento, urgente. Se o senhor não comparecer, uma viatura irá até aí para levá-lo ao Presídio Central.

A tensão se desfez quando reforcei que fazia um teste e que não iria continuar tentando remover o equipamento.

Dispositivo foi ignorado nas ruas

De início, a tornozeleira é incômoda. Pode machucar a pele se for colocada sobre as protuberâncias ósseas do tornozelo, ainda mais se estiver apertada. Não é pesada, mas provoca desconforto ao caminhar. Leva algumas horas até se encontrar o jeito certo de acomodá-la no tornozelo.

A tornozeleira interfere psicologicamente. A impressão é de vigilância intermitente. Quando se começa a usá-la, parece que sempre há alguém olhando para quem está com o aparelho. O psicológico parece ser um fator arrebatador no controle dos apenados nesse sistema — talvez isso ajude a explicar por que as evasões são menores do que no semiaberto tradicional.

— É mais fácil de controlar do que o muro físico, que os presos pulam — diz o juiz Sidinei Brzuska, responsável pela fiscalização das casas prisionais da Região Metropolitana.

Há 28 mil presos, hoje, no Estado, e 17% estão no semiaberto, segundo o juiz. Mas esse regime produziu 22 mil fugas no Rio Grande do Sul em três anos. A média de evasões nas casas do semiaberto é de 133%, isto é, a capacidade total do estabelecimento mais 30%. E há lugares em que esse índice superou em três vezes a capacidade.

Na rua, poucos percebem o objeto, mesmo se a pessoa estiver de bermudas. No teste de ZH, circulei vestido assim por um shopping center, entrei em uma loja para provar um tênis, fui ao caixa eletrônico de um banco, caminhei pela Redenção, sentando em bancos ao lado de frequentadores, almocei em um restaurante na Avenida Venâncio Aires e parei na Rua da República, à noite, com a luz piscando no equipamento em meio ao movimento típico da Cidade Baixa. Sem chamar a atenção, a não ser de alguns olhares rápidos e sérios (ou curiosos?) que iam dos pés ao rosto.

No Centro, o povo e a polícia não tiveram nenhuma reação a minha presença enquanto a banda da Brigada Militar tocava Show das Poderosas na Esquina Democrática. Foi somente mais tarde, ao final do teste nas ruas, que alguém reparou e me chamou a atenção. Foi uma auxiliar de limpeza que mora no morro Santa Tereza e trabalha no prédio de ZH. Ela disse que está acostumada a ver pelo menos quatro conhecidos portando a tornozeleira na região onde reside.

Devolvi a tornozeleira à Susepe no início da tarde de sexta-feira. Ao longo da jornada, houve 13 infrações, entre descumprimentos, incursões em áreas não liberadas e uma tentativa de rompimento da tornozeleira. Recebi quatro telefonemas e duas mensagens.

Apenado tenta se manter na linha

Gordinho e atarracado, com as mãos sujas de óleo mas com a camiseta e o boné brancos intactos, Adelino Ribeiro da Silveira, 34 anos, mostrou o celular. A mensagem, datada de 24 de setembro, dizia: "Seu dispositivo eletrônico está com a carga baixa. Favor recarregar. AP Silvia". Isto é, agente penitenciária Silvia.

Carregar a tornozeleira que usa sob calças folgadas é mais uma das missões que o mecânico automotivo terá de cumprir até 2015, quando pode entrar na condicional. Cumpre a determinação plugado à tomada enquanto dorme. As outras obrigações são evitar ultrapassar os limites de Porto Alegre e observar os horários determinados para estar em casa e no trabalho.

Silveira é monitorado pela Susepe desde 8 de março. Ele trabalha como mecânico freelance e seguidamente atende taxistas que chegam quase todos os dias com o ar-condicionado estragado a uma oficina na Zona Norte. Conta que caiu no crime por causa das más influências. Ficou um ano no Presídio central, em Porto Alegre, e dois na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Com a progressão de pena, preferiu a tornozeleira ao albergue. Assim, pode ficar com a família — a mulher e o filho de dois anos e oito meses que tem com ela e dois rebentos de outra relação. Para se manter na linha, costuma avisar à Susepe sobre seus passos, exatamente quando excedem lugares ou horários predeterminados. Foi assim quando consertou um refrigerador em um bailão e decidiu ficar para a festa.

Silveira diz que nem lembra da tornozeleira durante o dia. Já se acostumou. Sem muitos sorrisos, costuma trabalhar e almoçar quieto. Depois do uso, limpa cada ferramenta. Há um vestígio de orgulho pelo trabalho, escondido sob o olhar desconfiado. Não faz reclamações. Vive com a família no bairro Cascata, em uma espécie de chalé confortável situado no extremo de uma vila, à beira de um morro com vista para o verde da região. Poderia ser relaxante, mas a impressão é de que o mecânico está sempre preocupado. Sempre à espera de algo.

 

SAIBA MAIS:

PERGUNTAS E RESPOSTAS

— O que acontece quando se sai da área permitida?
Quando isso aconteceu, agentes telefonaram e mandaram mensagens pedindo ao repórter para retornar à zona permitida.

— Se a tornozeleira for rompida, o que ocorre?
Quando o repórter tentou retirá-la, uma luz vermelha acendeu, o aparelho vibrou e agentes da Susepe entraram em contato.

— O que ocorre quando os horários estipulados não são cumpridos?
Uma luz vermelha pisca, e os agentes enviam mensagens e telefonam.

— Se depois dos contatos o usuário da tornozeleira não obedece, o que é feito?
Isso não ocorreu no teste, mas, segundo a Susepe, o apenado seria considerado foragido.

— Como pode ser retirada a tornozeleira?
Nem a Susepe tem uma chave, senha ou outras forma de retirar a tornozeleira. A tira que prende o aparelho deve ser cortada.

— Os usuários são submetidos a constrangimentos?
O repórter de ZH não foi submetido a constrangimentos.

LIBERDADE VIGIADA

— A Susepe tem 674 tornozeleiras em atividade no Estado
— Dos 839 presos que usaram o equipamento, 27 (3,21%) romperam a tornozeleira
— Em média, são colocadas 35 tornozeleiras por dia
— Desde 30 de agosto, 22 (2,62%) monitorados eletronicamente se tornaram foragidos

O QUE É INFRAÇÃO

— Violação da zona de inclusão: quando o monitorado ultrapassa áreas de circulação permitidas pelo juiz

— Bateria: quando a carga fica em nível crítico ou a cinta que mantém a tornozeleira atada é rompida

— Dispositivo rompido: os sensores de luz e ar indicam quando o preso tenta violar a caixa

— Violação da zona de exclusão: quando o monitorado está em áreas que cadastradas como proibidas

O EQUIPAMENTO

— É composto de uma cinta com um cabo de fibra de aço e fibra ótica, e uma caixa à prova d'água onde estão os dispositivos de rastreamento e comunicação.

— Há um número de identificação que fica na parte de trás da caixa e é usado pela Susepe para o cadastro do apenado do semiaberto que tem o benefício de usar o equipamento.

— Há uma bateria que dura cerca de 30 horas, um GPS, um sensor de luz e ar, dois chips de operadoras de celular, um dispositivo anti-impacto.

— Do lado de fora, uma luz comunica o status da bateria. Quando alterna entre verde e vermelho está descarregando.

— O equipamento é carregado na tomada, como um celular.

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br


Empresa é penalizada por 'servir'
parafuso a presos

Essa é apenas uma das irregularidades cometidas pela MS Quintino e BIC Soluções, que estão sendo multadas pela Sejus

A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) está colocando em dia as penalidades aplicadas contra as empresas que fornecem alimentação para os presos do sistema penitenciário. Nesta segunda (23) e terça-feira (24) mais penalidades contra a MS Quintino e a B.I.C Soluções em Alimentação foram aplicadas por descumprimentos contratuais ocorridos em 2012.  

As multas referem-se aos contratos de fornecimento de alimentação para presos do Centro de Detenção Provisória de Guarapari (CDPG) e de Aracruz (CDPA), no norte do Estado; Penitenciária Estadual de Vila Velha II (PEVV II) e Penitenciária Agrícola do Estado (Paes).  

A MS Quintino foi multada nesta terça-feira (24) por diversas irregularidades no fornecimento de alimentação. Na PEVV II foi servida comida imprópria para o consumo, as refeições foram entregues com atraso e foi encontrado até mesmo um parafuso em uma das marmitas servidas aos presos.  

No caso da B.I.C Soluções, a Sejus aplicou advertência pelo registro de irregularidades constatadas durante visita técnica na Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) e do não cumprimento do prazo para adequação das irregularidades. O valor da multa aplicada é de R$ 26.243,83.  

Foi neste contrato que a empresa serviu aos detentos alimentos inadequados ao consumo humano. O feijão incluído nas refeições continha larvas, pedras, grãos partidos e até insetos. O Centro de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos de Aracruz, após vistoriar a unidade e a empresa que fornecia os gêneros alimentícios, em 2012, retirou uma amostra do feijão e enviou para a Vigilância Sanitária do município, que encaminhou para o Ministério da Agricultura, que, em laudo, classificou a amostra como imprópria para o consumo.  

As sócias da empresa MS Quintino também figuram como rés em duas ações de improbidade administrativa por fraudes no fornecimento de alimentação para o sistema prisional. Além das sócias da empresa, o ex-secretário estadual de Justiça, Ângelo Roncalli de Ramos Barros, e os sócios da Viesa Alimentação Ltda ME figuram na ação. 

As ações foram recebidas em 13 de setembro pelo juiz da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Estadual, Gustavo Marçal da Silva e Silva. Os processos dão conta que as empresas forneciam os alimentos de forma superfaturada e até mesmo estragados para os presos. 

Nas decisões, o magistrado indicou a existência de provas documentais das supostas irregularidades cometidas pelo então secretário de Justiça na contratação dos serviços de alimentação para os detentos de duas unidades prisionais – Centro de Detenção Provisória Feminina e Unidade Semiaberta Masculina, ambas em Vila Velha –, no ano de 2011. O total dos contratos sob suspeição ultrapassa R$ 2,9 milhões, de acordo com a denúncia ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPES). 

Fonte: http://seculodiario.com.br/


Susipe garante direitos à população carcerária LGBT no Pará

Os presídios brasileiros estão adotando medidas que visam contemplar a população carcerária homossexual. As unidades prisionais dos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraíba e Mato Grosso já dispõem de alas específicas para o público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais). No Pará, a Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe) já vem adotando medidas similares que contemplem o segmento. O Pará foi o primeiro Estado brasileiro a autorizar a visita íntima homoafetiva nas unidades prisionais, por meio da Portaria nº 1.242, de 10 de novembro de 2009.

J. S. B. é um dos internos beneficiados com a visita íntima homoafetiva. Preso há pouco mais de um ano, ele destaca a importância da medida. “Eu já estava junto com essa pessoa antes de ser preso, e se não houvesse a visita íntima, o nosso relacionamento seria muito prejudicado, pois já temos uma história juntos de mais de cinco anos”, relata o interno, que sempre recebeu a visita do companheiro nas unidades prisionais onde ficou custodiado.

Embora os presídios do Pará tenham possuam pavilhões específicos para internos homossexuais, a Susipe já criou celas exclusivas para a população carcerária LGBT em duas unidades prisionais da Região Metropolitana de Belém (RMB): o Centro de Recuperação do Coqueiro (CRC) e a Central de Triagem Metropolitano 2 (CTM2). O objetivo da medida é evitar práticas de violência por parte de outros presos e garantir a integridade física de homossexuais dentro dos presídios.

“Ainda não há como destinar uma ala prisional específica para a população LGBT. Nas unidades do CRC e CTM 2, temos presos homossexuais, e respeitamos essa diversidade sexual. Não descartamos a possibilidade de que, no futuro, quando se tenha uma melhor situação de distribuição de vagas, se possa pensar em uma unidade prisional específica para esse perfil de população”, diz o superintendente da Susipe, André Cunha.

Jhulye (nome social) é um dos cinco travestis custodiados em uma cela exclusiva na Central de Triagem Metropolitana 2 (CTM 2), que fica localizada em um pavilhão com presos que apresentam bom comportamento. Jhulye está na unidade prisional há quase um ano e meio e aprova a medida de uma cela específica.

“Acho muito bom, pois é melhor para conviver. Ainda nos sentimos excluídos pelos outros presos, mas somos respeitados aqui. Somos do gênero masculino, mas nos sentimos mulheres. Ficaria difícil conviver com outros homens em uma mesma cela, pois seria constrangedor. Em uma cela separada, não há esse problema, pois temos uma boa convivência e sabemos que não teremos nenhum tipo de olhar diferente ou assédio”, afirma.

Para André Cunha, é preciso respeitar a diversidade sexual de cada um sem promover a segregação no ambiente carcerário. “A população LGBT não pode viver num ambiente de segregação. Dentro dessas duas unidades, dentro da capacidade que se tem, essas pessoas são acomodadas respeitando um ambiente de convivência harmônica com outros presos. A Susipe também tem trabalhado e respeitado essa questão da diversidade sexual junto aos seus funcionários. Promovemos aos servidores cursos na área de direitos humanos, e a diversidade sexual é um dos tópicos trabalhados dentro dessa capacitação”, conclui.

 

Texto:
Timoteo Lopes - Susipe
Fone: (91) 3239-4230 / (91) 8896-5319
Email: acssusipe@gmail.com

 

Superintendência do Sistema Penitenciário
Rua, Santo Antonio Sn.
Fone: (91) 3239-4201 / 4202 / 4210
Site: www.susipe.pa.gov.br Email: gabinete@webmail.susipe.pa.gov.br


Relatório identifica situações degradantes e falta de perspectiva de ressocialização no sistema prisional de Santa Catarina

Força Nacional da Defensoria Pública inspecionou 12 unidades no Estado,
entre 9 e 23 de abril

Situações degradantes das condições mínimas da pessoa humana com encarceramento em massa da população pobre e com ausência de perspectiva real de ressocialização. Esta foi uma das conclusões sobre o sistema prisional catarinense apontadas no relatório de inspeção da Força Nacional da Defensoria Pública em 12 unidades de oito cidades de SC, entre 9 e 23 de abril.

O mutirão foi um dos auxílios do Ministério da Justiça ao Estado no combate à onda de atentados. A origem dos ataques criminosos que aterrorizaram a sociedade catarinense a partir de novembro de 2012 está nas sessões de tortura e maus tratos a que presos são submetidos no cárcere.

O objetivo da inspeção era fazer um raio-x do sistema catarinense para identificar os problemas e pensar uma solução. A ideia é ter prisões que cumpram a Lei de Execuções Penais (LEP) para que o detento depois de cumprir sua pena volte para a rua melhor do que quando entrou, e por consequência ter uma sociedade com mais paz e segurança.

— Quando se ignora a Lei de Execuções Penais, o preso volta à rua pior do que entrou. É uma idiotice do Estado soltar alguém assim. O sistema recolhe quem quebrou vidro, furtou, e o solta matando. Isto não é inteligente — observou o magistrado Júlio César Ferreira de Melo, juiz-auxiliar da Corregedoria Nacional da Justiça, na apresentação do relatório.

O documento inédito foi concluído em 10 de maio e entregue no início de junho ao governo estadual, à Secretaria de Justiça e Cidadania, à Secretaria de Estado da Saúde, ao Poder Judicário, e à Defensoria Pública de SC com recomendações e prazos. As 225 páginas com fotos mostram que o Estado tem muito trabalho pela frente, até porque a problemática do sistema carcerário é histórica.

Num contexto geral, o documento aponta que os maiores problemas estão relacionados às más condições e à superlotação, que acontece também pela ausência quase que total de assistência jurídica aos presos.

Maioria dos agentes tem trabalho de excelência

Entre os pontos negativos estão a tensão no relacionamento entre agentes penitenciários e presos, a atuação dos agentes aparentemente voltada à repressão inclusive com uso não controlado de armas não letais, falta considerável de assistência material como cama para dormir.

A precariedade no acesso à educação com falta de salas de aula e na assistência à saúde com poucos médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e dentistas é identificada, assim como o tratamento desrespeitoso dos agentes com familiares de presos, inclusive com revistas vexatórias das partes íntimas.

O documento aponta agentes com pouco instrução e em número insuficiente que dificulta a concessão de direitos mínimos aos internos como banho de sol, visita dos familiares, escolta para ida ao setor de saúde e contato com o advogado. E denúncias de tortura que, segundo o relatório, devem merecer do Estado uma atenção especial para a responsabilização dos agentes envolvidos.

Entre os pontos positivos destacam-se o trabalho de excelência da grande maioria dos agentes penitenciários, avanços consideráveis na Execução Penal de Florianópolis e de São Pedro de Alcântara, o modelo exitoso de oferta de trabalho aos presos. Neste setor, consta recomendação para regularizar o pagamento do salário mínimo aos detentos.

Preso tratado como lixo

O coordenador da Força Tarefa em SC, Gabriel Faria Oliveira, vê um sistema desumano, mas também percebe avanços.

— O preso é tratado como lixo humano. Até o ministro da Justiça disse que preferia morrer a ficar preso. Mas é um avanço o governo estadual abrir as portas para esta inspeção. O governador Raimundo Colombo e o Secretário da Casa Civil, Nelson Serpa estão dispostos a resolver os problemas do sistema — garantiu o coordenador.

Gabriel Oliveira também acha importante o governo ouvir mais os presos e suas famílias e não somente os agentes e os diretores.

Para ele, a pior unidade do sistema catarinense é o Presídio de Blumenau, que considerou igual a uma masmorra.

Sobre a facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense, autora dos ataques, Oliveira observou que está diretamente ligada à ausência do Estado.

— Sob o aspecto social, nosso Estado dá demonstração de que a ausência de perspectiva de ressocialização somada aos maus tratos ao cidadão, seja ele criminoso ou não, acabou por repercutir numa organização criminosa com assistencialismo aos presos e às suas famílias, justamente porque o Estado fechou as portas das cadeias e ficou do lado de fora. Não deu estudo nem saúde e permitiu que houvesse tortura por ausência de responsabilização — concluiu Gabriel Oliveira.

Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/


A farsa da ‘ressocialização’:

Mais uma vez, intelectuais brasileiros aplicam a tese do
“faça o que eu digo; não o que eu faço”

Não é a primeira vez que acadêmicos se negam a conviver com quem cometeu crimes. “Que coisa mais feia, não”?...

Após a dureza do título, deixemos bem claro como sempre o fizemos: SOMOS A FAVOR da ressocialização de apenados, desde que com os pés no chão e as mentes abertas para o mundo real em que vivemos. A ilha da fantasia só funciona no imaginário.

Agora vamos ao caso concreto. Em 2009, um estudante de medicina da Universidade Federal da Bahia foi preso em flagrante pelo crime de pedofilia.

Ele estava com três meninos menores de idade em uma casa de praia, quando a polícia bateu à porta. No seu computador, dezenas de fotos de crianças em situações comprometedoras. Réu confesso, ele foi condenado a três anos de internação em hospital de custódia, espécie de presídio para tratamento psiquiátrico.

Passado esse período, os médicos disseram que o pedófilo já estava em condições de voltar ao convívio social, ao passo em que a juíza do caso afirmou que o estudante não devia mais nada à justiça. “É um homem livre!

Assim, o ex-detento voltou à universidade para concluir seu curso de medicina que as grades da prisão deixaram no meio do caminho. Porém, a surpresa: todo um colegiado de conselheiros da UFBA decidiu que “o aluno é incompatível ao exercício da profissão” e, por isso, não poderia mais voltar a frequentar as aulas.

Em outras palavras: ele pode exercer qualquer outra profissão (professor, padeiro, policial, maquinista, controlador de voos...), exceto a de médico.

Reincidentes!

Há alguns meses, publicamos outro caso – desta vez em Fortaleza – em que alunos e professores se manifestaram incomodados com a presença de 10 policiais militares escoltando um apenado condenado a 150 anos de prisão, que conseguiu ingressar na universidade. “Por todos os meios legais, se buscará impedir que a escolta, formada por 10 policiais militares, ingresse no câmpus”, diz a nota emitida pela Universidade. Clique aqui e veja o conteúdo desse absurdo.

Agora, são intelectuais da Bahia – e de uma das profissões mais respeitadas da humanidade – que demonstraram claramente o desinteresse de pôr em prática a tal ‘ressocialização’.

O que nos espanta é o silêncio dos humanistas diante da conduta dos acadêmicos. Pois mesmo escoltando presos todos os dias para escolas improvisadas do estado, os agentes penitenciários são os alvos prediletos nas críticas de supostos defensores do tratamento digno a quem cumpre pena.

Às vezes, o meio acadêmico [quem diria?!] nos leva a crer que a ressocialização não passa de uma farsa.

*foto: escola construída dentro do presídio Serrotão, em Campina Grande, para aonde são levados dezenas de presos escoltados por agentes, diariamente.

Clique aqui e veja tudo em vídeo.

Fonte: http://www.paraibaemqap.com.br


MJ destina 1,1 bilhão para ampliar
vagas em presídios

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reafirmou o seu posicionamento de que “prefere a morte a muitos anos de prisão em alguns presídios brasileiros”.

Ele verificou as condições precárias e muitas vezes desumanas de presídios no Brasil nas visitas que fez a vários deles no início de 2011, logo que assumiu o cargo, quando constatou um déficit de mais de 200 mil vagas no sistema prisional brasileiro. O ministro levou a questão à presidenta Dilma Rousseff e a União destinou R$ 1,1 bilhão para os Estados e o Distrito Federal, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional, ampliarem o número de vagas nos presídios.

“O primeiro passo para solucionar um problema é jamais escondê-lo da população e não esconder o sol com a peneira", enfatizou Cardozo.

O ministro Cardozo está em uma viagem a trabalho em Lima (Peru) e concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (14/11), na sede do Ministério da Justiça, por videoconferência, para falar sobre o sistema prisional brasileiro.

Diante do cenário que conheceu in loco nos presídios brasileiros, o ministro da Justiça constatou que há 60 mil presos alojados em delegacias de polícia. Além disso, verificou a situação de presos que convivem com fezes, em espaços impossíveis onde não se pode dormir e em que são violentados e agredidos.

O Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional criará 42 mil novas vagas até 2014. Já foram executados R$ 540 milhões (R$ 270 milhões em 2011 e R$ 270 milhões em 2012) para gerar 22 mil vagas em 60 unidades prisionais. Outros R$ 290 milhões já possuem dotação orçamentária para 2013.

O programa aprovou 20 projetos apresentados em 2011 e 40 apresentados em 2012. Os 20 referentes a 2011 estão com contrato assinado, enquanto os demais 40 foram aprovados e estão em fase de contratação. Até dezembro deste ano, os contratos referentes a essas 40 unidades serão assinados.

Em 2011, o Ministério da Justiça, por meio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen/MJ) executou R$ 270 milhões do Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional.

Os 20 projetos foram apresentados pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás (4), Minas Gerais, Mato Grosso (2), Pará, Piauí (2), Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins, aprovados em 2011 e que representam 8.479 vagas.

Este ano foram entregues 3.300 vagas contratadas no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) do qual se originam a maior parte dos recursos do Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional.

Segundo Cardozo, as dificuldades na execução do programa de criação de vagas nas penitenciárias não se devem a contingenciamentos no Orçamento, mas sim a problemas administrativos.
A questão da segurança pública é entendida pela União e pelo Ministério da Justiça como um fenômeno transversal e que deve ser trabalhado em várias frentes de atuação.

Como a inédita campanha de vacinação de presidiários, recursos para a política de saúde do sistema prisional, o projeto de remissão de pena por leitura e trabalho e adoção de penas alternativas para desafogar o sistema prisional e possibilitar a ressocialização dos detentos.

Finalmente, Cardozo comentou que em várias situações um preso que comete um crime de menor potencial ofensivo que cumpre detenção em penitenciárias, acaba aprendendo na escola do crime ao invés de ter oportunidade de ressocialização.

Fonte: http://www.noticiaspoliciais.com.br


Sistema prisional piauiense
em estado de calamidade

...SERÁ SÓ LÁ........VAMOS VER EM PERNAMBUCO

 

Fonte: http://blogapoeira.blogspot.com.br


"OS PRESOS ESTÃO QUERENDO SUAS REGALIAS,
COMO FALA NA CARTA, E QUEM VAI PAGAR É O AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁRIO. SE HOUVER AGENTES MORTOS
PELO PCC A RESPONSABILIDADE É DO SECRETÁRIO DE JUSTIÇA"

VILOBALDO DE CARVALHO

O Cidadeverde.com teve acesso a uma cópia da carta, reproduzida abaixo. As observações em parênteses são da redação do portal, para melhor compreensão do leitor. 

"Salve rapaziada do anex 2 (anexo 2 - triagem). Aqui e a rapazeada PVC (pavilhão C) e o seguinte nós já conversamo com a rapaziada do B e do PVD (Pavilhão D). Pois a rapaziada apoiou a gente vai começar aqui no PV.C então nos vamos quebrar o PVB (pavilhão B). E o nosso objetivo e pedir nossa regalia que nos tem direito e modar a direção do sistema pois a rapaziada lá da custodia entrou em contato com nos e disse que eles conseguiram tirar o Wilsin (vice-diretor da Casa de Custódia e chefe do grupo de vistoria) e assim so nos se unir que nos vamos conseguir nosso objetivo e só nossa melhoria pois a maioria dos irmão aqui centenciados porque so nos não tem direito pois em Parnaíba os caras tem direito a TV e ventiladores e som pois nos so vamos conseguir se nos quebrar esta porra não e para gerrar morte mas para nossa segurança nós vamos quebrar o PV.A (pavilhão A). E o especial é aí vocês sabe que aí no anex 1 (triagem) também tem us caras que não serve que trabalham para a polícia agora vocês ficam na ativa nos só vamos esperar resposta do SP (seria uma resposta de São Paulo). Dependendo do que os irmão decidirem, nós começamos o bagulho e vamos sustenta para chamar a atençao da emprensa e das autoridades nós vamos mandar as responsas para vocês e depois da visita tem tudo para dar certo. Virmeza ladrões. Fiquem na paz de um alo no Júnior e no resto da rapaziada. Ass: A rapaziada do PV.C"

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários e Servidores Administrativos das Secretarias da Justiça (Sinpoljuspi), Vilobaldo de Carvalho, disse que a carta é uma prova de que os presos estão mais organizados que a Secretaria de Justiça.

“Eles estão organizados e evidencia uma articulação com o grupo de fora como o PCC de São Paulo. É preciso de medidas urgentes, pois é desastre atrás de outro”, disse Vilobaldo.

Ele informou que encaminhou ofício ao governador Wilson Martins pedindo audiência para tratar sobre a situação dos presídios no Estado.

“Os presos estão querendo suas ‘regalias’ como fala na carta e quem vai pagar é o agente penitenciário. Se houver agentes vitimados a responsabilidade é do secretário de Justiça”, disse Vilobaldo de Carvalho. 

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí informou, através do Facebook, que foi encontrada uma carta na penitenciária Irmão Guido, na qual havia um plano de nova rebelião e ordem para matar agentes e presos que trabalham na administração do presídio.

De acordo com a postagem, a carta foi descoberta durante vistoria nesta segunda-feira (22). O sindicato pede ainda que os agentes redobrem a vigilância e informa que nesta tarde há "um grande contingente" de profissionais da UNP fazendo revista no local.

A direção do Sinpoljuspi afirmou ao Cidadeverde.com que a carta foi encaminhada para o diretor de presídios, capitão Anselmo Portela, e que foram exigidas medidas para garantir a segurança dos agentes.

Plano de assassinato é negado

O presidente do Sinpoljuspi, Vilobaldo Carvalho, esclareceu que não existe um plano para matar agentes. "Eles se precipitaram. Pelo que eu sei, a carta diz apenas que deve haver nova rebelião, mas mesmo assim é um risco porque nesse caso, eles farão os agentes de refém e pode realmente haver mortes", explicou o sindicalista.

Segundo o presidente, a carta foi encontrada no pavilhão C e iria para o B. "Eles conversavam sobre as rebeliões da Casa de Custódia e quais melhorias iriam reivindicar. Falavam que em Parnaíba o pavilhão tem televisão e aqui não", acrescentou Vilobaldo.

O agente disse não ter conhecimento se a carta foi escrita por alguém do PCC (Primeiro Comando da Capital), mas destacou que já protocolou pedido de reunião junto ao governador do Estado, Wilson Martins, para buscar soluções para a crise no sistema prisional.

"Já sabíamos que o final do ano é complicado, é delicado. O sindicato sempre falou dos problemas. Temos celas superlotadas, falta de agentes penitenciários em número suficiente para a demanda e falta de material de segurança. Além disso, queremos que as obras dos presídios sejam retomadas", enfatizou Vilobaldo.

Secretaria de Justiça

A assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça confirmou a existência da carte e informou que o secretário Henrique Rebelo encaminhou a carta para o setor de Inteligência do órgão, para que seja realizada uma perícia na letra. O objetivo é descobrir a autoria, que até o momento é desconhecida.

Casa de Custódia

O sindicalista contou ainda que no último domingo (21) alguns presos passaram mal na Casa de Custódia e foram levados para o hospital. Entretanto, os agentes acreditam que este fosse um plano para rendê-los. "Se era, não deu certo. Mas havia uma pipa [bilhete] circulando entre os presos, com o intuito de formular um plano para que os presos que foram transferidos após a rebelião pudessem voltar".

O caso

A rebelião na Casa de Custódia começou após a transferência de 40 presos do presídio de Esperantina que haviam se rebelado na terça-feira (16), além da chegada de mais 15 detentos que estavam em delegacias de Teresina. 

O motim teria sido encabeçado pelo número dois do PCC no Nordeste, José Ivaldo Celestino dos Santos, e por um outro homem identificado como Fábio Rener, que estavam reclusos na Custódia.

Fonte: http://blogapoeira.blogspot.com.br


Dráuzio Varella: A natureza do trabalho dos agentes pouco os diferencia da condição de prisioneiros

Médico conhecido no Brasil inteiro passou mais de 20 anos atendendo presos em presídios de São Paulo. Decerto, sabe o que diz.

Veja o vídeo Carcereiros, por Dráuzio Varella.

 

Imagine-se no interior de um pavilhão, desarmado, rodeado por centenas de apenados, tendo apenas uma jaqueta surrada como diferencial entre você e os presos. Até um dia desses, era assim que funcionava o sistema penitenciário em muitas unidades penais da Paraíba. E era assim que trabalhavam os agentes penitenciários do famoso complexo prisional Carandiru, em São Paulo, no qual Dráuzio Varella se inspirou para escrever o livro Carcereiros.   

Na página 16 da obra, o médico que passou 23 anos atendendo detentos em vários presídios paulistas é taxativo: “A natureza do trabalho dos guardas de presídio pouco os diferencia da condição e prisioneiro, exceto o fato de que saem em liberdade no fim do dia, ocasião em que o bar é lenitivo irresistível para as agruras do expediente diário”.

O livro é baseado em relatos de agentes e presos com quem Dráuzio conversou durante mais de duas décadas de relacionamento constante. Até mesmo os casos de corrupção envolvendo agentes foram narrados pelos funcionários entrevistados pelo médico.

- São essas pessoas que a sociedade põem lá, entopem a cadeia de presos e dizem “oh, se vira; dá um jeito de manter esses presos quietos aí. E que ninguém fuja!” – relata o autor do livro.

Para quem tem um mínimo de curiosidade de saber como é passar metade da vida (ou mais) dentro da cadeia – seja preso ou trabalhando –, recomendamos a leitura.

Fonte: http://www.paraibaemqap.com.br


Ressocialização?
‘Intelectuais’ não querem presença de preso em sala de aula


Eles alegam falta de segurança, mesmo com a escolta de 10 policiais em volta.
Deveriam passar 24 horas dentro de um presídio...

Esta semana, publicamos uma matéria sobre o benefício concedido pela Justiça [ou pela lei?] a um homem acusado de seis homicídios no Ceará: o direto de frequentar aulas na faculdade, escoltado por 10 policiais. Resultado: professores e estudantes universitários torceram o nariz e não querem a presença do preso em sala de aula. Ora, mas logo a matriz intelectual da sociedade adota esse comportamento?

Não se surpreendam. O texto é de desabafo mesmo. Os profissionais da segurança pública no Brasil são violentamente execrados quando o assunto é ‘ressocialização’. Taxados de “pessoas que não quiseram estudar e, por isso, estão nessa profissão”, policiais e agentes penitenciários são os inimigos nº 1 da “reinclusão social” de presos no Brasil.

E altamente “despreparados” quando ordenados a controlar greves de professores e protestos de estudantes [por exemplo]. Ou, no caso dos agentes, truculentos na hora de revistar o parente de um preso que entra no presídio. Resumindo: “inimigos da cultura da paz”.

Os professores e estudantes da referida universidade cearense alegam “medo”, “constrangimento”, “falta de segurança” quando estão ao lado do preso. Acham que a qualquer momento o condenado pode ter um surto e fazer alguém refém. Ou um grupo de bandidos vai entrar na sala de aula para matar ou resgatar o apenado, mesmo com a presença dos 10 policiais em volta.

Entre os comentários postados no site O Povo, que publicou a matéria sobre a repulsa universitária, um internauta (talvez um professor ou aluno incomodado) disse que “o preso até deve ter assegurado o direito à educação. Ocorre que tal direito não deve ser garantido em detrimento da segurança dos demais cidadãos. Garantir direitos a quem sequer cumpre seus deveres enquanto preso parece-me um tanto absurdo”.

Raciocínio um tanto ‘lógico’ pelo autor da mensagem. Porém, IGNORADO quando, sob as mesmas alegações, é defendido pelos profissionais da segurança pública que lidam diariamente ao lado de apenados tão ou mais “perigosos” como o do caso em tela.

Não faz 24 horas que, em algum presídio do planeta Brasil, apenas dois – DOIS! – agentes penitenciários escoltavam 22 – VINTE E DOIS! – preso dos pavilhões até a escolinha que existe dentro da penitenciária. Um procedimento absurdamente perigoso e que um dia pode resultar em meia dúzia ou mais de óbitos. Tudo em nome da “ressocialização”.

Ah, e esses agentes que não ousem alegar “primeiro o meu direito à segurança; depois, o direito do preso à educação”. Se assim o fizerem, serão tachados de “inimigos da ressocialização” e “gente despreparada e de pouco estudo que foram parar nessa espécie de trabalho”.

E pode apostar: boa parte das críticas virá justamente dos bancos universitários deste país.

Hipocrisia tem limite.

Fonte: http://www.paraibaemqap.com.br


A vida real dos presídios: “Daqui a pouco tu vai ouvir os gritos; eu ligo pra tu...”

Não se tem notícia de um único registro de aparelho celular
em penitenciárias federais. Por que será?

Parece cena de filme, mas é a vida real.” A opinião é de uma jornalista da TV cabo Branco, de João Pessoa, ao terminar de assistir às imagens da reportagem veiculada pela emissora, sobre os bastidores da “Operação Esqueleto”.

A matéria deu destaque à facilidade com que os esquemas criminosos ultrapassam as muralhas dos presídios estaduais. Por que isso acontece? Como isso é possível? O que explica o quadro totalmente diferente nas penitenciárias federais, para aonde são levados os líderes dessas quadrilhas?

Não se engane. As respostas para essas perguntas são conhecidas de muita gente. Se elas não são discutidas e, mais que isso, postas em prática, aí é outra história. “Melhor deixar as pessoas continuarem acreditando que a corrupção entre os agentes penitenciários é o ‘x’ da questão...

Enquanto isso, ouçamos a voz dos pavilhões. “Ele está aqui todo picadinho. (...) Daqui a pouco tu vai ver os gritos. Eu ligo pra tu...

Como diz a moça da TV, é a vida real.

Veja aqui a reportagem.

Fonte: http://www.paraibaemqap.com.br


Modelo que dispensa celas e presença policial atenderá presas no Oeste do PR

Tratamento diferenciado privilegia o trabalho, a educação, a saúde e a assistência jurídica ao detento, que fica livre durante o dia – seja para realizar as atividades dentro ou fora da unidade – e volta para passar a noite

Até o final do ano, presas da região Oeste do Paraná que cumprem pena no regime semiaberto serão transferidas para a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) que será instalada em Foz do Iguaçu. O anúncio foi feito na quarta-feira (29) pelo diretor do Departamento Estadual Penitenciário (Depen-PR), Maurício Kuehne. A iniciativa faz parte da estratégia do governo de diminuir o déficit de vagas no sistema prisional do Paraná e humanizar a execução penal.

Mantido por uma sociedade civil sem fins lucrativos, o modelo implantado pela primeira vez em 1972 em São Paulo dispensa celas e a presença policial. O tratamento diferenciado privilegia o trabalho, a educação, a saúde e a assistência jurídica ao detento, que fica livre durante o dia – seja para realizar as atividades dentro ou fora da unidade – e volta para passar a noite. No Paraná, o projeto piloto está sendo implantado em Barracão, no Sudoeste do estado.

Kuehne adianta que até 2014 espera-se implantar ao menos dez associações de proteção aos condenados no estado. “Esta não é a solução para a questão prisional, mas ajuda muito a melhorar o sistema penitenciário, em especial para aquele preso que efetivamente quer mudar”, destacou. Além de possibilitar a socialização, a experiência observada em Minas Gerais mostra que o custo da manutenção de cada preso caiu à metade e o índice de reincidência que chega a 80% na média nacional para menos de 10%.

A administração da Apac é feita em parceria entre o governo do estado e entidades da sociedade civil. Na Apac, os presos têm acesso a cursos supletivos, profissionalizantes, técnicos e alguns casos de graduação, oficinas de arte, laborterapia e outras atividades que contribuem para a reinserção social. Os presos são corresponsáveis pela sua recuperação e para isso contam com assistência espiritual, social, médica, psicológica e jurídica prestada por voluntários.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br


PRIVATIZAR O SISTEMA PENITENCIÁRIO
QUE DÁ LUCRO É MUITO BOM

POR QUÊ NÃO PRIVATIZA A POLICIA CIVIL?

VEJAMOS O QUE DIZ O JUIZ CORREGEDOR!

POLICIAL CIVIL CHORA DIANTE DO JUIZ CORREGEDOR DIZENDO:
"ISSO AQUI É UMA FABRICA DE FAZER DOIDOS"

Assumi a função de juiz corregedor da Polícia Civil faz cerca de dois meses. Por determinação legal realizei visita correicional nos 21 distritos policiais de Campinas. Fiquei estarrecido com o que vi. Em uma palavra, em princípio radical porém verdadeira, é possível dizer sem medo de errar que a Polícia Civil do Estado de São Paulo está praticamente parada. É uma estrutura amorfa, em franco processo de sucateamento. Já de plano faço a ressalva de que certamente a situação atingiu tal ponto não foi por culpa de seus integrantes, os homens e mulheres que trabalham em condições algumas vezes sub-humanas, muitos demonstrando verdadeiro amor à nobre função que exercem.

Os distritos policiais não contam com quadro adequado de funcionários, não possuem equipamentos mínimos adequados, não têm estrutura suficiente sequer para cumprir as tarefas burocráticas naturais do serviço policial. As instalações físicas de muitas das delegacias são semelhantes às construções de uma invasão. As paredes são sujas, a pintura velha, o reboco caindo, goteiras no telhado. Há em todos os locais objetos de apreensão, por falta de espaço adequado, espalhados—jogados mesmo—de forma desordenada, misturados a inquéritos policiais, provas colhidas, maquinário velho e obsoleto. (ISTO É: NÃO FUNCIONA NA CAPITAL FINANCEIRA DO BRASIL, IMAGINE EM PERNAMBUCO) 

Nos distritos policiais há vários instrumentos apreendidos (as chamadas máquinas caça-níquel, peças de veículos, pneus, até produtos alimentícios) ao relento, sob sol e chuva, com insetos e ratos ao redor. Um horror. O receio de contágio de doenças, como dengue, foi manifestado em diversas situações por policiais.

Muitos deles confidenciaram -me a vergonha e desprezo sentidos por estarem trabalhando naquele local esquecido pelas autoridades competentes. 

Em um dos distritos que visitei um funcionário, ao ser por mim cumprimentado, começou a CHORAR. Perguntei a razão. Com muito medo de repreensão ele me disse, acanhado, que aquilo era “uma máquina de fazer loucos, senhor juiz”. Compreendi a razão da fala. Não bastasse tudo isto, a remuneração está totalmente defasada. Outras unidades da federação pagam até o dobro para policiais em início de carreira. 

Investigar crimes? Não há como, declararam incontáveis policiais. 

Eu tinha ciência sobre a grave situação da Polícia Civil, mas ainda não tinha visto tão de perto, com meus próprios olhos, o caos atual. Neste passo, como forma de tentar minimizar a situação caótica, é absolutamente necessário empregar todos os esforços para instalação da 2ª Delegacia Seccional de Polícia na zona Oeste da cidade. Ora, o Estado de São Paulo é o mais rico da federação.

Sua Polícia Civil umas das mais abandonadas e esquecidas, embora haja inúmeros excelentes policiais em seus quadros. Paradoxalmente, a cobrança por segurança é frequente pela sociedade em dias de escalada de violência. 

O problema não é de administração. É de governo. Enquanto não se quiser promover um real e concreto resgate da Polícia Civil do Estado de São Paulo faremos de conta que temos polícia. A população, como sempre, pagará um preço caro. 

Nelson Augusto Bernardes  
juiz de Direito Titular da 3ª Vara Criminal de

Campinas e juiz corregedor da Polícia Civil

 

Fonte: http://brasilcritico.com.br/wp-content/uploads/2012/08/Artigo-do-Juiz-Corregedor-de-Campinas.pdf


Começa a privatização de prisões no Brasil

A clientela é grande. O Brasil tem a quarta maior população carcerária do planeta e
déficit de nada menos do que 200 mil vagas

A partir do início da década de 1990 o governo brasileiro vendeu mais de 100 empresas estatais e concessionárias de serviços públicos, em um processo de privatizações — ainda em curso, vide aeroportos — que já abarcou a telefonia, a distribuição de energia elétrica, muitas rodovias e gigantes da mineração e da siderurgia. Mas o que foi feito com o telefone, a luz, as estradas e o minério de ferro pode ser feito com as penitenciárias e sua, digamos, clientela?

Na verdade, a largada já foi dada no processo de privatização do altamente degradado e falido sistema prisional brasileiro, alvo de críticas severas das principais organizações internacionais de defesa dos direitos humanos.

Será inaugurado em agosto deste ano, na cidade de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, o primeiro presídio privado do Brasil, construído por meio de Parceria Público-Privada (PPP), e que será gerido pela concessionária GPA, sigla do grupo mineiro Gestores Prisionais Associados (GPA).

Outros grupos de olho no filão

Serão 3.040 vagas divididas em cinco unidades com capacidade para 608 presos cada uma. Como em todo processo de privatização, as promessas de maravilhas são muitas:

Atendimento médico com intervalo máximo de 45 dias, tecnologias de ponta para monitoramento de presos e metas para impedimento de fugas e outros eventos graves, o que será tentado mediante a utilização de sistemas de sensoriamento de presença, controle de acesso de um ambiente para o outro, comando de voz e Circuito Fechado de Televisão (CFTV) em todo o complexo.

“Com oferta de trabalho, estudo, saúde e controle da segurança, a possibilidade de obter sucesso é muito maior”, disse à imprensa o coordenador da unidade setorial de PPP da Secretaria de Defesa Social (Seds) de Minas, Marcelo Costa.

Além do grupo GPA, que arrematou os direitos de exploração do primeiro presídio privado do Brasil, tem mais gente de olho neste filão, como o consórcio JVS (formado pela Gocil, Heleno & Fonseca e JVS Consultoria), que chega com soluções financeiras para presídios consideradas inovadoras debaixo do braço, e a construtora Queiroz Galvão, que firmou parceria com empresas espanholas que têm experiência na ressocialização de detentos.

Meio milhão de presos espremidos

A clientela é grande. O Brasil tem a quarta maior população carcerária do planeta (depois apenas de EUA, China e Rússia), com cerca de meio milhão de pessoas vivendo espremidas atrás das grades — a despeito do senso comum de que somos o país da impunidade — em um sistema carcerário para lá de superlotado. Especialistas dizem que existe um déficit de nada menos do que 200 mil vagas.

E o mercado, por assim dizer, tende a crescer, uma vez que os legisladores cedem cada vez mais à tentação da solução penal, ou seja, da criminalização, de tudo e todos quanto seja possível, na esteira das políticas criminais norte-americanas de tolerância zero e efeitos pífios sobre os índices de criminalidade, e na contramão da modernidade jurídica, a do Direito Penal mínimo.

“Minha Casa, Minha Vida” que nada. Por aqui, caminhamos para o cenário descrito pelo sociólogo francês da Universidade da Califórnia Loïc Wacquant, para quem em países como os EUA a penitenciária se transformou na verdadeira política habitacional dos tempos que correm.

Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br


A privatização dos presídios paranaenses

O governador do Paraná Beto Richa (PSDB) acabou de sancionar a Lei 17.138/2012, aprovada na Assembleia Legislativa em regime de urgência, que prevê a terceirização da gestão dos presídios paranaenses para entidades do Terceiro Setor, o que é uma privatização em sentido amplo.

A lei prevê que o Estado celebre convênios com organizações não-governamentais – ONGs e as chamadas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados – APACs, que poderão administrar estabelecimentos penais, o que segundo vários juristas é prática contrária à nossa Constituição Social e Democrática de Direito de 1988.

É pacífico que, como regra, o Poder Público não pode delegar o chamado “Poder de Polícia” para particulares. Atividades-fim do Estado não podem ser privatizadas, sendo passíveis terceirizações apenas de atividades-meio.

Qualquer atividade executiva de gestão dentro de uma unidade penal, qualquer parcela de função administrativa prisional que afete a liberdade do preso, faz parte do poder de polícia, e eventual necessidade do uso da coercibilidade por entidades privadas fere nossa Constituição.

O exercício da função administrativa prisional abrange atos jurídicos, como por exemplo a emanação de provimentos sancionatórios, que de forma alguma poderão ser delegados a particulares. Entre os atos materiais, os que incidem sobre a pessoa do preso, como a vigilância, também não podem ser delegados, pois há monitoramento dos deveres dos presos, e não raro ocorre uso de coação. Enfim, o poder disciplinar na execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direito compete exclusivamente ao Estado.

Apenas as atividades materiais acessórias e realização de obras podem ser delegadas. Note-se, a cooperação da comunidade prevista na Lei 7.210/84 (LEP – Lei de Execução Penal) não quer dizer que a iniciativa privada poderá administrar o presídio.

O governo argumenta que a lei não prevê terceirização e muito menos privatização, que o que é transferido para as entidades privadas sem fins lucrativos são apenas algumas funções materiais da execução da pena, mas não a atividade jurisdicional. O problema é que a lei delega a atividade administrativa judiciária, que é exclusiva do Estado.

Ressalte-se que o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, editou a Resolução 8/2002 rejeita quaisquer propostas tendentes à privatização do sistema penitenciário e que os serviços de segurança, administração, gerenciamento de unidades, disciplina, efetivo acompanhamento e avaliação da individualização da execução penal não são delegáveis à iniciativa privada. O Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária do CNPCP (2011) também é contrário a privatização do sistema penal e prevê, entre outras políticas progressistas, o fortalecimento do Estado na gestão do sistema penal.

Mesmo se fosse possível a privatização, nas unidades geridas por ONGs não poderia ocorrer qualquer tipo de trabalho do preso, por impedimento na LEP.

O modelo adotado é cópia do mineiro, contrário ao Estado Social e favorável ao Estado Penal, o que assegura que quanto mais se prender seres humanos, mais a iniciativa privada lucrará. Tanto o modelo de privatização total estadunidense, quanto o modelo de gestão mista francês, no qual a gestão externa do presídio cabe ao poder público e a iniciativa privada constroi o presídio, faz a guarda interna dos presos, promove o trabalho, a educação, o transporte, a alimentação, o lazer, a assistência social, jurídica e espiritual, a saúde do preso, não se encaixam no nosso ordenamento jurídico.

Lembremos que na década de 90 o Paraná foi um dos pioneiros no Brasil com as penitenciárias privadas. Extintas posteriormente com a justificativa de que o custo por detento no país era em média R$ 800, e nos presídios privados R$ 1.200, enquanto que os agentes contratados às vezes um terço dos servidores públicos, o que aumentava os riscos na segurança das unidades. A prática levou à precarização do serviço, enfraquecendo o discurso de que a iniciativa privada é mais eficiente. Uma pesquisa nos EUA concluiu que com os presídios privados não há diminuição de custos, mas sim uma tendência deles ficarem com os presos com penas mais leves e de melhor comportamento, deixando os que cometeram crimes mais graves nas prisões públicas.

Há outras inconstitucionalidades na lei, como o vício de iniciativa, burla ao concurso público, previsão de que as APACs deverão ser filiadas a uma entidade privada, e a previsão do acordo de vontade ser um convênio, e não contrato administrativos precedido de licitação.

Existem problemas sérios nos presídios do país, mas devemos resolvê-los com a profissionalização da Administração Pública brasileira, com muita transparência e controle social e dos órgãos de controle, dentro dos limites constitucionais.

Tarso Cabral Violin

Professor de Direito Administrativo da Universidade Positivo, Mestre em Direito do Estado pela UFPR, advogado em Curitiba, Blogueiro (Blog do Tarso)


Fonte: http://blogapoeira.blogspot.com.br


Professor leva ioga à prisão para combater violência e vício nos EUA

James Fox dá aulas em cadeias e escreveu um guia para detentos.
Em entrevista, ele diz que no início a prática era vista como para 'maricas'.

Ele fica na mesma sala que homens condenados por homicídio, estupro, tráfico de drogas e outros tipos de crime, e consegue manter silêncio absoluto por, pelo menos, uma hora e meia. Há mais de 10 anos, o americano James Fox ensina técnicas de ioga e meditação para presos em cadeias dos EUA. Nesse tempo, ele conseguiu formar alguns professores de ioga e ajudou milhares a "mudar seu estado mental violento e compulsivo". Com até 20 alunos por turma, as aulas agora têm lista de espera.

Conheça o responsável pelo Prision Yoga Project (site em inglês):

G1 - Quando você começou o projeto?
James Fox -
Comecei o projeto há quase 11 anos, ensinando garotos de risco. Isso foi logo depois que virei professor de ioga e sabia que queria focar na karma ioga. Eu me interessava pela prática que buscava levar a ioga para a população que não tinha acesso. Então comecei a ensinar em uma instituição de recuperação de jovens infratores. Eram jovens que tinham problema com a família ou com a lei e muitos deles tinham problemas psicológicos, tomavam remédios fortes. E foi lá que eu comecei. Eram 24 garotos de 12 a 18 anos. Ensinei por aproximadamente 6 anos.

Um ano depois de ter começado esse programa, uma organização não governamental que fazia trabalhos para centros de detenção juvenis me chamou. Ensinei lá por alguns anos. Uma outra organização que fazia trabalhos na prisão estadual de San Quentin, na região da baía de São Francisco, estava montando um programa multidisciplinar de reabilitação para os prisioneiros e me chamou para instalar a parte de ioga e meditação do programa.

G1 - E como foram os resultados desde que você começou o trabalho?
James Fox -
Bom, no começo foi muito difícil. Era difícil ensinar jovens encarcerados, porque estava lidando com adolescentes. É um período da vida em que nós nos rebelamos naturalmente. Mas ao mesmo tempo tinha bons resultados. Exigiu persistência e criatividade para encontrar jeitos de atingir os jovens. Por exemplo, usava muita música para ensinar técnicas de meditação.

Guia para práticas escrito por James e ilustrado
pelos presidiários é distribuído gratuitamente
(Foto: Divulgação)

Depois, meu trabalho com os homens de San Quentin foi difícil no começo porque a ioga é considerada uma prática de mulheres ou "maricas". Então era difícil fazê-los ir às aulas, que eram opcionais. Tinha poucos alunos.

Mas, com o tempo, diria que depois de um ano, espalhou-se a ideia de que a aula de era séria, que realmente os ajudava com a ansiedade e também era um bom exercício físico.

Na verdade há dois desafios em se trabalhar com presidiários. Um é fazer os homens participarem e o outro é trabalhar com os agentes penitenciários, que também achavam que era um programa de "maricas". Nós não tínhamos muito apoio deles para o programa.

G1 - Como são as aulas?
James -
Cada sessão é de uma hora e meia. Ensino 4 aulas por semana para 4 grupos diferentes de homens. Foco muito no que é chamado de "mindfulness", que é o derivativo de "vipassana", um tipo de meditação não religiosa que nos EUA se chama meditação 'mindfulness'. É uma prática de autoconscientização, de deixar ir embora o pensamento e se concentrar no corpo e na respiração para permanecer autoconsciente.

O modo como introduzo a prática de ioga é sempre esse, se estamos em movimento ou sentados. É uma introdução de disciplina, de deixar de se preocupar com o pensamento e conectar a mente e o corpo. Tem muita pesquisa feita com essa técnica que mostra os benefícios para o alívio do estresse, para o déficit de atenção e para coisas como o transtorno de estresse pós-traumático.

O que ganhei com as aulas de ioga foi uma estrada para viver uma vida bem mais viva. Aprendi que posso viver o presente com um cuidado que nunca achei possível e ter uma vida saudável, fundamentada e verdadeira."

Presidiário identiicado como T.L.O.

Esse é o fundamento da prática, mas, sabendo que a maioria das questões que os prisioneiros enfrentam são relacionadas com vícios (ao menos 80%) e violência, o que procuro fazer é mostrar para eles que a ioga é uma habilidade que pode ser usada para ajudá-los na recuperação. É uma prática que te ajuda a experimentar o autocontrole.

Essa é a diferença de uma aula para o público, o professor não estaria falando como a prática ajuda na reabilitação, nas tendências violentas.

Geralmente as pessoas olham para os presidiários como seres inferiores. E, de verdade, os presos são um reflexo da sociedade. Questões de vício e violência são comuns na sociedade, tenho certeza de que é similar no Brasil. Temos essa epidemia de vícios de várias substâncias e a violência, que nos desconecta completamente de quem nós somos. 

Acho que existem muitas oportunidades para estender a prática de ioga para outras instituições de reabilitação.

G1 - Qual é o retorno que você tem dos presos?
James -
Fiz uma lista de frases de presos contando como as aulas os ajudaram. Há muitos que continuam em contato comigo depois de libertados e eles ainda me dizem que lembram de coisas que aprenderam na prisão que os ajudam.

G1 - Muitos continuam praticando?
James -
Sim, embora seja difícil para eles, porque a maioria das aulas é oferecida em estúdios, são caras e quando eles deixam a prisão a primeira coisa que eles têm que fazer é achar um lugar para morar, arrumar um emprego. Às vezes, eles estão separados das famílias e têm muitas outras prioridades. Mas vários acabam praticando sozinhos ou acabam achando um jeito de praticar alguma coisa.

G1 - Em quantas prisões você trabalha?
James -
Trabalho nessa principal em San Quentin, no entanto o que tenho feito no último ano é viajar pelos Estados Unidos oferecendo treinamentos para professores de ioga que queiram ensinar em prisões. Como resultado disso, também ajudo professores a fazer contatos com prisões em diferentes partes do país. Também viajei para a Noruega para ajudar a montar um programa parecido nas prisões de lá.

Presidiário faz posição de ioga na prisão de san Quentin (Foto: Robert Sturman/Divulgação)

G1 - Você já viveu alguma situação perigosa na prisão, durante as aulas?
James -
Bem, sim. Quando ensino não existem guardas comigo, fico sozinho na sala com os homens - o que é um dos motivos pelos quais em San Quentin eles não permitem que mulheres ensinem. Sempre existe uma chance de alguma coisa acontecer. Você nunca sabe, às vezes pode ter dois presos na mesma turma que têm alguma questão um com o outro. E houve uma vez em que dois deles quase brigaram. Eu interrompi.

Já fiz alguns cursos de prevenção de violência, resolução de conflitos, essas coisas, então não tenho só treinamento em ioga, tenho também em outras áreas necessárias para esse trabalho.

A ioga me ajudou a sair de um lugar negro."

Preso identificado como J.G.

Houve outras vezes em que achei que seria atacado. A primeira vez foi talvez no segundo ano em que estava lecionando. Tive medo, mas soube que era muito importante lidar com a situação. O que poderia fazer é usar o apito - nós temos que carregar um apito. Tinha um homem que estava muito bravo comigo porque disse que ele não poderia entrar na sala com comida e ele não gostou. Ele voltou com dois amigos e eles foram muito agressivos. Pensei que iam me atacar. Tinha uma sala com 11 alunos e pensei: ok, se eu usar o apito nenhum dos outros alunos voltarão pra aula de novo. 

O que fiz foi explicar muito calmamente que queria que todos considerassem a aula como um espaço separado da prisão. E, mesmo que estivéssemos dentro de uma, queria que por uma hora e meia eles não se sentissem como presidiários. E que era o responsável por manter aquele ambiente para que todos pudessem ir para a aula e saber que era um ambiente de paz e tranquilidade. Aí, ele concordou e parou de ir às aulas duas semanas depois.

Isso acontece porque algumas pessoas não estão prontas para vivenciar a paz, a tranquilidade e a ausência de estresse, de jogos mentais praticados entre os presos. Eu não tolero isso. Não nas minhas aulas.

G1 - Eles não estão acostumados com isso, né?
James -
Não, eles não estão acostumados com esse nível de consciência. Eles estão habituados a desafiar as pessoas para demonstrar que estão no comando: 'hey eu sou o rei aqui'.

G1 - E você também treina alguns presos para serem professores?
James -
Sim, eles não têm um certificado oficial, mas deixo alguns darem parte das aulas. Também ajudo a levantar fundos para alguns presos que querem ser professores quando sair, para que consigam bolsas de estudo.

G1 - E como você se sente em relação a tudo isso? Vale a pena?
James -
Ah, sim, não existem dúvidas quanto a isso. Às vezes, penso e vejo que já ensinei milhares de presos nesses últimos 10 anos. Escrevi um manual de ioga e meditação para presidiários em 2009 e eu o envio de graça para os presos dos EUA que me pedem - e também está disponível no meu site. Já enviei mais de 500 livros e recebo cartas de retorno deles dizendo que estavam presos há tantos anos e que o livro significou tanto para eles, pois agora têm uma prática que podem aprender sozinhos.

Fonte: http://g1.globo.com


Governo quer transformar presos em devoradores de livros

Leitura dos livros da série Crepúsculo, saga de vampiros e lobisomens,
vai valer a detentos alguns dias a menos na prisão.

Por Hugo Souza

O governo federal pretende implementar ainda no primeiro semestre deste ano um programa de redução de pena nas quatro penitenciárias federais do Brasil no qual o cálculo dos dias a menos atrás das grades é baseado no número de livros que um preso lê e na qualidade da resenha que o detento apresentar sobre as obras.

Entre os títulos que serão disponibilizados para os presos estão desde obras clássicas da literatura universal, como Crime e Castigo, de Fiodor Dostoiévski, até livros mais, digamos, “modernos”, como a série Crepúsculo, saga de vampiros e lobisomens que é best-seller nas livrarias e sucesso de bilheteria nos cinemas.

Em troca do abatimento em suas penas, os detentos das penitenciárias brasileiras de segurança máxima poderão ler ainda livros como “O Código Da Vinci”, “1001 Filmes para Ver Antes de Morrer” e “De Malas Prontas”, de Danuza Leão.

O programa, orçado em R$ 34.170, será implementado nas penitenciárias federais de Porto Velho, em Rondônia, de Mossoró, no Rio Grande do Norte, de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, e de Catanduvas, no Paraná.

Duas dessas penitenciárias já concedem o benefício da redução de pena para presos-leitores: Catanduvas e Campo Grande.

Cinco dias de liberdade por uma boa resenha

Em Catanduvas, o detento abate quatro dias da sua pena se conseguir ler um livro e apresentar uma resenha sobre a obra em até 12 dias. Caso a resenha seja considerada boa por uma comissão avaliadora, ganha um dia adicional.

Na penitenciária de Campo Grande, o cálculo é de três dias de redução de pena para cada livro lido e resenhado no prazo de 20 dias. A avaliação é feita por um juiz federal.

Esta não é a primeira tentativa do governo federal para transformar os presos do país em ávidos leitores. Em junho de 2010 começou a vigorar nas quatro penitenciárias federais o programa Pontos de Leitura, uma parceria da Unesco com os ministérios da Justiça, da Educação e do Desenvolvimento Agrário, com um catálogo de 650 títulos à disposição dos apenados.

Um dos presos mais famosos do país, o traficante de drogas Fernandinho Beira-Mar, já passou pelas penitenciárias de Catanduvas e Campo Grande, e relatos dos agentes penitenciários dão conta de que ele é um leitor voraz.
Fernandinho Beira-Mar, o leitor

O traficante já teria lido best-sellers modernos, como “O Caçador de Pipas”, e antigos, como “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu. Quando chegou a Mossoró, onde está preso atualmente, Fernandinho Beira-Mar tratou de se inscrever no projeto “Filosofarte”, desenvolvido em parceria entre a penitenciária e a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, mediante o qual para cada livro comprovadamente lido o preso ganhava três dias de redução de pena.

Ganhava, porque o programa foi encerrado em dezembro. Quando começar o outro programa, o do governo federal, Beira-Mar poderá voltar à rotina de bagagem literária maior, pena menor. Entretanto, por mais que devore livros dos mais variados tipos ele não conseguirá sair da cadeia por meio da literatura.

Uma regra do programa prevê que um preso só poderá abater 48 dias de sua pena anualmente. Condenado a nada menos do que 120 anos de cadeia, Beira-Mar, que tem 44 anos de idade e está preso há dez, conseguiria reduzir sua pena em apenas dois anos e meio se, por exemplo, lesse sem parar pelas próximas duas décadas.

O que ele pode comemorar é sua média de cinco livros lidos por semana, enquanto a média de leitura dos brasileiros em geral é de 1,3 livro por ano.

Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br


GOIÁS E JUSTIÇA RESTAURATIVA

Pastoral Carcerária Realiza Segunda Etapa do Curso

Agentes de pastoral e agentes penitenciários de todo o Brasil se reuniram em Goiás no fim de semana de 11 a 13 de novembro para o curso sobre Perdão e Reconciliação e Círculos de Paz. Os próprios participantes são convidados a recuperar situações concretas de suas vidas que os levam a exercitar sua paciência e capacidade de ouvir nas sessões de círculo de paz.

 

JUSTIÇA RESTAURATIVA

Presos Participam de Curso sobre Reconciliação

Entre os dias 17 de agosto e 14 de dezembro 12 presos participaram do curso Espere, sobre perdão e reconciliação, promovido pela  Pastoral Carcerária, o Centro de Defesa de Direitos Humanos do Campo Limpo e a direção do CDP II de Pinheiros. O curso durou 30 horas e muitos presos se emocionaram e manifestaram o desejo de encontrar suas vítimas para pedir perdão e fazer a reconciliação. Os temas tratados foram "como lidar com minha raiva", "como sou violento e como sou vítima e agresssor", "o que significa perdão, verdade e restauração". Esta parceria inédita entre presos, sociedade civil e Secretaria promete multiplicar-se para outros estados. 


Em meio à epidemia de crack, Brasil fracassa em tratamento para dependentes

Levantamento feito pelo iG mostra que o País possui apenas um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas para cada 7 milhões; Amazonas não tem nenhum

Menos de 20 meses após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter lançado o Plano Nacional de Combate ao Crack, o governo anunciou nesta quarta-feira mais um programa de combate a essa e outras drogas. As mudanças devem atingir a atual rede de assistência a dependentes químicos, que é deficitária e sofre acusações de desrespeito aos direitos humanos.

Foto: Divulgação - Imagem da Cracolândia, no centro de São Paulo

Levantamento feito pelo iG mostra que o Brasil possui apenas um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) para cada 7 milhões de pessoas. O Estado do Amazonas, por exemplo, não possui nenhuma unidade de Caps AD.

Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional de Municípios revela que ao menos 74,3% das cidades brasileiras enfrentam problemas com o consumo de drogas. A pesquisa também mostrou que o crack começa a substituir o álcool nos municípios de pequeno porte e áreas rurais e que uma pedra custa menos de R$ 5.

Um dos pilares da reforma psiquiátrica de 2001, que prevê internação apenas em casos extremos, o Caps AD promove o acompanhamento clínico, tratamento ambulatorial e a internação de curta duração de pessoas com transtornos pelo uso de crack e outras drogas. Atualmente, existem 271 Caps AD no País.

Ex-dependente: Já gastei R$ 1000 em um dia

Para Arthur Guerra de Andrade, médico psiquiatra, especializado em dependência química, a ideia do Caps AD é boa, mas a rede não foi feita de forma eficiente. “É preciso ter uma pulverização desses Caps”, diz.

Previstos para serem instalados em municípios com pelo menos 70 mil habitantes, os Caps AD não estão presentes em 423 cidades com esse mínimo populacional.

O Estado de São Paulo, por exemplo, tem 100 municípios com mais de 70 mil habitantes e apenas 66 unidades de Caps AD. O Rio de Janeiro, que conta com 35 cidades com esse volume populacional, possui 18 Caps AD, e o Pará, com 20 municípios de médio ou grande porte, tem seis Caps AD.

O Ministério da Saúde forneceu dados por Estado e não por município, portanto uma cidade pode ter mais de uma unidade de CAPs AD, como o município de São Paulo.

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Humberto Verona, defende os Caps AD como uma possibilidade "da pessoa continuar o tratamento e ter sua liberdade respeitada”.

Segundo o ministério, equipes de Saúde da Família, consultórios de rua, Casas de Acolhimento Transitório (CATs) e Comunidades Terapêuticas compõem a rede de assistência à saúde de dependentes químicos.

Internação
As Comunidades Terapêuticas, em que os usuários ficam internados, veem sendo condenadas por entidades. Para o Conselho Federal de Psicologia, as Comunidades são instituições privadas ligadas a grupos de interesses específicos, como entidades religiosas.

De acordo com Relatório da 4ª Inspeção Nacional de Direitos Humanos – locais de internação para usuários de drogas, 68 Comunidades Terapêuticas foram visitadas no País e em todas elas foram registrados abusos.

Houve casos de imposição de abstinência sexual, presente em 21 das 25 unidades da federação avaliadas, mão-de obra não remunerada, em 18 Estados, imposição religiosa (17), castigos proibitivos e físicos (16), adolescentes e crianças com adultos (13), prática de isolamento (11), situações constrangedoras (9) e apropriação de documentos (9).

Para Verona, presidente do CFP, as Comunidades Terapêuticas estão baseadas na crença de cada entidade e na internação compulsória.

“O método de tratamento usado nessas Comunidades é baseado na religião, na abstinência como solução, no comportamento moral”, afirma.

“O que nos deixa indignados é que a política de tratamento está sendo feita em torno desses modelos de internação compulsória em comunidades terapêuticas. Isso é um retrocesso”, completa.

Para Guerra, a Comunidade Terapêutica é uma ferramenta que deve ser usada. “A imensa maioria dessas comunidades tem orientação correta e ajudam no tratamento. Mas, é provável que algumas não respeitem as normas, mas isso tem em todas as áreas”, disse.

Já Verona quer que o governo retire as Comunidades do plano de combate às drogas, que lança nesta quarta.

“A internação compulsória é prevista na lei, mas requer que haja um processo judicial e uma autorização do juiz. O que estamos vendo é uma banalização disso. Nas comunidades a pessoa não vai ser tratada, vai ser segregada. Depois, ela vai ser devolvida à sociedade e aí as políticas públicas vão ter que assumir o caso porque na comunidade não há um plano de continuidade do tratamento”, afirma o presidente do CFP.

O Ministério da Saúde, por meio de sua assessoria de imprensa, afirma que as “internações hospitalares estão disponíveis aos dependentes químicos e devem ser vistas como uma das possibilidades de tratamento (de acordo com indicação médica) e dentro de uma concepção ampliada de atendimento, incluindo o acompanhamento integral do paciente”.

Verona defende tratamento aberto, “dentro da lógica da diminuição de danos”, como os Caps AD. Ele lembra que o número de Caps que funcionam 24 horas - três no País - é insuficiente e precisam ser expandidos. Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br


Polêmica em torno da anistia
para traficantes

Utilizada por países como a Colômbia, proposta gera debates no Brasil.
Por Fernanda Dias

Em recente entrevista publicada na revista “Época”, o ex-chefão do tráfico da Rocinha, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, defendeu a anistia como forma de se retirar bandidos da vida criminosa e de reintegrá-los à sociedade. A proposta é polêmica, mas já há quem a defenda e até países que adotam o modelo de perdão para quem quer largar as armas.

“Na Colômbia, eles tiraram do crime milhares de guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) porque deram anistia e oportunidade para se integrarem à sociedade. Não peço anistia. Quero pagar minha dívida com a sociedade”, disse Nem à publicação.

Pelo menos desde 2004, a Colômbia vem concedendo indultos a guerrilheiros. Em 2007, o país aprovou uma proposta de anistia para recuperar armas mantidas ilegalmente por parte da população e pelos grupos paramilitares, como as Farc. Meses depois, o governo brasileiro divulgou uma nota em que destacava as manifestações do executivo colombiano no sentido de conceder anistia a guerrilheiros presos em troca da libertação dos sequestrados. Na ocasião, a ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt ainda estava sob poder do bando.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que presidiu a CPI das Milícias e recentemente deixou o Brasil a convite da Anistia Internacional após receber ameaças de morte, se diz favorável ao projeto de anistia desde que ele seja bem elaborado e válido apenas para quem não tenha condenação:

“Hoje um preso custa R$ 1.500 por mês para o governo. A anistia tem sido uma solução bem sucedida em alguns lugares até porque é mais barato pensar nesta alternativa do que na privação da liberdade. Mas é preciso que seja feita uma proposta bem articulada entre judiciário e executivo”, afirma ele, lembrando que desde o final da década de 90 se debate alternativas ao atual sistema prisional brasileiro.

Outro defensor de um programa de anistia para traficantes é o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que em algumas entrevistas já expressou seu apoio à ideia. O coordenador do AfroReggae, José Júnior, também levanta constantemente essa bandeira e inclusive já produziu dois episódios do programa “Conexões Urbanas” sobre o tema. Um de seus argumentos é que é grande o número de jovens que querem largar o tráfico, mas precisam do estímulo de um instrumento jurídico.

A questão, no entanto, não é vista com bons olhos pelo governo federal. O ex-secretário Nacional de Justiça Pedro Abramovay irritou a presidência ao defender o fim da prisão para pequenos traficantes. Com isso, se tornou a primeira baixa importante da era Dilma. Em entrevista ao jornal “O Globo”, Abramovay disse que o governo deveria enviar ao Congresso um projeto que respalda o uso de penas alternativas para quem pode ser classificado entre usuário e traficante e é réu primário. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, logo descartou que o governo estivesse analisando algo do tipo e chegou a dizer que a proposta era oposta, com endurecimento da pena para quem participasse de organizações criminosas.

De fato, há mais de uma dezena de projetos de leis criados com propostas que vão do aumento da pena por tráfico, que passaria de 5 para 15 anos, à determinação do cumprimento da sentença integralmente em regime fechado.

O doutor em Ciências Sociais e professor do Instituto Universitário de Pesquisa Social do Rio de Janeiro (Iuperj) Rogério Ferreira de Souza faz coro pela emergência de um novo sistema prisional, mas é cauteloso na comparação entre o crime organizado no Brasil e as Farc.  Ele explica que o soldado das Farc tem uma motivação e um discurso diferente dos traficantes de drogas no Brasil.

Segundo o especialista, no caso da Colômbia, os guerrilheiros são na sua maioria camponeses pobres ou moradores de áreas empobrecidas da cidade que buscam na organização uma vida melhor. Para o professor, à medida que o governo colombiano promova mudanças sociais, políticas e econômicas o próprio sentido da luta guerrilheira vai perdendo a sua legitimidade. Já no caso do Brasil, ele avalia que o processo é bem diferente, pois a ideologia que acompanha os traficantes é a do consumo e da busca pelo poder na sociedade:

“A perspectiva não é revolucionária e de mudança social. É uma perspectiva de ganhos materiais e de uma vida de prazer imediato. Os traficantes não veem em suas atitudes criminais uma busca de um país melhor e nem de uma sociedade mais justa. E, nesse sentido, a incorporação desses indivíduos na sociedade é um caminho mais longo e estrutural”.

Souza ressalta ainda que a anistia a traficantes delatores produz muito mais resultado na ação do estado no combate ao crime organizado e à corrupção de policiais:  “É preciso muito mais. É preciso transformar o sistema prisional em um modelo em que trabalho remunerado e educação sejam oferecidos. É preciso diferenciar o grande traficante daqueles que atuam no tráfico como meio de sustento. É preciso oferecer oportunidade para os jovens pobres das cidades brasileiras. Enfim, é preciso fomentar um conjunto de valores e perspectivas de vida para todos os cidadãos”. Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br


Ação aproxima famílias para ressocialização de presos na Paraíba

Serviços e oficinas gratuitos fazem parte da ação social.
Unir presos e famílias é fundamental para a ressocialização, diz secretário.

Uma ação social desenvolvida pela Secretaria de Administração Penitenciária teve início neste domingo (13) no Presídio de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes, mais conhecido como PB1, em João Pessoa, com o Ação Família, que tem o objetivo de aproximar os detentos dos seus familiares, fortalecendo laços e auxiliando no processo de ressocialização.

Oficinas de maquiagem, corte de cabelos, serviços de saúde como verificação de pressão arterial, distribuição de preservativos e de panfletos educativos estão entre as atividades do evento, além de um cafá da manhã, sorteio de cestas básicas e recreação com as crianças.

Ação aproxima famílias para ajudar
na ressocialização de presos do sistema prisional da Paraíba
(Foto: Antônio Vieira/TV Cabo Branco)

A proposta é levar aos detentos e seus familiares uma visão diferentes do presídio, além de tomar a família parte no processo de reinserção do preso à vida social. O secretário Harrison Targino disse que a família compõe uma das metas do programa de ressocialização Cidadania é Liberdade.

"Trabalhar com a família é fundamental para a ressocialização do detento. Não se prende uma pessoa sem refletir esse ato com toda a família, por isso é necessário que a base familiar seja preservada”, disse o secretário.

De acordo com a gerente de Ressocialização da Seap, Ivanilda Gentle, mais eventos como este serão realizados dando oportunidades aos parentes dos reeducandos de participarem deste processo. Fonte: http://g1.globo.com


Presos de Mandaguari ganham novo estilo de vida com a reciclagem

 Nem parece cadeia. Homens que cometeram crimes vivem soltos, trabalham,
ganham dinheiro e se preparam para serem recebidos de volta na sociedade

Com a fabricação de vassouras,
André de Oliveira está juntando dinheiro para iniciar nova vida
quando sair da cadeia

Com bonecos gigantes, verdes, vermelhos, azuis, transparentes, aparecendo por cima do muro, sons de máquinas trabalhando, rádio ligado e um animado converseiro, a Delegacia de Polícia de Mandaguari (a 39 quilômetros de Maringá) pode dar a quem passa pela rua a impressão de que ali funciona um barracão de escola de samba ou algum tipo de empresa onde as pessoas trabalham contentes. Nem de longe lembra outras cadeias, onde pessoas que cometeram crimes vivem amontoadas em celas superlotadas.

Na cadeia em que os presos só usam as celas para dormir é normal durante o dia ver grupos de estudantes levados por professores circulando pelo pátio e pessoas, inclusive empresários e autoridades, batendo animados papos com os presos. Os estudantes vão para conhecer o trabalho artístico realizado pelos presos e saem de lá com lições e ecologia e os empresários e autoridades vão para discutir parcerias para a continuação do trabalho “em que são beneficiados tanto os detentos quanto a comunidade”, como diz o delegado Zoroastro Nery do Prado Filho.

Por meio de uma organização não governamental criada na cadeia de Mandaguari, foi feito um acordo com a empresa Nova Atitude Reciclagem, de Maringá, que vende vassourões para prefeituras e empresas de várias cidades brasileiras feitos a partir de fios retirados de garrafas de Politereftalado de etileno, as conhecidas PETs que tantos problemas provocam ao meio ambiente.

Em um barracão construído especialmente para a oficina dos presos, por meio de equipamentos inventados pelo fundador da empresa, Áureo Antonio dos Santos, os presos retiram o fio e encaixam em um suporte de plástico, montando o vassourão. As partes que sobram das garrafas de refrigerantes – o fundo e o bico – são destinadas ao artesanato e no mesmo barracão outros presos montam papais noéis, anjos, trenós e outras figuras, algumas gigantescas de até três metros de altura, que depois são pintadas. Para terminar, uma iluminação interna tornará os bonecos luminosos para enfeitarem as avenidas e praças da cidade no período natalino.

Não estamos presos em celas, estamos em um ambiente de trabalho honesto e agradável”   Ivandro da Rocha Batista, detento

Aqui ninguém tem tempo para pensar em crime”, diz o soldador Aparecido Ramos, que coordena a construção do esqueleto dos bonecos com barras de ferro e ainda ensina seu ofício aos colegas interessados em ter uma profissão para quando sair da cadeia. “Estamos pagando nosso débito com a sociedade com um trabalho que nos deixa orgulhosos”.

Para o delegado, a oficina proporciona ocupação aos apenados, mas, “muito mais do que isto dá a eles dignidade, objetivos para a vida e o interesse de levar uma vida digna quando saírem daqui”. Segundo Nery do Prado, ao concluir a pena, a maioria dos presos não enfrenta dificuldades para trabalhar e geralmente é bem aceita de volta na sociedade.

O preso André Santos de Oliveira, que trabalha na montagem dos vassourões, diz que só vê vantagens no trabalho oferecido na cadeia de Mandaguari. “Por cada dois dias de trabalho nós temos a redução de um dia na pena, o que fazemos aqui é vendido e ganhamos dignamente dinheiro para mantermos nossas famílias lá fora”. “Além disso, não estamos em celas, estamos em um ambiente de trabalho honesto e agradável”, completa Ivandro da Rocha Batista.

Com mais de 20 anos de experiência em cerca de 10 delegacias, o agente Cláudio Vicente de Farias diz que não conhece outras cadeias onde o clima entre os presos seja tão positivo. “O trabalho dá a eles um objetivo e assim a convivência, ao invés de ser um aprendizado do crime, como ocorre em outras cadeias, torna-se uma união de forças”.

Segundo o policial Gustavo Ricciardi de Aguiar, “eles têm consciência de que estão realizando um trabalho importante e isso é importante para a autoestima”. De acordo com o policial, o trabalho é ecológico, por retirar de circulação milhares de garrafas plásticas, transformando-as em enfeite que em breve poderão estar no Natal de outras cidades.

Fonte: http://maringa.odiario.com


AMAZONAS: TERRA SEM LEI

Tortura, Mortes e Violações de Direitos de Funcionários
e Presos no Estado do Amazonas

A ausência do Estado de Direito na região amazônica chegou ao limite do intolerável. As prisões do Sudoeste Amazônico têm sido lugares de tortura e mortes já denunciados muitos vezes pela Pastoral Carcerária. No dia 11 de outubro, uma rebelião anunciada no presídio de Humaitá causou a morte de um preso, e deixou outro gravemente ferido. Dois agentes penitenciários há 4 meses sem receber salário se encontram ameaçados. Na cidade de Pauini, agentes policiais têm torturado e aterrorizado os presos, sem que qualquer ação tenha sido tomada.

Fonte: www.carceraria.org.br


EQUAÇÃO EQUIVOCADA:

Construção de Presídios=Redução da Superlotação

O Governo Federal tem anunciado o investimento de um bilhão de reais na construção de presídios para fazer  frente a superlotação, como se este problema pudese ser resolvido com o aumento do número de vagas. O Governo abandonou as políticas de alternativas à prisão para investir recursos numa política fadada ao insucesso e que gerará custos enormes para os estados. A manutenção de presídios consome o orçamento dos estados, não reduz a criminalidade e não resolve o problema da superlotação, que não é sinônimo da falta de vagas, mas de vida indigna na prisão, com parcos recursos materiais, poucos e mal pagos agentes penitenciários e falta de assistência jurídica.

Fonte: www.carceraria.org.br


INFORMATIVO JUSTIÇA CRIMINAL

Pastoral Carcerária Prioriza Combate à Revista Vexatória e à Tortura

A segunda edição do Informativo Justiça Criminal elaborado por Conectas, Sou da Paz e Pastoral Carcerária alerta os parlamentares da necessidade em priorizar o combate à tortura e à revisa vexatória de familiares de presos em todas as prisões do país. Após uma série de humilhações físicas e verbais sofridas na tentativa de visitar ao seu esposo em uniade prisional de Franco da Rocha, sob acusação de portar drogas, Patrícia foi levada para ser examinada no hospital, para se constatar que não estava tentando colocar drogas no interior da prisão. Histórias como essa .

Acesse o Informativo

Fonte: www.carceraria.org.br


Pastoral Carcerária do RN lança Blog

A Pastoral Carcerária do Rio Grande do Norte lançou um Blog para divulgar e informar excelente trabalho realizado naquele estado. A atuação política e evangélica da Pastoral Carcerária são destaques do Blog. Confira mais notícias

PCr Salvador Promove Retiro Anual
Nos dias 30/9, 1 e 2 de outubro estiveram reunidos  54 agentes de pastoral carcerária da arquidiocese de Salvador da Bahia para o retiro anual. O assessor foi o irmão Henrique da igreja da Trindade e o tema “Levanta-te e anda”. Henrique acolhe moradores de rua na comunidade da Trindade na cidade baixa de Salvador.  Relato do padre Filip: Na sexta-feira a noite com a oração da cruz. Três cruzes foram colocadas uma em cima da outra: a cruz do sofrimento do mundo com os nomes dos detentos que conhecemos; uma cruz com aquilo que nos amarra e que precisamos ser libertados e a cruz de Cristo com os seus braços abertos. Nós somos chamados para abraçar com os braços de Cristo os detentos e eles nos abraçam com os braços de Cristo para curar nossas feridas. Este reciprocidade na relação é fundamental. No sábado olhamos como Jesus age diante do sofrimento da humanidade. Ele escuta os gemidos dos detentos e também das vítimas. Nos evangelhos Jesus diz em nove situações diferentes: “Levanta-te e anda”. Nós nos dividimos em sete grupos para refletir sobre estes textos e depois apresentamos a nossa reflexão no plenário. À tarde aprofundamos nos Atos dos apóstolos como também Pedro e Paulo caíram e tiveram que se levantar. E como eles aprenderam de dizer como Jesus: “Levanta-te e anda!” Suscitando vida naqueles que aparentemente já estão mortos, ajudar para que a pessoa possa andar de novo com suas próprias pernas. À noite na vigília da luz ouvimos o testemunho de Bete, ex-presidiária e ex-drogada, que se levantou e começou a andar, trabalhando, estudando e como noiva se preparando para se casar. A igreja existe para anunciar que Jesus Cristo está vivo no meio de nós. A Igreja é convidada a apresentar a Jesus o sofrimento da humanidade. Dizemos como São Paulo na sua carta aos Efésios (Ef.5,14): “Acorda, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará.”  

CONASP
Prepara 2ª Conferência Nacional de Segurança Pública

O representante da Pastoral Carcerária no Conselho Nacional de Seguraça Pública Geraldo Soares Wanderley, viajou à Brasília para participar de Reunião Ordinária do CONASP (Conselho Nacional de Segurança Pública). Nos dias 03 e 05 de outubro, nas das reuniões das câmeras técnicas, os preparativos para a 2ª Conferência Nacional de Segurança Pública que será em 2012. A reunião contou com a participação de Secretários de Segurança Pública de Alguns Estados que apresentarão as experiências de como funcionam os Conselhos Estaduais em seus respectivos estados. Houve ainda, uma discussão sobre a autonomia das pericias e uma apresentação do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) sobre a situação das prisões do País e as políticas que o órgão tem para o setor.
 

LEIA MAIS EM

Psicóloga infantil defende a
palmada em livro

Denise Dias afirma que o maior problema é que os pais confundem o tapa com uma surra. Dúvida faz com que eles pequem na permissividade, afirma

 A autora salienta que cabe aos pais, e somente a eles, a maior e principal responsabilidade sobre a educação e formação dos filhos

A chamada "Lei da Palmada" causou muita polêmica no País desde que foi anunciada, em 2010. O projeto de lei, que conta com o apoio de diversas personalidades, como a apresentadora Xuxa e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem como principal objetivo acabar com a punição física contra crianças e adolescentes que apanham dentro de casa.

Por outro lado, há pessoas que discordam dessa tese e acreditam que uma palmada de vez em quando faz bem e ajuda na educação das crianças. Uma delas é a terapeuta infantil Denise Dias, que está lançando o livro "Tapa na Bunda – Como impor limites e estabelecer um relacionamento sadio com as crianças em tempos politicamente corretos" (Matrix Editora).

A obra pretende ajudar os pais que têm dúvidas sobre como impor limites e alcançar resultados eficazes, mostrando que existe uma divisão clara entre violência e respeito, agressão e disciplina. De acordo com a terapeuta, o maior problema é que as pessoas confundem o tapa com uma surra. "Os pais de hoje sofrem por não ter a certeza de como agir como pais e pecam na permissividade", alerta.

Segundo a autora, muitos condenam o tapa e os castigos aos filhos. Mas se esquecem de que cabe aos pais, e somente a eles, a maior e principal responsabilidade sobre as crianças: a formação de seus valores, do seu caráter e do que cada filho será como adulto quando crescer.

Fonte: bonde.com.br


Direitos e Deveres dos Presos

A execução penal pressupõe um conjunto de deveres e direitos envolvendo o Estado e o condenado. Além das obrigações legais, o condenado deve submeter-se a um conjunto de normas de execução penal.

No artigo 41 da LEP, estão os direitos dos condenados, e, nos artigos 38, 39, 44, 52 da mesma lei, os seus deveres.

Atentando às considerações em que a assistência social tem por finalidade amparar o preso e prepará-lo para um possível retorno à liberdade, elencam-se como principais problemas do sistema carcerário a violência física, psicológica e sexual entre os segregados. A superlotação penitenciária ignora atendimento médico e psicológico, deixando presos praticantes de crimes hediondos juntos com réus primários. Assim, as normas de proteção aos detentos são prejudicadas, dificultando a recuperação. Essa, obrigação do Estado, sem a mínima condição de ressocialização,  é garantida pela lei - e imprescindível ao preso. Restringe-se portanto, ao caráter de punição, castigo e vingança estatal, como forma de retribuição ao crime praticado.

A LEP garante ao preso audiência com o juiz, se sofrer qualquer tipo de ameaça. Se é um dever do preso ter bom comportamento na prisão, assim também cabe ao Estado assegurar-lhe esse comportamento. O artigo 3º da LEP assegura ao preso todos os direitos não atingidos pela sentença, inclusive o de ser tratado dignamente. O Estado está autorizado a prender pessoas, isolá-las da comunidade, mas está limitado a reeducar o preso para uma futura volta à sociedade. Os direitos e deveres devem ser recíprocos dentro do presídio, mas não é o que acontece. À  autoridade judicial, cabe garantir os direitos do preso e fazê-lo cumprir seus deveres pelo sistema penal e penitenciário. Ao Poder Judiciário, cabe fazer o controle externo da administração do presídio com seus deveres e zelar pelos direitos individuais do preso e seu correto cumprimento da pena.

Ademais, nem sempre se vê a correta aplicação da legislação ao problema concreto. Muitas vezes, deparamos com decisões desumanas, em total afronta à Constituição, mostrando que, o que vemos não é a falta de lei, e sim o seu desrespeito. Não basta uma legislação coerente, e sim sua efetiva aplicação.

De nada adianta querer obrigar o condenado a cumprir suas obrigações dentro do sistema penitenciário se o Estado não cumpre com suas obrigações quanto ao resguardo à vida individual. Crimes são cometidos pela falta de educação que cabe ao Estado garantir, gratuitamente, fora e dentro da prisão.

Conforme artigo 121, parte especial do Código Penal: “a pessoa sob o duplo ponto de vista, moral e material, é um dos mais relevantes objetos da tutela penal”.

                                                             Luciane Born


A depressão por entre as grades....

Afinal, o que é depressão??

A depressão é a principal causa da anulação humana e a segunda causa de perdas de anos de vida saudáveis. Ela é uma doença mental que se caracteriza por tristeza profunda, que se prolonga com o passar do tempo. É a perda do interesse por atividades habitualmente sentidas antes como agradáveis, é a perda de energia, é o cansaço físico e mental.

Toda situação que nos afeta de forma negativa agrava esses sintomas, podendo perdurar por anos, se não for tratada.

A depressão pode afetar pessoas de todas as idades, desde a infância até a terceira idade. Quando não é tratada, leva ao suicídio.

Ela pode ser episódica, recorrente ou crônica, e conduz à diminuição substancial da capacidade do indivíduo em assegurar suas responsabilidades diárias.

Suas causas diferem, e é possível afirmar que há fatores que influenciam em seu aparecimento, desde a condição de vida até a perda de um ente querido. 

Mas o que dizer da depressão que se inicia numa cela? Há resquícios de que quem ali entra em depressão sabia aonde ia chegar.

A marginalidade cresce a cada dia, podendo vir das famílias ricas, onde o dinheiro nunca foi problema, até que se encontre com a droga.

Episódios de famílias da classe média – alta, que pude verificar, a única ponte a levar um familiar ao caminho da droga chama-se: amigo. O tal grupo do qual não pode se desvencilhar, o tal parecer ‘careta’ perante a turma, o isolamento por não participar de certas atividades... E compensa o futuro?

Falamos semana passada na criminalidade feminina, que cresce mais a cada segundo, e quem faz algo ilícito tem as garantias do que pode acontecer. A tal frase “não sabia que iria acontecer comigo” é mera conversa; quem entra para o mundo do crime, está certo do que virá pela frente.  Prisão, grade, cadeia, perda da liberdade, perda da vida em sociedade, perda da autoestima, perda da confiabilidade. Depressão.

A maioria dos presos é abandonada pela família, o que piora a esperança de enxergar uma luz no fim do túnel. Mas eles sabiam que a cadeia poderia ser uma das consequências quando praticaram o delito. Não pensaram, pois o raciocínio nessas horas é o que menos prevalece. Em busca ou em troca de dinheiro fácil, fazem o que for possível, e a vida lá fora mostra uma realidade completamente oposta daquela que viviam.

Todo depressivo deveria contar com apoio de amigos, famílias e procurar levar a vida sempre no presente, com estimativas positivas, com alegria para que se gerem energias positivas, qualquer manifestação de desânimo, de incapacidade, ajuda para que a negatividade se torne cada vez mais presente. Não existe fuga para depressão, pois, após o sono, acorda-se para a realidade, e a depressão volta a atormentar. Fugir dos problemas é para quem não tem capacidade de assimilar o bem à sua volta. Sejamos francos em saber que o amor, o carinho e a presença de fluidos positivos nos tornam mais fortes e mais seguros de que o amanhã será diferente. Mas como dar amor, carinho a quem comete um crime? É... Algo complicado, mas que podemos, através de conversas, tentar entender o que o levou a cometer tal crime, mostrar que a vida assim não segue adiante. Até mesmo fazê-lo sentir-se em estado de depressão extrema, para que entenda que o que fez o prejudicou pelo resto da vida, assim como suas vítimas.

Ninguém nasce corrupto, ninguém nasce ladrão, ninguém nasce querendo praticar o mal. Isso tudo se deve ao comportamento e à educação no decorrer do crescimento. Os ensinamentos dados, as pessoas à volta, o mundo em que foi criado é que denota a possibilidade de algum ser humano se tornar marginal. Porém, nem todos; há uma minoria que vive na classe A que tem condições de vida digna, que tem estudo, que tem trabalho, que tem boas influências... O que se passa na cabeça deles? O que os leva a praticar um delito?

Estudos comprovam que tudo que é novidade, que há de ser feito às escuras, desperta curiosidade, e só segue em frente quem não teme as consequências futuras.

A droga, o roubo e o sequestro não escolhem o autor. Este, sim, é que tem escolhas a fazer. E cada um faz sua escolha na vida. A pergunta final é:

- Você tem refletido nas escolhas que fez?


Ressocialização: realidade ou utopia?

Muito se discute sobre a superlotação dos presídios, ressocialização de presos condenados e construção de novos presídios de segurança máxima. É um contra-senso falar sobre esses assuntos sem políticas públicas efetivas que contemplem de forma honesta e concreta soluções a curto, médio ou longo prazo. No que se refere à superlotação, questões fundamentais exercem influências relevantes. É o caso da aplicação das penas alternativas, destinadas aos crimes de menor potencial ofensivo, cujo mecanismo nem sempre tem sido utilizado, ou quando o é, acontecem nas brigas de vizinho ou beneficiam apenas os chamados criminosos de colarinho branco. Isso quando estes não saem isentos de qualquer punição. A superlotação deriva de vários fatores, como os resultantes de prisões em flagrantes ou preventivas decretadas, cujos presos, enquanto aguardam habeas corpus ou resultados de investigações. Estas, geralmente prorrogadas por tempos indeterminados e que culminam no cumprimento de penas em delegacias de polícia. Como haver ressocialização dessa forma, se isso consiste em dar ao preso condições profissionais, educacionais e culturais para que ele retorne à sociedade com capacidade de exercer alguma atividade nobre, de modo a contribuir e não mais viver à margem da sociedade? Alguns presídios de segurança máxima construídos recentemente até estão preparados para o ensino profissionalizante, porém a sociedade ainda não está apta culturalmente para receber os egressos do sistema prisional. E o efeito dessa aculturação é como o de um bumerangue quando atirado e que retorna à origem, às vezes provocando grandes estragos.

A população carcerária no Brasil é composta, em sua maioria, por jovens entre 18 e 30 anos de idade, oriundos das classes média e principalmente da baixa. Reflexo da falta de melhores condições sociais, culturais e financeiras. Assim, não há como falar em ressocialização, sem primeiramente, tratar da inclusão social das camadas mais carentes da população urbana e das que vivem nas regiões metropolitanas e interioranas do País.

Atualmente milhares de presos cumprem pena de forma subumana em celas superlotadas, apinhados uns sobre os outros. O sistema carcerário se propõe a recuperar e reeducar os presos e prepará-los para retornar à sociedade e se tornarem produtivos para que não reincidam em práticas delituosas.

Infelizmente isso não ocorre, e cada vez mais encontramos presos reincidentes. Os presos ficam na maior parte do tempo ociosos na maioria dos presídios, eles só se movimentam na hora das atividades esportivas, invariavelmente, o jogo de futebol. Poucos presídios dispõem de assistência médico-odontológica, psicológica ou de assistentes sociais que acompanhem as condições dos seus familiares. A sociedade só perde com isso e ainda terá

que conviver com mais violência. Alguns até afirmam que os indivíduos trancafiados não têm mais qualquer chance de recuperação e fazem apologia à pena de morte como instrumento para reduzir o problema da superpopulação carcerária. Seria uma maneira irascível e irracional para combater um problema que é responsabilidade tanto do Estado como da sociedade e que criaria, em conseqüência, outros problemas de ordem jurídica e moral.

Por outro lado O Estado não deveria arcar com o ônus de custear o sistema carcerário e deveria transferir essas atividade para a iniciativa privada, a exemplo do que ocorre em outros países. Com isso, tirar-se-ia um peso das costas do Estado, e o dinheiro que era utilizado neste setor poderia ser utilizado em outras áreas com um maior retorno social, como a educação, cultura e o bem-estar social. Sob este viés, é fácil constatar que um investimento maior nos problemas básicos da população, a construção de mais presídios tornar-se-á desnecessária e com resultados totalmente benéficos.

Envolvimento social

Os problemas do sistema penitenciário são inúmeros, mas podem ser resolvidos com políticas penitenciárias criadas por um sistema de gestão contínua dentre as quais a direção de presídios por pessoas conhecedoras profundas do assunto, preferencialmente funcionários de carreira, caso exista algum plano nesse sentido, e não meramente indicadas por governantes apenas para cumprir um papel político e não profissional. Isso facilitaria a responsabilização administrativa, pois o que ocorre geralmente em caso de fugas e rebeliões, morte de presos e o diretor indicado, no máximo perde o cargo, e o ônus recai sobre carcereiros e outros profissionais do sistema através de sindicâncias e processos administrativos e ainda prejudica a saúde desses trabalhadores, que vivem em condições de estresse total e neuroses adquiridas no dia-a-dia, que provocam inclusive, a desagregação familiar. Corrobora essa situação ainda, a falta de envolvimento da sociedade que acredita que quando o indivíduo é preso acaba o problema da criminalidade. Mas, se essa não se manifesta não há como o Estado tomar providências se não for acionado.

Soluções existem, porém devem ser repensadas de maneira integrada com a sociedade para um envolvimento maior e responsável. Caso contrário, por muito tempo ainda irão persistir esses problemas.Em síntese, como se pode reintegrar à sociedade uma pessoa que nunca esteve integrada por rejeição da própria sociedade?

João Carlos da Costa 

Bel. Químico, professor, Escrivão de Polícia, Jornalista e acadêmico de Direito.


Norma veta comércio religioso
em presídios

Resolução da Secretaria de Justiça impõe novas restrições a atividades
de cunho religioso em estabelecimentos penais do Paraná

A assistência religiosa nos estabelecimentos penais do Paraná ganhou novas restrições a partir de uma resolução publicada anteontem pela Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju). A nova resolução proíbe a comercialização de produtos religiosos e livros dentro dos presídios, o que antes era permitido. O pagamento de dízimo se manteve proibido. Além disso, as entidades religiosas interessadas em atender seus fiéis encarcerados deverão apresentar solicitação formal ao Departamento Penitenciário do Estado (Depen-PR), com o calendário e horários das atividades.

“Antes os líderes religiosos batiam nas portas dos presídios e muitas vezes não conseguiam entrar por falta de planejamento e organização. Isso afastava determinados grupos religiosos dos estabelecimentos penais. Agora, essas entidades interessadas em prestar assistência a seus fiéis terão data e horário para entrar no presídio, o que garante o direito dos presos”, esclarece a promotora do Centro de Apoio às Promotorias de Execução Penal do Paraná Maria Esperia Costa Moura.

Resolução

A Resolução n.º 103/2011 foi elaborada pela Seju após discutições com entidades religiosas e com o Ministério Público do Paraná (MP-PR). Outra novidade, segundo a promotora, é a liberdade dos líderes religiosos visitarem vários presídios da mesma cidade ou do estado. “Antes um grupo religioso só podia participar de atividades em um determinado presídio. Agora, eles podem se cadastrar em vários estabelecimentos penais. O objetivo da resolução é de disciplinar as atividades religiosas no sistema penitenciário”, ressalta Maria.

A promotora lembra que a assistência religiosa é um direito do preso. Além disso, pode ajudar o MP-PR a controlar possíveis excessos de punição. “A meu ver, é um avanço no sistema penal estadual porque todas as ações do presídio ficarão mais transparentes para a comunidade, o que ajuda a garantir os direitos humanos.”

Em Maringá, região Noroeste do estado, além de receber assistência religiosa coletiva, os detentos recebem também a visita de líderes religiosos de forma individual. Todas as semanas, cerca de dez presos da Peni­ten­­ciária Estadual de Maringá (PEM) solicitam esse tipo de atendimento. “É uma prática legal, prevista na resolução, desde que seja oferecida toda a segurança necessária, porém não é comum nos presídios do estado. Eu pelo menos desconhecia”, conta a promotora Maria Esperia Costa Moura.

O diretor-geral da PEM, Luciano Marcelo Simões de Brito, disse que o sistema de atendimento particular religioso ao preso é chamado de capelania. “Os líderes vêm no presídio e atendem seus fiéis de forma individual, mas tudo previamente agendado. Damos essa opção ao preso porque percebemos a mudança de comportamento após os atendimentos. Para isso, oferecemos o máximo de segurança”, diz Brito.

Todos os meses 220 dos 370 presos participam dos cultos coletivos na PEM. “As reuniões são quinzenais, duas igrejas por sábado. Esse vínculo coletivo entre líder religioso e preso é muito importante”, ressalta o diretor da penitenciária.

EFEITO POSITIVO

Fé tem mudado comportamentos

O diretor-geral da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), Luciano Marcelo Simões de Brito, diz que as visitas religiosas no presídio têm surtido efeitos positivos no comportamento dos presos. Segundo ele, a maioria dos detentos que se apegam à religião cumprem melhor as regras do presídio. “Eles pensam mais antes de qualquer ação e respeitam os parceiros de carceragem. O vínculo entre preso e comunidade também melhora e eles mudam totalmente o comportamento”, afirma.

O psicólogo responsável pela assistência religiosa na penitenciária, Paulo Magalhães, explica que um preso acaba influenciando outro a participar dos grupos religiosos. “Eles têm muito interesse em servir a religião. Percebemos uma ressocialização do preso.” Um exemplo recente de mudança de comportamento de um detento é lembrado por Brito. Após receber o alvará de soltura, o preso pediu para chamar o líder da igreja dele. “Ele resolveu confessar outros crimes que havia praticado, justamente por causa da fé que adquiriu dentro do presídio. É um caso muito interessante”, comenta.

Fonte: gazetadopovo.com.br


Criminalidade precoce

João Carlos da Costa

Inúmeros são os crimes classificados como atos infracionais que envolvem jovens  e crianças como autores. Por serem considerados vulneráveis estes, invariavelmente, são induzidos por marginais adultos a cometerem delitos de furtos e roubos, principalmente, e outros crimes violentos. O fato de  estarem sob a proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente, quando apreendidos,  por mais grave que seja a infração, a maior pena que sofrem  é o recolhimento em estabelecimentos sócio- educativos, cuja internação, de acordo com o art. 121, § 3.º do Estatuto, não permite a permanência por mais de três anos, e também, conforme o § 5º do mesmo artigo, quando completa 21 anos de idade, a liberação é compulsória.

Diante dessa análise, muita gente acredita que a inimputabilidade proporciona o abuso e favorece o avanço da criminalidade. O pensamento de alguns legisladores e de boa parte da população é que se baixar a idade punitiva, a incidência criminal se reduzirá. A ilusão é a de que se, principalmente, um menor de 16 anos já pode votar, também pode responder criminalmente pelos seus atos. Ledo engano. Esquecem que essa situação subsiste  somente ocorre porque existe interesse político por trás disso. O lado bom é que desde cedo os jovens eleitores assumem um compromisso  e aprendem a desenvolver o instinto de cidadania. O ruim, é que a maioria dos políticos os vêem  como ótimos instrumentos  para aumentar os seus currais eleitorais, aproveitando-se da oportunidade para influenciá-los e torná-los multiplicadores de opiniões através da persuasão.

A redução da idade punitiva não é o caminho. Primeiramente porque da mesma forma que os adolescentes, principalmente, são infratores, também são vítimas de um sistema corrompido pela falta de maior conscientização em relação aos tratamentos priorizados e atenção que devem ser dados ao público infanto-juvenil. A começar por maior avaliação da condição familiar em que estes vivem, acompanhamento sócioeducacional e comportamental e, em cima disso, desenvolver programas que surtam efeitos imediatos, mantendo-os como metas a médio e longo prazos. Caso contrário, aqueles que são favoráveis à redução da idade exigirão, com o decorrer do tempo, que crianças e até mesmo bebês sejam punidos criminalmente.

  A cooptação para o crime começa cedo  porque a maioria das crianças e adolescentes que vivem em  áreas pobres e em condição de miséria e pela situação de necessidade se tornam alvos de maior visibilidade para os marginais adultos, que  buscam nelas  o escudo para escapar de punições e também o terreno fértil para disseminar as experiências criminosas, o uso e também o tráfico de drogas. 

Geralmente isso acontece pela  ociosidade em que se encontram durante o dia enquanto os pais trabalham; ou até mesmo quando são abandonadas ao próprio destino, como é o caso de muitas que não possuem um lar e perambulam pelas ruas em busca de atenção e carinho.

É fácil perceber que crianças e jovens carecem que atividades mais atrativas que os incentivos ao envolvimento com o crime, que as façam ocupar seu tempo ocioso a todo instante, pois é notório que também a  falta de oportunidades é um mal que afeta diretamente  os seus  comportamentos.

Foram-se os tempos em que as áreas abandonadas eram campos férteis para a prática de futebol com bolas de meias e as ruas eram apenas pistas de rolimãs, onde se brincava, caía, se ralava e, no final batia-se o pó e se fazia tudo de novo. Isso faz falta, pois as crianças precisam ocupar espaços

A realidade nos mostra que  a modernidade ao mesmo tempo em que proporcionou um mundo mais ágil  e cheio de comodidades, tirou das crianças e dos adolescentes boa parte da criatividade, inerente a todos aqueles que viveram a infância e a adolescência com maior intensidade.

O resultado de tudo isso é que cada vez mais o índice de crianças e adolescentes mortos por envolvimento com a criminalidade e, principalmente com as drogas, é cada vez mais alarmante, numa visível demonstração  de que os preceitos do Estatuto da Criança e do Adolescente não estão sendo devidamente aplicados, conforme prescreve o art. 87, Inciso I, abaixo descrito:

        Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:

        I - políticas sociais básicas;

No que se refere a este inciso, as políticas sociais básicas, como saúde, educação e segurança,  ainda não estão bem definidas, pois carecem de objetividade e maiores estudos, pois a situação das crianças e adolescentes é muito complexa porque envolvem  fatores sociais, econômicos e educacionais.  Sobre este foco, observa-se a existência de  uma lacuna pela falta de programas permanentes de assistência a essas faixas etárias e que muitas vezes acaba sendo preenchida da pior maneira possível. Por vontade própria ou pela  de outrem, como objetos da facilitação criminosa.

Essa realidade somente mudará quando houver mais investimentos em áreas que atraiam para o lazer e outras atividades onde crianças e adolescentes possam colocar em prática os seus dons, e também para o aprendizado profissional, com possibilidades de ganhos financeiros e que os desviem dos maus caminhos.

João Carlos da Costa  
Bel. Em Direito, Bel.Químico, Professor e Policial Civil.
E-mail: João_22@terra.com.br


Programa Justiça no Bairro começa a ser levado para as penitenciárias

O Governo do Paraná, o Tribunal de Justiça e o Ministério Público do Estado iniciaram nesta sexta-feira (3), pela Penitenciária Central do Estado, em Piraquara, uma parceria que leva assistência jurídica gratuita aos detentos de todas as penitenciárias do Paraná.

O termo de cooperação, que leva o programa Justiça no Bairro ao sistema prisional do Estado, foi assinado pela Secretária da Justiça e da Cidadania do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes; Presidente em exercício do Tribunal de Justiça, desembargador Onésimo Mendonça de Anunciação; Procurador Geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto e pela coordenadora do programa Justiça no Bairro, Desembargadora Joeci Machado Camargo.

A Secretária Maria Tereza agradeceu todos os parceiros neste projeto e disse que para o Governo do Estado “este ato é o símbolo de um novo momento no sistema penitenciário do Paraná, em que se garante o princípio da dignidade do preso, criando condições para que haja uma verdadeira ressocialização de todos os apenados”.

O presidente em exercício do Tribunal de Justiça disse que a instituição não poderia se furtar a esse compromisso social, “se empenhando pela promoção social dessas pessoas que estão afastadas do nosso convívio e precisam ser integradas à sociedade”.

Em seguida à assinatura do documento, foram iniciados os atendimentos de mais de 200 presos da Penitenciária Central do Estado (PCE). Advogados, assistentes sociais e juízes das varas da Família, Cível e Execução Penal deram atendimento gratuito a detentos e seus familiares.

Como resultado dessa ação integrada, 80 presos tiveram a progressão de pena. 40 deles migraram do regime semi-aberto para o aberto, e a outra metade deixou o regime prisional fechado para o semi-aberto. Com isso, 40 novas vagas de regime fechado foram abertas na PCE, para receber presos condenados que estão em cadeias públicas. “Claro que isso é necessário”, destacou Maria Tereza, “mas o mais importante é devolver a esses 40 presos os seus direitos de cidadão”.

Durante todo o dia, foram realizados ainda divórcios, declarações de paternidade, regularizações de pensão alimentícia, expedição de documentos como certidão de nascimento, casamento e carteiras de identidade e de trabalho de mais de cem presos.

A coordenadora do programa Justiça no Bairro, Joeci Camargo, informou que já estão marcadas as datas para levar esta ação a todas às demais 23 penitenciárias do Paraná. “O objetivo do Justiça no Bairro é aproximar o Judiciário da população, inclusive dos que estão internados cumprindo pena. Se o objetivo do programa é humanizar a Justiça, facilitar a vida das pessoas, vamos fazer o mesmo nas penitenciárias”, disse a desembargadora.

Fonte: seju.pr.gov.br


Na falta de presídio semiaberto,  preso deve ficar no regime aberto ou em prisão domiciliar

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus a um preso beneficiado com a progressão para o regime semiaberto, que continua em regime fechado por falta de local para cumprimento da pena mais branda. Os ministros determinaram que ele seja imediatamente transferido para um estabelecimento compatível com regime semiaberto ou, na falta de vaga, que aguarde em regime aberto ou prisão domiciliar.

A decisão da Sexta Turma segue a jurisprudência consolidada no STJ que considera constrangimento ilegal a permanência de condenado em regime prisional mais gravoso depois que lhe foi concedida a progressão para o regime mais brando. "Constitui ilegalidade submetê-lo, ainda que por pouco tempo, a local apropriado a presos em regime mais gravoso, em razão da falta de vaga em estabelecimento adequado", explicou o ministro Og Fernandes, relator do habeas corpus.

O preso foi condenado por homicídio duplamente qualificado. Ele obteve a progressão prisional em outubro de 2010, e deverá cumprir pena até outubro de 2012. Até o julgamento do habeas corpus pelo STJ, ele continuava recolhido em regime fechado na Penitenciária de Paraguaçu Paulista (SP), por falta de vaga no regime semiaberto.

A Justiça paulista havia negado o habeas corpus por entender que a falta de vagas no regime semiaberto, "embora injustificável por caracterizar eventual desídia estatal", não poderia justificar uma "precipitada e temerária soltura de condenados". Contudo, o STJ considera que a manutenção da prisão em regime fechado nessas condições configura constrangimento ilegal.

(Fonte: Coordenadoria de Editoria e Imprensa do STJ)


SEJU lança projeto Artes Musicais nas penitenciárias do Paraná

Será lançado na segunda-feira (06/06/2011), na Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, o projeto Artes Musicais. A ação prevê a formação de um coral feminino, integrado por 50 detentas desse complexo penal, além de oficinas de educação e profissionalização musical, envolvendo, num primeiro momento, cursos de violão e guitarra.

O projeto faz parte de um programa maior, que engloba arte, cultura, esporte, lazer e bem-estar nos estabelecimentos penais do Paraná e tem como objetivos principais a integração, a inserção social, a educação e a profissionalização de detentos.

Uma sala foi adaptada na própria penitenciária feminina para o funcionamento do projeto, lugar em que serão realizados os ensaios do coral e as aulas de música. Ali já estão mais de cem instrumentos musicais, no valor de R$ 18 mil, doados pelo Juiz de Direito Erivaldo Ribeiro dos Santos, membro do Conselho Nacional de Justiça. São 50 flautas, 25 violões, 10 guitarras, oito pandeiros, cinco cavaquinhos e quatro tamborins, além de outros instrumentos e equipamentos musicais.

O projeto Artes Musicais, que ora se inicia, deverá ser estendido para outras unidades penais do Paraná. “Esta é mais uma busca por transpor os muros dos estabelecimentos penais do Estado e de sensibilizar os gestores públicos e civis para promover e apoiar ações de cidadania, como a descoberta de talentos na arte musical, além de melhorar a qualidade de vida e a convivência humana no ambiente prisional”, afirma Maria Tereza Uille Gomes, Secretária da Justiça e da Cidadania do Paraná.

A programação de lançamento do projeto será a partir das 9h30, no dia 06 de junho, na Penitenciária Feminina do Paraná, e contará com dois pronunciamentos: da Secretária de Justiça e da Cidadania do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, e do Juiz de Direito, Erivaldo Ribeiro dos Santos. Como parte da programação cultural, haverá a apresentação do coral da formado por presos da Colônia Penal Agrícola do Paraná.  Fonte: seju.pr.gov.br


OS FUNCIONÁRIOS, OS DETENTOS,
O SISTEMA E SUAS HISTÓRIAS
by Danilo Velloso / Absurdo Filmes

 

Como vivem aqueles que trabalham no sistema carcerário do Brasil.
E como seu trabalho mudou suas vidas para sempre.


Atestada superlotação
no sistema carcerário do Paraná

O Paraná apresenta superlotação em seu sistema carcerário. São 19.831 detentos para 14.940 vagas em 1.503 unidades prisionais. A maioria dos presos do Estado é do sexo masculino: 18.639 contra 1.192 do feminino. Os dados são do Conselho Nacional de Justiça, que divulgou ontem o raio-x do Sistema Carcerário do Brasil.

Os dados mostram que a situação no Paraná é semelhante a Santa Catarina (14.036 presos para 9.303 vagas) e melhor que no Rio Grande do Sul (30.544 presos para 19.104 vagas). O coordenador do Geopresídios, juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Márcio Fraga, diz que o levantamento vai ajudar a definir políticas públicas.

O conteúdo do raio-x pode ser acessado no site www.cnj. jus.br/geopresidios. O material traz dados das inspeções mensais de penitenciárias, cadeias públicas, delegacias, hospitais de custódia, entre outras unidades carcerárias. Fonte: Paraná-online


UM DIA MUITO ESPECIAL....
NA ESCOLA M. MARUMBI
 

Iniciamos o dia 19/03/2011, com uma palestra muito interessante "A verdade sobre as drogas lícitas e ilícitas" a mesma foi ministrada pelo senhor Sérgio Bogler que tratou do tema com objetividade, clareza e riqueza de detalhes, além disso trouxe um material muito rico e esclarecedor.

 

PALESTRANTE: SÉRGIO BOGLER

As cartilhas, panfletos, cartazes e vídeos deram um tom muito interessante, trazendo informações de suma importância para a vida da nossa comunidade. Tivemos a participação de alunos, adolescentes e familiares.

RECEBEMOS A VISITA DA NOSSA COORDENADORA REGIONAL RAQUEL BOEIRA, SEMPRE PRESENTE DANDO O SUPORTE NECESSÁRIO NAS ESCOLAS DA REGIONAL CAJURU.

A PARTIR DE HOJE SOMOS DISSEMINADORES DA IDEIA "UM BRASIL LIVRE DAS DROGAS"

 A DISCUSSÃO SOBRE "DROGAS" É PERTINENTE E DEVE,  SIM,  TER  UM ESPAÇO NAS ESCOLAS E DENTRO DOS LARES DAS NOSSAS FAMÍLIAS. PARA QUE NOSSOS FILHOS E ALUNOS SAIBAM FAZER A ESCOLHA CERTA.

A escola precisa mudar de postura quanto às drogas, abandonando o preconceito e a percepção curativista, passando a adotar uma atitude realista e de prevenção, assumindo o problema como também seu, contribuindo, assim, para o enfrentamento e, quem sabe, a redução do uso de substâncias que causam vício e, por conseguinte mitigar problemas psicológicos e sociais. Para tanto, o espaço escolar além de ser um local, onde as informações sobre drogas circulem entre os alunos, professores, familiares, de modo claro para todos.


História da Educação

Todo povo educado que atinge certo grau de desenvolvimento sente-se naturalmente inclinado à prática da educação

Ela é o princípio por meio do qual a comunidade humana conserva e transmite a sua peculiaridade física e espiritual.

Com a mudança das coisas, mudam os indivíduos; o tipo permanece o mesmo.

Homens e animais, na sua qualidade de seres físicos, consolidam a sua espécie pela procriação natural.

Só o homem, porém, consegue conservar e propagar a sua forma de existência social e espiritual por meio das forças pelas quais a criou, quer dizer, por meio da vontade consciente e da razão.

O seu desenvolvimento ganha por elas certo jogo livre de que carece o resto dos seres vivos, se pusermos de parte a hipótese de transformações pré-históricas das espécies e nos ativermos ao mundo da experiência dada.

Uma educação consciente pode até mudar a natureza física do homem e suas qualidades, elevando-lhe a capacidade a um nível superior.

Mas o espírito humano conduz progressivamente à descoberta de si próprio e cria, pelo conhecimento do mundo exterior e interior, formas melhores de existência humana.

A natureza do homem, na sua dupla estrutura corpórea e espiritual, cria condições especiais para a manutenção e transmissão da sua forma particular e exige organizações físicas e espirituais, ao conjunto das quais damos o nome de educação.

Na educação, como o homem a pratica, atua a mesma força vital, criadora e plástica, que espontaneamente impede todas as espécies vivas à conservação e propagação de seu tipo.

É nela, porém, que essa força atinge o mais alto grau de intensidade, através do esforço consciente do conhecimento e da vontade dirigido para a consecução de um fim.

Derivam daqui algumas considerações gerais.

Antes de tudo, a educação não é uma propriedade individual, mas pertence à por essência à comunidade.

O caráter da comunidade imprime-se em cada um dos seus membros e é no homem, político, muito mais que nos animais, fonte de toda ação e de todo comportamento.

Em nenhuma parte o influxo da comunidade nos seus membros tem maior sentir, cada nova geração.

A estrutura de toda a sociedade assenta nas leis e normas escritas e não escritas que a unem e unem os seus membros.

Toda educação é assim o resultado da consciência viva de uma norma que rege uma comunidade humana, quer se trate da família, de uma classe ou de uma profissão, quer se trate de um agregado mais vasto, como um grupo étnico ou um Estado.

Finalizando, a educação participa na vida e no crescimento da sociedade, tanto no seu destino exterior como na sua estruturação interna e desenvolvimento espiritual; e, uma vez que o desenvolvimento social depende da consciência dos valores que regem a vida humana, a história da educação está essencialmente condicionada pela transformação dos valores válidos para cada sociedade.

À estabilidade das normas válidas corresponde a solidez dos fundamentos da educação.

Da dissolução e destruição das normas advém a debilidade, a falta de segurança e até a impossibilidade absoluta de qualquer ação educativa.

Acontece isto quando a tradição é violentamente destruída ou sofre decadência interna.

Sem dúvida, a estabilidade não é indicio seguro da saúde, porque reina também nos estados de rigidez senil, nos momentos finais de uma cultura.

                                               Julio Tavares

                                                                                              Jornalista

                                                                                               25/02/2011

 

NOTA DO AUTOR.

Para entendermos melhor o que se escreve, antes de qualquer coisa gostaríamos de lembrar que alguns inconseqüentes comentários têm como dilema difamar os escritos neste fantástico expresso de comunicação que é o jornal Impakto Penitenciário.

Outro dia um “chefe” de segurança de uma unidade disse: “comprei uma caixa de bala para o meu 38, só para matar jornalista...”, irônico o comentário e para seu conhecimento as autoridades já tomaram conhecimento deste fato.

Não que isso nos preocupe, aliás, nos dá todo um impulso para não pararmos de escrever, dando conta de que é desta forma, muitas vezes provocando a crítica a se manifestar no objetivo de entrar no combate a corrupção e aos maus funcionários, com razão este é um dos nossos objetivos, tirar do buraco os insetos.

Com isso desta vez escrevemos um texto que vai de encontro com a educação como história, para fazer um comparativo com o que era dito no passado e o que deve ser dito no presente sem trazer como sempre digo “mazelas pessoais”, pois desta forma perderia todo o brilhantismo jornalístico, o que não nos interessaria.

 

Esteve presente neste texto:

Jaeger, Werner Wilhlm, 1888 a 1961. @ Corporight by Walter de Gruyter e Co. Berlin – Alemanha.

Dedicado:

Este texto é dedicado ao nobre servidor público, poeta, filósofo, contabilista, advogado e jornalista VALÉRIO SEBASTIÃO STABACK, cuja cônscia filosófica conhece a dúvida como uma atitude do sábio, talvez a única.

 


Encarceramento é a solução
para a violência?

 

Diante dos instrumentos legais hoje existentes para aqueles que cometem crimes, muitas são as indagações que surgem quanto a real necessidade e eficiência, no que diz respeito especi-ficamente, à aplicação das penas priva-tivas de liberdade, afinal, esse “esbulho da liberdade pelo direito penal” atende a quais interesses?

O cárcere é realmente o caminho e a solução para os que transgridem as regras sociais e a resposta capaz de transformar o autor de um crime, além de produzir-lhe a verdadeira mudança comportamental de forma a devolvê-lo à sociedade, sem riscos? Afinal este não é o papel do Poder Público quando confina um criminoso para cumprimento de pena imposta pela Justiça e objetivamente deve restituí-lo ressocializado e plenamente capaz de viver de acordo com as regras impostas para a vida em grupo.

Assistimos nos dias de hoje, o aprisionamento como única forma de aplacar a sede de segurança que a sociedade espera dos Poderes Constituídos, esquecendo-se de que os criminosos são oriundos do nosso convívio social e para ele vão retornar.

O Poder Executivo não possui o poder de punir, mas tem que custodiar e reintegrar os condenados à sociedade, por isso é imprescindível fomentar a discussão e o debate transparente e crítico com todos os segmentos da sociedade civil organizada, até como forma de esclarecer e de buscar um novo olhar sobre o sistema carcerário como um todo. Onde fique claro que para a maioria absoluta das pessoas presas, o acesso à educação formal, profissionalizante, trabalho, saúde, só virá a partir da prisão.

Será que não é possível perceber que se investirmos antes nas questões sociais, que resgate a dignidade e a cidadania da nossa comunidade, estaremos otimizando custos e cumprindo deveres Constitucionais básicos, garantindo os direitos humanos de todos.

Nas palavras de WINFRIED HASSEMER “...as garantias liberais do Direito Penal clássico não suportarão a pressão gerada pela expectativa oriunda de uma sociedade insegura e obcecada pelo controle”.

Este tem sido o efeito cruel e devastador com para se livrar da culpa coletiva das suas escolhas, do seu comportamento, dos seus costumes, do desmoronamento dos conceitos básicos de ética, de caráter, de formação familiar, a coletividade transfere para alguns considerados infratores, toda a sua ira e sede, muitas vezes histérica, de punição a qualquer custo, ao criminoso identificável que até mesmo deve ser punido, mas tão somente pelo delito que cometeu e não por todas as frustrações e problemas que as desigualdades provocam em qualquer País do mundo.

Confinar um ser humano é antes de tudo desumano! Só quem conhece de perto o cárcere e suas mazelas tem a verdadeira dimensão do que significa ser privado da sua liberdade.

Já existem mecanismos na legislação brasileira que permitem a aplicação de penas que não a de prisão, como forma de punição aos que infringem a Lei Penal vigente, mas é preciso que todos os operadores do Direito, as demais autoridades constituídas e a população como um todo, definam o que esperam da Justiça, num regime democrático de Direito.

Do alto da sua sabedoria e experiência, o Ministro Evandro Lins e Silva afirmou: “Não é demais martelar: a cadeia fabrica delinquentes, cuja quantidade cresce na medida e na proporção em que for maior o número de presos ou condenados... O fator intimidativo pode ser exercido por outras formas de punição, que não a cadeia, e, quanto à retribuição, seria um retorno à pena castigo, anticientífica, verdadeiro talião patrocinado pelo Estado”.

Prender infratores, julgados definitivamente ou não, é a solução para impedir a violência, como se juntar os restos humanos num único lugar bastasse para, num passe de mágica, fazer desaparecer todas as questões que antecedem o cometimento de um crime?

Hoje em dia, passamos a ver como rotina, como regra a quebra de princípio básico da Constituição Brasileira que é o da presunção da inocência. A pena privativa de liberdade antes da condenação definitiva de um acusado tem que se revestir do seu caráter de excepcionalidade como condição mínima para não ser considerada ilegal, arbitrária ou habitualmente daqueles que não possuem um Advogado, ou seja, os pobres. E é possível aceitar isso placidamente?

O Professor Doutor René Ariel Dotti, Mestre dos Advogados, escreveu que “Num mundo seduzido pelo fenômeno da globalização, que ameaça destruir conceitos e instituições, devassar a intimidade, suprimir a liberdade e atomizar a cultura é fundamental aviventar os rumos de um renascimento comprometido com a dignidade da condição humana”.

Com esta conclamação quero encerrar suplicando, que sem hipocrisia possamos realmente discutir medidas objetivas, práticas e realizáveis, porque não podemos mais de forma passiva e omissa aceitar o aprisionamento de pessoas como única forma de contenção da violência que atinge indiscriminadamente a todos, e que pode estar latente naqueles que mais amamos e em nós mesmos!


Mara Catarina Mesquita Lopes Leite é Advogada da Carreira Especial do Poder Executivo do Paraná. Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania.

 


Colocar jovens na prisão custa
mais caro que educar

Prevenir ou remediar? Atualmente, ao ano, um estudante paranaense custa R$ 2.764,98 para o governo estadual. Um preso custa em média R$ 1,5 mil, só que ao mês. A avassaladora diferença entre os investimentos cresce se verificado o resultado: a maior parte dos estudantes se qualifica para o mercado de trabalho e movimenta a economia, enquanto 85% dos presos voltam a delinquir depois de soltos.

“O resultado final do investimento nos nossos presídios é praticamente nulo, porque do jeito que estão os estabelecimentos conseguimos produzir um sujeito que entra no sistema penitenciário e sai ainda pior”, garante Luciano Losekann, coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A falta de educação não é o único fator que leva os jovens à criminalidade, mesmo porque o Paraná tem o mais alto Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) há três anos e ainda assim tem uma população carcerária que chega a quase 35 mil pessoas. Porém, de acordo com Maurício Kuehne, professor de Direito Penal e ex-coordenador do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), a educação é um ponto essencial para oferecer aos jovens uma possibilidade de vida alternativa ao crime.

“Investindo mais na educação, tranquilamente afastaríamos muitos do caminho da criminalidade e cairia o número de presos. É necessário foco na educação no ambiente familiar, na educação pública e também na qualificação profissional de quem está solto e de quem está preso, para reduzir a taxa de reincidência”, afirma.

De acordo com ele, não dá para deixar de investir no sistema carcerário porque a segurança pública sairia de controle, mas é possível buscar parcerias com a iniciativa privada para que haja economia no custo do preso e aumento no custo do estudante. “É um problema a ser equacionado politicamente, mas as empresas podem e devem ajudar”, garante.Cálculo da Seed leva em conta vários itens.

A Secretaria de Estado de Educação (Seed) levou em conta todos os itens do orçamento da educação para o cálculo do custo anual do estudante. Nos R$ 2.764,98 por aluno estão inclusos itens como o pagamento dos professores, transporte dos estudantes, merenda e manutenção das escolas. O Estado administra 2.166 escolas (mais de cem só em Curitiba) e tem convênio com 350 unidades de educação especial. As escolas estaduais paranaenses contam com 1,4 milhão de estudantes.

Segundo a superintendente da Educação, Alayde Digiovani, o investimento do Paraná na educação é de 30% da receita, sendo que o mínimo obrigatório é de 25%. O orçamento é votado anualmente e, em maior parte, é composto pela folha de pagamento dos funcionários. Obras de infraestrutura e programas especiais de educação têm valores de investimento fixo, restando pouca quantia para novos projetos. “Nosso investimento é um dos maiores do País e estamos num patamar de educação acima da média nacional, mas ainda temos muito a melhorar”, avalia.

Ela informa que, em 2009, os investimentos superaram os 30% e tiveram foco na formação continuada e na capacitação dos professores para atuação no ensino médio. “Nosso foco é nas escolas que apresentam menor desenvolvimento no Ideb. Acompanhamos mais e fazemos atividades de contraturno para que elas alcancem o mesmo nível das melhores”, revela Alayde. (FD)

Brasil é o terceiro com mais presos

O Brasil é o terceiro País com maior número de presos no mundo, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com aumento de 36% nos últimos cinco anos, agora são 495 mil presos. Uma estimativa de especialistas em administração penitenciária, com base no orçamento das secretarias de Justiça, aponta que um preso custa cerca de R$ 1,5 mil ao mês em penitenciárias de média complexidade e até R$ 5 mil em unidades de segurança máxima, no Paraná. O cálculo leva em conta não só salários de funcionários e custos de manutenção, como também gastos para transporte e escolta de internos, Conselhos Penitenciários e Defensoria Pública dedicada ao sistema.

O Estado possui 24 estabelecimentos penais para regime de reclusão e semiaberto e dois patronatos penitenciários, que atendem condenados a regime aberto. Em cadeias públicas são 15.328 presos que aguardam julgamento. Outros 19.252 já estão em regime fechado ou semiaberto, nos presídios ou colônias penais, cumprindo pena.

De acordo com Sandro Cabral, especialista em administração penitenciária, se o Paraná ainda tivesse parte dos serviços penais terceirizada, como funciona na França, gastaria menos para manter a estrutura. “As formas privadas em todo o Brasil apresentam melhores indicadores de desempenho em termos de segurança e ordem, custos e serviços oferecidos aos internos”, garante.


 

 

 

Por JULIANO TAVARES

ACADÊMICO DE DIREITO/PUCPR.

12/01/2011.

 

Críticas/Sugestões contate-nos: tavaresjuliano@globo.com

 

 

Este artigo visa apresentar o trabalho indispensável do "Assistente Social", na reintegração social dos(as) presidiários(as) que cumprem pena ou medidas de segurança no Sistema Penitenciário Paranaense.

Nesta abordagem busca-se analisar a problemática da função exercida pelo assistente social, que representa no bojo da LEP uma forma um tanto utópica, tendo em vista à efetivada no Paraná, em face da pouca atenção dispensada pelo próprio Estado. Não obstante, os profissionais da assistência social nos estabelecimentos penais no Paraná, lutam com firmeza, na concretização de seus ideais em manter-se firme na condição reintegradora do apenado na sociedade.

Hodiernamente, evidencia-se que o Estado pouco faz em contemplar novas mudanças, para a condição de melhorar o tratamento do preso, em seu convívio, sendo que a Lei de Execuções Penais (LEP) define, muito bem com o – artigo 22 e seguintes – as atribuições da Assistência Social referente ao internado, no sentido de ampará-los. Sabe-se que LEP ainda visa em prepará-los para o retorno ao convívio social, após o cumprimento da pena, como medida de segurar uma nova vida, lá fora.

Todavia, mesmo a LEP ao proporcionar tais direitos - mais precisamente em seu artigo 23 - expressamente o campo de atuação da Assistência Social, no Estado, percebe-se que pouco se inovou nessa área deveras importante tanto ao preso quanto à família (se ainda tiver!).

O que ocorre no Paraná, é que essa àrea da Assistência Social dispensada pela LEP, restou sem aplicação prática, no mais das vezes nas penitenciárias, casas de custódias, colônias penais, enfim, onde existe o setor de serviço social, seus profissionais se ressentem de estrutura física, material e humana para o exercício da importante missão. Além do mais, os poucos assistentes sociais se limitam em oferecer pareceres sobre saídas temporárias, também conhecidas como "portarias", no âmbito do regime semiaberto. Este problema está se tornando muito sério, porque faltam profissionais e não existe uma estrutura sólida que ofereça ao profissional os meios necessários para o exercício da significante função. O certo é que o preso paranaense, depois do cumprimento da pena busca - ele próprio - os órgãos públicos para reaver sua documentação e que na prática isso deveria funcionar com o auxílio do assistente social, e, que isso raramente acontece.

Um dos mestres em execução penal, Julio Fabbrine Mirabete, outrora alertava-nos em análise sobre o tema, e enfatizava que:

"Verifica-se a grande importância da figura do profissional Assistente Social, no processo de reintegração social do condenado, já que a este profissional cabe procurar estabelecer a comunicação - o elo - entre o preso e a sociedade, da qual se encontra temporariamente afastado".

Fato é que a mais dignificante obra da Assistência Social no ambiente prisional é a realização dessa reintegração entre o condenado e a sociedade. Sua atuação também tem o condão de reaproximar o preso com seus familiares (pais, mães, filhos) e dos laços de amizade que porventura tenham construído ao longo dos anos.

O que preocupa-nos é saber que o Estado reconhece essa tarefa extremamente importante, no entanto, não dá a devida atenção e respeito a estes profissionais. Portanto, fica escancarada a desídia estatal com estes problemas acima citados.

Em contrapartida, torna-se evidente que a atenção dispensada ao Assistente Social está relacionada com a reabilitação do recluso, aliás, muito mais, pois sem o apoio destes funcionários públicos, no meio carcerário fica a desejar o ambiente amistoso e de esperança, porque eles trazem o aval digno e humanitário a recuperação do condenado e que sem essa ajuda fica prejudicada e sem efeito toda reintegração social.

Outro fato, reconhecido pelo Estado esta na grave influência das drogas ao mundo da criminalidade. Acontece que no ambiente prisional esta cada vez mais acentuado este problema, supunha-se que alguém ao ser condenado por um crime qualquer, este que não tivesse ligação com as drogas (tráfico ou consumo) viesse ao adentrar no Sistema Penitenciário fosse fisgado pelo mundo sombrio das drogadictas, ora, isso seria um tiro no pé do próprio Estado que dá custódia incentivando o consumo, criando assim outro problema...

Necessitamos reforçar o empenho mais significativo que os profissionais da Assistência Social deveriam ter, por assumirem vários papéis importantes, na medida em ajudar a minimizar o tráfico e o consumo de entorpecentes (drogas) nos presídios. No entanto há pessoas que ainda buscam liberá-las dessa funções (ressalta-se que somos contrários a quaisquer manifestações em favor do uso e consumo das drogas, tanto dentro como fora dos presídios) se bem que em se tratando de um mal social deveras impregnado em todos os cantos do País particularmente nas prisões. Este mal que se alastra, no meio carcerário e que resulta no baixo índice de ajuda, por parte dos assistentes sociais e que está repercutindo como um fator negativo aos profissionais deste setor. E mesmo que alguns ainda cumprem a sua parte, fica este problema carente de um efetivo forte que dê impulso, ou seja, ao tratamento preventivo do consumo de drogas, rigor que deveria ser do Estado em dar como exemplo de eficiência, mas que(nada) pouco faz.

Em um Estado "cego" como do povo paranaense, à Assistência Social, como se observa, deveria valer-se de várias formas produtivas e inovadoras nesse meio carcerário, como prevê a LEP, no entanto, não é bem assim que ocorre...

Evidente, porém, que os laudos elaborados no decorrer da execução da pena e da medida de segurança, tem valor extraordinário quando da análise de benefícios aos reclusos, mormente no que diz respeito às saídas temporárias (no Paraná leia-se "Portaria", não "indulto" de natal, páscoa ou dia das mães como insistem e veiculam os meios de comunicação erroneamente!).

As fases mais críticas do processo de execução da pena privativa de liberdade, são aquelas em que se permitem aos carcerários autorizações de saídas, quer do regime fechado ou mediante escoltas, como também nas saídas temporárias dos mesmos. Desse modo, os condenados à pena em regime semiaberto, onde não há vigilância direta, diante disso, existe a possibilidade maior dos altos índices de fugas ou evasões.

Por essa razão – diz o mestre Mirabete – entre as incumbências do Servidor Social está a de "acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias"

Aqui no Paraná, tem-se ocorrido constantemente inúmeros fatos ligados aos presos que não retornam das saídas temporárias ou dos presos que fogem quando em escoltas, ou ainda pior, quando estes retornam, como se nada tivesse acontecido, estes cometem inúmeros crimes, deixando a sociedade à mercê da "sucateada" segurança pública, que estão lá fora para garantir um mínimo de esperança "pacificadora". O profissional da Assistência Social tem nesse diapasão a competência revelada na condição humana do condenado de observar com precisão, se este tem ou não aptidão em ser reinserido na sociedade.

Não distante disso, o próprio Conselho de Serviço Social reconhece que a atuação do assistente social somente poderá responder pelo acesso dos presos ao convívio social, se houver interesse do Estado em subsidiar políticas públicas que visem garantir condições mínimas de adequação e dignidade ao profissional.

Muitas vezes, existem informes paliativos emitidos pelos assistentes sociais como solução na reintegração do apenado ao convívio social, em face de o profissional tanto lutar, mas pouco fazer devido falta de recursos do próprio Estado. Recursos falhos que não procedem no direito de atenção e que pouco se faz em escutá-los, organizar reuniões, contatos com familiares e os encaminhamentos necessários para realização quantitativa e qualitativa do apoio ao preso.

Portanto, o funcionamento da Assistente Social é quem deveria realmente conceder "sinal verde" ao condenado para deixar de lado as sequelas da questão social brasileira, seus estigmas, revelações de desigualdades sociais e econômicas, atuação ímpar, que buscam apoio para desenvolver "autonomia, participação, exercício de cidadania e acesso aos direitos humanos", reintegrando-o novamente à sociedade.

Este referido artigo foi escrito em homenagem e reverência à Sra. JOFESA APARECIDA PEREIRA, Assistente Social - pessoa que já nasceu com este dom – e que dedica há muito tempo seu labor com muito suor e fulgor na aproximação do apenado no seu seio familiar e social de nosso Estado!!!


Indulto e comutação (redução) de penas. Considerações. (I)

Como acontece todos os anos (em alguns pode haver mais de uma concessão) o Presidente da República, no uso das prerrogativas que lhe são asseguradas pela Constituição (art. 84, XII) concede o perdão da pena, de forma parcial ou total, denominando-se indulto a primeira situação e comutação a segunda. Neste último caso corresponde à redução de um percentual da ou das penas que estão sendo executadas.

Em 31 de dezembro de 2010, tardiamente a nosso ver, foi editado o Decreto 7.420 a respeito do qual pretendemos tecer objetivas considerações, com o propósito de esclarecer aspectos que ficam desapercebidos, principalmente por aqueles não afeitos à temática, os quais buscam entender que o indulto é forma de impunidade, quando tal situação não corresponde com a realidade. Também, não há que se confundir os institutos referidos com as autorizações de saída, em especial às saídas temporárias, direito assegurado àqueles que se encontram em cumprimento de pena no regime semiaberto. Estas saídas a imprensa denomina de indulto de forma errônea.

Observe-se que, senão na totalidade, na maioria das situações, os indultados já se encontram em meio livre, daí porque os reflexos que advém em relação à massa carcerária são poucos, contrariamente ao que apregoa a mídia sensacionalista.

O Decreto ora em vigor (os demais ainda surtem efeitos) concede indulto não apenas aos condenados, mas também àqueles que receberam medida de segurança, situação questionável, a nosso ver.

O art. 1.º contempla 15 modalidades de indulto (o inciso IX se desdobra em 3 situações).

As duas primeiras situações estão assim redigidas:

Art.1.º É concedido indulto às pessoas:

I - condenadas à pena privativa de liberdade não superior a oito anos, não substituída por restritivas de direitos ou multa e não beneficiadas com a suspensão condicional da pena, que, até 25 de dezembro de 2010, tenham cumprido um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes;

II - condenadas à pena privativa de liberdade superior a oito anos e não superior a doze anos, não substituída por restritivas de direitos ou multa e não beneficiadas com a suspensão condicional da pena, por crime praticado sem violência ou grave ameaça, que, até 25 de dezembro de 2010, tenham cumprido um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes;

Pela redação dos dispositivos infere-se que na primeira situação eventuais condenados que venham a ser enquadrados podem se encontrar em liberdade condicional, haja vista a identidade do requisito temporal exigido (1/3 para os primários e 1/2 para reincidentes). Quando assim não seja, seguramente encontra-se em regime brando de execução (aberto ou semiaberto) diante do fato de que com 1/3 da pena, acaso lhes tenha sito aplicado o regime fechado, de há muito já usufruem desse direito.Há que se atentar para as restrições legais, posto que os que praticaram crimes definidos como hediondo (homicídio qualificado; crimes sexuais violentos etc) e relacionados ao tráfico de entorpecentes não recebem o perdão.

Como exemplo da primeira situação poderíamos situar o condenado por crime de roubo qualificado, que recebeu uma pena de 6 anos. Se primário, cumprido 1/3 (2 anos), e tenha obtido comportamento carcerário sem a mácula de falta grave no período 25/12/2009-25/12/2010 poderá ser indultado, vale dizer, o remanescente da pena em execução é perdoado. Não mais retorna ao estabelecimento penal. Claro que, vindo a praticar outro delito sofrerá as consequências respectivas, com a nótula de reincidente (observado o prazo de 5 anos).

Na segunda situação a pena poderá ser superior a 8 anos, mas não superior a 12 e o crime ou crimes tenham sido praticados sem violência ou grave ameaça, afastados, também, os crimes hediondos e assemelhados. Imaginamos aqui multiplicidade de condenações (concurso material de crimes) a saber: furtos e estelionatos e crimes financeiros ou contra a administração pública, por exemplo. (Segue).

Maurício Kuehne  
Professor emérito do Centro Universitário Curitiba.
Ex-diretor geral do Departamento Penitenciário Nacional.

 


Presos da CPA soltam a voz na
Catedral de Curitiba

 

Dezoito presos que cumprem pena em regime semiaberto na Colônia Penal Agrícola, em Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba), estrearam na noite de quinta-feira (09), na Basílica Catedral Metropolitana de Curitiba. Eles integram o Coral Voz da Esperança, criado há cerca de 40 dias, idealizado pelo secretário da Justiça e da Cidadania, José Moacir Favetti. "A música é uma linguagem universal e aproxima as pessoas. Considero a apresentação a verdadeira ressocialização desses indivíduos à sociedade", analisou o secretário.

Os detentos cantaram músicas de Natal e de compositores clássicos como Handel e Verdi. O grupo foi selecionado por critérios, especialmente a disciplina, segundo o diretor da CPA, Lauro Valeixo. "Eles foram submetidos a um teste e ensaiaram, empolgados, todas as semanas", comentou Valeixo.

O maestro Wilson Santos e a equipe de Simone Abate e Paulo Kühns conduziram o espetáculo, que também teve a participação dos corais Unimed Curitiba, Escola Superior da Polícia Civil, Caixa Econômica e Sociedade Thalia, onde todos no final cantaram juntos.

VESTIBULAR – Nesta sexta-feira (10), 21 internos da CPA fazem, dentro da própria unidade, vestibular para os cursos de Direito e Engenharia, da Faculdade Estácio Radial de Curitiba. De acordo com o diretor da instituição, Leandro Herculano, as inscrições dos presos foram gratuitas e, caso sejam aprovados, a direção vai adotar incentivos para que os detentos possam estudar.

Lauro Valeixo, da CPA, ressaltou que todos os vestibulandos estudaram na Escola Mário Faracco, que atende prisioneiros de todo o Sistema Penitenciário da Região Metropolitana de Curitiba. O resultado do vestibular está previsto para a próxima terça-feira.


ONU alerta América Latina contra
penas mais duras para menores

 

O endurecimento das penas para menores infratores, que vem sendo discutido em vários países da América Latina e Caribe, significaria um retrocesso para os direitos humanos na região, disse Rosa María Ortiz, vice-presidente da Comissão dos Direitos da Criança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Segundo organizações vinculadas ao tema, alguns países reagem a crimes violentos cometidos por menores com propostas de redução da maioridade penal, intensificação das penas ou manutenção para os adultos antecedentes criminais da adolescência.

Além disso, em alguns países os menores são detidos junto com adultos, o que estimula a reincidência depois de serem libertados.

"Preocupa-nos muito o que está ocorrendo na América Latina, no sentido de que se está andando para trás, e com os direitos humanos não se pode andar para trás", disse Ortiz.

"Essas medidas linha-dura [são] um claro retrocesso que não favorece ninguém, nem às crianças nem à sociedade", acrescentou Ortiz, que participou nesta semana em Montevidéu de um encontro regional da aliança Movimento Mundial pela Infância (MMI), formada por agências e organizações ligadas ao tema, como Unicef e Save the Children.

Segundo o MMI, há discussões sobre o endurecimento da pena para menores no México, na Colômbia, no Chile, na Argentina, no Uruguai e em países da América Central.

"Quando existem pedidos de redução da idade de responsabilidade penal, de aumento de penas ou que os antecedentes continuem depois de completados 18 anos de idade, essas medidas o que buscam é na realidade excluir [os adolescentes] da sociedade", disse Ortiz.

"É um convite para que possam continuar cometendo delitos para sobreviver."

Segundo o MMI, 50% a 70% dos menores presos voltam a ser detidos no prazo de um a dois anos após sua libertação. Para os menores que participam de programas alternativos de reabilitação, a taxa de reincidência é de 10%.


Colônia Penal Agrícola ganha
ginásio de esportes


 

Tudo que os alunos de fora têm os estudantes que estão no sistema penitenciário do Estado também têm. Até a merenda”. A frase é da professora Rosemari Carneiro Pietrochinski, diretora do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos (CEEBJA) Doutor Mário Faraco, da Secretaria da Educação, durante inauguração do ginásio de esportes coberto da Colônia Penal Agrícola (CPA), em Piraquara, às 10h do dia 10.11.2010.

O Centro atende 1.800 detentos das penitenciárias instaladas na Região Metropolitana de Curitiba, o que representa 30% da população carcerária, oferecendo ensino fundamental e médio.

Professores e alunos participaram da cerimônia de inauguração, juntamente com o secretário estadual da Justiça e Cidadania, José Moacir Favetti; do diretor da CPA, Lauro César Valeixo; de Altevir Carlos Betinarti, representante da Secretaria da Educação e do professor Sérgio Fernandes Stacheski, além de representantes de outras unidades penais.

O ginásio de esportes, que era uma reivindicação antiga e levou nove anos para ficar pronto, servirá também, em dias chuvosos de visita, para abrigar familiares dos presos.

Importância

Favetti e Valeixo ressaltaram a importância dos esportes no processo de socialização dos presos, que aprendem a trabalhar em equipe e exercitam o respeito ao próximo.

A inauguração contou com apresentação da Banda Lira, que dentre outras músicas tocou o “Tema da Vitória”; da exibição do coral de funcionários; e das apresentações dos grupos de capoeira, de pagode e de um conjunto de música gospel, todos formados na unidade.


Música ajuda na reinserção social de presos paranaenses

 

Uma iniciativa pioneira da Secretaria Estadual de Justiça está transformando o ambiente da Colônia Penal Agrícola de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Por meio da música os presos estão descobrindo uma nova forma de voltar a conviver em sociedade.

     Fonte: http://www.aen.pr.gov.br/modules/debaser/visualizar.php?audiovideo=0&data=&genreid=0&xfid=30357


Programa de Ressocialização
no Sistema Penitenciário do Paraná

Na moldura do Estado de Direito Democrático e consoante os ditames da Lei de Execução Penal, a pena privativa de liberdade tem também uma finalidade social, que consiste em oferecer ao condenado os meios indispensáveis para sua reintegração social.
Com o propósito de atingir esses objetivos, o Sistema Penitenciário Paranaense adota políticas públicas que valorizam o trabalho prisional, a assistência educacional formal e profissionalizante, o esporte, o lazer, e o contato com o mundo exterior.

Trabalho

 

O trabalho é um dos mais importantes fatores no processo de ressocialização dos presos. Uma das preocupações do sistema Penitenciário do Estado tem sido criar novas alternativas de trabalho como forma de melhorar as condições de dignidade humana dentro das penitenciárias.

A mão-de-obra do preso é administrada pela Divisão Ocupacional e de Produção-DIPRO, responsável pela implantação e implementação de canteiros de trabalho dentro das unidades penais.

Educação

 

O DEPEN trata a educação do preso como um processo de desenvolvimento global para o exercício consciente da cidadania. Este processo se realiza em duas dimensões: educação formal e formação profissionalizante.
Educação formal - é realizada através de um convênio com a Secretaria de Estado da Educação, consistindo em Ensino Fundamental (1º Grau) e Médio (2º grau).

Além da socialização de um saber sistematizado, a educação no Sistema Penitenciário tem a árdua tarefa de tentar (re) construir o indivíduo do ponto de vista social, moral e ético.

Profissionalização

     

 

Esse programa proporciona formação profissionalizante aos presos, visando a capacitação da mão-de-obra como forma de minimizar as dificuldades de reintegração do preso no mercado de trabalho, após o cumprimento de sua pena.
Outro objetivo é, de forma articulada com a Divisão Ocupacional e de Produção -DIPRO, abrir novas frentes de trabalho no âmbito do Sistema Penitenciário (fábrica de detergentes, fábrica de uniformes, fábrica de colchões, fábrica de fraldas, fábrica de vassouras), buscando sua autonomia.

Este programa funciona por meio de uma parceria com as melhores instituições de formação profissional, tais como SENAC, SENAI, SESC e UFPR, que promovem cursos em diversas áreas (construção civil, serviços e indústria).

Assistência Religiosa

 

A assistência religiosa ocupa também relevante papel na educação integral do preso no Sistema Penitenciário do Paraná.
Há uma participação voluntária de diversas entidades religiosas que desenvolvem suas atividades direcionadas à evolução moral e cultural do preso.
Dentre elas, destacamos a Igreja Católica, Assembléia de Deus, Pentecostal Deus é Amor, Adventista, Espírita, Universal do Reino de Deus.

Esporte e Lazer

  

 

O Sistema Penitenciário promove atividades profissionais, intelectuais (bibliotecas, salas de áudio e vídeo), artísticas (festival de música, poesia) e desportivas (com promoção de campeonatos de xadrez e futebol).

Contato com o Mundo Exterior

 

Entendendo que o preso não deve romper seu contato com o mundo exterior, o Sistema Penitenciário tem garantido que se mantenha a relação que os unem aos familiares e amigos.
Esses contatos dão-se através de visitas, cartas, palestrantes e advogados, não sendo o preso, assim, completamente excluído da comunidade.

Fonte: <http://www.depen.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=6Programa.

 








Clique aqui!


Cursos 24 Horas
 

 


 

 


 

 

                      Impakto Penitenciário                                 
  E-mail:
editoraimpacto1987@gmail.com